SEGUNDA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 1º DE MARÇO DE 2019

NA COLUNA DO ESTADÃO
Onyx se fortalece para desafio após o carnaval
Sexta-feira, 01 de março de 2019 | 05h00
É quase consenso entre governistas do Congresso que Onyx Lorenzoni sai para o recesso de carnaval politicamente maior do que chegou ao Planalto há dois meses. A vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP) sobre Renan Calheiros (MDB-AL), arquitetada pelo ministro, e o reconhecimento, ainda que tardio, de Jair Bolsonaro da necessidade de negociar com o Parlamento foram decisivos no fortalecimento do chefe da Casa Civil. A partir da Quarta de Cinzas, porém, terá de mostrar eficiência e montar uma base de apoio se quiser manter o capital.
Parceria
Assim como o presidente Jair Bolsonaro, Onyx passará o fim de semana em Brasília. Os dois vão se encontrar para conversar sobre a Previdência.
Inovação 
Como parte do esforço do governo de se aproximar do Congresso, a equipe do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, desenvolveu um aplicativo para os políticos acompanharem a execução das emendas parlamentares.
Startup 
A ferramenta será apresentada pelo próprio ministro na Comissão de Seguridade da Câmara quando ela for instalada.
Fé… 
Em audiência no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) elogiou o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) por colocar para arrendamento os portos de Salvador e de Aratu, administrados pela Codeba.

…no governo 
“Quando eu era aliado do governo federal, não consegui arrendá-los. Quem sabe agora como oposição eu consigo”, brincou o petista.
Tesoura 
Em grave crise fiscal, as secretarias da Fazenda e do Planejamento do RS estão fazendo um pente-fino nos benefícios de servidores. Eles têm, por exemplo, reajustes salariais automáticos: 3% a cada 3 anos, 15% a cada 15 anos.
Soldado… 
O Exército criou um recruta virtual que responderá pelo Messenger (Facebook) dúvidas dos 90 mil jovens que ingressam no serviço militar.
…virtual 
Ele se chamará Max, nome com duplo significado. Homenageia o herói brasileiro da Segunda Guerra Max Wolf Filho e é a sigla de Módulo Auxiliar de Relações Públicas.
Pierrô solitário 
O ex-presidente Lula vai ficar sem receber visitas até a Quarta-Feira de Cinzas. Motivo: dedetização na superintendência da PF em Curitiba.
Bloquinho 
Do lado de fora da superintendência, uma vigília carnavalesca de apoiadores está programada.
Deixa disso 
Na semana passada, de dentro da prisão, Lula teve de atuar para serenar os ânimos de Paulo Okamotto e Márcio Macedo, um dos vices do PT. Os dois se desentenderam durante uma reunião do Comitê Lula Livre.
CLICK 
Único bombeiro no Congresso, o deputado Capitão Derrite esteve ontem em Brumadinho (MG). “E ainda tem quem diga que militar tem privilégios”, afirmou ele.

NO CN7
Cid Gomes chega com pouco prestígio no Senado e sofre duas grandes humilhações
Para piorar, FG está com a virose da mosca e não pisou no Senado esta semana
Quinta-feira, 28/02/2019|14:50
O senador Cid Gomes (PDT-CE) chegou com pouco prestígio no Senado — apesar de seus aliados dizerem que ele ia comandar o negócio todo.
Em pouco tempo na Casa, ele teve duas grandes derrotas (por que não dizer humilhações?) Primeiro, quis Renan Calheiros na presidência da Mesa Diretora: não conseguiu, quem ganhou foi Davi Alcolumbre.
Segundo, sonhou com a presidência da CCJ: mais uma derrota. Quem assumiu foi a emedebista Simone Tebet.
Em tempo
A pouca relevância de Cid virou chacota nacional, como mostra o colunista de O Globo Lauro Jardim.
Veja:

