SEGUNDA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2019

NO O ANTAGONISTA
Olímpio cancela coletiva sobre ‘caso Bebianno’
Quinta-feira, 14.02.19 11:32
Major Olímpio convocou coletiva para “comentar sobre o caso Bebianno”, segundo a assessoria do senador do PSL.
Dez minutos antes do horário marcado para a entrevista, jornalistas são avisados em Brasília de que a coletiva foi cancelada.

“O que chamam de inferno eu chamo de lar”
14.02.19 11:04
Gustavo Bebianno vai conversar com Jair Bolsonaro.
Ele disse ao Estadão que não aceita se demitir:
“O que chamam de inferno eu chamo de lar”.

Palocci confirma propina Dilma
14.02.19 10:36
Antonio Palocci confirmou o pagamento de propina da JBS para a campanha de Dilma Rousseff.
Em depoimento obtido por O Globo, ele relatou:
“Joesley teria aberto uma conta no exterior, onde depositava recursos políticos(…). Joesley referiu que emprestava a conta para Guido e Vaccari para que recebessem valores envolvendo acordos ilícitos do PT.”
Ele relatou também:
“Joesley não lhe pediu apoio para conseguir nada no BNDES pois, segundo Joesley, isso era feito diretamente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.”

O PT já foi extinto?
14.02.19 10:59
Antonio Palocci, que coordenou a campanha de Dilma Rousseff, confirmou que ela foi eleita com propina da JBS, depositada no exterior.
Foram 150 milhões de dólares, de acordo com Joesley Batista.
A Lava Jato só vai concluir seu trabalho quando o PT for extinto.

Se cair, caia atirando
14.02.19 10:48
Os apoiadores de Gustavo Bebianno no PSL o aconselharam a sair do governo atirando, caso Bolsonaro o demita. No presidente e, principalmente, nos filhos.
Leia aqui a nota completa na Crusoé.

Bebianno com Onyx
14.02.19 09:47
Alvo de ataques da família Bolsonaro, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, tem reunião marcada com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, diz a Crusoé.
Ontem, Onyx defendeu publicamente o colega de ministério.
Leia mais aqui.

Joice denuncia a bancada da lama
14.02.19 08:55
Joice Hasselmann tenta impedir que a “bancada da lama” controle a CPI de Brumadinho.
Ela disse à Folha de S. Paulo:
“Por que a bancada da lama não quer que uma parlamentar totalmente independente como eu presida a CPI?”

Amigo particular de Bolsonaro é reprovado pela Petrobras
14.02.19 08:43
Em 10 de janeiro, O Antagonista publicou que Carlos Victor Guerra Nagem, conhecido como Capitão Victor, “amigo particular” de Jair Bolsonaro, segundo o próprio presidente, havia sido indicado para comandar o setor de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras (releia aqui).
Agora a estatal informa que ele foi reprovado na avaliação interna e não vai assumir o cargo:
“Apesar de sua sólida formação acadêmica e atuação na área, seu nome não foi aprovado porque ele não possui a experiência requerida em posição gerencial que é necessária à função.”

“Passivos que ficam no armário”
14.02.19 08:30
“O governo de Jair Bolsonaro junta rolos demais e faz muita inimizade gratuita para apenas seis semanas de mandato”, diz Vinicius Torres Freire.
“Os filhos do presidente detonam ou amplificam crises. Alguns de seus ministros insultam cidadãos de bem.
Não quer dizer que daí saia uma crise relevante. Mas escândalos e malquerenças são passivos que ficam no armário, dívidas que podem ser executadas em caso de dificuldades e fraquezas.”

Bolsonaro precisa de aula de fritura
14.02.19 08:18
Além de projetar a péssima imagem de um presidente que lança mão da rede social de um filho para fritar ministro, a forma como vem sendo conduzida a provável demissão de Gustavo Bebianno cria desconfiança.
A desconfiança é de que não existe “posto Ipiranga” que resista a filhos “indemissíveis”, na expressão utilizada por Eduardo Bolsonaro na entrevista desta semana à Crusoé.
Bolsonaro deveria aprender com FHC como fritar gente próxima, sem espirrar gordura para todos os lados.
Fritar também é uma arte da política.

“O bolsonarismo repete cacoetes do PT”
14.02.19 07:51
O Globo, em editorial, reprova a tática petista dos apoiadores de Jair Bolsonaro:
“O bolsonarismo repete cacoetes do PT, que buscava animar a militância e obter apoio de mal-informados, acusando a ‘herança maldita’ dos tucanos pelos problemas que eles mesmos semeavam na economia. O lulopetismo instituiu o famigerado ‘nós contra eles’, responsável por dividir o país. É ruim que o grupo do presidente da República — em que se incluem, é claro, os filhos —, siga manuais da esquerda, numa curva radical à direita (…).
O governo Bolsonaro pode querer usar as mesmas armas, mas o que tem de fazer é aprovar as reformas, a começar pela da Previdência. O uso intensivo de redes sociais para atingir adversários não substitui uma coordenação política eficiente, capaz de obter os 308 votos na Câmara e os 49 no Senado, exigidos para a aprovação de mudanças essenciais no sistema de seguridade.”

NO BLOG DO JOSIAS
Enterrado vivo, Bebianno vira uma assombração
Por Josias de Souza 
Quinta-feira, 14/02/2019|04h41min
Azedaram-se os humores de Gustavo Bebianno em relação a Jair Bolsonaro. O ministro palaciano considera-se vítima de uma deslealdade. O que parecia apenas mais um destempero de Carlos Bolsonaro revelou-se, aos olhos de Bebianno, uma emboscada tramada junto com o pai-presidente. Ao se dar conta de que fora enterrado vivo, Bebianno recusou o papel de morto, prolongando a encenação. 
Aconselhado a sair de fininho, o ministro revelou-se, num primeiro momento, disposto a pedir demissão. Depois, deu meia-volta. Se mantiver a disposição, arrastará Bolsonaro para a beira da cova. É como se desejasse forçar o capitão a imprimir as digitais no cabo da última pá de cal. Não convive bem com a ideia de ser demitido via Twitter pelo desafeto Carlos Bolsonaro. Prefere que o dono do "pitbull" assuma a responsabilidade de rubricar o ato de exoneração. 
Em diálogos privados que manteve na noite de quarta-feira, Bebianno mostrou-se aborrecido com a entrevista concedida por Bolsonaro à TV Record. Nela, o presidente disse ter encomendado investigação da Polícia Federal sobre os repasses de dinheiro público do fundo eleitoral para candidatos cítricos do PSL. Acrescentou que, se Bebianno estiver envolvido com o laranjal do partido, "lamentavelmente o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens." A entrevista fora gravada no hospital Albert Einstein, antes de Bolsonaro voar de volta para Brasília. 
Ficou claro para Bebianno que a postagem em que Carlos Bolsonaro o chamara de mentiroso horas depois era parte de uma trama. A irritação do ministro aumentou depois que Jair Bolsonaro reproduziu em suas redes sociais as postagens do filho e o pedaço da entrevista em que ele próprio aproximou sua cabeça da bandeja. 
Afora os enroscos do filho-senador Flávio Bolsonaro com o Coaf, o capitão comanda um ministério carunchado. Inclui um condenado por improbidade administrativa (Ricardo Salles), um denunciado por fraude em licitação e tráfico de influência (Luiz Henrique Mandetta), um investigado por transações suspeitas com fundos de pensão (Paulo Guedes), uma citada em delação da JBS (Tereza Cristina), um beneficiário confesso de caixa dois (Onyx Lorenzoni) e outro suspeito de envolvimento no caso dos candidatos laranjas do PSL (Marcelo Álvaro Antônio). 
O capitão convive harmoniosamente com todos. De repente, decidiu oferecer o escalpo de Gustavo Bebianno num ritual de purificação ética do seu governo. A encenação pode custar caro. Parlamentares do PSL receiam que Bebianno evolua rapidamente do estágio de zumbi para o de assombração. A pedido de Bolsonaro, ele presidiu o PSL desde a pré-campanha presidencial. Só devolveu o comando da legenda ao seu dono, o deputado Luciano Bivar (PSL-PE), depois que Bolsonaro foi guindado ao Planalto. Ex-coordenador da campanha de Bolsonaro, insinua que colecionou segredos que o presidente talvez preferisse manter a salvo da curiosidade alheia. 

NO ESTADÃO
Primo vira 'olhos e ouvidos' de Carlos Bolsonaro no Palácio do Planalto
Mesmo sem ter cargo no governo, Leonardo Rodrigues de Jesus ostenta um crachá amarelo da Presidência quando caminha livremente nas dependências do prédio
Redação do O Estado de S.Paulo
Quinta-feira, 14 Fevereiro 2019 | 05h00
BRASÍLIA - Embora trabalhe na Câmara Municipal do Rio, o vereador Carlos Bolsonaro(PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, tem uma espécie de representante no Palácio do Planalto, onde despacha seu desafeto Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidência. 
Primo de 1.º grau de Carlos e um de seus auxiliares na estratégia de redes sociais da campanha eleitoral, Leonardo Rodrigues de Jesus, de 35 anos, rodeia o presidente desde a transição de governo. Em Brasília, expandiu o livre acesso aos gabinetes do Palácio do Planalto, mesmo sem ter cargo na Presidência.
Sobrinho do presidente, filho de uma irmã de Rogéria Nantes, uma das ex-mulheres de Bolsonaro, ele é conhecido como Léo Índio e íntimo de Carlos. A proximidade com a família presidencial fez com que transitasse sempre muito próximo do tio, chegando a ser confundido como um dos agentes da escolta de Bolsonaro.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que Léo Índio “não ocupa cargo em nenhum órgão da Presidência da República”. Apesar disso, ostenta um crachá amarelo da Presidência quando caminha livremente nas dependências do Planalto, em locais de acesso restrito. Nesta quarta-feira, 13, circulava no quarto andar, onde despacha o núcleo duro do governo. A desenvoltura gera desconfiança de assessores presidenciais, que veem no sobrinho do presidente uma espécie de “olhos e ouvidos” de Carlos.
A Secom não esclareceu o motivo de frequentar quase diariamente o Planalto. Ele chegou a participar de reuniões de autoridades com o governo de Minas, após o rompimento da barragem de Brumadinho. Segundo o Planalto, essa foi a única reunião que o “olheiro” de Carlos participou. A exemplo do primo, Leo Índio rechaça jornalistas.

