SEGUNDA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2019

NO O ANTAGONISTA
Gleisi apenas comunicou ao PT decisão de ir à posse de Maduro
Quinta-feira, 10.01.19 11:03
Por Diego Amorim
Gleisi Hoffmann está em Caracas para a posse do ditador Nicolás Maduro.
O Antagonista apurou que a presidente do PT tomou sozinha a decisão de ir até a Venezuela. O partido foi apenas comunicado.
Até alguns petistas mais próximos a ela só souberam da viagem após a nota divulgada. E quem não gostou da ideia preferiu ficar quieto para não polemizar mais com a chefe.
Nenhuma outra liderança significativa da legenda acompanhou Gleisi.

Militares e sindicatos
10.01.19 10:52
Denise Rothenburg, no Correio Braziliense, diz que “os políticos aguardam para ver se o presidente Jair Bolsonaro dirá sim a todos os pedidos dos militares, da mesma forma que o ex-presidente Lula fazia com as solicitações dos sindicatos”.
É uma boa questão.

“É óbvio que lá dentro o sindicalismo bancário se revolta”
10.01.19 10:41
Hamilton Mourão, em entrevista ao Estadão, reafirmou que não tem nada a ver com a superpromoção do seu filho no Banco do Brasil.
O vice-presidente disse também que “o sindicalismo bancário” se revoltou com a história.
“Eu não tive nada a ver com isso, o presidente do banco o convidou para ser assessor. Aí, é óbvio que lá dentro o sindicalismo bancário se revolta. São coisas da vida.”

Gleisi bolsonarista
10.01.19 09:14
O colunista Bernardo Mello Franco está desolado:
“A presidente do PT vai a Caracas para prestigiar a posse de Nicolás Maduro. É difícil imaginar uma ideia tão desastrada. A não ser que Gleisi Hoffmann tenha resolvido ajudar os bolsonaristas a desgastar ainda mais o próprio partido.”

O atraso do lulismo
10.01.19 09:11
“Aliados de Lula estão preocupados com a decisão de Jair Bolsonaro de enviar novo parecer ao STF defendendo a prisão em segunda instância”, diz o Estadão. “Avaliam que cria ambiente político para manter o ex-presidente preso”.
Só agora eles entenderam isso?

Perfeitos idiotas norte-americanos contra Bolsonaro
10.01.19 08:13
Os perfeitos idiotas norte-americanos que protestavam contra o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula agora protestam contra Jair Bolsonaro.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Eliot L. Engel, conseguiu aprovar um pedido para que Mike Pompeo condene o novo governo brasileiro na área de direitos humanos, argumentando que as medidas anunciadas por Jair Bolsonaro prejudicam a comunidade LGBT, grupos indígenas e afro-brasileiros.

NO ESTADÃO
Em dez dias, governo Bolsonaro coleciona recuos, desencontros e medidas polêmicas
Da área econômica à diplomacia e política, novo governo mudou de ideia ou voltou atrás em decisões que estavam tomadas e até anunciadas
Por Matheus Lara, no O Estado de S.Paulo
Quinta-feira, 10 Janeiro 2019 | 09h00
Em seus dez primeiros dias, o governo de Jair Bolsonaro já mudou de ideia ou recuou de decisões que estavam tomadas e até anunciadas. Da área econômica à diplomacia e política, o vai e vem ocorreu pelo menos em três situações.
Um dos principais recuos teve como personagem o próprio presidente da República. Na semana passada, ele anunciou que assinou um decreto aumentando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele justificou afirmando que a medida iria compensar a perda de arrecadação com a extensão de incentivos às regiões Norte e Nordeste. Mas, no mesmo dia, o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, descartou a mudança. 
A confusão expôs uma queda de braço entre o núcleo econômico do governo, comandado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que chegou a considerar a medida, e o núcleo político liderado por Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil, que via a medida como impopular. 
Bolsonaro também voltou atrás em relação à instalação de uma base militar dos Estados Unidos no Brasil. O presidente se mostrou aberto à possibilidade e justificou a ideia como uma preocupação com a soberania e a segurança nacional. 
A ideia foi elogiada pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo em entrevista ao Estado. Porém, os comandos das Forças Armadas foram surpreendidos com as afirmações de Bolsonaro e fizeram críticas em privado à iniciativa. Nesta terça-feira, 8, o chefe do gabinete de Segurança Institucional do governo, Augusto Heleno, negou os planos e disse que "fizeram um auê" em relação ao tema.
Na área econômica, outro recuo se deu dentro da Caixa Econômica Federal. O novo presidente da instituição, Pedro Guimarães, negou que o banco vá aumentar os juros do crédito imobiliário para a classe média; um dia antes, na cerimônia de posse dos novos titulares dos bancos públicos, em Brasília, ele afirmou que "quem é classe média tem de pagar mais". Segundo Guimarães, a declaração foi reproduzida de forma distorcida pelos veículos de imprensa.
Ainda na primeira semana de governo, Bolsonaro iniciou um pente-fino na publicidade governamental. A intenção dele é cortar gastos. Como mostrou a Coluna do Estadão, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência disparou um ofício para as assessorias de imprensa dos ministérios solicitando informações sobre os contratos de publicidade, como objeto específico das contratações, a empresa prestadora de serviço, a data de assinatura e a vigência do acerto, principais produtos entregues, além do valor e de quantas prorrogações ainda podem ser feitas.
A última polêmica envolve o Ministério da Educação. O governo de Jair Bolsonaro anulou mudanças nos critérios de avaliação dos livros didáticos, depois que a medida foi divulgada pelo Estadão. Tinham sido retirados do edital a exigência de que as obras tivessem referências bibliográficas e itens que impediam publicidade e erros de revisão e impressão.
Em nota divulgada na noite de quarta-feira, 9, o governo informou que “os erros foram detectados no documento cuja produção foi realizada pela gestão anterior do MEC” e enviada em 28 de dezembro de 2018.” O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, vai tornar “sem efeito” o aviso de retificação do edital. A decisão foi tomada mais de 6 horas depois de o Estadão revelar a mudança.
Antes da posse
Alguns dos recuos de Bolsonaro vêm desde antes de assumir oficialmente a Presidência. Em novembro, falou que seu governo teria de 15 a 17 ministérios. Em janeiro, porém, assumiu o poder com uma equipe de 22 nomes com status ministerial. Também chegou a considerar a fusão do Ministério do Meio Ambiente com a Agricultura e a incorporação da Controladoria-Geral da União ao Ministério da Justiça. Voltou atrás das duas decisões
Em sua primeira lista de nomes da equipe de transição, divulgada menos de uma semana após sua eleição, elencou 27 homens. Criticado pela ausência de mulheres, anunciou quatro nomes femininos três dias depois.
CRONOLOGIA
1.º de janeiro
- Após prometer um ministério com até 17 pastas após ser eleito, Bolsonaro assume com uma equipe de 22 nomes. 
- Funai passa para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos e demarcação das terras indígenas passa para a Agricultura.
- Bolsonaro estabelece novo salário mínimo a R$ 998, valor inferior aos R$ 1.006 aprovados pelo Congresso.
2 de janeiro 
- Equipe econômica fala em anunciar medidas de simplificação de tributos e desregulamentação da economia a cada dois dias.
- Onyx anuncia que governo vai apresentar 50 metas para os primeiros 100 dias de gestão na terça-feira, 8.
3 de janeiro
- Bolsonaro fala que Brasil pode sediar base militar americana.
4 de janeiro
- Bolsonaro anuncia aumento na alíquota do IOF para compensar perda de arrecadação das empresas do Norte e Nordeste.
- À tarde, o Secretário da Fazenda, Marcos Cintra, desmente o presidente e ministro chefe de Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anuncia que o presidente se equivocou ao dizer que teria assinado decreto com o aumento do IOF.
6 de janeiro
- Ao Estado, Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, elogia ideia de Bolsonaro de ter base militar americana no Brasil.
7 de janeiro
- Presidente da Caixa promete encarecer o custo dos juros de crédito imobiliário para classe média. 
8 de janeiro
- Chefe do GSI, Augusto Heleno, descarta instalação de base militar americana no Brasil.
- Presidente da Caixa volta atrás e nega que vá encarecer crédito imobiliário para classe média.
- Após reunião com ministros, Bolsonaro não divulga as 50 medidas prioritárias de seu governo, como prometido.
9 de janeiro
- Estadão revela edital da Educação tirava a exigência de que as obras tivessem referências bibliográficas e itens que impediam publicidade e erros de revisão e impressão; após divulgação, governo anula medida.

Investigações apontam R$ 10,8 milhões em contas na Suíça envolvendo Serra e PSDB
Tribunal determina que documentos de offshore supostamente usada para repasse irregular de doação de campanha sejam enviados ao Brasil
Por Jamil Chade, no O Estado de S.Paulo
10 Janeiro 2019 | 10h00
GENEBRA - A Justiça suíça autorizou o envio de informações bancárias ao Brasil para compor investigação que apura supostos repasses para campanhas do PSDB e do senador José Serra por meio de instituições financeiras locais. A decisão final, tornada pública na manhã desta quinta-feira, 10, ocorre após os suíços rejeitarem um recurso que pedia a suspensão da cooperação entre as procuradorias dos dois países.
A ação tentava impedir que dados bancários anteriores a 2010 fossem enviados ao Brasil. Mas, para os juízes suíços, a decisão de 2018 do Supremo Tribunal Federal de declarar como extinta a punibilidade dos supostos crimes atribuídos ao senador não impede que haja uma investigação.
Em 2017, o Ministério Público da Suíça recebeu um pedido de cooperação do Brasil para investigar o caso por lavagem de dinheiro e corrupção. Foi ainda sob o mandato do então procurador-geral Rodrigo Janot que a Procuradoria-Geral da República solicitou ajuda oficial no exterior no caso que envolvia a campanha eleitoral de Serra e de outros membros do PSDB. 
De acordo com os documentos do Tribunal, a movimentação financeira foi detectada a partir dos servidores de Internet usados pela Odebrecht. “Os créditos em questão teriam sido depositados nos anos 2006, 2007 e 2009, totalizando R$ 10,8 milhões”, indicou. A instituição usada teria sido o Corner Bank, da cidade de Lugano. 
No pedido, os procuradores brasileiros solicitavam todas as movimentações bancárias envolvendo as offshores entre 2006 e 2017. Em agosto de 2017, o MP suíço aceitou o pedido e ainda bloqueou os recursos. Cinco meses depois, em 5 de janeiro de 2018, a Justiça de Berna autorizou o envio de dados das contas ao Brasil.
Uma das empresas offshore supostamente usadas no esquema é a Circle Technical Company Inc, de Amaro Ramos, considerado operador do PSDB. Mas, um mês depois, os advogados da empresa e de Amaro entraram com um recurso para tentar impedir a transmissão dos dados. No dia 5 de setembro de 2018, os advogados argumentaram aos juízes suíços que a cooperação não poderia continuar já que, em 28 de agosto 2018, o STF reconhecia a “extinção da punibilidade” de Serra e de outros implicados. 
Aos suíços, os advogados de Amaro entregaram um comunicado de imprensa do STF em que constava que “por unanimidade, a Segunda Turma do STF determinou a remessa à Justiça Eleitoral de São Paulo dos autos do inquérito 4428, em que o senador José Serra (PSDB-SP), o ex-deputado federal Ronaldo César Coelho (PSDB-RJ) e o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, são investigados pelo suposto recebimento de recursos para financiamento de campanhas eleitorais com recursos advindos de contratos para a construção do Rodoanel, em São Paulo”. 
“Por maioria, a Segunda Turma decidiu ainda reconhecer a extinção da punibilidade de Serra e Coelho em relação aos fatos supostamente ocorridos antes de agosto de 2010”, indicava o STF no documento entregue aos juízes em Bellinzona. Os suíços, porém, rejeitaram o argumento dos advogados. De acordo com o Tribunal europeu, o acordo entre Brasil e Suíça “não prevê a prescrição como uma base para impedir uma cooperação”. “Por essa razão, a queixa poderia ser rejeitada sem nova avaliação”, apontou. 
Além disso, os juízes indicaram que, assim que receberam tal argumento, pediram uma explicação urgente por parte das autoridades brasileiras e a resposta apontou que a limitação ocorria pelo fato de Serra ter mais de 70 anos. “Mas nada é dito sobre o restante da investigação”, alertam os juizes suíços, que deixaram claro a potencial importância dos documentos para desvendar eventuais crimes cometidos por outros suspeitos. De acordo com eles, os brasileiros não indicaram que querem abandonar o caso. 
Em nota, o PSDB afirmou que desconhece quaisquer valores originados da Odebrecht e repassados às empresas citadas. “Todos os recursos recebidos pelo PSDB de São Paulo foram oriundos de doações legais, depositados em contas oficiais, e a prestação de contas feita de maneira regular e rigorosa à Justiça Eleitoral.”
O senador José Serra também negou qualquer tipo de irregularidade. “Todas as campanhas de José Serra sempre foram realizadas com rigor técnico para demonstrar aos eleitores as melhores propostas ao Brasil. E as contas, sempre aprovadas pela Justiça Eleitoral, ficaram a cargo do partido”, afirmou, também por meio de nota. O advogado Eduardo Carnelós, defensor do empresário José Amaro Pinto Ramos, não retornou o contato feito pela reportagem e os demais citados não foram encontrados.
Depósitos
Ao tentar derrubar o envio de dados, os advogados da offshore indicaram que existem “sérias inconsistências” na cronologia dos fatos. “Os pagamentos feitos entre junho de 2006 e outubro de 2007 não poderiam constituir vantagens indevidas resultantes de crime de corrupção”, alegaram. “Os ex-diretores da Odebrecht confirmaram a existência de pedidos de pagamentos por políticos em relação ao financiamento das campanhas eleitorais de 2009 e 2010, pedidos atendidos entre 2008 e 2010. Portanto, depois de 2006 e 2007”, insistem. 
“Na ausência de uma relação entre a oferta ou promessa de vantagens e o serviço, é impossível considerar os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, sob a lei suíça”, alegaram. Uma vez mais, os juízes derrubaram o argumento, indicando que “não se pode esperar” que o país que pede a cooperação tenha uma solicitação isenta de falhas. Para o tribunal suíço, a cooperação serve “justamente para esclarecer pontos obscuros relacionados a casos no exterior”. Na avaliação da corte, o Brasil não precisa “provar” a ofensa. Mas dar as bases suficientes das circunstâncias das suspeitas. 
De acordo com o tribunal, as suspeitas vem da análise de computadores e servidores que continham “emails, tabelas, justificação de pagamentos” e outros dados mantidos pela Odebrecht para subornar políticos. Teria sido, segundo a decisão dos juízes, a análise desse material que levou os investigadores a concluir que houve um pagamento total de R$ 10,8 milhões da construtora em 2006, 2007 e 2009 para contas que beneficiariam o candidato do PSDB. 
Apenas em uma das contas, a empresa Circle recebeu 11 depósitos, em 2006, totalizando R$ 2,1 milhões. Cada parcela variava de R$ 145 mil a R$ 245 mil e todas foram realizadas entre junho e dezembro daquele ano. A mesma offshore ainda recebeu em 2007 mais R$ 2,4 milhões. Os pagamentos ocorreram em 12 parcelas, cada uma no valor de R$ 200 mil. Uma segunda empresa ainda recebeu, entre 2006 e 2009, outros R$ 6,2 milhões. O dinheiro seria para apoiar “campanhas eleitorais”, incluindo presidenciais. 
Os juízes ainda defenderam a troca de informações com o Brasil. “É precisamente para melhor entender a relação entre a Odebrecht e membros do PSDB que os investigadores brasileiros precisam da documentação do banco sob litígio”, defendeu o tribunal. Segundo a corte, o pedido de cooperação “satisfaz todas as exigências formais” e o recurso, portanto, “precisa ser rejeitado”. 
“A utilidade potencial da documentação bancária é obvia, independente se o status de limitação foi imposto (no Brasil), já que as investigações tentar reconstruir todas as ofensas supostamente cometidas por outras pessoas, assim como pelos implicados”, completou.

NA VEJA.COM
Americano com morte cerebral acorda após aparelhos serem desligados
T. Scott Marr teve morte cerebral decretada após um AVC, mas se recuperou após os aparelhos de suporte de vida serem retirados
Por Redação
Quarta-feira, 9 jan 2019, 18h45
Scott Marr (Facebook/Reprodução)

O americano T. Scott Marr vem sendo chamado de “homem milagroso” por ter acordado após os médicos terem decretado sua morte cerebral e desligado os aparelhos que supostamente o mantinham vivo. Scott foi encontrado inconsciente em casa no dia 12 de dezembro por um de seus filhos. Ao ser encaminhado ao Hospital Metodista, na cidade de Omaha, no estado de Nebraska, nos Estados Unidos, a equipe médica constatou que ele havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC). 
