Quadrilha de Rose foi responsável por fogo amigo que quase destruiu o consultor Palocci em 2011

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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net 

Exclusivo – O consultor Antônio Palocci Filho foi uma das principais vítimas de um jogo de intrigas armado pela poderosa “doutora” Rosemary Nóvoa de Noronha, em maio de 2011. Por ter contrariado interesses da quadrilha que queria hegemonia no negócio de concessão de aeroportos – operada por Rose e Paulo Vieira -, Palocci acabou detonado da Casa Civil da Presidenta Dilma Rousseff, graças ao vazamento de denúncias sobre o patrimônio por ele obtido em consultorias dadas após deixar o Ministério da Fazenda na gestão Lula.

Foi o fogo nada amigo da turma de Rose quem quase desgraçou Palocci. Foi ela quem teria liderado o vazamento da informação de que Palocci multiplicou o patrimônio pessoal em 20 vezes, com sua empresa Projeto Consultoria, Planejamento e Eventos Ltda arrecadando R$ 7,4 milhões, desde 2006. Palocci contrariou interesses de Paulo Vieira, Rose e, por extensão, do “melhor amigo íntimo” dela, Luiz Inácio Lula da Silva. A queda de Palocci também serviu para tentar imobilizar Dilma – que nunca engoliu Rose – uma nomeação imposta por Lula para a chefia do gabinete presidencial em São Paulo.

Na edição de 16 de maio de 2011, o Alerta total revelou em manchete: “Revelações sobre o milionário patrimônio de Palocci partem do PT para desestabilizar Dilma”. No texto: “Palocci é vítima do fogo amigo dentro do PT. O núcleo paulista do partido, comandado por José Dirceu, resolveu transformar a Presidenta Dilma em refém. As revelações sobre a evolução patrimonial dele podem ter partido de lá. A fonte de intrigas pode ter uma origem também “comercial” – e não apenas política. Ultimamente, Palocci tem contrariado interesses de quem deseja faturar alto com a “privatização” dos aeroportos. Desde quando era deputado federal, ainda no governo Extalinácio, Palocci já pilotava uma eventual privatização da Infraero (ideia da qual o governo já desistiu há muito tempo) e a hipótese de concessão de áreas lucrativas nos aeroportos para os “aliados” empresariais”.

Agora, as investigações da Operação Porto Seguro vão revelando, a conta-gotas, o quanto Rose tinha poder para operar o braço político da quadrilha que se instalou em órgãos públicos para negociações de pareceres fraudulentos e tráfico de influência. A turma de Rose – incluindo o maior admirador secreto dela e o também velho amigo José Dirceu – enxergava Palocci como um “concorrente a ser neutralizado”, inclusive para impedir que Dilma ampliasse seu poder diante da máquina já montada pelo PT desde a gestão Lula.

Palocci atuou, sem aparecer, em meganegócios como consultor. Foi apontado como um dos dos “cirurgiões” contratados e muito bem pagos para coordenar a complicadíssima fusão entre os bancos Itaú e Unibanco, em novembro de 2008. Palocci também teria prestado assessoria internacional para as Organizações Globo. Também teria trabalhado para a Bradesco Holding. A EBX do bilionário Eike Batista também faz parte da lista secreta de clientes de Palocci. Petrobrás, Vale, Pão de Açúcar, Íbis, LG, Samsung, Claro-Embratel, TIM, Oi, Sadia Holding, Embraer Holding, Dafra, Hyundai Naval, Halliburton, Volkswagen, Gol, Toyota, Azul, Vinícola Aurora, Siemens, Royal (transatlânticos) teriam usado os serviços de Palocci.

Em muitos dos negócios de consultoria sob sigilo, Palocci não atuou sozinho. Seu principal concorrente, em muitos dos casos, era o também consultor José Dirceu de Oliveira e Silva, um dos velhos e grandes amigos de Rosemary Nóvoa de Noronha. Até agora, a Operação Porto Seguro nada revelou (oficialmente no inquérito) sobre qualquer parceria de Rose com os queridos Lula da Silva e José Dirceu. Manter tais informações sem virem à tona do mar de lama é um dos maiores desafios da “operação abafa” promovida pelo PT.

Dirceu já paga caro pelo desgaste pessoal e político de ter sido condenado (como mega bode expiatório) no Mensalão, mas o grande godfather de Rosemary, Luiz Inácio Lula da Silva, passou bem longe de qualquer indiciamento. Agora, no Rosegate, não se sabe se Lula terá a mesma sorte – até porque vazaram detalhes íntimos do nível de relacionamento pessoal que ele mantinha com Rose, agora indiciada oficialmente como “o braço político de uma grande quadrilha”.

O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, só espera chegada as suas mãos do inquérito, que corre em velocidade espantosa, para colher mais informações que comprovem ou desmintam que Lula tinha alguma influência nas ações fora da lei praticadas pela Rosemary – que era uma pessoa da total confiança pessoal do ex-Presidente. Lula será chamado a dar explicações sobre o caso. Seja abertamente, ou reservadamente.

A tensão no governo é altíssima. Provavelmente nesta terça-feira, em Paris, Lula terá um encontro (se possível secreto) com a Presidenta Dilma Rousseff. Grandes empresários que apoiam Lula e têm mega negócios com o governo já tentam fazer o meio-de-campo entre ambos, para o Rosegate não acabe em perigo rompimento pessoal e político entre o criador e sua criatura presidencial. Dilma deseja todo rigor na apuração do Rosegate. Mas o núcleo petralha próximo a Lula já ensaia, nos bastidores, jogá-la como conivente com tudo que aconteceu.

O resultado de mais uma autofagia no seio do PT, envolvendo grandes negócios, se torna cada vez mais imprevisível. O "condomínio" está em crise... Seus síndicos correm perigo...

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