SEGUNDA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 03/5/2019

NO O ANTAGONISTA
Moro: “Estamos no caminho certo”
03.05.19 09:50
Indagado por Crusoé sobre as dificuldades desses quatro meses na nova função, Sergio Moro afirmou acreditar que está no “caminho certo”.
Disse ele:
“Estamos trabalhando firme para melhorar a gestão da segurança pública no país. Temos estatísticas oficiais mostrando a redução da criminalidade. Não soltamos rojão porque ainda é preciso avaliar se é uma tendência ou é algo episódico.”
Leia o resto da conversa (e da reportagem) aqui.

“É preciso pensar no País”
03.05.19 09:34
O Estadão, em editorial, diz que o fracasso de Jair Bolsonaro seria ruim para todos os brasileiros:
“A ninguém, a não ser aos irresponsáveis de sempre, deveria interessar o fracasso do governo, pois o resultado quase certamente seria o caos – ambiente em que só prosperam os apologistas do populismo. Isso não significa dispensar a oposição ou concordar em princípio com tudo o que o governo propõe, e sim ter em conta que, num cenário com mais de 13 milhões de desempregados, crescimento pífio e perspectivas sombrias, é preciso pensar, antes, no País.”

Acabou o dinheiro
03.05.19 09:24
Vai faltar dinheiro, segundo Vinicius Torres Freire:
“Técnicos do Ministério da Economia dizem que, se a arrecadação não melhorar, vai faltar verba para o pagamento de serviços essenciais para o funcionamento do governo.
São afetados os interesses de empresários, prefeitos, de quem quer que utilize algum serviço público, de rodovias a escolas, talvez hospitais, quase todo o mundo.
O sofrimento com a estagnação econômica tende a ser agravado pelo esgotamento orçamentário. O risco de difusão de conflitos aumenta, agravado pelas falanges extremistas do governismo.”

Damares: “Informo que não pretendo sair do governo”
03.05.19 09:01
Damares Alves encaminhou uma nota a O Antagonista desmentindo a reportagem da Veja:
“Informo que não pretendo sair do governo.”

O elo entre o chavismo e o Hezbollah
03.05.19 08:41
Matéria do New York Times confirma que o ministro do Poder Popular para Indústrias e Proteção Nacional da Venezuela, Tareck El Aissami, era o elo entre o chavismo e o extremismo islâmico.
Os assinantes da Crusoé podem ler a nota completa aqui.

30 dias
03.05.19 08:25
Kleber Mendonça Filho tem 30 dias para devolver 2,2 milhões de reais aos cofres públicos.
Ele foi notificado nesta sexta-feira pela Secretaria do Audiovisual, que apontou irregularidades no financiamento do filme “O som ao redor”, de 2012.

O ódio de Paulinho não é a reforma da Previdência
03.05.19 08:00
Por Claudio Dantas
A polêmica declaração de Paulinho da Força contra a reforma da Previdência – que, segundo ele, pode reeleger Jair Bolsonaro – tem como pano de fundo a MP 873, que frustrou os planos de “retorno do imposto sindical”.
Desde a aprovação da Reforma Trabalhista, que proibiu a contribuição obrigatória, Paulinho tenta desesperadamente resgatar o financiamento dos sindicatos.
A solução chegou com a ideia de universalizar a cobrança da “contribuição assistencial”, decorrente de convenções coletivas e antes restrita a filiados.
Mas, ao editar a MP 873, Bolsonaro bloqueou novamente o acesso de Paulinho da Força (e de outras lideranças sindicais) ao bolso do trabalhador. O deputado calculava recuperar em 2019 todas as perdas que teve em 2018.
Esse é o real motivo da revolta do deputado contra o presidente.

Zelada quer sair sem pagar
03.05.19 07:15
Cumprindo pena de 15 anos desde 2015 por corrupção e lavagem, o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada pediu liberdade ao ministro Edson Fachin.
Quer progredir para o regime semiaberto, mas sem pagar R$ 30,9 milhões de reparação aos cofres públicos pelos crimes cometidos.
A defesa diz que ele tem R$ 73,4 milhões, mais que o dobro do valor devido, mas o montante e todos os demais bens estão bloqueados pela Justiça.

NO PUGGINA.ORG
DUAS ESPERANÇAS MOBILIZAM O BRASIL
Por Percival Puggina 
Artigo publicado em 03.05.2019
“A única escolha que faz sentido para a oposição, hoje, é ser 100% contra qualquer ideia que tenha chance de melhorar o País.” (J.R. Guzzo, tweet em 27/04)
Vivemos tempo demais sob a severa influência de uma ideologia escancaradamente reacionária. Aliás, com tanto por modernizar talvez devesse afirmar que ainda vivemos tempos remotos, paleolíticos. Os adeptos dessa ideologia, atuando em salas de aula, acorrentando-se a fórmulas superadas, se dedicam, por todos os modos, a puxar as rédeas da Humanidade, da civilização e do País. Foi em nome dessa ideologia, num prenúncio do que estava por vir, que saíram às ruas no ano 2000 a vociferar contra o Descobrimento.
Vale lembrar os fatos. Aqui no Rio Grande do Sul, Olívio Dutra era governador e Raul Pont prefeito da Capital. Um grande relógio fora montado no ano anterior pela Rede Globo em contagem regressiva para o dia 22 de abril. Ficava próximo à Usina do Gasômetro. Tanta era (e continua sendo) a repulsa pela História nacional que, chegado o dia dos festejos, um grupo de trabalhadores em não sei o que resolveu acabar com o relógio. Espontaneamente, sem qualquer combinação, chegaram juntos, na hora certa, equipados e bem dispostos. Sua posição sobre os 500 Anos afinava-se pelo diapasão do petismo que dava as cartas e jogava de mão no Estado e na Prefeitura. Tocaram fogo no artefato sob os olhos atentos da Brigada Militar, num dia em que oficial circulava sem camisa, inspetor de polícia dava ordens para capitão e secretário de Estado assistia tudo sorrindo. Era a festa dos Outros Quinhentos.
Chamavam de Invasão o feito de Cabral, e, por algum motivo obscuro, não o escolheram patrono do MST. É claro que se os portugueses tivessem tocado direto para as Índias, nosso País seria hoje o que são as tribos que se mantiveram sem contato com a civilização. Vale dizer: viveríamos lascando pedra.
Essa ideologia, se pudesse, acabaria com o imenso usucapião denominado Brasil. Os negros voltariam à África, os invasores brancos seriam banidos para a Europa e os índios promoveriam uma continental desapropriação do solo e das malfeitorias aqui implantadas. Alerta: os defensores de tão escabrosa geopolítica se aborrecerão terrivelmente se você apontar o racismo embutido nesses conceitos que viriam a dividir os brasileiros a partir da eleição de Lula em 2002.
O estrago foi grande. Não voltamos às cavernas como se poderia presumir do discurso retrógrado que condenava o “grande capital”, a “grande empresa”, a “grande propriedade”, e para o qual até o nomadismo parecia fenômeno reprovável, precursor do famigerado neoliberalismo. No entanto, se não voltamos às cavernas, se o agronegócio não acabou e não tocamos tambor para chover, os “negócios” foram tantos e tão grandes que o País entrou em recessão, a economia foi para o saco, as contas nos paraísos fiscais engordaram e os desempregados se contam em oito dígitos. Tal história, como se sabe, acabou nos confessionários de Curitiba.
Dois grupos disputam espaço político no Brasil. De uma banda, o novo governo, de perfil liberal e conservador, inova e alimenta a esperança de que, modernizando-nos, podemos escapar do caos. De outra, a oposição, que recicla velhos chavões, bate palmas para Maduro, se aferra ao paleolítico e alimenta o caos com esperança de voltar.

(*) Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


NO BLOG DO GABEIRA
AS SIMPLES ARMADILHAS
03.05.2019 EM BLOG
O Brasil é dirigido por um bando de loucos, afirmou Lula. Ainda bem que não são cachaceiros, respondeu Bolsonaro. Os dois homens com mais apelo popular no Brasil falam uma linguagem rude e franca. Sabem que se comunicam com a maioria e desprezam as nuances sofisticadas para combaterem um ao outro.
Essa polaridade é um sinal dos tempos. Na verdade, Bolsonaro é um recém-chegado. Ele explodiu a outra polaridade, entre PSDB e PT, assim como em muitos lugares da Europa também foi para o espaço a alternância centro-direita e centro-esquerda.
Bolsonaro procura expressar o que acha ser a aspiração do homem comum. É disso que se trata: apresentar soluções simples e deixar que a complexidade fique para intelectuais e especialistas – os suspeitos de estarem enrolando e mantendo o status quo com suas avaliações mais profundas.
Creio que é dentro desse contexto que é preciso analisar a disposição de Bolsonaro de reduzir o apoio aos cursos de sociologia e filosofia. Ele quer se dedicar aos que dão retorno, como os de agricultura, medicina, administração.
Bolsonaro já foi contestado de muitas formas. Ficou claro que há uma previsão constitucional amparando esses cursos. A contestação que deve ter pegado mais fundo é a de natureza econômica: o avanço da robótica, da inteligência artificial, reacendeu a importância das ciências humanas. Asfixiá-las seria um lamentável atraso.
O próprio Japão, usado como argumento, já percebeu que os desdobramentos científicos tornaram um erro a ideia de subestimar as ciências humanas.
Não sei como essas coisas vão ser elaboradas na cabeça de Bolsonaro. Sinto que ele exprime uma espécie de senso comum talvez originado na suposição de que apenas o que se produz materialmente tem valor – outro equívoco bastante difundido entre as pessoas que buscam líderes simples e diretos para resolver os problemas do País.
Outra fonte de mal-entendidos é supor que sociologia e filosofia sejam matérias de esquerda, isto é, conduzam os que se dedicam a elas inevitavelmente a uma posição contestadora.
Se a direita que apoia Bolsonaro pensa assim e quer suprimir cursos, ela está, na verdade, capitulando intelectualmente, abandonando um campo por achar que a partida ali jamais será ganha ou, no mínimo, empatada.
No livro O Povo Contra a Democracia, Yasha Mounk, acho eu, acerta ao afirmar que esses líderes expressam posições populares e não adianta vê-los com olhar superior ou classificar seus seguidores como idiotas. Essa é uma tese que defendo, em termos semelhantes, desde o período eleitoral. O segredo, para ficarmos numa expressão popular, é mostrar às pessoas como o buraco é mais embaixo, nem todas as ideias simples são exequíveis.
Bolsonaro vetou um anúncio do Banco do Brasil (BB). Havia gays, tatuados e negros. Na sua visão estreita, a propaganda do banco é um instrumento da guerra cultural. O povo não pagará por ideias que confrontam a família.
A deputada Janaina Paschoal chegou a perguntar por que estatais fazem propaganda. No caso, o Banco do Brasil é apenas um ator num cenário competitivo em que estão também os bancos privados. A propaganda é uma forma de competir e assegurar uma fatia do mercado.
Mesmo aqueles que defendem a privatização do BB – talvez não seja o caso de Bolsonaro – deveriam estar interessados em que o banco não perca uma fatia de mercado. Se isso acontecer, sai mais barato, o País receberia menos por ele.
Tudo isso, na verdade, é apenas uma reflexão sobre a tática, a possibilidade de progressivamente levar às pessoas uma ideia de que as coisas são mais complexas, sem que com isso se considerem ludibriadas por um misterioso e onipresente sistema.
Bolsonaro tem dito que a propriedade privada é sagrada. Hoje usa esse argumento para refletir sobre a resistência dos fazendeiros às invasões de terras.
No entanto, há várias situações em que a tese da sacralidade tem de ser relativizada. Às vezes, um rio que passa na sua sagrada propriedade privada é o mesmo que passará em outras sagradas propriedades, ou terá de abastecer os que não têm nenhuma propriedade. É possível, em nome do seu pedaço de terra, arruinar um patrimônio comum?
Os políticos que propõem soluções simples para os problemas complexos vencem de goleada no Brasil de hoje. E, diria, em muitos pontos do Globo, na atual conjuntura. O problema com eles é que o tempo vai passando e as pessoas que esperam soluções simples e rápidas se desapontam com facilidade. E o capital político escapa pelos dedos.
Os movimentos de Bolsonaro são uma espécie de contraponto à reforma da Previdência. No momento, é o tema que pode trazer algum alívio à economia, sem necessariamente despertar entusiasmo popular.
Ele parece atento a esse jogo. Tanto que descartou a ideia de mais um imposto que atingiria também as igrejas, sobretudo as evangélicas. E se concentra na guerra cultural, um campo em que as coisas não só se mexem com muita lentidão, como dependem do confronto de ideias e se realizam com armas próprias, dentro da diversidade.
A grande tarefa dos intelectuais é convencer as pessoas que desconfiam da sua atividade e mostrar pacientemente o seu valor. É importante não perder o vínculo com as pessoas que acreditam, como Bolsonaro, que ciências humanas não têm retorno.
A convergência das ciências humanas com a inteligência artificial, que vai revolucionar nossos cotidianos, é um bom argumento. Mostra que está em jogo o futuro de todos nós. E nos anima a argumentar que a desconfiança mútua é um fator de atraso.
Intimidar intelectualmente os simpatizantes do populismo não me parece o caminho adequado. O melhor é mostrar de forma amigável o que às vezes fazemos com arrogância: que as coisas são mais complicadas do que parecem.
Artigo publicado no Estadão em 03/05/2019.

NO BLOG DO POLÍBIO BRAGA
Investigação de propina sobre Marco Maia, PT do RS, vai para a Lava Jato de Curitiba

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para a Operação Lava Jato, em Curitiba, a investigação sobre o ex-deputado gaúcho Marco Maia (PT) por supostas propinas da OAS de R$ 1 milhão para que impedisse a convocação de dirigentes de empreiteiras investigadas na CPI da Petrobras.
Marco Maia foi o relator.
O caso envolve também Vital do Rego, do TCU.
Os delatores ainda afirmam ter feito pagamento de R$ 1 milhão para José Capela, que seria um interlocutor de Marco Maia. Para Raquel, "as provas apontam, em tese, para o cometimento dos crimes de corrupção passiva e ativa e de lavagem de dinheiro". 



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