SEGUNDA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 25 DE FEVEREIRO DE 2019

NO BLOG DO JOSIAS
Gigantismo imobiliário de Davi diminui o Senado
Por Josias de Souza 
Segunda-feira, 25/02/2019|07h01min
Com 81 senadores nos seus quadros, o Senado da República escolheu ser presidido por um membro do baixo clero: Davi Alcolumbre. Fez isso para se livrar do constrangimento de uma quinta presidência do cardeal Renan Calheiros, cujo prontuário precede a biografia. De repente, descobre-se que Davi é um gigante imobiliário que gosta de brincar de esconde-esconde com a Justiça Eleitoral.
A banda novata do Senado, que votou em Davi imaginando que higienizaria o comando do Senado, deve desanimar ao ler na Folha a notícia sobre o vício do personagem de ocultar imóveis em suas declarações de bens à Justiça Eleitoral. Ele faz isso desde o final da década de 90, quando ingressou na política. 
A troca de Renan por Davi ensina aos senadores novatos que chegaram a Brasília com uma vontade incontrolável de fazer o bem que, na política, às vezes é difícil até evitar o mal. Davi chegou à presidência do Senado sem ter exercido nenhuma outra função de destaque. Não havia ocupado nem a liderança do seu partido, o DEM. 
Sem nenhum desrespeito ao personagem, apenas considerando sua carreira e suas naturais limitações, é difícil imaginar Davi Alcolumbre exercendo cargos de responsabilidade semelhante em qualquer outro lugar que não seja o Congresso. Não podendo elevar a própria estatura, os senadores mantiveram rebaixado o pé-direito do Senado, acomodando o impensável na linha de sucessão da Presidência da República.

Militares do Brasil reprovam tom bélico de Guaidó 
Por Josias de Souza 
25/02/2019|04h30min 
A ação humanitária de sábado produziu mortos e feridos sem atravessar nenhum saco de comida ou frasco de remédio para dentro da Venezuela. Depois desse fiasco, avaliam os militares brasileiros, o pior que poderia acontecer seria uma escalada belicista como a que começa a se esboçar na retórica de Juan Guaidó, o autoproclamado presidente interino da Venezuela. 
Na noite deste domingo (24), o blog ouviu um dos ministros fardados do governo Bolsonaro sobre a hipótese de intervenção militar externa na Venezuela, admitida por Guaidó. O ministro O ministro informou que essa carta não consta do baralho do Brasil. Se for mencionada na reunião do Grupo de Lima, marcada para esta segunda-feira, deve ser refugada pelo vice-presidente Hamilton Mourão. 
Avalia-se que um eventual confronto armado transformaria o Brasil numa espécie de figurante no meio de protagonistas de peso. Ao lado de Juan Guaidó, os Estados Unidos. Na trincheira de Maduro, China e Rússia. 
O ministro, que conversou com o blog, recordou que, ao autorizar a participação do Brasil na missão humanitária deflagrada no sábado, Bolsonaro fixara "uma regra de ouro", segundo a qual "nenhum militar ou policial brasileiro poderia cruzar a fronteira com a Venezuela." Caberia aos venezuelanos levar mantimentos e medicamentos para o seu território, lidando com o bloqueio das forças leais a Maduro.
Representante de Bolsonaro no encontro do Grupo de Lima, a realizar-se na Colômbia, Hamilton Mourão levou uma segunda baliza fixada pelo presidente. Se for necessário, o Brasil deixará claro que, em caso de confronto, não permitirá que seu território seja usado como porta de acesso à Venezuela. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, participará da reunião como observador.
No seu esforço para prevalecer sobre Maduro, Guaidó agora fala em "sugerir à comunidade internacional de maneira formal que devemos ter abertas todas as opções". Intervenção militar externa?, perguntou-se a ele. E Guaidó: "Eu quis dizer exatamente isso, que devemos considerar todas as opções"

