OS OLHOS EXTERNOS SOBRE O BRASIL
Olhos externos
Míriam Leitão, O Globo
Numa webconferência esta semana, a Standard & Poor’s indicou claramente que existe a possibilidade de o Brasil ter sua classificação de risco rebaixada. Alguém pode dizer: “Agências? Quem liga para as agências? Elas erraram tanto!” Apesar dos erros, suas classificações ainda fazem subir ou cair o preço cobrado nos empréstimos aos países ou às empresas. É preciso ficar atento ao que elas dizem.
Além do mais, o Brasil sabe que, de fato, os problemas aumentaram: o governo não investiu o que estava autorizado pelo orçamento nos últimos anos, mas os gastos de custeio aumentaram mais do que as receitas.
Houve sucessivos e abusivos truques contábeis que tornaram menos confiáveis os indicadores fiscais, o país cresce pouco e a população está descontente.
No meio de tudo isso, um grande grupo empresarial, alavancado principalmente em bancos públicos, está passando por uma traumática reestruturação. O Brasil hoje é um país mais arriscado e, em parte, por erros na condução da política econômica.
Nesse contexto é que a Standard & Poor's fez esta semana uma conferência pela internet com investidores para dizer como está vendo a economia brasileira. A agência colocou o Brasil em perspectiva negativa e um rebaixamento teria efeito de elevar o custo de captação no país.
O processo de revisão é lento, e isso, de certa forma, é sinal de amadurecimento econômico, segundo a S&P, porque houve aumento na confiança internacional depois de quase 20 anos de estabilização econômica. Esse é o ponto positivo.
O negativo é que o diretor para risco soberano da agência Sebastian Briozzo enxerga um enfraquecimento estrutural da economia brasileira, nos últimos anos, com crescimento baixo, divida pública em alta, investimentos fracos, tanto do governo quanto do setor privado.
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Do Blog do Boblat
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