UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES - 10-5-2013


Nenhum réu da Ação 470 (mensalão) espera absolvição total. Ficam satisfeitos em prisão semi-aberta. Mas houve visível REDUNDÂNCIA e CONTRADIÇÃO. Fora dos jogos de cartas, todos são rigorosamente de azar. Cassino, então, nem se fala.

Helio Fernandes
As incompatibilidades do julgamento do mensalão, são mais do que evidentes. Já disse aqui: é quase certo que o Ministro Teori Zavascki (que votará pela primeira vez) acompanhe os 4 ministros que absolveram os réus por formação de quadrilha.
Nem é preciso conversar com ele. Basta consultar seus votos na matéria, durante os longos anos em que esteve no STJ (Superior Tribunal de Justiça. Por que mudaria de voto agora? Não transigiu antes, porque transigiria nos últimos cinco anos como magistrado, no mais alto tribunal do país?
Também é compreensível acreditar na razão de Dona Dilma não nomear o substituto de Ayres Brito por 6 meses, como já expliquei aqui. O voto contra ou a favor do novo ministro, atingiria a popularidade dela. Internamente, junto do PT, ou externamente, na repercussão da opinião pública.
REDUNDÂNCIA
Condenar o mesmo personagem duplamente, por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, é absurdo e redundância. Toda lavagem de dinheiro é feita natural e obrigatoriamente com dinheiro sujo. O juiz pode escolher um dos dois para enquadrar o réu, mas nos dois?
Calcula-se há anos que exista muito dinheiro no exterior. Diversos governos ofereceram vantagens para quem repatriar (?) essas fortunas. No momento avaliada em muitos bilhões de dólares. Até agora o governo só conseguiu bloquear 3 bilhões.
Por que ninguém traz esse dinheiro? Por que é produto de acumulação ilícita, é o chamado “dinheiro sujo”. Está aí Paulo Maluf que não deixa ninguém mentir.
CONTRADIÇÃO
O ex-presidente Collor sofreu o impeachment, obrigatoriamente autorizado pela Câmara, julgado e condenado pelo Senado. Cassado e inelegível por 8 anos, recorreu ao Supremo, foi absolvido por falta de provas.
Agora, desprezaram as provas, condenaram pelo que chamara de “domínio do fato”. Ora, isso é apenas uma suposição do juiz, ele “acredita” que o réu sabia de tudo. Não tem provas nem a mínima certeza, mas todos, sem exceção, politicamente foram enquadrados nesse “domínio do fato”.
PS – De todos os que estão sendo julgados, jamais troquei uma palavra com qualquer um deles. Como não vou a Brasília, nem mesmo com políticos conversei.
PS2 – Exceção para José Dirceu, com quem falei telefonicamente uma vez, nas circunstâncias que vou narrar e com nomes dos personagens.
PS3 – A partir da instalação do governo Lula, a Tribuna da Imprensa continuou discriminada, como sempre. E também como sempre, não falei com ninguém. Um dia o Requião, que estava no governo do Paraná, apoiou e votou no Lula, foi a Brasília por exigência do cargo.
PS4 – Esteve com o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e disse: “Não é possível que vocês discriminem a Tribuna, o Helio foi um dos raros resistentes o tempo inteiro da ditadura”. Eu não falara nada com Requião, nem autorizara que chamasse a atenção do Dirceu.
PS5 – No dia seguinte, o chefe da Casa Civil me telefonou oficialmente: “Helio, é impossível que esse governo discrimine você e a Tribuna, estamos no Poder, muito por causa da tua resistência”. Disse que ia tomar providências.
PS6 – Três ou quatro dias depois, me telefonou se lamentando. Nem sabia que anos depois iria ser julgado, me disse: “Helio, falei com o Luiz Gushiken, ele disse, “enquanto eu for o responsável pela distribuição da publicidade do governo, a Tribuna não recebe nenhum centímetro”.
PS7 – Eu jamais falara com esse ministro Gushiken, e a conclusão óbvia é que Dirceu não mandava tanto. Dirceu e Requião, senador agora, e acho que nem vota mais em Lula ou no PT, estão aí para confirmar esse fato estarrecedor.
PS8 – Curiosa e estranhamente, o procurador-geral não denunciou Gushiken, o relator aceitou, foi o único não julgado.
AS ADVERSIDADES DE CAMPOS
Tentando refazer a caminhada, o governador de Pernambuco conversou com o governador do Ceará. Do mesmo partido, mas contra sua candidatura agora. Cid Gomes é hábil e conversável, mas o objetivo de Campos era o irmão, Ciro.
Colocou a ideia, Cid telefonou para Ciro, que respondeu na hora: “No momento estou sem tempo”. Por que a recusa? Presidenciável em 2010, Ciro foi vetado por Campos, não esquece. Campos vai insistir.
PS – Mario Vieira, de certa maneira,  a administração de uma casa tem muito a ver com a administração de um país. É lógico que as proporções são enormes. Mas você colocou o básico:  se sua mulher gasta mais do que você ganha, é lógico que a dívida inundará sua casa.
Ps2 – Jorge Béja, só tratei de jogos de cartas. Jogo bancado é evidente jogo de azar. Os rateados, mais ainda. Eu e você, durante anos, denunciamos a tentativa de fraudar os rateios lotéricos, nunca nos desmentiram.
PS3 – Excluí totalmente o pôquer dos jogos de azar, mas mesmo outros carteados têm um coeficiente grande de inteligência. Os mais populares, como pif-paf, caixeta, estique pôquer etc.
PS4 – os mais dedicados aos jogos, levam vantagem. Na verdade, Béja, o mais inteligente leva vantagem até atravessando a rua. Em cassinos, perdem sempre, é o jogo bancado.
PS5 – Deixei de incluir o bridge, porque considero que é carteado, mas também esportivo. Existe até Campeonato Mundial de Bridge. E, lógico, os campeonatos internos dos países. É evidente que pode haver aposta, mas isso é aleatório e eventual.
Da Tribuna da Imprensa de 10-5-2013.

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