PRIMEIRA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 1º DE FEVEREIRO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 1º DE FEVEREIRO DE 2019

Apesar de envolver apenas 81 “eleitores”, a disputa pela presidência do Senado mobiliza as atenções dos meios políticos em razão da ameaça de retorno de Renan Calheiros (AL) ao cargo, como candidato do MDB escolhido nesta quinta-feira (31) em votação apertada. Essa eleição para a mesa diretora fez um dos juristas mais admirados do País, Modesto Carvalhosa, gravar vídeo apelando aos senadores para declararem seus votos contra o que há de “corrupto e sinistro”.

Contra velhas raposas políticas concorrem senadores como os novatos Major Olímpio (PSL-SP) e o novato Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Entre os mais experientes estão Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Álvaro Dias (Pode-PR), que se apresentam com opção ao nome do MDB.

Com propostas que o deixam isolado, porque preveem o fim de regalias dos senadores, Reguffe (DF) acha que só terá o próprio voto.

Esperidião Amin (PP-SC) e Angelo Coronel (PSD-BA) “correm por fora” em candidaturas a presidente do Senado que tendem a ser retiradas.

A Vale adota uma estratégia de “vitimização” para se afastar da culpa pela tragédia que pode ter matado 350 pessoas em Brumadinho, para além dos danos ambientais incalculáveis. O presidente marqueteiro da Vale agora se aproxima de autoridades que o deveriam tratar como investigado. Ousado, Fabio Schvartsman viajou a Brasília para tentar conversar com a procuradora-geral da República sobre “indenizações extrajudiciais” às vítimas. O pior é que Raquel Dodge o recebeu.

A direção da Vale tenta se “blindar” ou contestar as investigações da polícia contratando um “comitê” para “apurar as causas da tragédia”.

A Vale se negou a informar quanto pretende gastar com o tal “comitê”, chefiado pela ministra Ellen Gracie. Alega que “está em formação”.

Entre Mariana e Brumadinho, a Vale lucrou R$42 bilhões, até por não pagar multas de R$368 milhões, nem gastar na prevenção da tragédia.

Se não agir com firmeza, o “observatório” de grandes tragédias vai ficar parecendo coisa de quem procura uma vaga debaixo dos holofotes de Brumadinho. Até porque, provocada, a Justiça tem agido com rapidez.

Os 513 deputados tomam posse nesta sexta (1º), às 10h, e terão uma decisão rápida sobre os blocos parlamentares. O limite para formação e apresentação oficial das alianças é logo após o almoço, às 13h30min.

Deputados federais que quiserem concorrer à presidência da Câmara terão até às 17h para registrar candidatura. Às 18h começa a sessão para eleição do presidente, vices e secretários da Mesa Diretora.

Reduziu em 3.428 nomes, entre setembro e dezembro, o número de servidores, aposentados e pensionistas na folha de pagamentos do governo federal. Mas o alívio é mínimo: ainda há 1.272.847 por lá.

Em 2015, apenas 19 partidos atingiram o pré-requisito mínimo de 5 deputados para ter liderança na Câmara. A partir de fevereiro serão 21 partidos com direito a gabinetes e quase 1400 cargos.

Brasileiro em Lisboa fazendo inveja, via Whatsapp, ao amigo que, como ele, adoraria viver em Portugal: “Aqui a gente pode usar relógio no pulso sem medo de assalto!” E ainda mandou foto para tripudiar.

…guarde bem esse momento porque será uma das raras sextas-feiras de trabalho no Congresso.

NO DIÁRIO DO PODER
REVELAÇÃO GRAVE
Áudios mostram Renan negociando cargos no governo Dilma com Joesley e Saud 
Em 2017, delatores da JBS disseram ter pago R$9 milhões a Renan  
Da Redação 
Quinta-feira, 31/01/2019 às 21:27 
Áudios gravados pela Polícia Federal flagraram o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) negociando cargos no governo Dilma com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e o executivo da empresa Ricardo Saud, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. 
De acordo com o jornal, o alvo principal seria o Ministério da Agricultura, posição estratégica para a JBS ter um “amigo”, e envolvia o nome de Vinícius Lages, ex-chefe de gabinete do senador e então ministro do Turismo.
Como Dilma tinha definido a senadora Kátia Abreu como ministra da Agricultura, a ideia seria viabilizar Lages como secretário-executivo da pasta. Para acertar detalhes, Renan e Saud marcaram encontro com Joesley: 
“Deixa eu te dizer uma coisa, era importante a gente bater um papo com o Joesley para a gente conversar um pouco sobre essa questão aí da Agricultura”, disse o senador a Saud. 
Pouco tempo depois, o executivo retorna a ligação e Renan continua: “Tem um cenário que estou construindo, de levar o Vinicius (Lages), que é ministro do Turismo, para ser o secretário-executivo. Então acho que era importante a gente conversar um pouco sobre algumas estratégias”
Ao final da conversa, Saud confirma o encontro e brinca: “Eu levo o vinho”. 
Segundo a matéria, o jornal teve acesso a 18 áudios de 2014. 
Em 2017, os empresários confirmaram, em delação, que repassaram R$9 milhões em forma de caixa 2 ao senador alagoano e, a mando do PT, R$ 46 milhões a senadores do MDB.

NO O ANTAGONISTA
O fiscal viajou
Sexta-feira, 01.02.19 07:46
O responsável pela vistoria de minas e barragens, como a de Brumadinho, autorizou o uso de dinheiro destinado à fiscalização para bancar uma viagem de servidores a Ouro Preto.
A reportagem de Filipe Coutinho, na Crusoé, é espantosa:
“Em maio de 2018, um grupo de cerca de 40 servidores da Agência Nacional de Mineração, novo nome do antigo DNPM, foi enviado para Minas Gerais. Não se tratava de uma ação de fiscalização ou força-tarefa, o que agora se revelou mais do que necessário após a gigantesca tragédia em Brumadinho.
De domingo a quarta-feira, os funcionários aproveitaram o ‘convite imperdível ao debate e ao aperfeiçoamento profissional’, na ‘aconchegante e turística Ouro Preto, com seu ambiente geológico-mineiro’, como dizia a propaganda do Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral.
Documentos internos, obtidos por Crusoé, mostram que a própria direção do órgão pôs a viagem dos servidores à frente dos esforços para averiguar a condição de minas e barragens, ao propor que recursos destinados à fiscalização fossem remanejados para garantir a participação no evento – plano que só foi frustrado em razão da demora e da burocracia orçamentária.”
Leia a reportagem completa aqui.

Três barragens especialmente perigosas
01.02.19 07:22
A tragédia de Brumadinho pode se repetir.
A Crusoé informa que, das cerca de 50 barragens do País que apresentam risco de rompimento, três são consideradas especialmente perigosas por especialistas bem informados em Brasília.
Elas estão nos municípios de Paracatu, Sabará e Congonhas, todos em Minas Gerais.
Leia a reportagem completa aqui.

Grandes investimentos
01.02.19 07:15
Uma pesquisa realizada com 87 grandes investidores “mostra que 86% dos entrevistados consideram o governo Bolsonaro ‘ótimo’ ou ‘bom’”, diz O Globo.
Esses mesmos grandes investidores preveem o triunfo de Rodrigo Maia e Renan Calheiros no Congresso Nacional.

“O brasileiro viajando é um canibal”
01.02.19 06:41
O ministro Vélez Rodriguez disse para a Veja que a escola deve ser como a catequese para os tupinambás:
“O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas nos hotéis, rouba o assento salva-vidas no avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola.”

Alô, Renan
01.02.19 06:23
Jair Bolsonaro só ligou para os outros candidatos ao comando do Senado depois que a imprensa vazou seu telefonema para Renan Calheiros.
Segundo o Estadão, “Bolsonaro ligou para Renan antes das 20h20min desta quinta-feira. A notícia dessa ligação foi divulgada, pela primeira vez, por volta das 20h25min. Diante das críticas, a equipe do presidente passou a ligar, então, para os outros candidatos”.

