SEGUNDA EDIÇÃO DE DOMINGO

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Na reunião presidencial de 22 de abril, que o ministro Celso de Mello (STF) jogou no ventilador sem qualquer utilidade para o inquérito que motivou sua apreensão, o presidente Jair Bolsonaro já demonstrava o desgaste da relação com Sérgio Moro. Ele se referia ao ex-ministro da Justiça quando sugeriu que insatisfeitos se aliem, por exemplo, ao pré-candidato a presidente Álvaro Dias, em 2022. É que ele ficou sabendo um pouco antes de encontro secreto de Moro com o senador do Paraná.

Bolsonaro se referiu ao ex-juiz quando destacou notícias que elogiavam o ministro “apesar do presidente”. E o ministro não reagia a isso.

O presidente também estava convencido de que Moro estava entre os ministros que vazavam informações em troca de elogios na mídia.

Moro era o alvo quando Bolsonaro cobrou de todos atitude em defesa do governo. Ele sempre criticou a omissão nas causas do seu governo.

O presidente revelou que Moro simplesmente “saiu do grupo de ministros” sem se despedir ou falar com nenhum dos colegas.

Nem mesmo a pandemia de covid-19 freou o oportunismo de dirigentes sindicais do setor público. Após um sindicato de agentes penitenciários se aproveitar da comoção provocada pela morte de um associado para pedir ainda mais dinheiro ao governo do Distrito Federal, chegou a vez da pelegada que anunciou greve a partir deste domingo (24) em toda a área de manutenção de sistemas da estatal de energia, a CEB, de Brasília.

A greve que pode provocar o caos na capital foi decidia em assembleia com 42 votos, segundo o próprio sindicato. Ou seja, tinha muito menos.

Pior do que o oportunismo de colocar Brasília sob risco de blecaute, em plena pandemia, é o motivo: a CEB alterou uma escala de trabalho.

Além do elevado nível salarial, a CEB paga regalias e privilégios como “auxílio babá” e já permitiu engenheiro embolsar R$300 mil em um mês.

O aviso de Bolsonaro de que não entregará seu celular, ainda que o STF o determine, pode ser o princípio de um impasse institucional grave. Até porque os ministros do tribunal não vão deixar isso barato.

Quem se chocou com os palavrões, na reunião ministerial de Bolsonaro, não imagina como era na época de Lula. Teve até livro sobre a boca suja do então presidente. Ninguém ficou chocado, todos acharam graça.

Na OAB nacional muitos se recordam do estado de choque da advogada gaúcha Clea Carpi, já idosa, após reunião no Planalto com Lula e colegas da Ordem. Ela voltou à OAB abalada com tantos palavrões.

Na “polêmica” reunião ministerial que acabou virando propaganda a favor do governo Bolsonaro, o presidente da República era o único com álcool em gel na sua frente. Com direito até a fitinha verde e amarela.

No vídeo, é notável a expressão atônita do então ministro Nelson Teich (Saúde), em sua primeira reunião ministerial. Exibia sua melhor expressão “o que estou fazendo aqui?”.

Quatro deputados da base de apoio do presidente e o movimento Democracia sem Fronteiras assinaram apoio à Moção de Repúdio do deputado Luiz de Orleans e Bragança contra o governo da China por não divulgar com transparência informações sobre a covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro revelou aos seus ministros que há oito anos pede medicamentos de manipulação com nomes fantasiosos porque “é um cara manjado” e “alguém poderia me envenenar”.

O presidente deixou nas mãos dos governadores a “blitz” de mídia para explicar a jornalistas os resultados da reunião de quinta (21). Enquanto Wilson Witzel falava a canais de televisão e rádios, Bolsonaro apareceu rapidamente para uma coletiva na grade do Palácio da Alvorada.

...o vídeo da reunião ministerial foi tão “grave” que o dólar caiu e a bolsa subiu.

Ao assumir o governo de Minas Gerais, em 1947, Milton Campos soube pelo seu chefe de gabinete que os funcionários estaduais em Juiz de Fora decretaram greve, reclamando de salários em atraso, e até ameaçavam destruir as repartições. O assessor queria instruções: “Devemos enviar um vagão cheio de soldados, governador?” Milton Campos respondeu: “Em vez de soldados, vamos mandar um vagão com dinheiro.”

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