PRIMEIRA EDIÇÃO DE DOMINGO, 07-7-2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sexta-feira, 05/07/2019
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, perdeu o favoritismo na disputa pelo próprio cargo após o presidente Jair Bolsonaro tomar conhecimento do apoio a ela dos presidentes do Senado e da Câmara. O chefe de governo não gostou do movimento da titular da PGR, buscando respaldo político para permanecer à frente de um cargo técnico. Não misturar as coisas é “cláusula pétrea” do atual governo.

05/07/2019
Político experiente, Bolsonaro acha que Dodge seria grata a quem a indicou, até para mostrar “independência” daquele que a terá nomeado.

05/07/2019
Bolsonaro até gostaria que Davi Alcolumbre ou Rodrigo Maia lhe devessem essa, mas a PGR pertence à estrutura do Poder Executivo.

05/07/2019
Na votação da Associação Nacional do Procuradores da República, o subprocurador-geral Mário Bonsaglia foi o mais votado, com 478 votos.

05/07/2019
Também compõem a lista tríplice os procuradores Luiza Frischeisen, que conseguiu 423 votos, e Blaul Dallouol, que recebeu 422 votos.

05/07/2019
O ministro Paulo Guedes (Economia) fala grosso sobre “abrir o mercado” do gás da Petrobras para distribuidoras privadas, mas faz silêncio sobre a venda direta de etanol aos postos. Isso poderia reduzir o preço para o consumidor em 20%, no mínimo. O poder absoluto de distribuidores, nada mais que atravessadores, parece inibir aquele desassombrado Paulo Guedes que prega a livre-concorrência.

05/07/2019
O presidente Jair Bolsonaro já defendeu a venda direta, o conselho de defesa econômica (Cade) também, e há até decisões judiciais.

05/07/2019
A agência reguladora ANP (Petróleo) e Paulo Guedes não querem contrariar o poderoso lobby das distribuidoras/atravessadoras.

05/07/2019
Ex-chanceler de Dilma, embaixador Mauro Vieira antes era mal falado por não haver punido diplomatas petistas que se recusaram a trabalhar em visita do então presidente Michel Temer a Nova York. Agora por se agarrar como carrapato à chefia da missão do Brasil junto à ONU.

05/07/2019
Mesmo com substituto já designado, o embaixador Mauro Vieira se agarra a Davi Alcolumbre, chefe do Senado, para tentar continuar em Nova York no apartamento que nos custa R$60 mil por mês. Ou mais.

05/07/2019
A reforma andou, a Bolsa bateu novo recorde, o dólar caiu, tem o acordo Mercosul-UE para festejar, mas as manchetes se resumem ao vazamento de mensagens não confirmadas.

NO O ANTAGONISTA
A Lava Jato não vaza
07.07.19 08:00
A Lava Jato não vazou documentos.
É isso que mostra a terceira reportagem da Folha de S. Paulo sobre as mensagens roubadas a Deltan Dallagnol.
Sergio Moro sugeriu tornar públicos – oficialmente – os relatos dos delatores da Odebrecht sobre os pagamentos de propina a Nicolás Maduro.
Deltan Dallagnol respondeu:
"Concordo. Há umas limitações no acordo, então temos que ver como fazermos. Mais ainda, acho que é o caso de oferecer acusação aqui por lavagem internacional contra os responsáveis de lá se houver prova.
Haverá críticas e um preço, mas vale pagar para expor e contribuir com os venezuelanos."
No grupo da Lava Jato, os procuradores discutiram essa possibilidade:
Paulo Roberto Galvão: 
"Mas pessoal, vamos refletir. Já tinha conversado com Orlando sobre isso. Vejam que uma guerra civil lá é possível e qq ação nossa pode levar a mais convulsão social e mais mortes (ainda que justa ou correta a ação). Lá não é Brasil."
Não estou dizendo que sim ou que não, apenas que precisa ser refletido."
Roberson Pozzobon: 
"Caraaaaaca.
Orlando Martello: 
"Pessoal, sobre Venezuela. Não dá para abrir simplesmente o que temos. Descumpriríamos o acordo. Não dá para arriscar um descumprimento de acordo, inclusive com consequências cíveis de nossa parte, bem como da União."
A discussão dos procuradores, portanto, foi sobre a divulgação legal dos documentos, para reagir ao arbítrio da ditadura venezuelana, que naquele mesmo dia havia destituído a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, anulando qualquer chance de investigação a respeito de Nicolás Maduro.
E qual foi o resultado final?
Os documentos não se tornaram públicos, apesar da mensagem de Sergio Moro. Para quem diz que o juiz mandava nos procuradores, é mais um tiro no pé.

Obrigado, Folha
07.07.19 04:40
A Folha de S. Paulo, no terceiro episódio de sua novela contra Sergio Moro, fez mais um favor à Lava Jato.
Ao analisar as mensagens supostamente roubadas a Deltan Dallagnol sobre a propina de Nicolás Maduro, o jornal mostrou mais uma vez que o juiz e os procuradores agiram rigorosamente dentro da lei.