NO BLOG DO GABEIRA
O PAÍS QUE IMPORTA
Segunda-feira, 25.02.2019 EM BLOG
Aqui na Praia do Norte, em Nazaré, pensando nos portugueses que se atiraram, como diz o poeta, ao mar absoluto, ao encontro do impossível — aqui sigo surpreso com o que acontece conosco, com o que fizemos de nós no outro lado do Atlântico. São tristes as imagens que chegam do Brasil, a mulher deformada pelo espancamento, a jovem mãe correndo com um bebê no colo do conflito entre torcida e polícia. E Maduro fechando a fronteira para comida e remédio.
Todo cais é uma saudade de pedra, como lembra Fernando Pessoa. É preciso um momento de reflexão à distância. A mais recente crise política no Brasil seria tema de um folhetim, amores enviesados, mentiras, veneno e fel.
Temos de achar uma forma de abstrair esse baixo nível e nos unirmos no principal: tirar o Brasil da crise, votar a reforma da Previdência, reduzir o número de crimes. No caso da Previdência, ela tem a aprovação das pessoas preocupadas com o País e não pode ser nem rejeitada nem mutilada pelo Congresso.
Por mais que o governo considere a imprensa como inimiga, os ambientalistas como obstáculo ao progresso, é preciso ajudá-lo, pois o que está em jogo no momento é muito maior que ele.
O Congresso derrubou o decreto que deformava a Lei de Acesso à Informação. Já havia criticado Mourão por tê-lo lançado. A transparência venceu. Faz parte do jogo ganhar ou perder. Sou catedrático em derrotas e asseguro que não importam tanto. Com uma boa análise, fugimos das inevitáveis; com alguma cintura, transformamos outras em vitória relativa.
Num outro artigo em que divago sobre o tempo na concepção do historiador Fernand Braudel, classifico a vitória de Bolsonaro apenas como uma conjuntura em que vários fatores convergem para alterar o tempo rotineiro.
Guardadas as proporções, uma convergência que também aconteceu nos Estados Unidos. São conjunturas que necessariamente não quebram a longa linha do tempo.
Conheço um pouco do Brasil e de Bolsonaro. Quando se tornou um candidato favorito, sabia que sua experiência ainda era limitada. E que sua vitória exigiria de todos nós uma dose de maturidade para evitar traumas. O resto ficaria por conta dos eleitores em 2022.
Foi essa a escolha majoritária. Diante dela, creio eu, o ideal é mapear os temas essenciais para sairmos do buraco. E criticar o governo sempre que se afaste deles.
Intrigas, vaidades, embriaguez do poder sempre se apossam das pessoas mais simples. Ainda mais no Brasil, onde tudo parece ter um viés novelesco: “Carlos Henrique, nunca pensei que fosses me trair…”
De novo, reafirmo aqui minha defesa do jornalismo preventivo. Não se trata de evitar as coisas feias, mas simplesmente de colocá-las no contexto.
Com todo o respeito pelo seu trabalho, Bebianno não existia na política brasileira até a campanha de Bolsonaro. Por sua vez, Bolsonaro nunca foi um hábil estadista, atenuando arestas, unindo forças divergentes. São, por assim dizer, forças não buriladas, que podem amadurecer ou seguir aos trancos até o fim do mandato.
Bolsonaro sempre foi um homem risonho e brincalhão, embora, é natural, tenha ficado mais sombrio depois do atentado que sofreu. Não me importo com as coisas que diz sobre o meio ambiente, muito menos com seus seguidores fanáticos. Pertenço a um grupo no Brasil que leva porrada dos dois extremos e já se acostumou.
Na hora de fazer a coisa certa, como proibir barragens a montante e dar um prazo para desativar as que existem, ele o fez. Será que está esverdeando? Será que, como todos os outros verdes, ele é uma espécie de melancia, verde por fora, vermelho por dentro?
É um país estranho. Não sei se os portugueses traçariam o mesmo rumo se soubessem do desfecho. Sei apenas que é hora de partir. Saudade e dever me empurram de volta, depois desses dias ao lado de Fernando Pessoa:
“E nada traz tanta religiosidade como olhar muito para gente/ A fraternidade afinal não é uma ideia revolucionária/ É uma coisa que a gente aprende pela vida afora, onde tem que tolerar tudo/ E passa a achar graça ao que tem que tolerar/ E acaba quase a chorar de ternura sobre o que tolerou!”
O poeta me saúda no cais:
“Boa viagem! Boa viagem!/ Boa viagem, meu pobre amigo casual, que me fizeste o favor /De levar contigo a febre e a tristeza dos meus sonhos.”
(Artigo publicado no jornal O Globo em 25/02/2019)

NO O ANTAGONISTA
“Se não fizemos a reforma, o Brasil voltará para a recessão”
Segunda-feira, 25.02.19 09:44
José Roberto Mendonça de Barros, em entrevista à Folha de S. Paulo, disse que, “se não fizemos a reforma, o Brasil voltará para a recessão”.
Ele disse também que a reforma não pode ser canibalizada pelo Congresso Nacional:
“O governo está certo em pedir uma reforma completa e ousada com uma economia acima de 1 trilhão de reais em dez anos. Se vier uma reforma que economiza 500 bilhões de reais ou abaixo disso, é insuficiente e será uma gigantesca frustração.”

“Por razões estratégicas, Caixa 2 vai ser tratado em projeto separado”
25.02.19 09:34
Sérgio Moro, na entrevista à Jovem Pan, explicou por que resolveu separar o Caixa Dois do resto de seu pacote anticrime:
“O governo está preparando uma proposta sobre Caixa Dois e tem uma posição rigorosa contra esses crimes. Por razões estratégicas, vai ser tratado em projeto separado.
Houve reclamação por parte do mundo político de que esse crime não deveria ser tratado como crimes violentos, de corrupção ou crime organizado. Atendendo a essa reclamação, vamos colocar em separado.”
Ele acrescentou:
“Na Petrobras, houve casos em que o dinheiro foi utilizado para financiar campanhas políticas. Era corrupção contaminando o processo democrático. Isso é grave.”

Moro: “O governo não é favorável à impunidade dos criminosos”
25.02.19 09:07
Sérgio Moro defendeu seu pacote anticrime em entrevista à Jovem Pan:
“Eu tenho recebido frequentemente parlamentares, estamos abertos ao diálogo. A minha impressão inicial é que há uma boa receptividade. Não temos vergonha em dizer que a legislação precisa ser mais dura.”
Ele disse também:
“O que acabou tirando a credibilidade dos governos anteriores é que o que se fazia era nada. O governo tem que ser o líder da mudança. O projeto anticrime mostra qual é a posição do governo. O governo não é favorável à impunidade dos criminosos. Isso manda um recado para os outros poderes.”

Moro diz que ninguém será poupado
25.02.19 08:25
Sérgio Moro, em entrevista à Jovem Pan, falou sobre o caso dos laranjas do PSL e garantiu que ninguém será poupado:
“Quando fui convidado por Bolsonaro, o que conversamos: ninguém seria poupado. Se surgissem casos de crime no âmbito do governo, isso seria apurado e não seria poupado ninguém. E isso foi passado para a Polícia Federal. Órgãos de investigação têm independência. O próprio presidente solicitou que esses episódios fossem devidamente apurados. O trabalho que tem que ser feito em relação a esse fato está sendo feito.”

Moro negocia pacote no STF
25.02.19 07:58
Sérgio Moro não é ciumento.
Segundo O Globo, “ele se movimenta em direção ao Judiciário para tentar angariar apoio ao seu pacote anticrime.
O plano é eliminar divergências entre propostas formuladas por representantes da Justiça e as mudanças na segurança pública defendidas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.”
O superministro vai se reunir hoje e amanhã com a cúpula do STF.
“A aposta é que o alinhamento das propostas de Moro com o projeto já formulado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no ano passado, impulsione a tramitação da agenda da segurança no Parlamento.”

Wagner engavetado
25.02.19 09:24
Jaques Wagner é um homem de sorte.
A Crusoé informa que a juíza Patrícia Cerqueira Kertzman Szporer não autorizou que vá para o TSE uma investigação sobre o ex-governador que ela já havia arquivado há quase um ano.
A juíza é mulher do desembargador Maurício Kertzman Szporer, nomeado em 2014 para o Tribunal de Justiça da Bahia pelo Quinto Constitucional destinado aos advogados. A nomeação foi feita por Wagner, que na época era governador do estado.
Leia a nota completa aqui.

Damares denuncia Maduro na ONU
25.02.19 08:43
Damares Alves, discursando no Conselho de Direitos Humanos da ONU, acabou de denunciar a ditadura de Nicolás Maduro:
“Não poderia deixar de expressar a preocupação do governo brasileiro com as persistentes e sérias violações de direitos humanos cometidas pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro.”

O Brasil só piorou
25.02.19 08:03
Em editorial, o Estadão constata que mercado de trabalho no Brasil está pior do que há sete anos:
“A informalidade aumentou de forma preocupante a partir da recessão, mas já era um problema grave bem antes disso. Em 2012, as taxas de emprego formal eram inferiores a 70% em 14 unidades da Federação. Em 2018, isso ocorreu em 16.
Quando se examina a desocupação, observa-se alguma melhora no último ano, mas a maior parte das novas contratações foi informal, sem garantias para o empregado e, de modo geral, sem benefícios além do salário.”
O PT afundou o País e o PMDB não o salvou, como tantas vezes afirmou o próprio Estadão — Michel Temer apenas diminuiu a velocidade do naufrágio.
A Reforma da Previdência será o início do resgate, se a esquerda e o corporativismo não atrapalharem.

Fomento à boquinha
25.02.19 08:00
Derrotado nas urnas, o ex-deputado federal Benjamin Maranhão (PB/SD) voltará a Brasília como diretor do “Departamento de Fomento à Inclusão Social do Ministério da Cidadania”.
O sistema sempre dá um jeitinho.

Alcolumbre ocultou imóveis
25.02.19 07:22
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ocultou bens, diz a Folha de S. Paulo.
“Em 2002, 2010 e 2012, por exemplo, declarou não ter nem um centavo de patrimônio.
No ano passado, quando disputou e perdeu o governo do Amapá, afirmou à Justiça Eleitoral ter 770 mil reais — uma casa de 585 mil reais, além de depósitos e aplicações bancárias.”
A reportagem, porém, “localizou em quatro cartórios escrituras e registros atestando a aquisição de cinco terrenos (nos residenciais Lagoa e Irmãos Platon) e duas casas do fim dos anos 90 até 2015.
Corretores que vendem lotes e imóveis nos mesmos conjuntos residenciais, além de funcionários, disseram avaliar em cerca de 2 milhões de reais só as duas casas, com os respectivos terrenos.”

As cáries parlamentares
25.02.19 07:14
A Mesa Diretora da Câmara aprovou em uma única reunião, na quarta-feira passada, mais de meio milhão de reais em reembolsos de despesas médicas e odontológicas para cinco deputados e ex-deputados, diz a Crusoé.
Leia a nota completa aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA