UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES


Como “dono” da Vale, o pai de Eike Batista morou na União Soviética e na Alemanha. Carandiru: estranho e sem condenação de fato. Aécio e FHC juntos para sempre, na vitória (DIFÍCIL) ou na derrota (PREVISÌVEL).

Helio Fernandes
Ontem ressaltei aqui que o “massacre” do Carandiru era “estranho e inexplicável”. Depois do julgamento, ficou tudo ainda mais complicado (o número de mortos, 111, aumenta o mistério. Para facilitar, sintetizo:
 20 anos para ser julgado
1 – 20 anos para o julgamento. 2 – Condenado, absolvido e assassinado o comandante da operação da PM. 3 – O depoimento (agora) do governador da época, Fleury, cheio de incongruências, a palavra é usada deliberadamente. 4 – Apenas 15 homicídios examinados, acusados 26 PMs, 3 absolvidos.
5 – Esses 23 responsabilizados e condenados a 156 anos jamais cumprirão pena. 6 – Já esperaram 20 anos em liberdade, têm o direito de continuar livres, é da Constituição. 7 – A opinião pública não entende, mas todos eles são apenas acusados e não réus.
8 – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na AP 470 (mensalão), pediu que os condenados fossem presos imediatamente. 9 – Absurdo, a rumorosa ação, e certamente a mais importante da nossa História, não terminara e não terminou, ele sabia disso.
10 – No estranho caso do Carandiru, quando a ação chegar ao Supremo, estarão todos mortos ou o crime prescrito. 11 – Rui Barbosa, sempre atual: “Justiça que tarda não é Justiça”. !2 – Ou como dizia o Millôr, ironizando a ditadura militar: “Justiça FARDA mas não TALHA”.
O AUMENTO DOS JUROS:
INÓCUO, INÚTIL, INDIFERENTE
FHC entregou o governo a Luiz Inacio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2003, juros em 25%, cravados. Desde esse primeiro ano, Lula deixava de ser um sindicalista tido como analfabeto, para começar trajetória e caminhada consagradora. Deixou FHC longe. Lula pode sofrer restrição, mas não comparação.
Agora, mais 0,25% ou menos qualquer coisa, nenhuma importância. O que interessa é a tendência, é o que se pretende, é o limite da esperança ou da expectativa.
O resto, divagação ou exibicionismo de economistas do governo. Como já disse e repeti durante anos: “80% desses economistas oficiais deveriam ser condenados à prisão perpétua. Terminada a pena, fuzilados”.
AECIO-FHC,
SEMPRE JUNTOS
O ex-governador de minas tem andado muito com o ex-presidente. Ainda nao percebeu que FHC “acrescenta” à sua candidatura, colossal carga negativa. Anteontem, lado a lado, e com aplauso de FHC, o senador afirmou: “A Presidente Dilma, na ação no Congresso (questão da criação de novos partidos) foi truculenta e casuística”.
Embora não concorde com a posição do governo e de Dona DIlma (questão dos partidos), considero que Aecio não poderia dizer o que disse, apoiando e apoiado por FHC. Este foi truculento, casuístico e aproveitador, comprando por muito bom dinheiro a própria reeleição.
Em toda a História da República, desde a eleição do primeiro civil (Prudente de Moraes, 1894), jamais houve reeleição. Prudente não admitiu. Campos Salles queria, não conseguiu. Chegamos até 1998, sem reeleição. Admito que fosse aprovada a reeleição para um futuro presidente. Mas para o próprio, no Poder?
DESAPARECE A MULHER MAIS RICA
DO BRASIL, “HERDEIRA” DE UMA
EMPREITEIRA-CONSTRUTORA
Já escrevi várias vezes sobre essa herança de 13 BILHÕES de reais, vou me despedir do assunto. Essas empreiteiras-construtoras, desde o tempo de JK, são as mesmas, acumulando fortunas. Mas se julgam e se proclamam generosas, garantem: “Trabalhamos para o Brasil, ganhamos dinheiro lá fora, criamos emprego aqui”.
Essas empresas estiveram sempre envolvidas em acusações enormes, mas enriqueceram despudoradamente, com proteção divina do Planalto. Quantas fortunas foram construídas com Brasília? JK, Sarney e Lula, protetores desses empreiteiros. Menos FHC, ele não construiu, só D-O-O-U.
VITE SANDEU E O ARQUITETO LUIZ
OTAVIO PINHEIRO DA FONSECA,
REMEMORANDO ELIEZER, PAI DE EIKE
Que serviço vocês prestaram à coletividade. Desde 1956, quando comecei a fazer coluna e artigo no Diário de Notícias (continuando na Tribuna) Eliezer era meu personagem inestimável e prioritário. Não era perseguição-obsessão, e sim obrigação. Ele era dono e não presidente da Vale, a grande empresa de minérios, depois DOADA por FHC, o Brasil recebendo tostões em títulos desvalorizados.
Não há o que acrescentar, só ratificar e não retificar. Foi dono da Vale, depois dirigiu a Caemi, foi presidente da Minerações Brasileiras Reunidas, resultado da fusão da Caemi com a Bethlehem Steel e, logo em seguida, o de vice-presidente da Itabira International Company (Nova Iorque). Depos, assumiu a diretoria da Itabira Eisenerz GmbH, em Düsseldorf, Alemanha Ocidental, posto no qual permaneceu até 1974, quando passou a dominar a Rio Doce Internacional S.A., subsidiária da Vale em Bruxelas.
Viajou muito, morou várias vezes no exterior. Mais de um ano na União Soviética e quase dois anos na Alemanha, onde casou com Jutta Fuhrken, natural de Hamburgo, e desse casamento nasceram sete filhos, dentre eles Eike Batista. Seus filhos e até um neto (Thor) têm esses nomes por causa da residência.
Inacreditável: presidentes da República e até ditadores não cobravam nada dele. Voltava, não precisava reassumir, retomava a rotina diária, sem o menor constrangimento.
PS – Deixou para o filho, fortuna em espécie e o mapa-da-mina mineral, começo (e parece que o fim) da aventura.
PS2 – Na única vez em que fingiu responder, indiretamente, afirmou: “Paguei 697 milhões de Imposto de Renda”.
PS3 – Agora, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou audaciosamente: “O BNDES emprestou 37 bilhões, APENAS 10 BILHÕES foram para EIKE BATISTA.
PS4 – A desesperança chega ao apogeu, quando o presidente de um banco de fomento, estatal, EMPRESTA 10 BILHÕES a um aventureiro, e como ressalva, coloca a palavra A-P-E-N-A-S.

Da Tribuna da Imprensa de 23-4-2013

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