A resposta política da Folha de S. Paulo
07.07.19 07:30
Diz a Folha de S. Paulo:
“Os diálogos indicam que o objetivo principal da iniciativa de Sergio Moro era dar uma resposta política ao endurecimento do regime imposto pelo ditador Nicolás Maduro.”
Isso é mentira. Uma mentira descarada.
Como O Antagonista já mostrou aqui, Sergio Moro só tomou a iniciativa de enviar uma mensagem a Deltan Dallagnol porque naquele mesmo dia a procuradora-geral venezuelana Luisa Ortega Díaz foi destituída pela ditadura chavista.
O objetivo declarado de Sergio Moro foi dar uma resposta jurídica – e não política – aos abusos de um regime totalitário que perseguia os procuradores e obstruía a Justiça.
Na verdade, é a Folha de S. Paulo que está dando um tratamento político a esses vazamentos.

“Talvez seja o caso de tornar pública a delação da Odebrecht sobre propinas na Venezuela”
07.07.19 06:30
Sergio Moro perguntou a Deltan Dallagnol se não seria o caso de tornar públicos os relatos dos delatores da Odebrecht sobre os pagamentos de propina na Venezuela.
Isso mesmo: tornar públicos.
Oficialmente. Legalmente.
A Folha de S. Paulo parece ignorar o fato, mas Sergio Moro, desde 2014, tornou públicos todos os documentos da Lava Jato, exceto aqueles que podiam prejudicar as investigações. Aliás, a Lava Jato só sobreviveu por causa disso.
No caso da Venezuela, o erro do jornal é ainda mais evidente, porque a mensagem de Sergio Moro foi determinada por um evento gravíssimo, como se verá a seguir: ele pensou em tornar públicos os relatos dos delatores da Odebrecht no mesmo dia em que as investigações sobre Nicolás Maduro e seus comparsas foram definitivamente barradas pela ditadura.

A omissão da Folha de S. Paulo
07.07.19 07:00
Em 5 de agosto de 2017, Sergio Moro escreveu a Deltan Dallagnol:
“Talvez seja o caso de tornar pública a delação da Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Isso está aqui ou na PGR?”
Qual era o contexto da mensagem?
Isso a Folha de S. Paulo – a fim de escandalizar o fato – preferiu omitir, claro.
Naquele mesmo sábado, 5 de agosto de 2017, a procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega Díaz, foi destituída pela ditadura de Nicolás Maduro, justamente por tentar investigar as propinas da Odebrecht na Venezuela. O caso foi encerrado pela brutalidade do regime, que obstruiu a lei.
A Folha de S. Paulo, que publica alegremente documentos roubados, agora ataca Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato por terem estudado medidas legais – repetindo: legais – para revelar documentos verdadeiros – repetindo: verdadeiros – que incriminavam uma ditadura corrupta que perseguia o Judiciário.
Parabéns.
A notícia de 5 de agosto publicada na própria Folha de S. Paulo

Apoio à reforma cresce
07.07.19 07:39
Segundo levantamento do Estadão, a reforma da Previdência conta com o apoio de 247 deputados.
Seriam precisos mais 61 votos para chegar aos 308 necessários para se aprovar a PEC na Câmara. De acordo com o jornal, porém, esse é o maior apoio já registrado pela pesquisa.

Discrição brasileira na negociação com a União Europeia
Sábado, 06.07.19 20:30
Caio Junqueira, na Crusoé, diz o acordo entre Mercosul e União Europeia foi celebrado na surdina porque o Itamaraty sabia com antecedência que entidades ambientalistas europeias se manifestariam contra a celebração do tratado.
Leia a íntegra da nota aqui.

Bolsonaro fará 90 nomeações em tribunais até final do mandato
06.07.19 20:10
Jair Bolsonaro poderá fazer 90 nomeações, em 35 tribunais, até o final de seu mandato, em 2022.
O número, relata a Folha, poderá subir para 108 se for criado um novo Tribunal Regional Federal, em Belo Horizonte.

MP do Mais Médicos fica para depois da reforma
06.07.19 19:40
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem dito a interlocutores que a MP do Mais Médicos só deve ser enviada à Câmara depois da aprovação da reforma da Previdência no plenário, noticia a Crusoé.
Leia a íntegra da nota aqui.

José de Abreu é condenado a indenizar hospital por tuíte sobre Bolsonaro
06.07.19 18:34
José de Abreu foi condenado a pagar R$ 20 mil de indenização ao hospital Albert Einstein por danos morais, informa a Folha.
No começo do ano, o ator afirmou no Twitter que o hospital apoiou o atentado contra Jair Bolsonaro.
“Teremos um governo repressor, cuja eleição foi decidida numa facada elaborada pelo Mossad, com apoio do Hospital Albert Einstein, comprovada pela vinda do PM israelense, o matador e corrupto Bibi. A união entre a igreja evangélica e o governo israelense vai dar merda”, disse José de Abreu em janeiro.

“Patologia própria de nossos tempos de ativismo institucional”
06.07.19 16:46
O advogado Fabio Medina Osório, ex-AGU, se manifestou neste sábado sobre a determinação do TCU para que Paulo Guedes e o presidente do Coaf, Roberto Leal, prestem depoimento sobre o uso do conselho para monitorar atividades financeiras de Glenn Greenwald.
“Esse conceito amplo sobre competência do TCU caracteriza um excesso de poder, patologia própria de nossos tempos de ativismo institucional”, afirmou.
“A prevalecer tal tendência, o TCU poderá controlar qualquer atividade de qualquer poder, pois tudo implica gasto público. Com todo o respeito que tenho pelo ministro Bruno Dantas, e pelo MPTCU, entendo que pretender controlar o COAF quanto à sua atividade de monitoramento exorbita das funções do Tribunal.”

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