UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES - 13-4-2013


Reforma partidária, verdadeiro retrocesso. Deputados só se interessam pelo voto de lista. Partidos recebem por ano 300 milhões. Burrice no Vasco leva Eurico Miranda novamente a presidente.

Helio Fernandes
A reforma partidária (que no Congresso chamam de “Reforma Política”) é uma farsa ou uma falácia. Dos 13 itens indispensáveis que publicamos com auxílio e complementação de muitos comentaristas colaboradores, nenhum deles, mas nenhum mesmo, foi discutido ou incluído nesse projeto.
Desperdiçam tempo e trabalho (?) para nada. Vai continuar tudo exatamente como está. Voto obrigatório, horário “gratuito” na televisão, financiamento público para partidos que não elegem ninguém.
São 29 partidos, fora os que podem surgir até um ano antes da eleição, ou seja, até outubro, nada está sendo modificado.
Hoje quero falar sobre o Fundo Financeiro para pelo menos 10 partidos que não existem, e a participação de todos no horário “gratuito”. Noutro dia escrevi aqui que esses 29 partidos recebem por ano 240 milhões. Um jornalista de “O Tempo”, Rodrigo Freitas, escreveu que já são “300 milhões por ano”. Maravilha (para eles), além do mais, chamam essa divisão de “proporcional”.
Como é que acham essa “proporcionalidade”, se pelo menos 10 partidos têm ZERO de representatividade? Os “candidatos” que aparecem no horário de televisão “gratuito” são completamente desconhecidos. Profissionais de aparecerem sem jamais terem voto algum. Isso está sendo mantido nessa reforma que não transforma coisa alguma.
VOTO DE LISTA FINALMENTE
SERÁ DERROTADO
O único ponto que parece caminhar a favor do cidadão-contribuinte-eleitor é a derrota do chamado voto de lista. Um grupo quer articular esse tipo de voto, que favorece os que dominam a cúpula. “Justificam”, dizendo, o eleitor vota no partido, é mais democrático.
MICHEL TEMER,
ELEITORALMENTE INÓCUO
Mentira e das grandes. Digamos que os maiores partidos, vá lá, quatro ou cinco, tenham 20 ou 30 “líderes”. Com poucos votos. Colocados na cabeça da relação, se elegem sem trabalho e sem campanha. O melhor exemplo é Michel Temer. Jamais se candidatou a senador, prefeito ou governador, tudo importantíssimo, ele é de São Paulo.
E mesmo como deputado, ficava sempre nos últimos lugares. Às vezes, como suplente, “arranja” logo assumir. Mas chegou a vice-presidente, vice não precisa de votos. Que República.
LEMBRANÇAS NÃO
TÃO FAMILIARES
Só por atenção e consideração, Carlos Frederico Alverga, estou respondendo. Você citou tudo rigorosamente verdadeiro. Sua tia Carmen era cunhada do Millôr, casado com a irmã dela, Wanda.
Carmen foi casada com o jornalista Medeiros Lima, um dos mais importantes de sua geração, diretor da seção política de “O Jornal”, órgão líder dos Diários Associados.
Em 1933, quando houve a famosa Corrida da Gávea (de “baratinhas”, ainda não havia a Fórmula 1), Medeiros Lima tinha uma casa na “Curva do Diabo”, dava a impressão que os carros entrariam na casa dele. Projeto belíssimo do grande Sergio Bernardes. (O Brasil tinha o notável piloto Chico Landi, que se tivesse vivido 50 anos depois, que maravilha).
A foto sobre a qual você fala mostra o Fernando Veloso, meu amigo e do Lacerda, casado com a Carol, como você disse, advogado tributarista, tinha um edifício inteiro como escritório, no Catete, baixinho e gordo como você citou.
Conversei muito com o doutor Rubinho (eu só o chamava assim), ele era engenheiro na Itália, veio para o Brasil, onde morou a vida inteira. Minha irmã Judith, extraordinária figura, praticamente criou a todos, ficamos órfãos de pai e mãe ainda antes dos 10 anos.
Quanto a marcar encontro, desculpe, na minha idade não tenho tempo. Não o tempo-espaço, e sim o tempo-existência. Quando lembro disso, penso em Lenine. Depois de 1905 (quando foram fundados os primeiros sovietes), cansado de prisões e fugas, e tendo sofrido grave atentado, resolveu se exilar.
Foi para a Suíça, com a primeira mulher, Sonia Kupskaya. Estava com uma bala “encostada” no coração, nenhum cirurgião queria operá-lo. Diziam: “O senhor pode nem chegar á sala de cirurgia, viver 100 anos ou morrer em 10 segundos”. Aconteceu essa hipótese em 1923, só anunciada em 1924, 9 dias depois. Minha idade, sem a bala no coração, não me deixa esquecer.
Um grande abraço, Alverga, e obrigado pelas reminiscências.
A CRISE DO VASCO NÃO É ESPORTIVA,
MAS DE BURRICE E INCOMPETÊNCIA
Começou com infelicidade e derrame do grande ex-jogador e treinador Ricardo Gomes. Foi se agravando, Dinamite cometendo erro em cima de erro. Demitiu dois treinadores competentes, dedicados ao clube. Para piorar, contratou Renê Simões para diretor de futebol. É demais.
Agora os salários estão se acumulando, alguns não recebem desde o ano passado. O torcedor (que em pesquisa é o quinto maior do Brasil) não suporta mais. E pede a renúncia de Dinamite.
Com renúncia ou sem renúncia, mais calamidade para o Vasco. Se Dinamite sair ou se esperar a eleição normal, no início de 2014, um candidato já em campanha: Eurico Miranda.
Vi entrevista dele de uma hora, no Fox Esporte. Mais candidato é impossível, e perto de Dinamite, ninguém pode ganhar dele. Como explicar? Eurico quase expulso, volta da forma como saiu. Era deputado eleito pelo Vasco, não tem mais mandato. Mas deve vencer internamente.
EXPECTATIVA ENORME
SOBRE O PAPA FRANCISCO
A condenação dos pervertidos, feita por Francisco, teve enorme repercussão. Antonio Santos Aquino, com a lucidez e o bom senso de sempre, apoiou a decisão. Mas ressaltou: “É possível que a expectativa sobre a atuação de Francisco tenha sido muito alta”.

Da Tribuna da Imprensa de 13-4-2013.

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