Eram oito horas da manhã de um sábado de maio. Chico levantara-se apressado. Dormira demais. Trabalhara muito na véspera, psicografando uma obra erudita de Emmanuel. 
Não esperara a charrete. Fora mesmo a pé para o escritório da Fazenda. 
Não andava, voava, tão velozmente caminhava. Ao passar defronte à casa de D. Alice, esta o chama: 
– Chico! Estou esperando-o desde as seis horas. Desejo-lhe uma explicação. 
– Estou muito atrasado, D. Alice. Logo na hora do almoço lhe atenderei. 
D. Alice fica triste e olha o irmão, que retomara os passos ligeiros a caminho do serviço. 
Um pouco adiante, Emmanuel lhe diz: 
– Volte, Chico, atenda à irmã Alice. Gastará apenas cinco minutos, que não irão prejudicá-lo. 
Chico volta e atende. 
– Sabia que você voltaria, conheço seu coração. 
E pede-lhe explicação como tomar determinado remédio homeopático que o caroável Dr. Bezerra de Menezes lhe receitara, por intermédio do abnegado médium. Atendida, toda se alegra. E despedindo-se: 
– Obrigada, Chico. Deus lhe pague! Vá com Deus! 
Chico parte apressado. Quer recobrar os minutos perdidos. Quando andara uns cem metros, Emmanuel, sempre amoroso, lhe pede: 
– Pare um pouco e olhe para trás e veja o que está saindo dos lábios de D. Alice e caminhando para você. 
Chico para e olha: uma massa branca de fluidos luminosos sai da boca da irmã atendida e encaminha-se para ele e entra-lhe no corpo... 
– Viu, Chico, o resultado que obtemos quando somos serviçais, quando possibilitamos a alegria cristã aos nossos irmãos? 
E concluiu: 
– Imagine se, ao invés de VÁ COM DEUS, dissesse, magoada, "vá com o diabo". Dos seus lábios estariam saindo coisas diferentes, como cinzas, ciscos, algo pior... 
E Chico, andando agora naturalmente, sem receio de perder o dia, sorri satisfeito com a lição recebida. Entendendo em tudo e por tudo o SERVIÇO DO SENHOR, refletindo nos menores gestos, com os nomes de Gentileza, Tolerância, Afabilidade, Doçura, Amor.   
Extraído do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" de Ramiro Gama. 
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