NO PUGGINA.ORG
PELO FIM DA PEC DA BENGALA
Por Percival Puggina. 
Artigo publicado quarta-feira, 13.02.2019
Num vídeo, vejo o atual presidente do STF, em palestra realizada no ano de 2014, discorrendo com enorme naturalidade sobre um crime de supressão de documentos ocorrido sob suas barbas. Na TV, fico sabendo que, sob múltiplos apelos, a CPI Lava Toga foi morar no arquivo do Senado. Nas redes sociais, informam-me que o Supremo começa a deliberar sobre ações envolvendo aborto, crime de homofobia e temas conexos. Há poucos dias, chocou-se a Nação com a liminar concedida por Toffoli, quando ainda longe a alvorada, para que a eleição do presidente do Senado ocorresse como convinha à banda podre do PMDB e do PT. A imensa maioria dos senadores lixou-se para a ordem judicial, exibiu o voto dado, destronou a turma sinistra e ficou por isso mesmo. 
Um mês antes, Marco Aurélio não determinara a soltura de mais de 200 mil presos? No Twitter, o Procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCU, Júlio Marcelo Oliveira aponta três pilares de sustentação da impunidade, sendo, um deles, “a visão de mundo de Gilmar, Toffoli, Lewandowski e Marco Aurélio, que parecem sofrer quando um corrupto é preso”. E arremata: “O STF, hoje, é parte do problema e não da solução”. Há que dar um jeito no Supremo e a revogação da PEC da Bengala é o jeito.
É difícil conciliar toda uma infinita cadeia de ocorrências nada louváveis e o muito mais que se sabe e presume, com a arrogância que tão decisivamente se manifesta naquele recinto. A mais recente evidência está no ingresso em pauta de temas que todos sabem ser de competência do Congresso Nacional, como a criminalização da homofobia e do aborto.
A alegação que empurra ou puxa essas pautas para endereço errado é pueril: o Legislativo se recusa a legislar. Diante disso, com muita propriedade, indaga o Promotor de Justiça Bruno Carpes: “E quando o Judiciário deixa de julgar, o Legislativo julga por ele?” (cai o pano, o público aplaude).
Então, vamos explicar bem devagar para que até os ministros do STF entendam. Nos parlamentos, as coisas funcionam assim. Suponhamos (apenas um exercício de imaginação, tal projeto não existe) que um deputado protocole proposta para permitir, que, em nome do multiculturalismo, famílias de certas etnias possam promover a mutilação genital feminina (infibulação), segundo seus próprios costumes, com atendimento pelo SUS para evitar riscos à saúde (argumentos, aliás, que têm sido usados para justificar crimes muito maiores contra a vida). O projeto “Infibulação gratuita e segura” poderia circular durante décadas sem ser votado porque o autor, sabendo-o sem apoio, não o quer rejeitado. Omissão do Legislativo? Não! O projeto não tem apoio suficiente, não conseguiu formar maioria, não vai a plenário porque não tem voto, e o autor não tem interesse em perder.
Raramente, muito raramente, um projeto de parlamentar vai a plenário para ser rejeitado. O que acontece com esses temas que o STF se dispõe a abraçar é exatamente isso: envolvem assuntos sobre os quais não há maioria formada para aprovação, o que equivale a rejeição. E rejeitar um projeto, ou não o aprovar, é prerrogativa do Poder. Deu para entender, senhores ministros, ou preciso desenhar? Quem sabe um Power Point? Um videozinho? Uma entrevista com qualquer funcionário do protocolo da Câmara dos Deputados facilitaria a compreensão.
Quando o STF, alegando “omissão do Legislativo”, invade sua competência e passa a legislar, está, pura e simplesmente, impondo a ilegítima vontade de sua pequena maioria sobre legítima decisão majoritária do Legislativo. É uma reiterada usurpação de competência que está, também ela, a apontar para necessidade de revogar a PEC da Bengala, conforme iniciativa proposta pela deputada Bia Kicis.
______________________________
(*) Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.





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