O CÂMBIO E A PETROBRAS

Câmbio pode agravar situação da Petrobras

Por Pedro Luiz Rodrigues

Espero, sinceramente, que o trabalho de manutenção de plataformas da Petrobras que dura já tantos meses esteja chegando ao fim. Com o passar do tempo, essa explicação vai se tornando mambembe, perdendo credibilidade até mesmo junto aos segmentos menos esclarecidos da opinião pública.

 A verdade que dói, depois de a empresa ter comemorado com tanta ênfase, há alguns anos, o alcance da autossuficiência no setor, é que retornamos à situação de importadores líquidos de petróleo.

Os dados são impressionantes. De 2008 para cá, o consumo de gasolina cresceu 60%, a a decantada autossuficiência foi para o brejo. Se em 2007 o País estava numa situação confortável, exportando quase 2 bilhões de dólares de gasolina, está hoje diante da necessidade de importar mais de 3 bilhões de dólares.

De 2008 a 2012, o consumo de gasolina cresceu 58%. O Brasil saiu da situação de exportador de gasolina, com receita de US$ 1,8 bilhão em 2007, para a de importador, com gastos de US$ 3 bilhões em 2012.

E quando se é importador líquido de petróleo o País fica numa situação delicada quando o tema é o câmbio. Diante do insucesso em se conseguir aumentar a produtividade da indústria nacional, nossas exportações vieram decrescendo lentamente, até chegar à situação atual, de  resultados negativos na balança comercio. Para esse setor a desvalorização do real que está em curso é uma dádiva, na medida em que melhora a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

Mas, no que diz respeito ao câmbio, será mau para a Petrobras o que for bom para o Brasil. Os custos das importações de petróleo tenderão a aumentar, exercendo pressões adicionais sobre a balança comercial e as contas externas, de modo geral.

Na esfera interna, há três anos a empresa vem apresentando perdas financeiras, por ser compelida a comercializar os combustíveis que produz a preços inferiores aos que recomendaria o mercado. Isso por conta da política de contenção de preços determinada pelo Governo, para buscar controlar a inflação. Em outras palavras, a Petrobras subsidia o consumidor nacional.

É uma típica situação de se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. A desvalorização fará com que aumente a diferença entre o preço dos combustíveis que a empresa vende aos consumidores brasileiros e aqueles praticados no mercado internacional. Situação que só fará aumentar o prejuízo da Petrobras.


Da Coluna do Cláudio Humberto de 06/06/2013 | 15:59

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