PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 03 DE JANEIRO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 03 DE JANEIRO DE 2019

O presidente Jair Bolsonaro não perdeu a primeira chance e conversou longamente com o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o Pacto Republicano que propõe. A conversa, a sós, ocorreu durante a recepção no Itamaraty, três horas após a posse, quando os convidados receberam sinais para não interromper. A ideia é que os presidentes dos Três Poderes assumam o compromisso de enfrentar questões emergenciais para o País.

“O Brasil precisa destravar”, disse o ministro Dias Toffoli a esta coluna, ao confirmar o entendimento com Bolsonaro.

Reformas Tributária e da Previdência e enfrentamento da criminalidade serão os temas prioritários no Pacto Republicano.

Toffoli também admitiu a inclusão, no Pacto Republicano, de outros temas que os presidentes dos Três Poderes considerem relevantes.

Bolsonaro e Toffoli aguardam a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado para uma reunião objetiva dos chefes dos Três Poderes.

Tão admirada pelos colegas quanto temida pelos políticos, a procuradora geral da República, Raquel Dodge, recebe tratamento de chefe de “quarto poder” em eventos oficiais, mesmo contrariando o protocolo. Pelo decreto 9.338, que fixa a ordem de precedência nas cerimônias oficiais, a chefe da PGR está em 17º lugar na lista de autoridades encabeçada pelo presidente da República. Mas, na posse de Jair Bolsonaro, ela esteve entre os 8 ocupantes da Mesa principal.

Após presidente da República e vice, a ordem de precedência aponta presidentes do Congresso, da Câmara, do STF e ministros de Estado.

Cardeais, embaixadores estrangeiros, presidente do TSE e ministros do STF têm precedência sobre a PGR, integrante do Poder Executivo.

O Cerimonial do Senado diz que o regimento do Congresso é omisso. E que o convite a Dodge foi “deferência” ao Ministério Público.

O premier israelense Benjamin Netanyahu sentiu-se tão à vontade no Brasil que ontem, durante a posse, ele segredou a diplomatas que já programa voltar no Carnaval. Ele e a mulher adoraram água de coco.

Se a primeira impressão é a que fica, o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ficou em má situação após seu discurso de posse, confuso e algo pretensioso. As redes sociais não o perdoaram.

A atitude de Michelle Bolsonaro lembra outra Michelle primeira-dama, a Obama. A Michelle brasileira é dedicada defensora dos direitos de deficientes de audição. Atribui-se a ela até a iniciativa de espantar os papagaios de pirata que infestavam os ombros do presidente.

O general Hamilton Mourão não foi à transmissão de cargo de ministros no Planalto, ontem. Ele não gostou da decisão de Bolsonaro de manter a indicação do ex-ministro Carlos Marun como conselheiro de Itaipu.

Após divulgar (28 de setembro) que Bolsonaro perderia para qualquer um no 2º turno, e (em 10 de outubro) que Haddad venceria “por 45% a 39%”, o Datafolha deveria rever os seus métodos antes de afirmar que a expectativa de êxito do novo governo é inferior a dos antecessores.

O Palácio do Planalto retoma o antigo jeitão de quartel. Enxergavam-se nesta quarta (2) predominância das cores verde oliva, azul e branco, dos uniformes. São militares das três forças assumindo os cargos.

A cobertura juvenil na posse presidencial mostrou repórteres que não diferenciam chefe de Estado e de Governo, tampouco fazem a mais remota ideia do papel de primeiro-ministro e de um chanceler.

… o Executivo começa a trabalhar hoje, mas depende ainda do trabalho do Legislativo e do Judiciário, que só voltam ao batente em fevereiro.

NO O ANTAGONISTA
Casa Civil demite
Quinta-feira, 03.01.19 07:32
Onyx Lorenzoni cumpriu a promessa de 'despetizar' a Casa Civil, demitindo funcionários em cargos comissionados.
Está no Diário Oficial:
“Os ocupantes no âmbito da Casa Civil da Presidência da República em 31 de dezembro de 2018 de cargos em comissão ou funções de confiança de nível hierárquico igual ou inferior ao nível seis do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS ficam exonerados ou dispensados.”
Agora é preciso impedir que ele contrate novos funcionários.

Namoro com o PT
03.01.19 07:10
O Novo é tão novo que acabou se juntando ao que há de mais velho.
Wilson Witzel, segundo O Globo, “namora” o PT.
A reportagem diz que o petista André Ceciliano, presidente da Alerj, “já foi elogiado pelo governador em diferentes eventos”. E retribuiu dizendo “não ver problema em dar sustentação ao governo Witzel, caso continue presidindo a Alerj na próxima legislatura”.

PSL e PT juntos
03.01.19 06:50
Rodrigo Maia deve ter o apoio do PSL e do PT.
“Ao PT interessa apoiar o candidato vitorioso para ter espaço na Mesa Diretora e em comissões de destaque”, diz O Globo.

Paulo Guedes no pântano
03.01.19 06:47
Paulo Guedes deu a receita para tirar o Brasil do buraco:
“Não foi para o microcrédito que bancos públicos se perderam, eles se perderam nos grandes programas em que piratas privados, burocratas corruptos e criaturas do pântano político se associaram contra o povo brasileiro. O Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos, e o Brasil parou de crescer pelo excesso de gastos”.
Piratas privados, burocratas corruptos e criaturas do pântano político agora vão se associar contra Paulo Guedes.

O pragmatismo bolsonarista
03.01.19 06:30
O Globo aprovou o conchavo entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia:
“A decisão do PSL, partido do presidente, de apoiar Maia mostra que o pragmatismo começa a se aproximar do núcleo bolsonarista. Após duas vitórias seguidas na disputa pela presidência da Câmara, o deputado fluminense é o favorito na disputa do próximo mês e já conta com amplos apoios, inclusive entre os partidos de esquerda.”

Secretário da Receita quer taxar altas rendas
Quarta-feira, 02.01.19 23:27
O Estadão informa que o novo secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, quer criar uma alíquota adicional de Imposto de Renda para altas rendas.
“Não iremos ao extremo de ter apenas uma alíquota, mas poucas alíquotas acho que são absolutamente adequadas. E uma alíquota adicional para altas rendas.”
Para outros tributos, Cintra voltou a bater na tecla do imposto único, nos moldes da antiga CPMF. “Ainda analisamos alternativas”, disse.

Noronha solta empresário ligado a esquema de Jaques Wagner
02.01.19 20:52
Ninguém viu, mas João Otávio de Noronha aproveitou o plantão de Ano Novo para soltar o empresário Mário Seabra Suarez, preso na 56ª fase da Lava Jato.
Suarez é investigado pelo pagamento de propina da OAS a executivos da Petrobras, na construção da Torre Pituba – sede da estatal em Salvador.
Jaques Wagner é acusado de embolsar mais de R$ 80 milhões do esquema.

Presidente do IBGE permanece no cargo
02.01.19 19:29
Roberto Olinto será mantido no comando do IBGE, a pedido do secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior.
Olinto é de carreira e diz que vai brigar por recursos para o Censo.

Sem jatinho
02.01.19 18:14
Olinda Bolsonaro, a mãe do presidente, retornou a São Paulo agora à tarde em voo comercial da TAM.
Foi tietada por passageiros.

Serpro terá novo presidente
02.01.19 17:13
Por Claudio Dantas
O secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, indicou Caio Mário Paes de Andrade para a presidência do Serpro, estatal de processamento de dados.
Andrade tem formação em Comunicação Social pela Universidade Paulista em São Paulo, pós em Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração pela Duke University.

Bolsonaro: “Forças Armadas são obstáculo para aqueles que querem usurpar o poder”
02.01.19 17:13
No discurso de posse de Fernando Azevedo e Silva no Ministério da Defesa, Jair Bolsonaro exaltou o papel das Forças Armadas, dizendo que “sofreram brutal desgaste perante a classe política, mas não junto ao povo brasileiro, que continuam acreditando em nós”.
“As Forças Armadas são na verdade um obstáculo para aqueles que querem usurpar o poder”.
Na fala, destacou a ajuda aos militares por parte dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco. Parou em FHC. “Depois tivemos o outro governo, os senhores sabem qual foi. Tivemos alguns problemas, em especial comigo, e prosseguimos nossa jornada”.