As contas de Renan
31.01.19 21:11
Renan Calheiros ganhou de Simone Tebet por 7 a 5, como informamos em primeira mão, com a importante ajuda de Eduardo Gomes, o único senador eleito pelo Solidariedade, que se filiou ao MDB dois dias atrás e votou no alagoano.
Vale lembrar que o Solidariedade entrou com um recurso no Supremo para que a votação amanhã seja secreta.
Outro ponto: Jarbas Vasconcelos, que faltou à reunião de hoje — ainda sem explicação –, já havia declarado apoio a Simone.
Levando em conta essas duas situações, poderia ter ocorrido um empate de 6 a 6 na votação interna do MDB para decidir o candidato do partido à presidência do Senado.

STJ manda soltar Beto Richa
Quinta-feira, 31.01.19 20:08
João Otávio de Noronha, o presidente do STJ, acaba de determinar a soltura de Beto Richa, preso pela Lava Jato na última sexta (25).
Na mesma decisão, Noronha expediu um salvo-conduto em favor de Beto e seu irmão Pepe Richa para que eles não sejam presos cautelarmente no âmbito da Operação Integração II, “exceto se demonstrada, concretamente, a presença de algum dos fundamentos admitidos pela legislação processual para a decretação de tal medida”, segundo o site do Tribunal.
Foi a segunda prisão do ex-governador do Paraná e a segunda vez que ele foi solto em poucos dias.
Na primeira vez, em setembro do ano passado, o tucano passou quatro dias na cadeia e foi libertado por Gilmar Mendes.

Delação do Judiciário inicia ‘onda de explicações’ ao MPF
31.01.19 19:45
A advogada Ana Tereza Basílio, casada com o desembargador André Fontes, do TRF-2, procurou o juiz Marcelo Bretas e o MPF no Rio de Janeiro para explicar os repasses da Fecomércio para seu escritório.
A banca Basílio Advogados recebeu R$ 11,4 milhões da gestão de Orlando Diniz, que virou delator depois de ser preso pela Lava Jato do Rio.
Segundo a Época, Basílio disse que atuou em cerca de 50 processos de Diniz ao longo de cinco anos.
“A atuação do escritório foi regular, para a defesa dos interesses da Fecomércio-RJ em disputa judicial complexa que envolvia centenas de milhões de reais.”
O próximo a ser explicar será Cristiano Zanin, Tiago Cedraz ou Eduardo Martins?

No último dia, Eunício arquiva pedido de impeachment de Barroso
31.01.19 19:20
Em seu último dia como presidente do Senado, Eunício Oliveira arquivou o pedido de abertura de um processo de impeachment de Luís Roberto Barroso, registra o Painel da Folha.
Os dois pedidos questionavam o voto proferido pelo ministro do STF sobre o rito do afastamento de Dilma Rousseff, em dezembro de 2015.
O roteiro definido por Barroso foi aprovado pela maioria do Supremo e seguido durante o impeachment de Dilma. Eunício não viu nenhum indício de crime de responsabilidade do ministro.

As conversas de Renan com Joesley
31.01.19 17:56
A Folha teve acesso a áudios de 2014 que mostram que Renan Calheiros, então presidente do Senado, procurou Joesley Batista para discutir uma nomeação para o Ministério da Agricultura.
A pasta era de alto interesse para a empresa de Joesley, a JBS.
Os áudios são de interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, cujo alvo era Ricardo Saud, então diretor de relações institucionais da JBS, que fazia a intermediação com o Congresso.
Em um dos telefonemas, Renan e Joesley comemoram juntos a vitória de Dilma Rousseff na eleição de 2014. Em outro, o senador sugere o nome de seu ex-chefe de gabinete, Vinícius Lages, para ser secretário-executivo da Agricultura.
Em 2017, Joesley e Wesley Batista e mais cinco executivos da JBS afirmaram ter pagado milhões a deputados e senadores em eleições, em troca de vantagens para a empresa.
Renan – que hoje tem grande chance de voltar a presidir o Senado – foi um dos delatados.

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