TERCEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2019

NO O ANTAGONISTA
Presidente da Apex ignora demissão e despacha normalmente
Quinta-feira, 10.01.19 16:53
A assessoria de imprensa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Atração de Investimentos (Apex-Brasil) informa em nota o seguinte:
“O presidente Alex Carreiro, nomeado para o cargo pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, cumpriu expediente normal na agência nesta quinta-feira (10/01), tendo efetuado despachos internos e recebido para audiências autoridades de Estado.”
E aí, Ernesto?

Trump cancela ida ao Fórum de Davos
10.01.19 16:29
Donald Trump acaba de anunciar no Twitter que cancelou sua viagem a Davos para participar do Fórum Econômico Mundial – evento no qual Jair Bolsonaro já confirmou presença.
O presidente dos EUA culpou a “intransigência” dos democratas pelo cancelamento – Trump e a oposição travam uma queda de braço sobre a construção de um muro na fronteira com o México, defendida pela Casa Branca.

Procurador federal vai chefiar o INSS
10.01.19 16:00
Paulo Guedes escolheu o procurador federal Renato Rodrigues Vieira para ser o novo chefe do INSS, informa Igor Gadelha em Crusoé.
O órgão foi transferido para o Ministério da Economia na gestão Bolsonaro.

Moro de olho nas penitenciárias
10.01.19 15:31
Sérgio Moro “decidiu criar a Diretoria de Inteligência Penitenciária para reforçar o combate ao crime organizado”, diz O Globo.
O órgão será subordinado ao Departamento Penitenciário Nacional e atuará tanto em presídios federais quanto estaduais.”

Paraguai rompe com Venezuela
10.01.19 14:50
O Paraguai rompeu relações com a Venezuela.
O anúncio foi feito pelo presidente Mario Abdo Benítez logo após o ditador Nicolás Maduro tomar posse.
A ruptura envolve o fechamento da embaixada do Paraguai em Caracas e a retirada imediata dos diplomatas.
E o Brasil?

“Já anda pensando em 2022, né, Coroné?”, provoca deputado do PSL
10.01.19 14:36
Ciro Gomes chamou a turma do MBL de facção criminosa.
O deputado federal eleito pelo PSL do Rio de Janeiro Márcio Labre deu uma resposta.
“Chamar a molecada do MBL de facção criminosa é mole. Ofender conservadores também é mole. Difícil mesmo é ter que amargar o limbo político no qual o senhor foi parar”, escreveu no Facebook.
“Sabemos onde o senhor quer chegar. Já anda pensando em 2022, né, Coroné (sic)? Quer se apresentar como o grande pacificador nacional e o novo gerentão do Brasil, que vai realizar tudo o que o governo Bolsonaro não conseguir e comandar uma esquerda de cara nova”, acrescentou.
O parlamentar eleito pelo partido de Jair Bolsonaro termina o texto pedindo que Ciro “aposente-se, cale-se”.
“O senhor não será presidente deste País. Seu tempo esvaiu-se.”

Flávio Bolsonaro falta a depoimento
10.01.19 14:26
Como previsto, Flávio Bolsonaro não apareceu para depor hoje ao Ministério Público para explicar a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Explicou, via Facebook, que quer ter acesso aos papéis da investigação antes de falar.

Letícia confusão
10.01.19 14:20
Por Renan Ramalho
Pivô da demissão de Alex Carreiro da Apex, Letícia Catellani, escolhida pelo chanceler Ernesto Araújo como nova diretora de Negócios, quer manter na estrutura do órgão cargos comissionados, preenchidos por indicação política, que vinham sendo eliminados.
Até o momento, Alex Carreiro, demitido ontem por Araújo, já havia dispensado 18 comissionados e estava prestes a exonerar outros 26, para substitui-los por concursados.
Além de econômica — cada concursado começa com salário de R$ 7 mil, enquanto um comissionado ganha em média R$ 19 mil — a medida foi exigida pelo Ministério Público do Trabalho, que considera ilegal a existência de cargos comissionados de nível técnico.
Antes mesmo de assumir como diretora na Apex, Letícia teria exigido de Alex que interrompesse as dispensas, segundo fontes ouvidas por O Antagonista. A entrada dela no órgão desagradou funcionários concursados ou aprovados que estão prestes a assumir.
No ano passado, Letícia foi afastada da secretaria-geral do PSL após bater de frente com o então presidente do partido, Gustavo Bebbiano, hoje ministro de Jair Bolsonaro.

Crusoé: Mensagens revelam que ministro mentiu sobre demissão na Apex
10.01.19 13:19
Uma troca de mensagens de WhatsApp obtida por Crusoé revela que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, forçou a demissão de Alex Carreiro da presidência da Apex, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, e não que o publicitário havia pedido demissão, como publicou o chanceler no Twitter.
Como mostrou ontem O Antagonista, Araújo decidiu demitir Carreiro sem consultar Jair Bolsonaro, que tem a última palavra na nomeação do presidente da Apex.
Leia a reportagem completa aqui.

“Ou é caixa dois?”, pergunta deputado sobre viagem de Gleisi a Venezuela
10.01.19 12:51
Como registramos há pouco, o PT diz ter pago a viagem de Gleisi Hoffmann para a posse do ditador Nicolás Maduro.
O deputado federal Jerônimo Goergen, do PP do Rio Grande do Sul, disse a O Antagonista que vai tentar entender melhor essa história, enviando questionamentos ao TSE e à presidência do Congresso.
“Se o Brasil não reconhece o governo do Maduro, será que ela poderia usar verba pública para ir a esta posse? Em tese, o PT só tem dinheiro de fundo partidário e público. Ou é caixa dois?”, provocou o parlamentar.

NO UCHO.INFO
Tá todo mundo louco, oba!
Por Carlos Brickmann (*)
Quarta-feira, 09 de janeiro de 2019
“Pense num absurdo. Na Bahia tem precedente”. O autor da frase, Octávio Mangabeira, foi modesto: no Brasil todo há precedentes de tudo.
Grupos do PT articulam a indicação de Lula ao Prêmio Nobel da Paz. Bom, se for contemplado, ficará ao lado de Obama, que ganhou o prêmio ao chegar à Casa Branca e foi o primeiro presidente americano a passar em guerra todos os dias de seus dois mandatos. Mas o objetivo dos lulistas não é figurar na galeria ao lado de Obama, que afinal de contas era presidente “duzianqui” e o surpreendente líder “dos galeguinho di zóio azul”: é criar um paralelo com Nelson Mandela, que saiu da prisão para dirigir a África do Sul, e deixar mal o Governo, que teria de soltar Lula para receber o prêmio ou mantê-lo preso enquanto o Comitê Nobel tentaria homenageá-lo.
Em Sinop, no Mato Grosso, a mãe foi a um bar com amigos e deixou os quatro filhos pequenos sozinhos. Ao voltar, viu um homem de 36 anos nu na cama com sua menina de cinco anos. Espancou-o com cabo de vassoura e cano de PVC. O cavalheiro foi para o hospital. Ela foi presa por agressão. Lembra um caso recente, em que os mesmos bandidos invadiram a mesma casa três vezes, roubando tudo e espancando os moradores. Na terceira, o dono da casa tomou o revólver de um bandido e matou-os. Foi preso na hora, pela mesma polícia que, enquanto ele era assaltado repetidas vezes, não tinha sequer sido vista nas proximidades do local dos crimes.
Bobeou, dançou
O ator José de Abreu pisou em falso: em seu Twitter, acusou o Mossad, serviço secreto israelense, de ter tramado e executado um atentado falso a Bolsonaro, com a cumplicidade do Hospital Israelita Albert Einstein, onde o então candidato, segundo ele, se fingiu em risco. A prova disso, disse Abreu, é que o primeiro-ministro israelense Benyamin Netanyahu veio ao Brasil para a posse de Bolsonaro. Vieram também dezenas de chefes de Estado e de Governo, mas não eram judeus, e Abreu não quis culpá-los.
A reação
O Einstein, um dos melhores hospitais do País, internacionalmente reconhecido pela qualidade de seus serviços, foi difamado: Abreu lhe atribuiu comportamento criminoso, por dizer que as cirurgias que salvaram a vida de Bolsonaro eram apenas parte de uma farsa. E ainda nesta semana o Einstein entra com queixa-crime, por difamação, contra José de Abreu. Propõe também ação civil de reparação de dano moral, sendo a indenização destinada a obras beneficentes. Na ação civil, os advogados do Einstein são Hilton e Décio Milnitzki. Na criminal, o caso está com o escritório de Carlos Kauffmann.
Tentando escapar
José de Abreu postou a mensagem em que culpa os judeus pelo atentado a Bolsonaro e, não muito tempo mais tarde, a retirou. Mas a mensagem já tinha sido gravada: Abreu se esqueceu de que, depois de desferida, não há como esconder a difamação, nem fazê-la simplesmente desaparecer.
Igualdade seletiva
Hélio Negão, o negro mais bem votado nessas eleições, com pouco mais de 345 mil votos, tomou posse como deputado federal do Rio de Janeiro sem notícias especiais, sem manifestações do movimento negro, sem ONGs a apoiá-lo. Há motivo para essa indiferença: Hélio Negão é negro, luta contra o racismo, mas é do PSL, partido de Bolsonaro. E sofre agressões por isso, de cunho discriminatório: um músico ligado a partido adversário o chamou de “Negão do Bolsonaro”. Pelo jeito, um cidadão negro tem o direito de votar em quem quiser, desde que seja no partido dos bem-pensantes.
O grande dia
Sim, a previsão existe – mas nunca se sabe, pois Bolsonaro diz e desdiz, é desmentido por auxiliares de primeiro e segundo escalões, o que fala não se escreve (talvez um Twitter, mas nem isso é definitivo). Enfim, prevê-se que as ideias do Governo sobre Previdência sejam reveladas na quarta-feira. O Governo está no início, mas o assunto é urgente: ou consegue votá-lo ainda sob o impacto da vitória eleitoral ou fica para o longínquo futuro.
Olha a chance!
Bolsonaro, falando na posse de presidentes de bancos estatais, prometeu dividir a verba oficial de publicidade de acordo com o retorno oferecido pelos veículos. Perde uma oportunidade única: a de cortar dramaticamente a gigantesca verba de publicidade, mantendo-a apenas para as empresas federais que disputem mercado. As monopolistas, para que publicidade? O Governo, para que publicidade? Para dizer que o presidente come cachorro-quente e hambúrguer? Este colunista também come e não é nem candidato.
Que cada veículo lucre com consumidores e patrocinadores – e apenas eles.
Faz-se a luz
Palocci está depondo sobre fundos de pensão. Ele conhece.

(*) Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação. Diretor da Brickmann & Associados, foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes; repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional da Folha de S. Paulo; secretário de Redação e editor da Revista Visão; repórter especial, editor de Internacional, de Política e de Nacional do Jornal da Tarde.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
A Constituição vilã joga a favor do atraso
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil
Mais um ato de judicialização da politicagem beneficia as forças do atraso que desejam e trabalham pelo fracasso do Governo Bolsonaro. É um tsunami contra a democracia a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli, permitindo o nada transparente voto secreto para a mesa diretora do Senado. A legitimação dos ocultos conchavos beneficia, claramente, a candidatura do companheiro Renan Calheiros, prontinho para presidir o Congresso Nacional.
É um retrocesso gravíssimo manter a eleição secreta para comando do Senado. É democraticamente inaceitável qualquer outra forma de escrutínio que não seja aberta, transparente. Toffoli também negou um outro pedido para que a eleição da mesa da Câmara também fosse transparente, sem segredos. Toffoli apenas alegou que a escolha da cúpula senatorial é uma questão interna que deve ser definida pelos parlamentares. O comando do Senado quer o esquema secreto.
Assim, não será possível saber em quem cada um dos 81 senadores votará, no começo de fevereiro, quando assume a nova legislatura. Toffoli ressalvou que este entendimento valerá até uma apreciação final pelo plenário do STF. Infelizmente, ele agendou para 7 de fevereiro a sessão que irá decidir a polêmica. Ou seja, depois da escolha consumada. Toffoli alegou que, como a eleição da Mesa Diretora visa a administração da Casa, “inexiste necessidade de controle externo sobre a forma de votação adotada para sua formação".
A omissão da Constituição de 1988 é a responsável pela polêmica. Toffoli ponderou que, embora a Constituição tenha sido silente sobre a publicidade da votação para formação da Mesa Diretora, o regimento interno do Senado Federal dispôs no sentido da eleição sob voto fechado". Em síntese, o Senado argumentou – e Toffoli aceitou - que derrubar a decisão liminar anterior do Marco Aurélio a favor do voto aberto era "essencial para preservar a independência do Poder Legislativo e sua autonomia para editar e alterar seu Regimento Interno, e os princípios da segurança jurídica e da colegialidade".
Resumindo o problema: é a Constituição vilã e omissa de 1988 que legitima a falta de transparência na eleição para escolha das mesas diretoras da Câmara e do Senado. Assim, fica o espaço aberto para as manobras indecentes, nos bastidores, que podem permitir a eleição, sem transparência, de Rodrigo Maia e Renan Calheiros.
Seguimos na "Idade Média" da política. Pode soltar aquela vinheta na voz do imortal Edmo Zarife: “Brasil-zil-zil-zil”...
(...)

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