NO BLOG DO JOSIAS
Palavras de Paulo Guedes são rifles carregados
Por Josias de Souza 
Quinta-feira, 03/01/2019 | 05h05
Nesta fase de chegada dos novos ministros às suas pastas, coube a Paulo Guedes pronunciar o discurso mais relevante. Ele se rendeu à máxima segundo a qual não se faz uma omelete sem quebrar os ovos. Ainda não sabe se conseguirá executar a sua receita de reforma do Estado. Mas tomou gosto pelo crec-crec. Para amplificar o barulho das cascas se quebrando, o Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro entoou um discurso em que as palavras soaram como rifles carregados.
Para o czar da Economia, as contas públicas vão mal porque corsários da iniciativa privada, larápios do serviço público e escroques da política vão muito bem. "A máquina do governo virou uma gigantesca engrenagem de transferências perversas de renda. Em todas as suas dimensões", disse o superministro.
Paulo Guedes lastimou a política dos "campeões nacionais", que abriu as arcas de bancos públicos para gigantes como a JBS durante os governos dos PT. 
"Não foi para o microcrédito que bancos públicos se perderam, eles se perderam nos grandes programas em que piratas privados, burocratas corruptos e criaturas do pântano político se associaram contra o povo brasileiro. O Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos, e o Brasil parou de crescer pelo excesso de gastos".
Embora não tenha esmiuçado seus projetos, Paulo Guedes informou que perseguirá três prioridades: a reforma da Previdência, as privatizações e a simplificação do sistema de impostos. Ao esclarecer por onde pretende começar — "O primeiro e o maior de todos os gastos é com a Previdência, que atualmente é fábrica de desigualdades" —, o ministro apontou sua retórica explosiva na direção de duas castas que levam a mão enluvada ao bolso do contribuinte para extrair todas as vantagens que os cofres públicos já não suportam custear.
"Quem legisla tem as maiores aposentadorias, quem julga tem as maiores aposentadorias, o povo brasileiro, as menores", declarou Paulo Guedes. Estavam na plateia os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo, Dias Toffoli. A mexida na Previdência, disse o ministro, "é o primeiro e maior desafio a ser enfrentado. Se for bem sucedido esse enfrentamento, a dois meses, três meses à nossa frente, nós temos dez anos de crescimento sustentável pela frente."
Apesar de ser um neófito nas mumunhas do Poder brasiliense, Paulo Guedes não briga com a realidade. Sabe que muitos ministros que tentaram aprovar reformas liberais apertando o nó no pescoço de corporações públicas e privadas terminaram enforcados. Mas não esboça preocupação.
"Estamos indo para esse combate determinados a sermos compreendidos. Sem essa compreensão, não vai dar certo. Coisa mais fácil é se livrar de alguém que não está habituado a Brasília. Basta dar um baile e a gente desanima e vai para casa. Vai ser difícil." 
É sintomático que o ministro tenha lançado um olhar para a porta de saída já no seu pronunciamento inaugural. Num dos raros momentos em que desarmou a retórica, Paulo Guedes classificou seu discurso como "uma conclamação, um pedido de ajuda." Mas retomou os disparos na sequência, para avisar que já preparou um plano de contingência para o caso de naufrágio da reforma da Previdência. Parte da plateia sorriu. Mas o orador falava sério: 
"Se não aprovarmos, nós temos que dar um passo mais profundo ainda. Dizer o seguinte: 'olha, agora ou desindexa tudo, desvincula tudo [no Orçamento da União], ou não há solução'. O bonito é que se der errado pode dar certo." Como assim? "Se der errado a aprovação da reforma da Previdência, que é a mais importante de todas, que nos dará esse horizonte fiscal, é bastante provável que a classe política dê um passo à frente e realmente assuma o comando sobre o Orçamento." 
Ora, hoje mais de 90% do Orçamento da União é feito de despesas fixas, imexíveis. Coisa muito cômoda, pois os congressistas ficam desobrigados de queimar os miolos para decidir em que áreas as verbas públicas devem ser aplicadas.
Na opinião de Paulo Guedes, os políticos estão com a imagem no chão porque a opinião pública percebeu que eles têm "muitos privilégios e poucas atribuições." 
Aventurando-se na seara política, o ministro prosseguiu: "O resultado dessas eleições foi o quê? Foi um recado em alto e bom som, dizendo o seguinte: os senhores têm muitos privilégios e poucas atribuições. Não estão conseguindo ajudar o País." 
O brasileiro observa Paulo Guedes quebrando ovos com seus disparos verbais e não sabe se comemora a perspectiva de obter, finalmente, uma omelete qualquer ou se mantém a tradição de escolher entre fazer o papel de bobo ou de cínico.

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