DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 28-10-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

O Senado Federal joga para a plateia, com o discurso de “corte de gastos”: demitiu 512 terceirizados com carga horária de oito horas e voltou a recontratá-los com jornada de trabalho de seis horas e salários maiores. Só na primeira recontratação, de 65 profissionais, vai pagar R$ 3 milhões ao ano. No antigo contrato, eles custavam 30% menos: R$ 2 milhões. Vão trabalhar apenas 30 horas semanais, em vez de 40.

Dos 65 comissionados realocados no Senado, 43 recebiam R$ 3.541; passaram a ganhar desde 18 de outubro remuneração de R$ 3.669.

Já os outros 21 recontratados no Senado receberão R$ 5.181, exatos R$ 503 a mais dos R$ 4.678 de antes para fazer o mesmo serviço.

A empresa Planalto terá do Senado R$ 3.669 para contratar cada copeiro, que receberá como salário menos de um terço desse valor.

A Conab pagou R$ 11 milhões de suco de uva, através de cooperativas do Rio Grande do Sul, sem licitação, usando o Programa de Aquisição de Alimentos. As cooperativas Nova Aliança e Aurora receberam em dezembro de 2012 à vista, mas a entrega só começou a ser feita seis meses depois. E pior: só chegaram em Curitiba 119 mil dos 3,7 milhões de litros, tudo sem carimbo da fiscalização estadual nas notas fiscais.

A nota fiscal da compra diz que cada garrafa tem 2 litros, mas notas de avarias registram apenas garrafas 1,5 litro por garrafa quebrada.

O suco não foi comprado para ser doado: a ordem de doação só se deu após ser identificada falhas no armazenamento do produto.

O Ministério da Saúde negociou acordo com aeroportos e empresas do setor para poupar a FAB da exclusividade no transporte de órgãos para transplantes. Agora, as companhias aéreas é que farão o transporte, e de graça. Tornará o Sistema Nacional de Transplantes ainda mais ágil.

Programa de fortalecimento da agricultura familiar, o Pronaf recebeu nos oito anos de governo do ex-presidente Lula cerca de R$ 1,5 bilhão. Isso representa apenas 2% dos R$ 67,3 bilhões do Bolsa Família.

Após a presença de estatais chinesas no leilão do campo de Libra, o vice Michel Temer reforçará, em viagem àquele país, o convite para outros leilões de concessões – portos, aeroportos, rodovias etc.


NO BLOG DO CORONEL

Depois de dar um calote oficial de U$ 5 bilhões na refinaria Abreu e Lima, deixando a Petrobras sozinha no empreendimento, o calote da Venezuela nas empresas brasileiras era mais do que anunciado. É o socialismo do Século XXI do PT, do Lula e da Dilma: o país vizinho quebra por gestão populista e eleitoreira e quem paga a conta são os brasileiros. A dívida da Venezuela, é claro, será embutida nos preços de quem levou o golpe. Uma vergonha. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.
Depois de estimular negócios com a Venezuela, o governo do Brasil agora cobra do país vizinho "calotes temporários" de exportações de empresas brasileiras feitas neste ano. Em alguns casos, o atraso nos pagamentos de produtos vendidos ao mercado venezuelano, que vive um momento de escassez, chega a quatro meses. A situação já preocupa os empresários brasileiros, especialmente os que começaram a negociar mais recentemente com a Venezuela, e levou o governo a enviar uma missão ao país para tentar solucionar o problema.
Na segunda-feira passada, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e o assessor especial da presidente para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, viajaram a Caracas para conversar com autoridades venezuelanas sobre os atrasos, segundo apurou a Folha. Oficialmente, a missão brasileira teve como objetivo reforçar a disposição brasileira de ajudar o parceiro comercial a superar sua crise de abastecimento, mas os pagamentos atrasados foram um dos temas principais.
Nesta semana, a Venezuela informou que terá de importar 400 mil toneladas de alimentos de países latino-americanos em novembro e dezembro, sendo que 80 mil toneladas de carne e grãos virão do Brasil. O calote temporário está sendo provocado principalmente pela crise econômica na Venezuela, que faz o governo local exercer forte controle sobre a saída de dólares, o que tem atrasado o pagamento de suas importações.
O total dos pagamentos em atraso não é revelado, mas o montante em jogo é significativo: o Brasil exportou para a Venezuela US$ 3,1 bilhões até setembro. Segundo um empresário ouvido reservadamente, o maior problema está na exportação de alimentos, setor que recebeu estímulo do governo brasileiro para aumentar as vendas à Venezuela diante do quadro de escassez.
A Folha apurou que os atrasos no pagamento de exportações de carnes bovinas e de frango estão na casa de quatro meses. Até setembro, as vendas destes produtos à Venezuela somaram US$ 737 milhões. A BR Foods e a JBS são algumas das empresas que exportam para lá. Há um histórico de atrasos. Eles, entretanto, nunca foram tão grandes. O problema começou com o setor de construção pesada.
Neste ano, representantes das empreiteiras reclamaram às autoridades venezuelanas e os pagamentos, que estavam suspensos, foram parcialmente retomados. A Odebrecht, que possui obras importantes no país, como as do metrô de Caracas, já enfrentou problemas no passado recente.
A relação Brasil/Venezuela ganhou impulso no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e seguiu no mesmo ritmo no de Dilma Rousseff, estimulando parcerias e defendendo politicamente a administração de Hugo Chávez (1954-2013) e de seu sucessor Nicolás Maduro. Parcerias que nem sempre foram bem-sucedidas, como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O negócio era para ser uma sociedade entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA, que até hoje não colocou dinheiro no projeto.
VIÉS
Casos como esse levaram críticos da oposição a apontar o viés ideológico do favorecimento à Venezuela. Lula e Chávez foram expoentes da guinada à esquerda na América Latina nos anos 2000.A Venezuela inclusive foi integrada ao Mercosul justamente quando o país que se opunha à sua entrada, o Paraguai, estava suspenso do bloco aduaneiro.
Em 2012, as exportações brasileiras para a Venezuela foram de US$ 5 bilhões. Este ano, apesar das vendas totais à Venezuela terem caído 17%, os cinco principais produtos exportados pelo Brasil cresceram quase 30%. São produtos essenciais em tempos de crise de abastecimento: carne bovina, bois vivos, carne de frango, açúcar e medicamentos. Produtos como preparação para elaboração de bebidas também deram um salto de 93%. Uma crise com os fornecedores brasileiros não interessa aos venezuelanos, já que o Brasil é o quarto principal fornecedor, atrás de EUA, China e Reino Unido. No ano passado, o país forneceu quase 10% de tudo o que a Venezuela comprou.

Dilma, um governo completamente fora da realidade.
Um empresário do setor portuário dos Estados Unidos procurou este ano a embaixada brasileira em Washington em busca de informações sobre o plano de investimento do governo para a área. Recebeu a orientação para visitar o site da Secretaria dos Portos, mas achou apenas uma apresentação em português. Falta de traduções, erros de informação, improvisação e muito amadorismo nos contatos profissionais têm marcado a tentativa do governo de atrair investimentos estrangeiros para projetos de infraestrutura no Brasil.
Ao empresário americano, não restou outra opção a não ser pagar um representante para viajar ao Brasil. Mas, até agora, ele não conseguiu o sinal verde para instalar seu projeto de um terminal de uso privativo. Num momento em que o autoridades do governo viajam por Ásia, América do Norte e Europa oferecendo investimentos de quase R$ 500 bilhões, os empresários estrangeiros reclamam da qualidade do marketing brasileiro e da falta de profissionalismo nos projetos.
Mesmo para uma experiência relativamente bem-sucedida em atrair investimento externo, como no caso do leilão do campo de petróleo de Libra, que contou com participação de chineses, anglo-holandeses e franceses, não era possível encontrar até a sexta-feira passada — ou seja, quatro dias após a licitação — informações em inglês sobre o resultado do evento no site oficial em língua inglesa da Agência Nacional de Petróleo (ANP), owww.brasil-rounds.gov.br.
Para Marcelo Torto, analista-chefe Ativa Corretora, o interesse de estrangeiros na área de Libra foi “surpreendente”, diante do ambiente de insegurança jurídica que cerca as concessões no país:— O governo tem trabalhado em um esquema de tentativa e erro nas concessões de infraestrutura. Se um edital não atrai a atenção, remodelam uma coisa ou outra depois de já terem publicado as regras.
Não há uma autoridade que responda pelas ações de atração de investimentos em infraestrutura em geral. Procurada, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) informa que só cuida de investimentos de foco comercial e industrial, não de eventos datados. A assessoria de comunicação da Casa Civil direcionou as perguntas do GLOBO sobre o funcionamento dos road shows ao Ministério da Fazenda, que se limitou a traçar um cenário macroeconômico.
Com esta estratégia, o governo deixou escapar investidores privados do leilão de Libra — como as empresas americanas — e teve de prorrogar mais uma vez o edital do Trem de Alta Velocidade (TAV). Apesar da aceleração dos investimentos diretos estrangeiros no últimos anos, o Banco Central acaba de revisar para baixo a projeção deste ano, de US$ 65 bilhões para US$ 60 bilhões — menor que do ano passado.
Sem retaguarda técnica nas apresentações
Nos bastidores, técnicos da equipe econômica admitem que o governo tem uma estratégia confusa na comunicação com investidores estrangeiros. No último road show, em Nova York, do qual até a presidente Dilma Rousseff participou, só houve discursos do alto escalão, mais genéricos. Faltaram encontros de técnicos com interessados nos projetos. — Sempre tem de existir uma retaguarda técnica que detalha e tira dúvidas. Isso não aconteceu no último road show — disse um técnico.
Ele admite que técnicos do governo têm contato próximo com os empresários nacionais, mas o mesmo não acontece no âmbito internacional. Indagados, Casa Civil e Fazenda não responderam.Segundo técnicos que já participaram de road shows, o governo precisaria incluir nas viagens mais representantes de ministérios e de agências reguladoras, conhecedores dos projetos.— O governo acha que basta dizer que o Brasil tem potencial para que o estrangeiro venha colocar seu dinheiro aqui, mas não é bem assim. Não adianta ficar só falando o que é que a baiana tem. Isso é uma ingenuidade — disse uma fonte que acompanhou road shows de perto.
Atraso de 40 minutos em ‘road show’
O Secretário de Política Econômica da Fazenda, Marcio Holland, disse que o governo tem ampla e regular agenda de reuniões com o setor privado doméstico e estrangeiro, nas quais são detalhados os cenários econômicos, o funcionamento de nossos mercados e os incentivos creditícios e tributários.— O Brasil tem se mostrado bastante atrativo ao investimento estrangeiro direto, tanto que nos últimos dois anos recebeu mais de US$ 60 bilhões por ano, ficando entre os cinco maiores destinos do mundo e, este ano, deve ficar também em torno de US$ 60 bilhões.
O consultor americano Mark Cowan, da Cowan Strategies, relata que costuma ver no exterior agentes a serviço de países como China, Equador e Colômbia, mas diz que o Brasil é um dos poucos que não contrata representantes para fazer esse tipo de contato, em que se obtém mais comprometimento dos parceiros do que emroad shows. — É como viajar: você não vai a Aruba só pelo anúncio. É algo pessoal, que alguém tem de te convencer. O mesmo ocorre com investimentos. As pessoas e instituições não vão investir porque o governo anuncia as oportunidades, mas se tiverem um contato pessoal — disse Cowan.
Uma fonte que acompanha os road shows brasileiros lembra que não são raros os casos em que o estrangeiro pede detalhes sobre um projeto, conta, e o governo brasileiro apresenta informações defasadas ou responde: “estará no edital”.Recentemente, em reuniões com americanos, um dos encarregados de “vender” o Brasil lá fora disse que o país desejava ter mais investidores com o perfil dos que aplicam em fundos de pensão de sindicatos dos EUA. Ele desconhecia, porém, que a maioria é impedida por uma lei americana (Taft-Hartley Act) de investir cifras significativas fora do país.
Outra reclamação é a displicência com que as autoridades tratam o potencial investidor. No último road show, em Nova York, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou com 40 minutos de atraso. Neste período, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, improvisou uma fala no palco organizado pelo Goldman Sachs. Em outra ocasião, o governo cancelou um road show no Canadá poucos dias antes de sua realização e até hoje não remarcou o evento.
O descompasso entre os editais e a realidade é outro aspecto que espanta interessados. Como ocorreu nos editais das concessões rodoviárias, nos quais o governo supõe uma taxa básica de juro (Selic) em 7,5% — hoje a taxa já está em 9,5% — e considerações como a de que a crise financeira mundial está intensa.— Nos editais de países desenvolvidos coisas desse tipo não ocorrem. O estrangeiro tem medo de vir para o Brasil — afirma Torto. (O Globo)

NO BLOG DO NOBLAT

Janaína Figueiredo, O Globo
Exatamente três anos após a morte do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), o governo de sua viúva e sucessora, a presidente Cristina Kirchner, sofreu mais um revés nas urnas, em meio a um clima de apreensão pela saúde da chefe de Estado argentina, que continua de licença e ainda sem data para retornar à Casa Rosada.
De acordo com pesquisas de boca de urna divulgadas por canais de TV locais, nas eleições legislativas realizadas ontem para renovar metade da Câmara e um terço do Senado, o desempenho dos candidatos kirchneristas foi, em alguns casos, pior do que nas Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO), realizadas em 11 de agosto passado — que até então tinham marcado o pior desempenho nas urnas do kirchnerismo.
Os aliados de Cristina foram derrotados nos principais distritos eleitorais, entre eles a província de Buenos Aires, onde o grande vencedor foi o peronista Sergio Massa (foto abaixo), um ex-kirchnerista que este ano lançou seu próprio partido e surgiu como uma das grandes promessas para a eleição presidencial de 2015.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO


NO BLOG DO JOSIAS


- Charge do Duke, via O Tempo.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Black Bloc é o codinome pernóstico de uma ramificação da família dos fora-da-lei
black
Num parágrafo do artigo que publicou em seu blog neste domingo, ilustrado por vídeos que documentam a ação abjeta dos agressores e a reação exemplarmente sensata do coronel Reynaldo Simões Rossi, da PM de São Paulo, o jornalista Josias de Souza fez o resumo da ópera: “Já passou da hora de definir melhor as coisas. Está nas ruas uma estudantada corpulenta, de cara coberta e violenta. Esse grupelho adquiriu o vício orgânico de tramar contra o sossego alheio. Vândalos? É muito pouco! Black Blocs? O escambau! Traduza-se para o português: bandidos, eis o que são”.
Perfeito: bandidos, é isso o que são os integrantes dessa ramificação da grande e prolífica família dos fora-da-lei. Em sua versão brasileira, Black Bloc é o nome pernóstico de uma quadrilha sem chefe. No País do Futebol, o time vestido de preto é o primo mais idiota da pior das torcidas uniformizadas. No País do Carnaval, é o filhote poltrão do Comando Vermelho, que cobre o rosto com máscaras para fazer em liberdade o que os colegas engaiolados fazem de cara lavada.
O ataque ao coronel Rossi parece ter acordado os responsáveis pela manutenção da ordem pública. “Não vamos tolerar as ações desses marginais”, subiu o tom neste sábado o governador Geraldo Alckmin. “O Estado vai dar uma resposta muito forte a esse bando de criminosos”, prometeu no mesmo dia o major Mauro Lopes, porta-voz da PM paulista. “É necessário restituir o que a cidade perdeu. A cidade é nossa”.
Não existe resposta mais forte do que a imediata aplicação da lei. Basta identificar, capturar, processar, julgar e prender os sequestradores de cidades. “O direito de se manifestar será sempre garantido pela polícia”, lembrou o coronel Rossi no hospital onde se recupera de uma fratura na clavícula. “Mas os manifestantes precisam ter responsabilidade. Devem separar-se dos criminosos e nos ajudar a identificá-los. O silêncio dos bons é muito pior do que o ruído dos ruins”.
Os pastores do vandalismo não querem negociação, pondera Rossi, um dos 70 policiais militares feridos nas manifestações deste ano. “Eles atacam a PM por representar o Estado, é o Big Brother deles”. Atacam sobretudo porque se sentem impunes. Nada que uma boa cadeia não resolva. É hora de mostrar aos rebeldes sem cabeça que chegou ao fim a paciência da cidade flagelada por devotos da violência gratuita.
A ofensiva começa pelo fim da fantasia: não existem Black Blocs. Existem bandidos, que de bandidos devem ser chamados. E como bandidos precisam ser tratados pelas instituições incumbidas da preservação do Estado de Direito.

Publicado no Estadão de 27-10-13
Ao longo da última semana, a presidente Dilma Rousseff declarou ao menos três vezes que seu governo está cumprindo os “cinco pactos” que ela propôs durante as manifestações de junho passado. Não é, portanto, algo casual. Dilma quer fazer o eleitor acreditar que o Brasil, graças à varinha mágica de seu governo, está hoje muito melhor do que há quatro meses. » Clique para continuar lendo



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