Depois de passar dois dias conectado a tubos de respiração na UTI, com o cérebro inchado e sem mostrar qualquer sinal de melhora, os especialistas temeram que o AVC tivesse causado danos irreversíveis. Por causa disso, os médicos decidiram declarar a morte cerebral do paciente e os filhos do ex-locutor de basquete optaram por desligar os aparelhos. “Ele sempre falou para a gente que não gostaria de ser visto preso a uma cama de hospital”, conta Preston Marr, uma das filhas, à rede de televisão local KMTV.
Entretanto, inesperada e milagrosamente, tudo mudou depois que os tubos foram desconectados: Marr continuou respirando. Apesar de ser uma resposta incomum, os médicos não acreditaram que isso pudesse alterar o prognóstico ou os planos dos filhos de organizar o funeral do pai. No dia seguinte, diante dos preparativos para a cerimônia, a família foi chamada de volta ao hospital, pois Marr não apenas respirava como também se mostrava responsivo pela primeira vez desde o AVC.
“Essa coisa toda foi um milagre de Deus. Eu não morri. Eu não tive que morrer. Estou de volta aqui”, disse Marr à KMTV. O homem que deveria estar morto, agora se recupera em casa após semanas de tratamento. 
Novo diagnóstico
Depois de realizar novos exames, os médicos descobriram que o inchaço no cérebro do paciente foi provocado por uma condição rara chamada de síndrome da encefalopatia reversível posterior (PRES, na sigla em inglês). De acordo com um artigo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a síndrome de PRES é uma “alteração clínica-radiológica caracterizada como cefaleia, convulsão, alteração visual e do estado mental, comumente associada a diversas causas, tais como encefalopatia hipertensiva, insuficiência renal, uso de imunossupressores e doenças autoimunes”. 
Marr recebeu alta, mas o processo de recuperação ainda está em andamento. Segundo a equipe que acompanha o caso, o americano vai precisar de muitos cuidados. “Ele precisou recuperar as forças e agora vai precisar de supervisão 24 horas por dia porque seu cérebro passou por muita coisa. Ele tem que retreinar o próprio cérebro”, comentou a enfermeira Preston. 
A família já está se preparando para cuidar de Marr. No entanto, além da necessidade de tomar conta do pai, os filhos precisam pagar as despesas médicas do ex-locutor. Para arrecadar dinheiro, eles criaram um financiamento coletivo para ajudar a pagar por medicamentos, contas hospitalares e outras despesas. Até agora, eles já arrecadaram 4.310 dólares (cerca de 16.400 reais). A meta é arrecadar 25.000 dólares, o equivalente a 95.500 reais. 
Apesar do desafio financeiro, o americano diz que o incidente fortaleceu sua fé. “Eu não sou o cara mais religioso do mundo e não vou à igreja todos os domingos, mas o que aconteceu comigo não tem outra explicação, foi um milagre”, comentou Marr.

NO BLOG DO NOBLAT
O encanto do PT por ditaduras
O partido não aprende com seus erros
Por Ricardo Noblat
Quinta-feira, 10 jan 2019, 07h00
A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, desembarca, hoje, em Caracas para a posse pela segunda vez de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.
Manda a Constituição venezuelana que Maduro preste juramento perante a Assembleia Nacional, o Congresso de lá, mas ele o fará diante do Tribunal Supremo de Justiça. Por quê?
Porque Maduro controla o tribunal e não reconhece a Assembleia eleita 2015 cuja maioria se opõe ao governo. O tribunal despojou a Assembleia de suas funções depois de meses de protestos que deixaram 150 mortos.
Existe uma outra assembleia, eleita sem a participação dos partidos de oposição. Assim como existe no exílio um outro Tribunal Supremo de Justiça ignorado pelo governo de Maduro.
A posse de Maduro, em breve, implicará num rompimento de relações com os Estados Unidos, a Comunidade Econômica Europeia e a maioria dos países da América Latina dispostos a não reconhecer o seu governo.
No momento, só apoiam Maduro as ditadura chinesa, cubana e nicaraguense, os governos autocráticos da Turquia e da Rússia, e o governos da Bolívia e do México, esse último com um pé atrás.
A Venezuela está quebrada. Em dois anos, segundo o Fundo Monetário Internacional, a inflação, ali, bateu na casa de 1.800.000%. Cerca de três milhões de venezuelanos já deixaram o país onde tudo falta.
Nada disso parece abalar a convicção do PT de que o governo Maduro é democrático, e que a situação calamitosa da Venezuela se deve a um complô internacional contra o país liderado pelos Estados Unidos.
O fetiche do PT por ditaduras permanece vivo, uma prova a mais de que tão cedo o partido será capaz de rever as posições que o levaram ao desastre eleitoral do ano passado.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
O sucesso do diagnóstico amargo de Paulo Guedes
Ministro cativou pela dura constatação dos males, não por receitar remédios doces
Por José Nêumanne
Quinta-feira, 10 de janeiro 2019 | 08h17
José Nêumanne (publicado no Estadão)
O mercado de capitais foi sacolejado por fortes ventos de bonança nos últimos dias úteis da semana passada. Tudo por causa do discurso contundente, corajoso, lúcido e inusitado do novo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, na solenidade de sua posse. Impressiona o fato de que a fala se limitou a um diagnóstico preciso, mas inusual, da doença que debilita e, na prática, paralisa o organismo da economia brasileira. Não foi anunciada nele nenhuma bondade, nenhuma bonança, nenhum voto de um feliz ano novo. Ao contrário, foi o rosário de sintomas de um mal contraído ao longo de séculos e do qual a Nação só será curada com baldes de sangue, suor e lágrimas.
Esse foi o pontapé inicial do governo Bolsonaro, embora outras medidas inaugurais tenham obtido mais sucesso popular e, por isso, destaque no noticiário. Damares Alves, titular do ridículo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, mais uma vez chamou a atenção pela retórica, e não pela ação. No dia em que ela pôs o dedo na ferida dos gastos atabalhoados de Temer, ao impedir o desembolso de quase R$ 50 milhões da Fundação do Índio para a Universidade Federal Fluminense, os meios de comunicação trataram de forma abusiva do tema dos “meninos vestem azul e meninas vestem rosa”, que, convenhamos, não deveria ter sido dito e muito menos provocado tão ruidoso espalhafato.
O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, amanheceu de espada na mão – logo ele, um dos poucos civis no Planalto – para anunciar cortes (ainda tímidos) de comissionados das administrações anteriores. Apesar de positivas, tais medidas são produtos de perfumaria se comparados com a necessidade do garrote que precisa ser atado imediatamente para impedir a sangria desembestada das contas públicas. E foi para isso que Guedes chamou a atenção do distinto pagante, de forma clara, didática e precisa.
O diagnóstico implacável da doença que imobiliza a produção e estimula a exploração e a especulação desde a chegada de Tomé de Souza à Bahia até o desembarque do constitucionalista de Tietê é simples de enunciar e de dificílima cura. “O Brasil”, fustigou o economista, que tenta instaurar os princípios da Escola de Chicago na gestão econômica, é “o Paraíso dos rentistas e o inferno dos empreendedores”. De forma menos clara, dura e precisa, muitos já tinham dito isso antes. Poucos, se é que alguém o fez, de forma tão simples e direta.
Um dos temas mais populares dos últimos tempos, em particular na presente crise, é a reforma da Previdência. Guedes explicou por quê: “A Previdência é uma fábrica de desigualdades. Quem legisla e julga tem as maiores aposentadorias. O povo, as menores”. Como diria Nélson Rodrigues, batata! Pois é, os Poderes Legislativo e Judiciário são os maiores exploradores do povo, arrancando a pele do cidadão comum para bancar seus privilégios e benesses. Quem leu o artigo do professor Modesto Carvalhosa e o meu, aqui, em 26 de novembro passado, já se familiarizou com o conceito de que privilégio é corrupção mesmo.
O ministro (dizem que super) da Economia não deixou por menos. Para ele, “os políticos têm muitos privilégios e poucas atribuições”. O resultado disso, acredita, é cruel: “Os gastos públicos corrompem a política e estagnam a economia, dois filhos bastardos do mesmo fenômeno”. Bingo!
Guedes também foi claro ao defender a extinção do Ministério do Trabalho, resultado da armação pela qual o caudilho Getúlio Vargas financiou com dinheiro público a máquina sindical para azeitar as relações do Estado patrimonialista com o sindicalismo de ocasião. A máquina devoradora da poupança da cidadania é corrupta, voraz e fascista, pois resulta da tradução direta da Carta del Lavoro, de Benito Mussolini, que o estancieiro de São Borja apreciava à distância, mas da qual foi afastado pelas circunstâncias da 2.ª Guerra Mundial, em que trocou uma base apropriada para os ianques em Natal por uma siderúrgica sucatada em Volta Redonda. É claro que o cabide de empregos, poder e fortuna para sindicalistas está sendo defendido com unhas e dentes na Justiça… do Trabalho, outra excrescência fascista da família das jabuticabas podres. E a obra só será factível quando também esse câncer institucional for extirpado do organismo doente.
O leitor lúcido e atento poderá dizer – e terá razão – que há um longo e árduo caminho a percorrer até a terapia longínqua e a cura difícil de ser alcançada, a não ser em prazo muito largo. Guedes falou em reforma do oneroso sistema previdenciário pela via da emenda constitucional e caso isso, mais do que difícil, se torne inviável, pela desindexação da Constituição. Essas soluções são dificílimas por exigirem aprovação de um Congresso que parecia conformado com o recado das urnas, mas agora se prenuncia hostil.
Não será com a redução da idade para 57 (mulheres) e 62 anos (homens), anunciada pelo presidente em entrevista ao SBT, que se tornará viável o equilíbrio das contas previdenciárias. O Data Nêumanne (atenção, é brincadeira) constata que a reforma da Previdência será tarefa quase impossível enquanto não for adotado no sistema o princípio constitucional definidor do Estado de Direito, qual seja, o da igualdade de todos os cidadãos perante a lei. Enquanto houver um privilégio (que é crime de corrupção mesmo!) dispensado à casta político-jurídico-tecnocrática, o trabalhador da iniciativa privada e o servidor sem privilégios, dito barnabé, não aceitarão fazer pela enésima vez o sacrifício cruel de seus proventos esqueléticos.
A formação e a companhia militares do presidente serão o primeiro empecilho. E a palavra final será dada pela cúpula do Judiciário, grande beneficiária das benesses e feroz adversária das tentativas de reduzir a distância das aposentadorias famélicas das pensões estratosféricas. Ou a igualdade perante a lei será restaurada, ou todos afundaremos juntos no naufrágio geral das contas públicas impagáveis.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
O relato esclarecedor de um ex-funcionário do BB que ocupava o mesmo cargo do filho de Mourão
Da Redação
Quarta-feira, 09/01/2019 às 17:21
O cidadão Marlon Derosa, ex-funcionário do Banco do Brasil, faz um minucioso relato sobre a situação em que se envolveu o filho do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão.
Há cinco anos, Derosa era assessor empresarial, exatamente o mesmo cargo que Antonio Hamilton Rossell Mourão exercia antes da “promoção”.
Vale a pena ler. Veja abaixo a íntegra:
"Há 5 anos eu ocupava o cargo que o filho do Mourão acaba de largar - assessor empresarial (antigo sênior) em diretoria do BB.
Apesar do timing e a notícia trazer uma imagem ruim, é importante considerar a realidade que o caso se insere.
Acima do cargo do filho de Mourão existem poucos níveis hierárquicos: na ordem, salvo poucas exceções, vem cargos de: Gerente de Divisão, Executivo, Diretor e vice-presidente e Presidente. Ou seja, todos cargos gerenciais. Até existe o cargo de Assessor Master, mas até 2015 (quando eu saí), Ass. Master existia uns quatro ou cinco, apenas para alguns projetos especiais. Assim, na prática, Antônio Mourão ocupava na estrutura ordinária do BB, o mais alto cargo técnico.
O cargo imediatamente acima do que ele ocupava (Ger.Divisão) é considerado acessível apenas com um networking aliado a competência, em muitos casos, é ocupado apenas por política ou amizades, infelizmente.
Entre amigos, dizia-se que acima de assessor sênior existem "cotas" para pessoas portadores de competência, porque sentia-se que a maioria era definida apenas por indicação devido às amizade, "networking", política, etc.
Ao mesmo tempo, é óbvio que o cargo de "Assessor Especial da Presidência" é "político" e "de confiança", ainda mais no contexto da empresa que raríssimas vezes faz concorrência interna. Mas, creio que ninguém seria louco de assumir a presidência do BB e aceitar um assessor apenas por ser filho de alguém. Isso seria auto-sabotagem. Agora, concordo que foi um excesso de euforia desnecessário, pois para o grande público pega muito mal.
E mais, como buscava-se alguém especialista em Agronegócios, o nome teria que vir da diretoria que o filho do Mourão estava, há anos, estagnado na posição de sênior. Teria de ser feito então um grande esforço para driblar o nome dele e nomear um colega dele. Mas como ficaria o fator confiança? Se fosse procurar entre gerentes de divisão e executivos, teria um complicador, pois é possível que alguns tenham alinhamento alheio ao do novo presidente do BB; alguns podem ter chego lá por alinhamento ao PT, não sei. Não os conheço! mas são possibilidades.
De qualquer forma, teria que contornar o nome do Antonio Mourão dentro do contingente de maiores cargos da Diretoria de Agronegócio, que deve ter (estou chutando, pela minha experiência de BB em Brasília), uns 45 assessores sênior; 15 ger. divisão e uns 5 executivo (era assim na minha diretoria). Seria entre esses que teria que escolher.
Carreira em Y e diferença salarial
A diferença salarial entre os cargos é algo natural no BB. É comum gerente ganhar o dobro que seu subordinado e com dois níveis de alteração facilmente o salário triplica.
Para qualquer cargo que ele fosse promovido, seu salário passaria dos atuais 14 mil para uns 20 mil (ger. divisão), ou os mesmos 36 mil (pois Executivo ganha mais ou menos isso também). É a estrutura da empresa. As diferenças salariais são altas mesmo.
O BB diz que tem um plano de carreira em Y, ou seja, tanto em cargo técnico quanto em cargo gerencial deve-se ter as mesmas possibilidades de crescimento em termos de hierarquia e salário. Mas na realidade isso não funciona muito bem porque nos cargos técnicos a carreira fica estagnada no Assessor Sênior. Isso explica em parte o porquê de Antonio Mourão estar estagnado na carreira, talvez. Por esse problema, vi muitos bons técnicos que viraram gerentes medianos (ou medíocres) por terem ficado por 10 anos ou mais na posição de sênior e sem meios para continuar crescendo, vão para cargos gerenciais.
Então, podemos dizer que, se existe um cargo técnico acima de Assessor Sênior e Master (como disse, são pouquíssimos Ass. Master que existem), é exatamente o cargo de Assessor da Presidência, que obviamente, demanda altíssimo grau de confiança.
Concorrências internas por processo seletivo e indicação
Assim como a "cota para portadores de competência" em níveis acima do Ass. Sênior (e até assessor Sênior é um cargo semi-político/networking), podemos dizer que no BB existe cota para vagas a serem preenchidas com processo seletivo formal.
Eu fiquei 8 anos na empresa, fui do primeiro cargo até sênior e NUNCA FIZ UMA ENTREVISTA FORMAL. A estrutura da empresa é assim. Embora o BB seja visto até fora do Brasil como referência em Recursos Humanos, na prática, um percentual baixíssimo das vagas de Brasília são preenchidas por processo seletivo. Predomina a indicação entre gestores, muitos são realmente indicados por sua competência, alguns indicados pelo relacionamento, amizades ou mesmo política.
O que está em jogo?
A oposição óbvio que gostou da notícia. Mas apoiadores de Bolsonaro sabem que há muito mais em jogo. Entrar na onda de mimimi por essa nomeação eu acho desnecessário. A notícia virou trend no mesmo dia em que o Chanceler confirmou que não iremos manter o pacto de imigração da ONU, por exemplo.
Eu não apoio Bolsonaro para que ele faça nomeações mais justas, mas porque é a única opção para se contrapor a nova ordem mundial, a ideologia de gênero, aborto, o único disposto a enfrentar 60 mil assassinatos ao ano etc etc.
A popularidade do governo e a força de seus defensores será enfraquecida a cada episódio como esse. Depois de diversos episódios assim, em algum tempo, a oposição terá mais capacidade de balançar as estruturas com uma FAKE NEWS completamente inventada ou com algum neocon que de fato fizer uma grande burrada. Esse é o sonho da esquerda. Para boa parte do eleitorado que elegeu Bolsonaro, infelizmente, a aversão aos privilégios e a corrupção são maiores que sua aversão ao assassinato de milhares de brasileiros inocentes, ao aborto e muitos crimes piores. Isso é um prato cheio para a oposição e um eventual retorno de governantes do grupo do teatro das tesouras."


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