SEGUNDA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 06 DE MARÇO DE 2019

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 06 de março de 2019
Prioridades do Bolsonaro após o Carnaval
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil
Quarta-feira de Cinzas. Reza a lenda que o ano tupiniquim começa, agora, de verdade, depois do Carnaval. O Presidente Jair Bolsonaro mandou bala na última 'twittada' carnavalesca: “Palavras minhas: é urgente que o Congresso aprecie matérias para que os agentes de segurança pública ou não, usem da letalidade para defender a população, caso precisem e estejam amparados por lei para que possamos resgatar a paz diante do terror que vivemos em todo Brasil”.
O descanso momesco no Palácio da Alvorada fez bem ao Presidente. Bolsonaro retomou uma parte fundamental da agenda original que o elegeu. Ele saiu do silêncio para reiterar seu compromisso de liderar e promover uma mobilização política, democrática, focada no respeito á Lei para conquistar a ordem, com segurança ao povo brasileiro. A tolerância zero com assassinos ou terroristas das ruas é idêntica a que precisa ser investida contra bandidos de 'zelite' - mais organizados e sofisticados.
Bolsonaro tem muito a avançar. Não pode ficar refém de pautas impostas pela imprensa (claramente inimiga dele) e, muito menos, por eventuais falhas parciais de uma equipe que terá algumas peças mexidas nos 100 dias de governo. Bolsonaro tem de partir para a ofensiva. Negociar a reforma da Previdência com o Congresso. Costurar um acordo minimamente soberano para o Brasil com os Estados Unidos da América. Manter o compromisso de lutar a favor das mudanças, por mais difíceis que elas sejam ou apenas pareçam...
Bolsonaro precisa focar na retomada da economia. Cobrar os projetos que o governo tem parados aos montes já vai ajudar muito. Porém, é fundamental dar uma cobrada mais forte na equipe do Paulo Guedes. O emprego não foi retomado. Os juros ainda estão altos. Os bancos continuam lucrando cada vez mais, enquanto o crédito segue caríssimo, insuportável. Bolsonaro deveria dar uma olhada e uma priorizada nas cooperativas de crédito – aliás, sustentáculos do bem sucedido agronegócio. Guedes parece que não dá bola para isto...
Bolsonaro deve tomar cuidado... Até agora, a economia parada e o desemprego são jogados na conta do Michel Temer... Daqui a alguns meses, talvez logo depois dos 100 dias, a persistência do problema será atribuída ao governo Jair Bolsonaro... O tempo “ruge”... Não pode dar mole... Nem ficar a reboque dos tecnocratas econômicos. Se a economia não destravar, seu governo fracassa...
Agora, a missão presente de Bolsonaro é cuidar para que seu projeto de futuro priorize a destruição, imediata, de um passado fracassado de Brasil. Se não romper com os erros conceituais e estruturais, Bolsonaro “dança”... O Capitão pode tudo, exceto cometer erros primários ou ser conivente com eventuais mancadas de sua equipe... O Presidente deve fortalecer a relação com o vice, deixando Mourão partir para os embates críticos.
Bolsonaro tem de liderar a pauta positiva. É o que o eleitorado espera dele... É fundamental que esteja aberto para interpretar as críticas positivas, mas, principalmente, saber tirar proveito das destrutivas, sem perder o equilíbrio emocional.
Presidente da República não pode bater boca com otário – sobretudo da imprensa. É hora de aprender a deixar a canalha falando sozinho... Quer bater? Delega ao filho Carlos ou repassa a bronca para o Mourão resolver. O sonho imediato do Vice é jogar como o “Gabigol” no Flamengo...
O Alerta Total insiste: Bolsonaro precisa demonstrar sua competência como bom gestor da coisa pública. A fase de parlamentar brigão é passada... Esquece o Capitão Reformado... O fardo é outro... O terno agora é farda... O papel agora é de governante – não mais de fanfarrão, nem falastrão – que reage, emocionalmente, a toda provocação. Evite as inúteis polêmicas ideológicas – que só beneficiam os extremistas, sem qualquer compromisso com a governabilidade.
Deixa o Moro e a Polícia Federal trabalharem... Aperta o saco do Paulo Guedes... Bota o Onyx para articular... Mantenha a comunicação direta nas redes sociais com fatos objetivos, e não com perigosos 'factóides' ou 'faketóides' (por mais bem intencionados que eles possam parecer...).
Governe cobrando resultados mais incisivos de sua equipe... Seu eleitorado não é otário... A oposição, ainda bestificada e aparentemente fragilizada, sempre está pronta para lhe ferrar e retomar o protagonismo de oposição sem tréguas.
Acelere, com os militares, a formulação do Projeto Estratégico de Nação. Sem isso, Bolsonaro, você não fará a diferença... Lembre-se sempre: você não foi eleito para fazer mais do mesmo... Foco nas coisas certas que os resultados positivos aparecem naturalmente...
Antes do sucesso de Bolsonaro, vamos assistir ao agravamento da guerra de todos contra todos, graças aos delatores traíras da Lava Jato... A diversão promete...
Por tudo isso, senta o dedo na caneta de plástico, 01...
(...)

NO PUGGINA.ORG
NOVO GOVERNO E TROCA DE SINAL
Por Percival Puggina 
Artigo publicado em 03.03.2019
Qualquer observador atento se terá deparado com o uso da expressão “troca de sinal” significando que – ao desalojar do poder o PT, bem como os partidos que o parasitam e seu ajudante de ordens, o MDB – o novo governo estaria agindo como seu inverso. Se o que tínhamos era “x”, o novo governo seria “-x”.
Há que considerar, aqui, dois aspectos. O primeiro, sem dúvida, é o inteiro direito que assiste ao novo governo de atuar com os que têm a mesma visão sobre as necessidades do País e sobre os modos de lhes dar atendimento. Sintonia de ideias. A irracionalidade do nosso modelo institucional (para o qual ninguém presta a menor atenção) entrega ao Presidente não apenas o governo, mas a administração e a maior parte do aparelho de Estado.
O segundo é não delirar imaginando que o governante disponha de uma administração pública e de um aparelho de Estado (autarquias, estatais, agências, conselhos, órgãos de fiscalização e controle, etc.) formado por servidores profissionais politicamente neutros. Há uma enorme imprudência, ou má intenção, em presumir que todos os servidores que operam nessas áreas, independentemente de suas preferências pessoais, trabalham para que os governos sejam bem sucedidos. Como esperar que não militem, não sabotem, não vazem informações? A vida não é assim no nosso sistema de governo. Quando o poder muda de mãos, é imperioso, de fato, dar reset em todas as equipes, principalmente após um longo período de hegemonia do mesmo grupo político.
“Mas e o pluralismo?”, leitores perguntam e colunistas escrevem. 
Sobre pluralismo, senhores, presumo que tenham recebido suas aulas do PT. E se prestaram atenção, se fizeram o dever de casa, terão percebido o quanto se faz urgente desaparelhar a máquina federal, arejar o MEC e as universidades (em especial os cursos de humanidades), o STF, os Conselhos (quaisquer conselhos), as estatais, as agências, as ONGs e por onde quer que vá o trem blindado de Trotsky.
Nada disso é troca de sinal. É apenas troca de um governo socialista por um que reúne conservadores e liberais. O sinal estaria realmente trocado, se o novo governo usasse a máquina para corrupção financeira, se permitisse a formação de quadrilhas em seu interior, se criasse movimentos sociais para promover atos de violência e propaganda política, se usasse recursos públicos de maneira não técnica para financiar mídia amiga e se permitisse que, em cada programa social do governo, se instalassem mecanismos escandalosos para serviço de seus parceiros.
(*) Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA