QUARTA EDIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, 21/01/2020

NO O ANTAGONISTA
Fisco bolsonarista contra os atores da Globo
Terça-feira, 21.01.20 06:37
A Receita Federal bolsonarista, em sua cruzada contra a TV Globo, vasculhou as contas de mais de 30 atores.
Reynaldo Gianecchini, que foi autuado pelo Fisco, disse para a Veja:
— “O governo incentiva a formalidade e a criação de empresa, a gente cria a empresa, e, agora, depois de 20 anos trabalhando e pagando um monte de impostos, vem uma ‘nova’ Receita Federal para dizer que tudo aquilo não valeu.”
Deborah Secco explicou:
— “Comecei a trabalhar aos 8 anos de idade e de lá pra cá fiz diversos filmes, peças de teatro, campanhas publicitárias e co-produções de longas. E para fazer tudo isso não tem outra maneira senão através de uma pessoa jurídica.”
Regina Duarte, contratada da TV Globo, tem de resolver esse negócio.

“Episódio bizarro”
21.01.20 06:49
Não raro cauteloso ao comentar decisões e polêmicas envolvendo o governo, Sergio Moro classificou como “episódio bizarro” o vídeo em que Roberto Alvim parafraseou um discurso nazista, diz a Crusoé.
Leia aqui o resumo de sua entrevista no Roda Viva.

“Um canal de diálogo com o governo”
21.01.20 07:00
Patrícia Pillar vai se reunir com outros artistas para levantar pautas da classe e entregá-las a Regina Duarte, diz O Globo.
— “A intenção do grupo é pensar em propostas para abrir um canal de diálogo com o governo.”

Regina não esqueceu
21.01.20 07:07
Até o petista Sérgio Mamberti, que trabalhou no governo Lula, deu um crédito para Regina Duarte.
Ele disse para a Folha de S. Paulo:
— “Tenho certeza que a Regina não deve ter esquecido toda a sua trajetória de luta na área cultural para preservar os mecanismos de fomento e as conquistas históricas que tivemos.”

“Acordo para as compras governamentais é um ataque frontal à corrupção”
21.01.20 07:56
Paulo Guedes disse em Davos que o Brasil vai garantir o acesso de empresas estrangeiras a concorrências públicas:
— “É o acordo pelo qual nós agora passamos a admitir empresas de fora também para todas as compras que a gente fizer, um tratamento isonômico. O Brasil está querendo entrar para primeira liga, primeira divisão de melhores práticas. E isso realmente é um ataque frontal à corrupção.
Um tema importante na campanha do presidente Bolsonaro foi acabar com a corrução. E nós sabemos que boa parte da corrupção foi permitida exatamente com coisas de governo: empreiteiras, obras governamentais, coisas desse tipo.”
Paulo Guedes referia-se ao Acordo sobre Compras Governamentais, mantido pela OMC, que estabelece para os países signatários uma série de compromissos em matéria de transparência e acesso aos mercados nacionais de compras públicas:
— “O Brasil é um país querendo crescimento, competição, melhores oportunidades e se livrar de corrupção. Então esse acordo para as compras governamentais é um ataque frontal à corrupção. São as melhores práticas e toda vez que o governo vai comprar alguma coisa entra todo mundo. Não dá para fazer aqueles acordos pra financiamento de campanha: eu ajudo a te eleger e depois você me dá recursos públicos”.
O G1 explicou que, “desde 2017, o Brasil participa do grupo como membro observador. O ministro não informou, porém, a data em que o Brasil irá aderir oficialmente ao acordo.”

A surdez de Lula
21.01.20 08:05
“Lula está usando aparelhos auditivos nos dois ouvidos, há duas semanas”, diz a Folha de S. Paulo.
“Alguns dias depois de deixar a prisão, o petista foi ao médico e passou por exames que mostraram uma perda auditiva.”
Lula está surdo, mas é o Brasil que não escuta mais o que ele diz.

Pior para os estudantes e para as empresas
21.01.20 08:44
Duas medidas provisórias de Jair Bolsonaro devem perder a validade.
“As medidas, que tratam da emissão de carteirinhas estudantis e da publicação de editais de licitações em jornais, são vistas por parlamentares como retaliação do governo aos grupos afetados por essas novas regras. Por isso, serão arquivadas”, diz o Estadão.
Pior para os estudantes, que terão de pagar 35 reais à UNE por suas carteirinhas, e pior para as empresas, que terão de subsidiar os jornais de papel.

PIB da Venezuela caiu 35% em 2019
21.01.20 09:08
O resultado calamitoso da ditadura de Nicolás Maduro foi resumido pelo economista colombiano Rodrigo Botero Montoya, em O Globo:
“É surpreendente que os líderes de um regime responsável por um enorme colapso econômico se refiram às conquistas da revolução. A Venezuela sofreu uma queda de 35% no Produto Interno Bruto em 2019. A produção de petróleo foi reduzida para o nível que tinha em 1945. Estima-se que, até o fim deste ano, o número total de venezuelanos que emigraram atingirá uma quantidade equivalente a 20% da população do país. O tamanho da economia é menor que o da República Dominicana. As notas em moeda nacional servem como matéria-prima para o artesanato.”

“Os boatos foram exagerados”
21.01.20 09:21
O UOL, depois do Roda Viva, perguntou a Sergio Moro sobre o risco de ruptura institucional, que alimentou boatos em meados do ano passado.
Ele respondeu:
— “Os boatos foram exagerados, nunca existiu esse risco. Ao meu ver, esse episódio sequer existiu dessa forma.”

Cinco recapturados após fuga de presídio paraguaio
21.01.20 09:49
Subiu para cinco o número de presos recapturados após terem fugido do presídio regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Ontem, como noticiamos, um dos fugitivos havia sido detido pela Polícia Militar do Mato Grosso do Sul.
Nas últimas horas, outros quatro homens foram recapturados no lado paraguaio da fronteira e um no lado brasileiro. As buscas prosseguem.
No domingo passado, 76 detentos que integram o PCC fugiram da penitenciária paraguaia.

Moro e o petrolão em vertigem
21.01.20 10:14
Na entrevista ao Roda Viva, Sergio Moro deu a entender que assistiu ao documentário “Democracia em Vertigem”, a peça de propaganda de Petra Costa, embora não tenha citado o nome do filme.
Respondendo a uma das perguntas sobre a Lava Jato, o ministro da Justiça afirmou:
— “Não teve um condenado injustamente. O que houve foi um esquema na Petrobras que alimentava diretores, partidos, agentes políticos, e não foi só financiamento de campanha, como diz um documentário que eu tive a curiosidade de ver neste fim de semana.”

Fiscalização de atores da Globo é de 2018
21.01.20 10:30
Por Claudio Dantas
O procedimento de fiscalização fiscal de atores da Globo recebeu o número 06.1.85.00-2018-00138-6, o que indica o ano de sua instauração.
Mas a Veja tenta colar a ideia de perseguição à emissora pelo governo Bolsonaro.
É a mesma narrativa de todos aqueles que viram alvo do Fisco.

NO BLOG DO RODRIGO CONSTANTINO
Moro deu um baile no Roda Viva
Por Rodrigo Constantino
[Segunda-feira, 20/01/2020] [23:55]
O ministro Sergio Moro se saiu muito bem no Roda Viva, mesmo com essa configuração de ringue em que o entrevistado é alvo de inúmeras tentativas de leva-lo à lona. Ele mostrou total segurança nas respostas. Jornalista tem que apertar mesmo, apesar de que alguns ali mais pareciam militantes diante de um inimigo.
Decência, preparo, espírito público, coragem: são virtudes raras, que merecem ser enaltecidas, valorizadas. O problema não é um povo ter heróis; mas ter os heróis errados! A hashtag #MoroHeroiNacional foi para o topo do Twitter e não foi por acaso.
A âncora do programa, minha ex-colega de bancada, Vera Magalhães, tentou apertar o ministro sobre o caso do secretário da Cultura demitido recentemente. Mas Moro não é um palpiteiro! Ele disse que falou para o presidente que julgou o episódio bizarro. E levou isso a quem interessa. Discrição é uma qualidade, não um defeito!
Moro deixou claro ainda que retórica é uma coisa, ação é outra. Não há medidas concretas de censura ao jornalismo por parte do governo. Se ele não aceitasse participar do programa, isso não seria censura, por exemplo, mas ele exercendo sua liberdade de escolha. Foi o PT que tentou CNJ, lembram? Mas os jornalistas costumam poupar Lula...
Outra coisa que chamou a atenção foi a participação de Leandro Colon, da Folha. Não entendo o 'piti' dos militantes do The Intercept e de Glenn Greenwald por eles não estarem na bancada do Roda Viva. A Folha estava lá já representando a turma! Foi um show de horror à parte.
Não é para puxar o saco não, mas a Jovem Pan, na figura do Felipe Moura Brasil, faz as melhores perguntas, mais técnicas e sem o desejo de lacrar. Convidem alguém da Gazeta do Povo na próxima vez também. O Pravda, digo, a Folha pode ficar de fora: não fará falta alguma.
A apresentadora festejou o sucesso de audiência. Olha, celebrar que o programa de estreia esteve entre os mais comentados do Twitter é algo legítimo, sem dúvida, mas em nome da verdade, básica no jornalismo, cabe aqui acrescentar que a maioria elogiava o entrevistado, não os entrevistadores, especialmente aqueles que só tentam lacrar. Esses mereceram duras críticas do público.
Foi lindo darem também a oportunidade para o ministro Moro explicar em detalhes o petrolão! Locupletaram-se com a Petrobras, explicou em detalhes. Ninguém foi condenado sem provas. Não foi o que aquele “documentário” disse; foi enriquecimento ilícito mesmo. Toma, Lula!
Em suma, Moro mostrou elegância, paciência, evitou as cascas de banana, demonstrou respeito e lealdade ao chefe, não alimentou intrigas e fofocas, não cedeu às tentativas de colocarem-no contra o presidente, não expressou ambições políticas, respondeu todas as perguntas de forma objetiva e, dessa forma, levou ao desespero os militantes que desejavam vê-lo em maus lençóis.
A verdade, que poucos ali querem assumir, é que se o Brasil tivesse mais uns dez servidores públicos com o perfil de Sergio Moro, o País seria outro, muito melhor! Não é por acaso que ele é considerado um herói por milhões de brasileiros. Alguns jornalistas, vaidosos ao extremo, adorariam que eles fossem considerados os heróis do povo, mas o povo sabe melhor...
(Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados).

Torcer contra ‘Democracia em Vertigem’ é questão de honestidade intelectual
Por Gabriel Wilhelms, publicado pelo Instituto Liberal
[Terça-feira, 21/01/2020] [08:55]
Torcerei contra Democracia em Vertigem no Oscar. Pouco me importa se é uma produção brasileira, o que em outro contexto poderia despertar minha simpatia. É uma obra intelectualmente desonesta que não merece o respaldo que um prêmio como o Oscar confere. O documentário de Petra Costa é o epítome, a versão cinematográfica da narrativa de que o impeachment foi golpe.
Na verdade, acredito que a obra tenha sim, seu valor. Se, por exemplo, precisarmos citar um exemplo de obra enviesada, que oculta e manipula informações, temos isso com Democracia em Vertigem.
Apesar de se propor a documentar os acontecimentos em torno do impeachment de Dilma, a obra é desonesta ao ponto de ocultar a informação de que Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, foi um dos autores do pedido. Para ilustrar a relevância do outrora petista, Hélio Bicudo foi vice de Lula quando este concorreu para governador de São Paulo em 1982. O documentário cita apenas Janaina Paschoal como “uma das autoras”.
O fator político primordial para a queda de Dilma também é oportunamente ignorado por Petra e a crise econômica acaba assim resumida: “Depois de uma queda no preço das commodities e uma série de erros econômicos, o país entra em recessão”. Não se explica quais seriam os erros econômicos e nem de quem foram os erros.
Ignorar a crise, resultado indiscutível da tal nova matriz econômica, levada a um extremo por Dilma, é uma estratégia típica dos petistas que tentam vender a ideia de que a queda do PT foi fruto de um descontentamento das elites com “pobre andar de avião” e “negro entrar na universidade”. Ignoram que o partido venceu quatro eleições presidenciais consecutivas – a última auxiliada pela maquiagem das contas públicas por meio das pedaladas fiscais – e que só perdeu o poder depois de milhões de pessoas irem às ruas pedindo a saída de Dilma, a qual chegou a superar o índice de rejeição de Collor. Não eram milhões de playboys indo às ruas, eram pessoas comuns, muitas das quais haviam perdido seu emprego devido à recessão, muitos dos quais foram anteriormente eleitores do partido. Esse contexto proporciona os ingredientes políticos para um processo que é sempre de natureza dupla, isto é, jurídico-político.
Porém, Dilma não caiu só porque era impopular. É importante ressaltar que nem sequer a defesa da ex-presidente se esforçou para negar o crime, que era inegável. O Governo Federal usou bancos por ele controlados para se financiar, violando a Lei de Responsabilidade Fiscal, e isso não é interpretação, é um fato reconhecido até por Petra, que não nega isso em seu filme. Sendo assim, a defesa dos petistas se concentra até hoje em dizer que os presidentes anteriores fizeram a “mesma coisa” e passaram impunes. Ainda que isso fosse verdade, obviamente não isentaria Dilma de ser responsabilizada pelo malfeito; ocorre que é uma mentira deslavada. No gráfico fartamente divulgado à época do julgamento do impeachment, podemos ver claramente que o saldo do Governo Federal junto à Caixa se manteve positivo por anos a fio, passando a ser negativo a partir de 2013 e em especial em 2014, o ano eleitoral.
Sim, as motivações de Eduardo Cunha para acatar a abertura do processo não foram nada republicanas, mas não foi ele o autor do pedido e tampouco isso desmerece esse pedido. É preciso pensar que, se Cunha fosse um aliado do governo, o pedido poderia acabar arquivado e o crime ficaria sem punição, como tantas vezes acontece em regimes presidencialistas. É da natureza do impeachment e é da natureza do presidencialismo. Do mesmo modo, se a popularidade de Dilma não tivesse degringolado por causa da crise, ela provavelmente teria concluído seu mandato. É uma ilusão pensar que o impeachment teria acontecido se o governo deposto fosse popular, e aqui está novamente o fator político, que não é político por interesses escusos de parlamentares à revelia do povo, é político porque esses parlamentares atenderam à vontade do povo. Tanto era essa a vontade do povo que o PT perdeu as eleições federais consecutivas.
Também está presente no documentário aquele suposto arrependimento histórico que os petistas passaram a ventilar por seus alinhamentos com o centro e com a direita. Dizem se arrepender, por exemplo, da aliança com o então PMDB e demais partidos, aliança essa que ajudou a prover governabilidade aos governos de Lula e até certo ponto do governo de Dilma. Dizem lamentar não terem seguido uma linha de reformas mais “radicais” e estruturais enquanto foram situação, significando com isso, é claro, uma guinada mais forte à extrema-esquerda. Ignoram que sem apoio do Congresso não teriam feito reforma alguma e talvez sequer tivessem logrado se perpetuar no poder por tantos anos. Foram justamente a aceitação da política econômica anterior e a manutenção do tripé macroeconômico, fatores tão criticados pelo PT anteriormente, que permitiram que Lula obtivesse sucesso econômico em seu primeiro mandato e conseguisse a reeleição. Prova disso é que foi justamente uma mudança de “matriz”, iniciada no segundo mandato de Lula, que acabou derrubando Dilma. Os petistas parecem se esquecer de que aquilo que pintam como sucesso depôs justamente contra bandeiras que sempre levantaram, como sua oposição ao Plano Real.
A esquerda continuará repetindo as mentiras sobre o impeachment – aliás, é bom que os pais fiquem atentos em como isso será retratado nas aulas de história de seus filhos – tentando impor sua narrativa por repetição. Nesse sentido, Democracia em Vertigem é até o momento, com suas duas horas de duração, a versão mais completa e incisiva dessa narrativa. Não há como separar análises técnicas da qualidade do documentário do que está ali narrado, e o que está ali narrado é um emaranhado de mentiras, omissões e coitadismo – o PT é sempre retratado como uma vítima do ódio das elites e os petistas como seres imaculados. Torcer contra o documentário no Oscar é para mim uma questão de honestidade intelectual.
(Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados).

NO BLOG DO ALEXANDRE GARCIA
Um alerta ao Brasil
Como Moro vai proteger as nossas fronteiras. E a sensatez de Regina Duarte
Por Alexandre Garcia
[Segunda-feira, 20/01/2020] [21:53]"
As autoridades brasileiras estão preocupadas com a fuga de um presídio no Paraguai. Parece que o presídio paraguaio não tem os mesmo cuidados que Sergio Moro passou a adotar, logo que ele começou no Ministério da Justiça.
Moro separa lideranças condenadas em presídios de segurança máxima e com isso enfraquece as lideranças do crime no Brasil. Os resultados são os excelentes percentuais de queda na criminalidade.
Já no Paraguai fugiram mais de 70 presos, e a fronteira com o Brasil está fechada. Há indícios de foragidos correndo em áreas rurais tentando se esconder. Alguns foram capturados, mas mesmo assim serve de alerta.
A namoradinha do Brasil está noiva
A atriz Regina Duarte aceitou assumir a Secretaria Especial de Cultura. A namoradinha do Brasil fala que está em período de noivado. A atriz está cautelosa – com toda razão –, ela é muito sensata e quer examinar a oferta. Na quarta-feira (22), ela estará na secretaria dando uma olhada em tudo e sentindo o ambiente.
É bom a gente lembrar, neste momento em que se fala de cultura, que o povão quer saber que história é essa de cultura? A cultura não chega no povão. Porque a cultura fica fechada para uma elite que diz que faz a cultura. A cultura não se faz, ela brota do povo.
Tem a cultura da Humanidade, que atravessa as fronteiras, e a cultura que brota do povo. Ela brota em vários locais – no Pantanal, no Nordeste, em Minas Gerais e em toda parte. Nós temos uma cultura muito diversificada que precisa ser protegida para que não se percam as raízes da nacionalidade brasileira.
Boas notícias na economia
Boas notícias na área econômica. O próprio Fundo Monetário internacional, que havia previsto um crescimento para o país neste ano de 2%, já aumentou em 10% a projeção, que agora é de 2,2%. Esse valor é confirmado pelo boletim Focus.
O Focus está prevendo um crescimento do PIB brasileiro de 2,31% e a inflação ficaria em 3,56% ao ano, abaixo do centro da meta que seria de 4%. O investimento estrangeiro e de capital de risco cresceu 26%. Embora esse tipo de investimento tenha caído em outros lugares do mundo, nós passamos de 9º para 4º no mundo; quem ganha de nós são: os Estados Unidos, a China e a Cingapura.
Embora Cingapura seja um país pequeno, ele recebeu R$ 110 bilhões no ano passado em investimentos. Já o Brasil deu um salto de US$ 60 bilhões para US$ 75 bilhões no ano passado. Esses resultados significam a busca de crescimento das próprias empresas que aumentaram o número de investimentos de riscos e que confiam no Brasil.
Saíram capitais estrangeiros que estavam aqui graças aos nossos juros nas alturas. Mas ele vieram para ser remunerados aqui como aplicações financeiras – esses que fazem aplicações de riscos, diretas e permanentes.
O investimento privado brasileiro, por sua vez, vem crescendo 4%, o que é muito bom. É o melhor percentual do último ano. Já o investimento estatal não cresceu porque Temer e Bolsonaro receberam um estado quebrado pela incompetência administrativa e pela corrupção.
(Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados).

NO BLOG DO J. R. GUZZO
Não dá para exigir que Bolsonaro governe como o PT quer
Por J.R. Guzzo
[Segunda-feira, 20/01/2020] [19:47]
Um dos inconvenientes que causam mais irritação nas democracias é que elas exigem eleições livres para receberem o certificado oficial de democracia – e o grande inconveniente das eleições, como todo mundo sabe, é que você pode perder. Nesse caso, vai para o governo gente que não faz nada daquilo que, na sua opinião, um governo decente deve fazer.
Os ministros não são aqueles que deveriam ser nomeados. As declarações do presidente a República e da turma que está com ele estão sempre erradas – são ofensivas, absurdas, retrógradas, perigosas ou simplesmente cretinas. Nada que o governo propõe está certo. Tudo o que não está fazendo deveria ser feito. O presidente, em vez de ouvir a oposição, ouve os seus eleitores. Em vez de falar para a esquerda, fala para a direita. Enfim: é um transtorno.
O Brasil está vivendo um momento exatamente assim. O presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, sobretudo os que dão a impressão de serem mais parecidos com ele, são criticados, frequentemente com indignação, por dizerem e fazerem as coisas que disseram que fariam antes das eleições – coisas que, no final das contas, são justamente as que os levaram a ser eleitos.
Não se leva em conta, ao mesmo tempo, que não está acontecendo nenhuma das catástrofes que os perdedores da eleição diziam que o presidente iria produzir: o genocídio dos homossexuais, dos índios e das mulheres, a guerra civil provocada pela “liberação das armas”, a liquidação da democracia e sabe lá Deus o que mais. Em suma: ele leva nota ruim quando tenta fazer o que prometeu, e não leva nota boa quando não faz nenhuma das barbaridades que deveria estar fazendo.
Bolsonaro pode acabar seu mandato como um bom presidente ou como um mau presidente – isso ficará perfeitamente claro com os resultados objetivos que o seu governo apresentar. Mas não é razoável exigir que ele presida o país como os seus adversários querem. Sua obrigação, ao contrário, é fazer o que os seus eleitores esperam que ele faça; é cumprir o que prometeu a eles durante a campanha.
Tudo isso pode ser muito desagradável, mas os quase 58 milhões de brasileiros que votaram em Jair Bolsonaro para presidente foram a maioria do eleitorado no momento da eleição. Essa maioria tem anseios de direita, ou conservadores, e entregou ao atual presidente a incumbência de cumpri-los. Tem valores que pretende ver apoiados. Essas pessoas são contra tudo o que cheire a Lula e a esquerda. São contra a corrupção. São contra a incompetência dos governos petistas. Bolsonaro erra, na verdade, todas as vezes que não cumpre o que prometeu a quem votou nele.
É evidente que o Brasil é maior que o eleitorado bolsonarista; é dever do presidente, assim, governar para todos os cidadãos, e não apenas para os seus seguidores. Mas não faz sentido ficar revoltado com Bolsonaro porque ele pensa diferente de você – e por não fazer um governo parecido ao que Fernando Haddad ou Fernando Henrique, por exemplo, possivelmente fariam. Para isso será preciso esperar pela próxima eleição.
(Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados).

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