PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2019

O governo mostrou, logo nas primeiras votações na Câmara, que deve reunir apoio suficiente para aprovar até propostas de emenda como a reforma da Previdência, que necessitam de quórum qualificado de 308 votos. Já na primeira sessão deliberativa, o governo contabilizou 294 votos favoráveis, ao rejeitar tentativas do PT & cia. de adiar a votação do projeto que prevê bloqueio de bens de terroristas. E aprovou o texto.

O governo está sobrando na Câmara. Os líderes governistas avaliam que, com algum esforço, chegam aos 350 votos favoráveis à reforma.

Mas nem tudo são flores nas hostes governistas. Muitos deputados, inclusive do PSL, reclamam da falta de consideração no governo.

Líderes governistas colecionam queixas de parlamentares que não são recebidos por ministros. Ou são submetidos a longos chás-de-cadeira”.

Deputados dizem ter ouvido de Rodrigo Maia cobras e lagartos, ontem, contra Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil. O clima azedou.

A bilionária Vale e suas sócias, responsáveis pelo desastre em Mariana (MG), que matou 19 pessoas e mais o rio Doce, manobram para não pagar multas ambientais e indenizam vítimas em insultuosas 59 parcelas mensais. Mas a Fundação Renova, que a Vale é obrigada a manter com a Samarco e a BHP, graças a Termo de Transação e Ajustamento de Conduta assinado com o Ministério Público, parece disposta a remunerar executivos no melhor estilo “meu pirão primeiro”.

Um “head hunter” (“caçador de talentos”, em Inglês) oferece em Brasília R$38 mil por mês a quem aceite atuar na área institucional da Renova.

A Fundação Renova existe para reparar os estragos causados em Mariana. Por enquanto, só deixou felizes os próprios executivos.

A Renova não deu a lista de executivos e respectivos salários, como a coluna solicitou, e negou que pague salários acima do mercado.

Os deputados federais cujos mandatos acabaram no dia 31 passado obtiveram “ressarcimento de despesas”, supostamente realizadas em janeiro, no valor de R$8,3 milhões. Quem não foi reeleito fez a festa.

O falante general Hamilton Mourão faz a alegria dos repórteres que cobrem a vice-presidência: dali sempre sai notícia. Eles até já tratam Mourão com certa intimidade. Chamam-no de “Mozão”.

Eleita por aclamação para presidir a mais importante comissão do Senado, a de Constituição e Justiça, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) homenageou o pai, saudoso Ramez Tebet, ex-presidente da Casa.

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) acaba de batizar de Marielle Franco o restaurante do Campus do Sertão, em Delmiro Gouveia, a 300km de Maceió. Os sertanejos, com as próprias vítimas da violência a homenagear, estão indignados com o aparelhamento do PSOL.

A eleição 2018 mal acabou e a próxima só será em 2020. Mas a Justiça Eleitoral já pagou R$64 milhões aos partidos este ano, usando recursos do Fundo Partidário. O PT recebeu mais: R$8,6 milhões.

No Nordeste, o setor sucroenergético garante 600 mil empregos diretos e indiretos, ameaçado pela atitude inescrupulosa dos distribuidores/atravessadores de importar álcool podre (muito poluente) americano, à base de milho, quase sem pagar impostos.

Rodrigo Agostinho (PSB-SP) quer criar um banco de dados com patrimônio de agentes públicos (efetivos e comissionados), além de cônjuges, filhos e dependentes para identificar “incompatibilidades”.

…com tragédias e mortes em sequência, o ano de 2019 podia dar um tempo para enxugarmos as lágrimas.

NO O ANTAGONISTA
“Caberá aos generais tentar contornar a bagunça”
Quinta-feira, 14.02.19 07:27
O general Augusto Heleno vai ter trabalho para consertar o estrago causado pela fritura de Gustavo Bebianno.
Como diz o Estadão, “caberá aos generais tentar contornar a bagunça. A área de inteligência do governo considera precedente gravíssimo o vazamento de conversas privativas do presidente. Também não aprova a interferência da família na gestão. Ao autorizar a impostura do filho e endossá-la, Bolsonaro mostra que não entende a dimensão republicana do cargo que ocupa. Mais digno seria demitir o ministro de uma vez.”

Efeito colateral
14.02.19 07:20
Um presidente convalescente e sob efeito de medicação deveria ser poupado de governar até estar totalmente recuperado, para o bem dele e do País.
Jair Bolsonaro, porém, foi levado a despachar desde a cama do hospital por pressão dos filhos e influência de Olavo de Carvalho – que teorizam conspirações para manter o engajamento de seus seguidores nas redes.
Deixem o homem descansar.

