DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 22-01-14
NA COLUNA DE ÉRICO FIRMO
Érico Firmoericofirmo@opovo.com.br
Crônica de um vexame anunciado
Escrevi algumas vezes sobre as enormes dúvidas que tenho sobre a capacidade de a Copa do Mundo dar retorno ao Brasil do volume de dinheiro público que foi investido. Mas a turma está caprichando para que o proveito que se pode tirar do maior evento que o País já realizou fique abaixo das potencialidades. A dispendiosa gambiarra anunciada para compensar a reforma inconclusa do aeroporto de Fortaleza é um vexame mais que anunciado. Pelo menos desde 2012 já se falava que o trabalho não ficaria pronto a tempo. Como é que só agora se busca solução emergencial, com um puxadinho tosco e banheiros em contêineres? Um papelão.
A reforma completa do Pinto Martins tem previsão de custar R$ 383,8 milhões. Pelos atrasos, as multas ao consórcio CPM Novo Fortaleza, formado pelas empresas Consbem, Paulo Octávio e MPE, são de aproximadamente R$ 1 milhão até agora. Ou seja, troco. Qualquer aditivo bobo cobre com sobras.
A pior parte é que não é só o aeroporto. A maioria das obras de mobilidade ficará para depois, assim como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Sabe a melhor parte? As vias que serão concluídas até o Mundial são no entorno do Castelão, por onde não poderão passar carros durante a Copa. Ou seja, ficarão prontas para a competição as avenidas pelas quais será proibida a circulação de veículos. Uma lindeza de planejamento.
POLÊMICAS E EMBATES EM 30 ANOS DE “PRAIA”
Foi lançado ontem, em Icapuí, o livro Companheiro Praiano, que trata dos 30 anos de vida pública do deputado José Airton Cirilo (PT). A obra é assinada pelos jornalistas Paulo Verlaine e Salomão de Castro – ex-colegas de O POVO – e pelo próprio parlamentar. Para além dos oficialismos de uma biografia autorizada, a obra ganha temperos bem apimentados ao não evitar os muitos conflitos e polêmicas que envolvem o personagem. Está lá, por exemplo, o escândalo dos sanguessugas, no qual Zé Airton diz ter sido envolvido em função de seu sobrinho Raimundo Lacerda Filho. O deputado chega a relatar que, em função do desgaste, dirigentes petistas pediram para ele não participar do comício que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faria, em 2006, como parte da campanha de Cid Gomes ao governo. Assim, uma viagem precisou ser providenciada.
Personagem de destaque na narrativa é José Dirceu. O livro conta que houve “articulação muito pesada” de gente do PT junto ao ex-ministro da Casa Civil para Zé Airton não ocupar nenhum cargo no começo do governo Lula. O deputado conta ter ouvido esse relato de Delúbio Soares – ex-tesoureiro petista, que hoje se encontra preso com o próprio Dirceu. O deputado é também bastante crítico sobre a participação do ex-ministro nas campanhas eleitorais no Ceará em 2004, época em que Zé Airton presidia o PT estadual. O parlamentar recorda o périplo do então chefe da Casa Civil para apoiar candidatos em Fortaleza, Icapuí, Iguatu e Aracati – todos posteriormente derrotados. Sobre a Capital, Zé Airton atribui a viabilização de Luizianne Lins, em parte, “à forma arrogante do José Dirceu”. Nesse tópico, Zé Airton ainda tenta explicar a sua participação em ato pró-Inácio Arruda (PCdoB), de braços erguidos e mãos dadas, apesar de, segundo garante, ter apoiado Luizianne.
Também são narrados conflitos com membros do próprio PT. Cujo ponto de partida teria sido a eleição como vereador mais votado da legenda em Fortaleza, em 2000. “Foi aí que começou minha desgraça no PT. (...) Criou uma ciumeira danada”. Ao longo da legislatura, a relação só se deteriorou, sobretudo, conforme conta, com os então vereadores José Maria Pontes e Professor Pinheiro – este último ainda petista. Zé Airton destaca ainda a falta de apoio de vários dos principais quadros petistas em alguns dos momentos mais difíceis da campanha a governador em 2002.
O livro ainda mexe em outras feridas abertas do partido. Cita, por exemplo, episódio no qual cuecas foram queimadas por militantes em frente à sede do PT, em 2007, quando Ilário Marques foi eleito presidente estadual, vencendo Joaquim Cartaxo – candidato do deputado José Guimarães.
E, apesar de afirmar gostar muito do governo de Dilma Rousseff (PT), Zé Airton critica a relação dela com o Congresso: “(...) não tem relação com os parlamentares. Ela não conhece os parlamentares. Se antes, como ministra da Casa Civil, já não tinha, imagine hoje...” E acrescenta: “Não vou me sacrificar para defender um governo que acaba não tendo essa relação próxima com a gente."
NA COLUNA DIÁRIO DO PODER
Além dos cartões corporativos, que bateram recorde no governo Dilma, em 2013, gastos com passagens e diárias do Executivo, Legislativo e Judiciário não ficaram atrás, atingindo os R$ 2,4 bilhões. A União torrou R$ 1,3 bilhão em passagens. Já a conta das diárias, que garantem bons sonhos em luxuosos hotéis (como o St. Regis de Nova Iorque, onde Dilma pagou R$ 25 mil por noite), foram gastos R$1,1 bilhão.
Ministro Guido Mantega (Fazenda) havia prometido reduzir gastos com diárias para viabilizar corte de R$ 10 bilhões no orçamento federal.
A União torrou com diárias, de 2001 a 2013, a cifra de R$ 26,2 bilhões, considerados os valores constantes atualizados pela inflação.
O Ministério da Educação lidera os gastos com diárias, com exatos R$ 413,5 milhões, R$ 90 milhões a mais que em 2012.
O futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, sanitarista como Alexandre Padilha, é médium e autor de vários livros, como “Neoliberalismo e Espiritismo”. É investigado por ser sócio na empresa Consaúde, que presta serviços à prefeitura de São Bernardo (SP), onde é secretário.
Tem caroço nesse angu de sites de mensaleiros recebendo doações. Se a Receita ou a PF se interessarem pela lista de “doadores”, talvez encontrem grana do mensalão reaparecendo por caminhos tortuosos.
Fontes independentes da ilha de Fidel relatam violenta repressão a protesto, ontem, de pequenos negociantes autorizados em Holguín, a 700 km de Havana. Um dos líderes está preso em local ignorado.
TVs internacionais estão revisando planos da cobertura da Copa diante dos preços abusivos e custo das distâncias, diz o jornal Gulf News. Operadores de câmera e tradutores triplicaram o preço do trabalho.
Eles fazem leis, mas raramente as cumprem. Suplente do cadeirante Benício Tavares, o deputado distrital Robério Negreiros (PMDB) estaciona o carro na vaga de deficiente, na Câmara Legislativa do DF.
NO BLOG DO CORONEL

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), e dois ex-prefeitos de Porto Alegre foram condenados por improbidade administrativa, em primeira instância, por contratações irregulares de profissionais da área médica entre 1997 e 2002. A decisão é de setembro, mas foi divulgada apenas nesta terça-feira.
Tarso ocupou a prefeitura da capital pela primeira vez entre 1993 e 1996, foi sucedido pelo atual deputado estadual Raul Pont (1997 a 2000), também condenado por improbidade, e voltou a ocupar o cargo a partir de 2001. Ele renunciou no ano seguinte para concorrer ao governo do Estado, tendo assumido em seu lugar o vice-prefeito João Verle, também condenado na ação.
Com a decisão, os três dirigentes petistas tiveram os direitos políticos suspensos por cinco anos e terão de pagar multa de R$ 10 mil. Além dos ex-prefeitos, foram condenados também os então secretários de saúde Lúcio Barcelos, Henrique Fontana e Joaquim Kliemann. Os réus poderão recorrer da sentença.
A decisão foi da juíza Vera Regina Cornelius da Rocha Moraes, da 1ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre. A ação, entretanto, foi movida pelo Ministério Público (MP) em 2012 devido a contratações temporárias para os cargos de auxiliar de enfermagem, enfermeiro e médico, além de outras funções ligadas à área da saúde. Segundo a denúncia, foi violado o princípio constitucional de concurso público para a contratação de servidores.
Segundo a juíza, em 1996 a administração pública assinou um termo de cessão de recursos humanos que previa a realização de concurso, mas continuou a contratar profissionais de forma temporária – o que constitui irregularidade. O concurso para médico, enfermeiro e auxiliar de enfermagem foi realizado apenas em 1998.
Contratação sem concurso público
Em muitos casos, de acordo com a magistrada, as contratações excederam o período máximo de 120 dias prorrogável por igual período (oito meses). No voto, a juíza salientou que “a contratação de inúmeras pessoas sem concurso público fere os princípios que regem a boa administração, ou seja, moralidade e legalidade, bem assim a disposição constitucional que prevê o concurso público como forma de ingresso no serviço público, com as exceções expressa e taxativamente previstas na Constituição Federal”. (O Globo)
O trio: Dilma, Padilha e Chioro, mais um consultor petista.
Convidado ontem pela presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Alexandre Padilha, Arthur Chioro, atual secretário de Saúde em São Bernardo do Campo (SP), é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo por improbidade administrativa.
"O objeto da apuração é de possível violação ao princípio da administração pública, porque ele é secretário municipal e, concomitantemente, sócio majoritário da empresa Consaúde Consultoria, Auditoria e Planejamento Ltda., que presta serviço para diversos municípios, confrontando a Lei Orgânica de São Bernardo do Campo", disse a promotora Taciana Trevisoli Panagio.
Segundo o "Diário do Grande ABC" e o "Correio Braziliense", o inquérito civil público foi instaurado em setembro de 2013. A consultoria, que pertence ao secretário desde 1997, presta serviços na área da saúde a várias cidades do Estado de São Paulo, sobretudo em municípios sob a gestão petista, como Ubatuba e Botucatu.
Procurada pela Folha, a Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo (SP) não comentou a investigação até o fechamento desta edição. A escolha de Chioro começou a ser sacramentada na semana passada. A presidente tinha boas referências sobre a atuação do secretário quando de sua passagem pelo Ministério da Saúde entre 2003 e 2005, no governo Lula.
À época, Chioro dirigia o Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, onde foi responsável pela implementação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Secretário de Saúde em São Bernardo desde 2009, Chioro é formado em medicina e tem doutorado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ele também foi secretário de Saúde de São Vicente (SP), de 1993 a 1996.
Desde 2011, é presidente do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo). Pesquisador em diversas áreas, escreveu em 1996 um livro intitulado "Magnetismo, Vitalismo e o Pensamento de Kardec", baseado nas teorias do espiritismo.
TERCEIRA VIA
Após a formalização da escolha, Chioro almoçou com Padilha em uma sala privativa de um badalado restaurante da capital federal. Segundo a Folha apurou, os dois podem acompanhar, juntos, a presidente Dilma em viagem oficial a Cuba na semana que vem.
Outro fator que contou a favor de Chioro foi a disputa entre Padilha e o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, pela indicação do futuro titular da saúde. Ambos queriam influenciar na escolha, mas, como é de costume quando há disputas do gênero, Dilma optou por uma terceira via.(Folha de São Paulo)

Acostumado a lançar lixo na internet, plantando dossiês, listas e acusações apócrifas inclusive nos perfis institucionais do partido, o PT não sabe o que fazer com o movimento #naovaitercopa que surgiu nas redes sociais.
Para o próximo sábado estão previstos 36 protestos contra a Copa em todos os Estados do País e no Distrito Federal. Mais de 20 mil pessoas confirmaram participação no ato de São Paulo marcado para 17h, no vão livre do Masp. As convocações estão sendo feitas pelo facebook. Veja, acima, o chamado para o ato do próximo sábado.
O PT também tem atuado para evitar um desgaste da presidente às vésperas da eleição. No dia 12 o partido lançou a hashtag #vaitercopa. A iniciativa, no entanto, foi abandonada. Agora a ideia é adotar o slogan #CopadasCopas, lançado pela própria Dilma no Twitter e baseado no discurso da presidente na cerimônia de sorteio dos grupos do torneio, em dezembro.
"Não vamos dialogar com este movimento #naovaitercopa . Não tem sentido", disse o secretário de Comunicação do PT, José Américo. Segundo ele, o partido vai usar as redes sociais para desmentir boatos contra o governo espalhados na rede e divulgar fatos positivos. (Com informações do Estadão)
Na contramão do ritmo global, o Brasil terá no biênio 2014-2015 um crescimento aquém do que o projetado anteriormente, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI) na primeira atualização do ano do relatório “Perspectivas para a Economia Mundial” (WEO, na sigla em inglês), divulgado esta manhã na capital americana. O time de economistas do organismo multilateral ampliou ligeiramente a estimativa para o crescimento global este ano, de 3,6% para 3,7%, e manteve inalterada a previsão para 2015, a 3,9%.
A atividade brasileira, porém, foi cortada de 2,5% para 2,3% em 2014 e de 3,2% para 2,8% no próximo ano. Confirmados os resultados, o Brasil fechará em 2015 meia década com expansão abaixo de 3%, inferior portanto ao seu Produto Interno Bruto (PIB) potencial - quanto o país pode crescer sem gerar pressões inflacionárias e gargalos -, geralmente calculado a 3,5%.
Pela análise do relatório, enquanto várias nações ganharam tração no segundo semestre de 2014 (como os Estados Unidos, os membros da zona do euro, China e Índia), o Brasil patinou em meio a problemas estruturais. Avaliando os emergentes de forma geral, o FMI manteve praticamente inalterada a projeção de crescimento do grupo: 5,1% em 2014 e 5,4% em 2015 (alta de 0,1 ponto percentual). China e Índia se destacam.
Em suas últimas apresentações, o FMI tem alertado para a necessidade de o Brasil implementar reformas estruturais que favoreçam os investimentos privados, bem como de adotar políticas mais claras nos campos regulatório e fiscal. O Fundo também vem emitindo sinais amarelos em relação à persistência da inflação em patamares elevados e ao intervencionismo estatal excessivo na economia, que abala a confiança de investidores e cria distorções, como a contabilidade criativa nas finanças públicas e a expansão do crédito pelos bancos federais. ( O Globo)
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Um dos vídeos mais revoltantes já publicados na história deste Blog...
No dia 3 de janeiro, o Secretário de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, o centro do núcleo indigenista no Governo do PT, deu uma entrevista à "Voz do Brasil" sobre a retirada de não indígenas da reserva Awá-Guajá, no noroeste do Maranhão. No programa, Maldos, a mão esquerda e oculta de Gilberto Carvalho, disse que a maioria dos pobres agricultores que estão perdendo suas terras se dedica a atividades ilícitas, como plantação de maconha. Leia mais no Blog Questão Indígena. Divulgue. Espalhe. Abrace a causa dos produtores rurais.
NO BLOG DO NOBLAT
FRASE DO DIA
"Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose. É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil. Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos!" (Carta aberta de 13 bispos maranhenses convocando uma caminhada para o próximo dia 2).
João Domingos, Estadão
O vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), acha que a Casa vai rejeitar a cassação do mandato do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 9 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
João Paulo é o único dos quatro deputados envolvidos no escândalo do mensalão ainda em liberdade e no exercício do mandato, embora o presidente do STF, Joaquim Barbosa, tenha rejeitado seus recursos e decidido que ele deve cumprir a pena.
Cristiane Bonfanti, O Globo
O Brasil criou 1.117.717 postos de trabalho com carteira assinada em 2013, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira. O número representa uma queda de 14% na comparação com o total de 1.301.842 empregos criados em 2012 e é o pior resultado em 10 anos.
O Ministério do Trabalho ressaltou que, apesar da desaceleração, o mercado de trabalho formal apresentou, pelo quinto mês consecutivo (de agosto a dezembro), maio dinamismo frente ao mesmo período de 2012. Em termos setoriais, o setor de serviços apresentou o maior aumento no número de empregos, com abertura líquida de 546.917 postos. No comércio, foram abertas 301.095 vagas e, na indústria de transformação, 126.359. A construção civil, por sua vez, abriu 107.024 postos de trabalho e a administração pública, 22.841. A indústria extrativa mineral criou 2.680 vagas e a agricultura, 1.872.
NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
— Kaíque, 17 – Atenção, dona Maria do Rosário: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”;
NO BLOG DO JOSIAS
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