NO PUGGINA.ORG
HOMOFOBIA E RACISMO
Por Percival Puggina 
Artigo publicado sexta-feira, 01.03.2019
Partidos de poucos votos na urna e no Congresso Nacional, pavoneando-se mesmo assim como representantes das mais sentidas reivindicações populares, adquiriram o hábito de levar suas pautas diretamente ao STF. Ser bem sucedido ali é muito mais fácil do que obter apoio e maioria entre 513 deputados e 81 senadores. Por isso, buscam o atalho judiciário, onde lhes basta a simpatia de meia dúzia de togados ativistas. Tão simples quanto impróprio. Parlamento para quê?
Nos últimos anos, nossos onze ministros se aferraram com braços e pernas à tese de que seu poder cumpre função contramajoritária. Não é uma beleza? Cabe-lhes, então, por via de consequência, incontido empenho pró-minoritário, tornando-os avessos aos resultados das deliberações repulsivamente majoritárias do Congresso Nacional.
O imenso voto dissertado pelo ministro Celso de Mello na ação que clama pela criminalização da homofobia surpreendeu a Nação. Do que disse, pode-se concluir que o decano identifica no Congresso Nacional, em primeiro lugar, o vício infame de decidir por maioria e, em segundo lugar, uma demora em deliberar que – aí digo eu – só é superada pelo próprio STF.
É desnecessário aos fins deste artigo reiterar o que já escrevi em vários outros: nos parlamentos, não deliberar é uma forma legítima de deliberação, quase sempre orientada pelos próprios autores de projetos que reconhecidamente não contam com votos para aprovação. E o STF, em tempos de ativismo judicial, tem passado um trator sobre textos claríssimos da Constituição. Foi o que aconteceu quando autorizou a criação de cotas raciais como medida temporária (se permanente seria inconstitucional). Perenizou-se, assim, a multiplicar-se por prazo indefinido, a aberrante inconstitucionalidade. Foi, também, o que aconteceu quando o STF reduziu a pó o artigo 226 da Constituição que reconhece, para efeito da proteção do Estado, a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar. Alertam-me amigos juristas sobre outros casos em que o STF produz sentenças aditivas maquilando-as com “interpretação conforme a Constituição”. É mais ou menos o que está sendo alinhavado em relação ao aborto.
No caso da homofobia, o ministro Celso de Mello gastou a paciência da Corte ao longo de dois dias num imenso esforço retórico para proclamar a tese que tudo indica será acolhida pela maioria: deve-se aplicar à homofobia, por analogia, os tipos penais referentes ao racismo. Sua Excelência descobriu algo que antigamente se chamava “ninho de égua”, e o falecido padre Quevedo dizia “isso non ecziste”.
Aliás, estou a um passo de concluir que a criação de tipo penal por analogia também é uma forma de racismo.
Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


