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Por Alberto Mendes Junior (*)
 
Sem querer adentrar no campo da psiquiatria - que não é de nossa prática profissional - não podemos nos furtar da análise das ações e atitudes de uma mente guiada exclusivamente pelas vontades que foram bem descritas no caso do mensalão, quando um dos principais atores daquele caso se referiu à outro dizendo que ele lhe despertava “pensamentos primitivos”. Avante: a história se repete, pois o Homem moderno é o mesmo desde a revolução da agricultura há cerca de 12000 anos.

Nosso pequeno personagem, movido por suas profundas distorções e carências de formação intelectual formal, tem comportamento embasado exclusivamente na vivência das ruas. Isto distancia o ser em questão da civilização e, por derivada, do Criador. Age este personagem, segundo sua vontade, que busca resolver desvios e má condutas de todo aquele longo processo acumulado em anos de situações adversas que acumularam ódio, rancor e complexos.

Tudo isso acumulado produziu um pequeno ditador, a semelhança daquele do filme MIB, que opera a máquina de seu assento, localizado na caixa craniana, logo acima do cerebelo, órgão que se orienta exclusivamente pelos estímulos mais básicos e primitivos.

Este “serzinho” é incapaz de admirar ações ou condutas de outrem. Orienta-se exclusivamente nas experiências acumuladas na vida. É um pragmático e se orgulha disto. Também é avesso a qualquer análise ou balanço de sua atuação, pois a claque que o acompanha lhe dá a garantia de que é realmente fantástico, o melhor, um grande líder apedeuta.

Na industria e demais atividades há estilos de gestão que são classificados segundo a forma com que o poder é exercido. Variam de sistemas democráticos e liberais até as formas autoritárias e centralizadoras de tomada de decisões e escolha dos caminhos. Cada sistema tem seus resultados segundo as necessidades, origens e cultura daquela empresa que adota aquela forma.

Há porém o aspecto que, nos sistemas autoritários e centralizadores, a responsabilidade pelos resultados é sempre de um só, principalmente quando as coisas não saem como desejado. Mesmo que o totalitário responsável tente se esquivar, os comandados assim entendem a situação, pois são tratados como infantes que não são partícipes das ações que levaram àquele resultado e que necessitam de constante supervisão do Grande Líder.

Este personagem não tem limites muito claros para suas ações e o exercício do poder elimina as fronteiras da lógica comum que são um freio natural que evita os excessos. A sua formação, laureada nas ruas, não deslumbra muito além da esquina do boteco – seu verdadeiro banco de aprendizagem e malandragem, por grande parte da vida.

Mais uma vez a história vai se repetindo: grandes Nações se meteram em enormes enrascadas, causando prejuízos inomináveis aos seus cidadãos por terem embarcado no sonho perturbado de líderes embebidos de Soberba e Egoísmo político.

Com a perda de limites, nosso pequeno personagem se mete e intromete em todas as frentes que acredita dominar. Continuamente vai se auto convencendo de suas potencialidades. Agride, atropela, mente e por final se desespera cada vez mais. Até somatiza: fica doente, mas se acha curado. Não suporta o contraditório, outra versão ou opinião diversa. Acostumou-se com a bandalha que o carrega em sua transloucada incursão pelo reino da insensatez.

O advento de cenários adversos e a falta de pares para interlocução leva o nosso personagem a uma situação de insegurança profunda, que invariavelmente passa a intensificar a forma de operação que até então mascarou a realidade e lhe trouxe benefícios nunca imaginados no início da caminhada. Mesmo que seja necessário sacrificar parceiros, ideias e compromissos sejam quais forem.

Mesmo o mais canalha reflete, quando embaixo do chuveiro a água lhe cai sobre a cabeça. Por instantes o imponderável lhe apavora. O círculo pernicioso se intensifica movendo-o a tomar decisões que mais o aprofunda no desconhecido. Começa então a perceber que o momento de rupturas se aproxima, porém muito antecipadamente contrariando sua expectativas, frustrando seu ego, deve pensar: “Ah que falta o Tuma e o Golbery me fazem”.

Tem consciência apenas do imediato e acredita que poderá descartar os apoios numa jogada de mestre onde apontará para os outros seus próprios defeitos. No fim, crê que, contando com uma legião de bolsistas e seguidores, dará a volta por cima mais uma vez para ser o maior líder da história de nosso Capimunismo como toques de corrupção, comunismo e nazismo.

Tem a certeza de estar “acima de tudo” – não no sentido original alemão do "Über Alles". O nosso “alemão” é traidor – dos aliados e da Pátria. Outros já tiveram tal comportamento na História e acabaram mal, na hora do Juízo Final.


(*) Alberto Mendes Júnior é Engenheiro de chão de fábrica.

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