Quem quer matar o presidente?
14.02.19 07:15
Não, o general Hamilton Mourão não quer matar Jair Bolsonaro.
Diz Merval Pereira:
“Hamilton Mourão recebeu com um sorriso o presidente Bolsonaro, que voltava a Brasília depois de 16 dias internado no Hospital Albert Einstein em São Paulo.
Sorriso que desfez qualquer desconforto que poderia ter causado uma ironia do presidente, ao telefone: ‘Quer me matar?’, perguntou a Mourão, que tratou de revelar a ‘brincadeira’ para retirar dela qualquer conotação outra. Embora estivesse se referindo ao churrasco de confraternização de sua turma, de que Mourão participara enquanto ele estava no hospital, o presidente Bolsonaro refletia um estado de espírito inoculado pelo vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, o filho 02, que mantém a desconfiança de que existem pessoas interessadas na morte de seu pai.
Antes da posse, ele usou o Twitter para dizer que a morte de seu pai interessaria ‘também aos que estão muito perto’ (…).
Mourão é considerado por um grupo de bolsonaristas, que inclui até mesmo o guru Olavo de Carvalho e o estrategista americano Steve Bannon, como um potencial inimigo, um Cavalo de Tróia que tenta se diferenciar de Bolsonaro recebendo líderes do MST ou defendendo a memória do ambientalista Chico Mendes.”

Zero um, zero dois e zero três
14.02.19 07:00
Não dá para misturar os filhos de Jair Bolsonaro. 
Eduardo saiu da cola do pai e ganhou vida própria. Flávio teve de submergir. E Carlos está implodindo o governo.

A gráfica fantasma do PSL
14.02.19 06:51
A Folha de S. Paulo ajuda Carlos Bolsonaro a fritar Gustavo Bebianno.
Uma reportagem do jornal – ótima, por sinal – denuncia que o PSL repassou 1,2 milhão de reais para uma gráfica fantasma.
Título:
“Verba pública eleitoral liberada por Bebianno parou em minigráfica de filiado do PSL”.
A própria matéria, porém, explica que o dono da gráfica fantasma é ligado a Luciano Bivar, que destinou 848 mil reais para a impressão de 5 milhões de santinhos e adesivos.

A gráfica preferida de Luciano Bivar
14.02.19 06:49
A Folha diz que a gráfica Vidal, localizada no interior de Pernambuco, embolsou mais de R$ 1,2 milhão em recursos dos fundos eleitoral e partidário do PSL.
Quase 70% desse valor, R$ 848 mil, foram da campanha do próprio Luciano Bivar, presidente do PSL.
Na prestação de contas, ele registrou a encomenda de mais de 5 milhões de santinhos e adesivos, entre outros materiais.

“Não vou sair pela porta dos fundos”
14.02.19 06:24
Em conversas com familiares e assessores madrugada adentro, Gustavo Bebianno queixou-se inúmeras vezes da exposição gratuita a que foi submetido por Carlos Bolsonaro.
O ministro avalia que está sendo injustiçado, considerando sua dedicação a Jair Bolsonaro até aqui e disse que não sairá “pela porta dos fundos do Palácio do Planalto”.

Crusoé: Bebianno deve deixar o governo nas próximas horas
14.02.19 05:39
Gustavo Bebianno entrou na madrugada desta quinta-feira praticamente decidido a pedir demissão, diz Rodrigo Rangel, da Crusoé.
A interlocutores, ele afirmou que deverá, sim, deixar o cargo.
“Dignidade não tem preço”, disse em uma das conversas noite adentro.
Leia a nota completa aqui.

“Se for verdade, não tem outro caminho…”
Quarta-feira, 13.02.19 22:28
Ao ser questionado sobre as denúncias de que o PSL usou candidatas laranjas para desviar fundo partidário, Jair Bolsonaro disse à Record que já determinou à PF a abertura de um inquérito.
“Não tenho como acompanhar tudo isso aí. Agora, já determinei à Polícia Federal que abra inquérito e investigue esse caso. O partido tem que ter consciência, não são todos né, é uma minoria do partido que está aí nesse tipo de operação que não podemos concordar com isso aí.”
Bolsonaro afirmou que não conversou com Gustavo Bebianno sobre o assunto. Caso o ministro tenha algum envolvimento no caso, será demitido.
“Se for verdade, não tem outro caminho a não ser retornar às suas origens…”

Deve ser esquecimento 2
13.02.19 21:50
Ao analisar a crise causada por Carlos Bolsonaro, o jornalista Valdo Cruz, no G1, escreveu:
“Bolsonaro, inclusive, chegou a dizer que poderia nomear o filho para comandar a Secretaria de Comunicação, que ganharia status de ministério. Mas acabou convencido a desistir da ideia porque poderia enfrentar questionamentos jurídicos por prática de nepotismo.”
Bolsonaro disse a Claudio Dantas, de O Antagonista, mas Valdo Cruz não citou o site.
Deve ser esquecimento.

CRUSOÉ: SEIS SUSPEITOS DE FRAUDE NA ELEIÇÃO DO SENADO
13.02.19 21:17
A Corregedoria do Senado trabalha com seis suspeitos de fraude na eleição para a Presidência do Senado, segundo Caio Junqueira, da Crusoé.
Desses, um é considerado o principal suspeito. Seria um dos senadores que votaram por último.
Mais detalhes abaixo:

Mãe é mãe
13.02.19 20:52
Procuradores da Lava Jato ouvidos por O Antagonista afirmam que Fernanda Richa, mulher do ex-governador tucano Beto Richa, praticamente pediu para ser incluída na denúncia do MPF.
Ela pediu para depor e assumiu a bronca do filho André em relação às suspeitas de lavagem de dinheiro na compra de imóveis.
Fernanda disse que o rapaz ganhou o apartamento e desconhecia a origem dos recursos.

Vale na lama
13.02.19 20:44
Gestora multibilionária de fundos, a holandesa Robeco proibiu investimentos na Vale.
Do total da lista de 44 empresas bloqueadas em todo o mundo para investimentos, apenas a Vale e a indiana ONGC são consideradas empresas de “comportamento controverso”.

PGR quer ministro do TSE sem foro em acusação de agressão
13.02.19 19:52
Raquel Dodge pediu ao STF que envie à primeira instância, em Brasília, sua denúncia por lesão corporal decorrente de violência doméstica contra Admar Gonzaga, ministro do TSE, informa Fausto Macedo.
Em novembro de 2017, Gonzaga foi acusado formalmente pela PGR de agredir sua ex-mulher, Élida Souza Matos – ele se defendeu dizendo que ela havia escorregado numa poça de Listerine.
Mesmo com a renúncia de Élida à acusação, o caso seguiu no STF, onde ministros do TSE têm prerrogativa de foro.
Dodge evocou o julgamento em que o plenário do Supremo restringiu a prerrogativa de foro para parlamentares a delitos cometidos no exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas.
A PGR argumentou que a acusação não está relacionada às funções de Gonzaga no Tribunal.

O líder da oposição no Senado
13.02.19 19:48
Randolfe Rodrigues, da Rede, foi escolhido hoje o líder da oposição ao governo de Jair Bolsonaro no Senado.
PT? Ninguém fala em PT no Senado.

Moro diz que não se encontrou com representantes da Taurus
13.02.19 19:29
A assessoria de imprensa do ministro Sérgio Moro informa que ele não se reuniu com Sérgio Castilho Sgrillo Filho e Salésio Nuhs, representantes da Taurus.
A nota diz ainda que “não consta” dos registros eletrônicos de acesso do Ministério da Justiça qualquer referência à entrada e saída dessas pessoas.
“Esclarecemos que as informações das agendas das autoridades deste ministério são públicas e disponibilizadas no portal.”
Ainda segundo a assessoria, “a demanda do PSOL que chegou pela LAI (Lei de Acesso à Informação) nem passou pelo gabinete do ministro. Ele não tinha conhecimento desse questionamento até hoje”.

Fachin mantém Aldemir Bendine preso
13.02.19 18:42
Edson Fachin negou habeas corpus a Aldemir Bendine e determinou que o ex-presidente da Petrobras e do BB permaneça na cadeia.
Presidente das estatais nas gestões petistas, Bendine é acusado de ter recebido R$ 3 milhões em propina da Odebrecht para atender aos interesses da empreiteira na Petrobras.

Renan e Barbalho isolados
13.02.19 17:52
Senadores do MDB fizeram chegar a integrantes da equipe econômica um alerta para que evitem negociar a reforma da Previdência com Renan Calheiros ou Jáder Barbalho, embora os dois tenham filhos governadores de estados.
A sugestão foi para que tratem do assunto diretamente com Renan Filho (Alagoas) e Hélder Barbalho (Pará).
Devem ter seus motivos.

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