NO INSTITUTO MILLENIUM
DEBATE RASTEIRO
Por J.R. Guzzo
Sexta-feira, 01/03/2019
O Brasil dos nossos dias realmente elevou ao estado de arte, como se diz, a capacidade que as classes superiores desenvolveram nesses últimos tempos para transformar questões de desimportância ilimitada em motivo para discussões de altíssima tensão, nas quais se debate, desesperadamente, o destino final de tudo o que pode existir de essencial na existência humana. 
A mulher do empresário Nizan Guanaes, por exemplo, cometeu ou não crime de racismo ao utilizar os serviços profissionais de negras vestidas com o traje clássico de baianas, em sua recente festa de aniversário em Salvador? Quais os segredos de vida e morte que o ex-ministro Gustavo Bebianno, do qual nenhum cidadão comum jamais tinha ouvido falar até hoje, vai enfim “contar para todo mundo” ─ e provocar com isso a autodestruição imediata do governo? O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, já está marcando reuniões secretas com a CUT, a Conferência Nacional dos Bispos e o ex-presidente Fernando Henrique para acertar os detalhes finais do golpe de Estado que vai derrubar, a qualquer horinha dessas, o presidente Jair Bolsonaro? Viram o que saiu publicado na coluna do colunista A? E o que saiu publicado na coluna do colunista Z? Com a crise cada vez mais grave, quantos meses ainda pode durar este governo? E por aí se vai.
Nenhum desses portentos tem a mais remota possibilidade de resultar em qualquer tipo de coisa relevante, é claro, mas cada um deles faz um barulho danado até evaporar do noticiário, para dar lugar a outros vendavais da mesma qualidade. Aguarde a qualquer momento, portanto, mais uma crise fatal em Brasília ─ ou melhor, mais um “desdobramento” da crise que se instalou no governo desde o dia 1º de janeiro deste ano e até agora não foi embora. Já ouvimos, entre outras desgraças garantidas, que o presidente jamais conseguiria montar o seu ministério sem entregar a alma e o Erário aos “políticos”. Anular o convite para o ditador da Venezuela vir à cerimônia de posse de Bolsonaro foi uma atitude “de altíssimo risco” do novo governo ─ o Brasil, com essa decisão tresloucada, estava se isolando do resto do mundo. Renan Calheiros iria ser eleito para a presidência do Senado e, a partir dali, formaria um vigoroso polo de “poder alternativo” ao governo; a “Resistência” encontraria nele o seu novo comandante. Outros terremotos, além desses? É só escolher no Google.
Fica a impressão, no meio de toda essa calamidade permanente, que a vida política brasileira está tentando, em pleno século XXI, operar num sistema de moto-contínuo ─ os fatos, aí, se criariam através da reutilização infinita da energia gerada pelo movimento desses próprios fatos. É a fantasia da máquina que funciona sozinha. O moto-contínuo, como se ensinava na escola, é um fenômeno cientificamente impossível, por violar as leis da termodinâmica. Mas isso aqui é o Brasil, e no Brasil todo mundo sabe que há uma porção de leis que não pegam ─ talvez seja o caso, justamente, da “crise política” que é apresentada todos os dias ao público. Um acontecimento ganha vida, prospera, desaparece e se reproduz num outro, o tempo todo; o mesmo processo se repete com esse outro acontecimento, e assim a coisa não para nunca. Não tem a menor importância a força real dos fatos apresentados à população, nem a constatação de que nunca resultam em nada de prático; eles existem porque são anunciados, e pronto.
A próxima catástrofe é a reforma da previdência que o governo acaba de apresentar à Câmara dos Deputados. Tanto faz o que vai realmente acontecer. Mesmo que as mudanças sejam aprovadas, você ouvirá que o governo sofreu mais uma derrota ─ ou porque tal ou qual item não passou, ou porque “o custo foi alto demais”, ou porque o ministro Zé falou uma coisa e o ministro Mané falou outra, e assim por diante. As verdadeiras questões que têm de ser resolvidas, enquanto isso, ficam voando no espaço sideral, inalcançáveis por um debate neurastênico, rasteiro e sem lógica.
(Fonte: “Veja”, 28/02/2019)

NO O ANTAGONISTA
Queiroz diz que gerenciava gabinete de Flávio Bolsonaro para ‘multiplicar base eleitoral’
Sexta-feira, 01.03.19 10:16
Fabrício Queiroz admitiu em depoimento por escrito ao Ministério Público que fazia o “gerenciamento” de valores recebidos por servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro e coordenava “os trabalhos e demandas” para expandir as redes de contato e de colaboradores do parlamentar.
O depoimento foi revelado pelo Estadão e pelo SBT.
Queiroz detalhou que nomeava assistentes no gabinete por julgar que a melhor maneira de “intensificar a atuação política seria a multiplicação dos assessores da base eleitoral”.
Segundo ele, seus superiores não tinham qualquer conhecimento de sua atuação.

O inferno de Mecias
01.03.19 09:42
A Crusoé mostra as imagens de Mecias de Jesus, do PRB, a caminho da urna de votação, na polêmica eleição para a presidência da casa, no último dia 2 de fevereiro.
Ele parece carregar duas cédulas, uma sobre a outra.
A resolução da fotografia não é suficiente para a certeza. Mas a Crusoé apurou que imagens de vídeo captadas nesse mesmo instante — e já em poder da equipe que analisa o caso — reforçam ainda mais as desconfianças que pairam sobre o parlamentar recém-eleito por Roraima.
Se ele já era o suspeito número um da fraude na votação, em que apareceu um voto a mais na urna, agora é ainda mais.
Leia a reportagem completa aqui.

O padre que atrasou a Lava Jato
01.03.19 09:30
A Crusoé publicou uma importante reportagem sobre o esquema delatado pelo Padre Wagner, envolvendo a Igreja e as empreiteiras enroladas com a Lava Jato.
Leia um trecho:
“O que talvez nem a Lava Jato saiba — e que Crusoé conta nesta reportagem — é que a atuação de Wagner Portugal ia bem além de suas funções como diretor da organização social suspeita de desviar algumas dezenas de milhões de reais do governo do Rio de Janeiro.
Wagner Portugal funcionava também como um competente elo entre uma parte importante da cúpula da Igreja, empreiteiras que caíram na Lava Jato e políticos proeminentes (…).
Essa proximidade lhe rendeu tarefas sensíveis. Quando estourou a Operação Castelo de Areia, na qual a Polícia Federal e o Ministério Público acharam o mapa da mina que poderia antecipar em alguns anos as descobertas da Lava Jato, com pagamentos a políticos em troca de facilidades no setor público, o padre foi escalado para uma operação de contenção de danos em Brasília.
A ordem era para que ele procurasse os poderosos da hora para buscar uma maneira de evitar o que poderia ser uma grande desgraça para ambos os lados – para a Camargo Corrêa, como corruptora, e para os políticos, como os destinatários da propina.”
Leia a reportagem completa aqui.

A responsabilidade de Bolsonaro
01.03.19 08:53
Jair Bolsonaro, em seu encontro com jornalistas, reconheceu que será preciso “muito mais que as redes sociais” para aprovar a reforma previdenciária.
O general Santos Cruz concorda.
Ele disse para o Valor que o presidente terá de se empenhar pessoalmente:
“Não tem jeito, ele é o único responsável por tudo. Como a gente diz, militarmente, por tudo o que aconteça ou deixe de acontecer. Essa é a responsabilidade dele, esse é o preço”.

Haddad já pode receber ordens de Lula
01.03.19 08:25
Fernando Haddad conseguiu nova procuração para representar Lula, diz a Folha de S. Paulo.
A primeira visita do poste deve ocorrer na sexta-feira, depois do Carnaval.
O chefe é sempre o chefe.

“O presidente não permitirá a presença do filho”
01.03.19 07:47
O general Hamilton Mourão garantiu à Veja que os filhos de Jair Bolsonaro serão afastados do Palácio do Planalto:
“Se o assunto for sigiloso, acredito que o presidente não permitirá a presença do filho”.
Perguntado se a ala militar do governo está preocupada com o papel dos filhos do presidente, ele respondeu:
“A grande preocupação que temos é que o governo realize aquilo a que se propôs. Que não se perca num emaranhado de questões menores. Que se concentre no que de fato é relevante”.
A revista quis saber se ele já havia conversado sobre o assunto com Jair Bolsonaro.
Ele disse:
“Não. Desde que sofreu o atentado, o presidente tinha uma situação de saúde difícil, com risco de vida, e a família se aproximou muito dele. Era a defesa do patriarca. Agora, ao ver que o pai está bem, cada um dos filhos cuidará de suas atividades. Se a partir de agora ocorresse algo distinto, aí seria o caso de eu conversar com ele.”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA