SEGUNDA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 22/11/2019

NO BR POLÍTICO
Quinta-feira, 21 de novembro de 2019|21:58
Cercado de parentes, Bolsonaro lança partido, mas admite ficar fora de eleição municipal 
Jair Bolsonaro comandou a primeira convenção do Aliança Pelo Brasil, partido que fundou e que tenta legalizar junto à Justiça Eleitoral
Por Marcelo de Moraes
Tudo em família. Depois de passar por nove partidos diferentes na sua trajetória política, Bolsonaro pode, finalmente, ter encontrado um modelo perfeito para exercer sua vida política. Após largar o PSL por trombar com a direção da legenda, Bolsonaro, agora, é o dono da festa no Aliança. Será o presidente nacional e terá dois de seus filhos na direção: o senador Flávio Bolsonaro será o primeiro vice e até mesmo o caçula Jair Renan ocupa uma vaga na Executiva. Na festa de lançamento, Bolsonaro ainda chamou a primeira dama Michele Bolsonaro para que também falasse à plateia. O recado ficou claro. O partido vai se chamar Aliança Pelo Brasil, mas podia perfeitamente se chamar Partido do Bolsonaro. É do que se trata.
Tempo curto. Se a fundação da Aliança vai lhe garantir plenos poderes à frente da legenda, há um efeito colateral negativo na decisão de Bolsonaro de criar sua própria sigla. Dificilmente, o partido estará legalizado a tempo de lançar candidatos na próxima disputa municipal. Bolsonaro reconheceu o problema e já acenou com a possibilidade de seus seguidores disputarem as eleições municipais pelas suas legendas atuais e migrarem para a Aliança assim que o partido estiver legalizado. Tudo muito bonito no papel. Porque os partidos que perceberem a possibilidade de debandada para a Aliança de um de seus integrantes, dificilmente vai apoiar essa candidatura. Afinal de contas, tudo indica que lá na frente mudará para o partido do presidente abandonando a legenda que o acolheu e lhe garantiu mandato. Bolsonaro sabe que não ter o partido pronto nessa eleição é ruim politicamente, mas parece conformado.
Conservadores radicais. Como estava no script, o estatuto da Aliança trouxe um foco de propostas baseadas na política de segurança pública, agenda de temas ligados à família, inspiração religiosa - especialmente próxima dos evangélicos - e liberalismo econômico. Nesse último ponto, as primeiras falas passaram bem de ladinho na abordagem da economia. Bolsonaro, claramente, preferiu martelar a favor da pauta da segurança e da agenda da família em primeiro lugar. E esses serão os motes principais do partido. Dois aspectos importantes foram as promessas de priorizar políticas inclusivas para deficientes e a adoção de regras de compliance e transparência para o partido.
Acusação. O clima de festa só acabou quando Bolsonaro decidiu abrir sua artilharia contra o governador do Rio, Wilson Witzel, a quem acusou de usar parte da Policia Civil para manipular as investigações do assassinato de Marielle Franco para tentar incriminá-lo e ao vereador Carlos Bolsonaro, outro de seus filhos. Bolsonaro disse que Witzel faz isso porque deseja ser presidente. Segundo Bolsonaro, Witzel foi ingrato e atribuiu sua eleição para o governo ao apoio dado pelo clã Bolsonaro a sua campanha. Agora, segundo o presidente, Witzel transformou sua vida num inferno. O governador do Rio, que está no Peru para ver o Flamengo na final da Taça Libertadores, negou que manipule a Polícia Civil e avisou que vai processar Bolsonaro. 
Empurrando com a barriga. Ficou mais nebulosa do que nunca a discussão no Congresso pela aprovação de um projeto que garanta a prisão depois de condenação em segunda instância. Com propostas semelhantes avançando simultaneamente na Câmara e no Senado, adversários da ideia começaram a se articular para travar sua tramitação. No Senado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), convocou reunião alegando que é preciso encontrar um consenso para o tema formado pelas duas Casas para alinhar a discussão. Assim, propôs que a votação prevista para a próxima quarta, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, seja adiada enquanto essa discussão é feita. Naturalmente, a bancada lavajatista chiou e avalia que Alcolumbre quer mesmo é empurrar a discussão para o ano que vem.
Vai ter luta. Os defensores da proposta no Senado decidiram manter o cronograma original, independentemente do desejo de Alcolumbre. A ideia é manter a audiência pública prevista para a próxima terça na CCJ, com a presença do ministro da Justiça, Sérgio Moro, entre outros. No dia seguinte, tentar aprovar o texto na comissão. Alcolumbre, que nunca se interessou em votar a questão da segunda instância, nega que esteja promovendo manobras protelatórias. Mas marcou sessão do Congresso para o mesmo horário da CCJ. Os lavajatistas prometem brigar para fazer a votação. 

 
 Por Vera Magalhães 
Da Vera: Aliança é extensão da casa do clã Bolsonaro. Jair Bolsonaro passou por nove partidos ao longo de sua vida parlamentar e eleitoral e, agora que chegou a bordo de um deles à Presidência, achou por bem criar sua própria legenda à sua imagem e semelhança. 
VOCÊ TAMBÉM PRECISA LER
Ministros questionam inclusão de Coaf em julgamento
Um grupo de ministros do Supremo Tribunal Federal consultados pelo Estadão está mais simpático à ideia de excluir o Coaf, rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira (UIF), do julgamento sobre a constitucionalidade de compartilhar dados da Receita, sem autorização prévia da Justiça, com o Ministério Público. 
Do Marcelo: A velha política está vivinha da Silva
Basta dar uma volta rápida pelo Congresso para escutar algum senador ou deputado resmungando porque o governo ainda não liberou as emendas prometidas em troca de apoio na votação da reforma da Previdência. Leia mais
Caged: País tem melhor resultado para outubro desde 2017
Em outubro deste ano, foram criados 70.852 empregos formais no País, segundo dados divulgados pelo Caged nesta quinta-feira, 21. 


NO O ANTAGONISTA
Bolsonaro: “Não existe qualquer reforma ministerial”
22.11.19 06:30
Por Claudio Dantas
O presidente Jair Bolsonaro diz ser “fake” a notícia reproduzida por alguns sites de que pretenda demitir Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Abraham Weintraub (Educação) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
--“É mais uma reforma ministerial fake lançada pela imprensa.”
Segundo ele, parte da imprensa tenta “passar a mensagem de que no governo impera a desordem”.
--“Não existe qualquer reforma ministerial a caminho, até porque o governo está indo muito bem.”

Lula preso (ao passado)
22.11.19 06:12
O STF tirou Lula da cadeia, mas ele continua preso ao passado.
Na reunião do PT, ele citou os seguintes candidatos para 2020: em São Paulo, Marta Suplicy; no Rio de Janeiro, Benedita da Silva; em Belo Horizonte, Patrus Ananias; em Porto Alegre, Tarso Genro e Olívio Dutra.

APERITIVO DE LAVA TOGA
22.11.19 06:05
A operação que expôs o balcão de sentenças montado no TJ da Bahia e o avanço da investigação sobre a família de Asfor Rocha, ex-presidente do STJ, mostram que, sim, é possível combater a corrupção no Judiciário, diz a Crusoé.
Leia aqui a reportagem completa de Fabio Leite e Fabio Serapião.

Protestos na Colômbia levam às ruas pelo menos 200 mil
Quinta-feira, 21.11.19 19:44
Os protestos de hoje contra o governo na Colômbia levaram às ruas do país pelo menos 200 mil pessoas, segundo as autoridades – os organizadores dizem que foi mais de 1 milhão.
Houve distúrbios nas principais cidades, com confronto entre policiais e estudantes encapuzados na capital, Bogotá, e saques em Cali.
Leia a reportagem de Duda Teixeira na Crusoé:
Os colombianos realizaram nesta quinta-feira, 21, uma greve geral. A manifestação foi organizada por sindicatos, centros estudantis, partidos de oposição e grupos indígenas. Segundo os organizadores, mais de 1 milhão de pessoas foi para as ruas em todo o país. De acordo com o governo, o número real foi de 200 mil. Distúrbios foram registrados… Continue lendoConfrontos entre jovens encapuzados e policiais durante greve na Colômbia

Juíza de Curitiba manda suspender julgamento contra Deltan no CNMP
21.11.19 19:19
A 5ª Vara Federal de Curitiba determinou nova suspensão do julgamento de um processo disciplinar contra Deltan Dallagnol no CNMP.
A juíza substituta Giovana Mayer mandou a União cumprir em até 24 horas decisão proferida pela magistrada titular da vara, Anne Karina, no dia 11 de novembro.
Conforme a decisão, o CNMP não pode julgar o processo antes de ouvir uma testemunha arrolada pelo chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. O órgão deve também, segundo a juíza, reabrir o prazo para alegações finais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA