PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 02 DE JANEIRO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 02 DE JANEIRO DE 2019

A avaliação de especialistas é que, apesar de haver superado outras posses, a multidão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta terça (1º), poderia ter sido muito maior, mas as pessoas se assustaram com as medidas de segurança rigorosas, como prenúncio de tragédia, e a ameaça de fortes chuvas inibiram muitas pessoas e as afastaram da cerimônia. A estimativa é que mais de 300 mil estiveram na Esplanada, mas a Polícia Militar do DF já não faz os cálculos oficiais.

A PM-DF não calcula multidões desde a manifestação de 30 de setembro, sob o mote “#QuemMandouMatarBolsonaro?”

Na ocasião, parte da imprensa pôs em dúvida os cálculos da PM do DF, que se ofendeu e decidiu não dar chancela oficial às estimativas.

Para a PM, a imprensa revelou com seus questionamentos não confiar nos cálculos que fazia exatamente para atender a pedido de jornalistas.

Para brasilienses experientes, a multidão de ontem superou as posses anteriores e eventos como a missa campal do Papa João Paulo II.

A “hospedagem” do petista Lula na Polícia Federal em Curitiba, custou ao contribuinte R$ 2,70 milhões desde a prisão em 7 de abril. A estimativa de custo diário de R$10 mil foi da própria PF. Esse valor é maior que os R$2,45 milhões gastos na campanha presidencial mais barata da História, de Jair Bolsonaro, antítese do ex-presidente presidiário. Os cofres públicos bancam os gastos com Lula, mas a campanha de Bolsonaro foi custeada por pequenas doações.

A PF estima em R$10 mil diários o custo para manter Lula fora de presídio. O custo médio dos presos no Brasil é de R$2,5 mil por mês.

A presença de Lula exige destacamento de agentes extras e sistema de segurança reforçado.

Preso em Curitiba, o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro fica em sala individual, com TV e banheiro, incluindo água quente.

A primeira-dama Michelle ganhou o jogo da posse. Discurso em libras, a reação ao “intérprete” do Hino e a empatia com a multidão mostram que o seu protagonismo não se limitará ao veto a Magno Malta no ministério.

O tom marcial do juramento Hamilton Mourão revelou a emoção e o orgulho do momento histórico, ainda que muita gente tenha avaliado que o vice-presidente, mesmo na reserva, ainda calça coturno.

Após a posse acabou a tensão no Hospital das Forças Armadas (HFA), um dos mais arrumados de Brasília. Foi ocupado até por blindados. Era o hospital de referência para o caso de feridos durante a cerimônia.

Forças de segurança identificaram a origem das ameaças a Bolsonaro e familiares e agora investigam a movimentação bancária dos suspeitos, integrantes de facções criminosas que controlam presídios.

Os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor (o primeiro a chegar) não são da turma de Bolsonaro, mas tiveram a grandeza de ir à posse. Para “democratas” da laia de FHC, Democracia só vale quando eles vencem. Como diria o falecido Serjão, FHC se apequenou ainda mais.

O presidente mala Evo Morales nem sequer corou ao chamar Jair Bolsonaro de “irmão presidente”. Deve ser medo que ele cobre dívidas bilionárias da Bolívia, fora a refinaria da Petrobras estatizada à força.

Os mais de 6 mil agentes de segurança não registraram um único incidente de violência ou crime entre as centenas de milhares de presentes na Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes.

O público que assistia pelo telão, na porta do Planalto, a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, vaiou sem dó, quando citados, o deputado Rodrigo Maia e o ministro Dias Toffoli.

…ao aparecer sem o macacão marqueteiro, o ministro e astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) estava irreconhecível na posse.

NO O ANTAGONISTA
O aperitivo de Paulo Guedes
Quarta-feira, 02.01.19 08:04
Paulo Guedes quer anunciar “de dois em dois dias” alguma medida de interesse direto dos contribuintes e das empresas, “com foco na simplificação de tributos e desregulamentação da economia”, diz o Estadão.
“As iniciativas são consideradas como um ‘aquecimento e aperitivo’ enquanto se espera a volta do Congresso Nacional para o envio das propostas mais ‘fortes’, entre elas a da reforma da Previdência – apontada como a ‘batalha maior’ e prioridade número um”.

Terras indígenas e quilombolas na Agricultura
02.01.19 07:43
Jair Bolsonaro transferiu para o Ministério da Agricultura o papel de demarcar terras indígenas e quilombolas.
O decreto foi publicado no Diário Oficial algumas horas depois da posse.

Alexandre Garcia é o preferido
02.01.19 07:31
Alexandre Garcia é o nome preferido do novo secretário de Comunicação Social do Planalto, Floriano Barbosa, para ocupar o cargo de porta-voz do novo governo.
Ele disse para a Crusoé:
“Estou disposto a pagar o passe que for”.
Leia a nota completa aqui.

Socialismo exonerado
02.01.19 07:11
A imprensa debochou do discurso de Jair Bolsonaro, no qual ele disse que o Brasil tem de se libertar do socialismo.
Ele pode dar um exemplo prático disso demitindo os apaniguados do petismo nos ministérios, nas reitorias das universidades, nas autarquias.

Os chavões de Bolsonaro
02.01.19 06:49
O Estadão reprovou os discursos de Jair Bolsonaro durante a posse:
“Bolsonaro repetiu os chavões da campanha, em vez de apontar soluções efetivas para os problemas do País. Insistiu em alguns diagnósticos genéricos, mas nos dois discursos não se vislumbrou ao menos um pálido esboço de plano de governo para enfrentar tais problemas.
E, se a preleção no Congresso não deu razões para o otimismo, o segundo discurso de ontem, no parlatório, resvalou num populismo rasteiro – um claro sintoma de que não se deu conta dos desafios que terá de enfrentar nem do real papel que terá de exercer como presidente da República (…).
Além de descer do palanque, o presidente Bolsonaro precisa colocar os pés na realidade. O discurso populista é comprovadamente incapaz de assegurar os bons resultados que o País demanda. O Brasil, já dissemos nesta página, tem esperanças no governo Bolsonaro. Mas cabe a ele, e só a ele, transformar essas esperanças num Brasil próspero e sem divisões.”
Jair Bolsonaro pode continuar no palanque, desde que Paulo Guedes, Sérgio Moro e o general Augusto Heleno coloquem os pés na realidade.

Bolsonaro corta Marun
02.01.19 06:40
Jair Bolsonaro vai rever o ato de Michel Temer que nomeou Carlos Marun para o Conselho de Itaipu, diz o Estadão.
É uma excelente maneira de iniciar seu mandato.

A primeira reforma de Guedes
02.01.19 06:16
Paulo Guedes já tem pronta uma MP para barrar fraudes previdenciárias.
O plano, segundo a Folha de S. Paulo, deve permitir uma economia de 50 bilhões de reais em dez anos.
“Trata-se de ajustes simples, mas com grande efeito financeiro, como impor mais rigor na liberação de benefícios da Previdência Rural e estabelecer normas para reaver recursos liberados via decisões judiciais que mais tarde são cancelados no julgamento final da causa (…).
Essa revisão normativa não depende de emendas constitucionais, mas é considerada radical.”

Novo presidente da Caixa revela planos de privatização
02.01.19 00:20
Por Claudio Dantas
O Antagonista também entrevistou com exclusividade o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante o coquetel da posse de Jair Bolsonaro.
Ele contou detalhes do plano de privatização das subsidiárias do banco, pelo qual espera arrecadar 20 bilhões de reais só este ano.
(...)

Imprensa estrangeira trata posse com desprezo
Terça-feira, 01.01.19 21:43
Na Crusoé, Duda Teixeira mostra que na imprensa estrangeira a posse de Jair Bolsonaro foi noticiada com desprezo e chavões sobre o viés “ultradireitista” do novo governo.
Wall Street Journal só falou sobre a promessa de permitir a compra de armas, mas nada disse sobre a posse. O New York Times e a Economist ignoraram o assunto.
(...)

Bolsonaro decreta mínimo de R$ 998
01.01.19 21:34
O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto fixando o salário mínimo em R$ 998 para 2019 — 4,6% de aumento em relação aos atuais R$ 954.

Exclusivo: Ministros têm 50 propostas para Bolsonaro
01.01.19 21:24
Em entrevista exclusiva a O Antagonista, Onyx Lorenzoni disse que os ministros de Jair Bolsonaro já têm cerca de 50 propostas para simplificar e desburocratizar os negócios no País.
Segundo o chefe da Casa Civil, algumas medidas serão apresentadas ao presidente na próxima quinta-feira e poderão resultar em decretos nas áreas de meio ambiente, agricultura, saúde e economia.
Quanto à reforma da Previdência, a equipe de Paulo Guedes ainda estuda o melhor momento de apresentar o texto da proposta.
“Já está bastante adiantado. Nós vamos marcar uma data, provavelmente na próxima semana, para apresentar a ele [Bolsonaro] as diversas alternativas de caminho. Ele vai decidir e a gente vai anunciar”.
(...)

Bolsonaro reúne ministros na quinta
01.01.19 19:58
Onyx Lorenzoni disse que Jair Bolsonaro vai reunir os novos ministros na quinta-feira (3), às 9h. Amanhã, o dia será dedicado às transmissões de cargo nas pastas.
“Ao longo do dia de amanhã, é que nós vamos realmente começar a trabalhar”.

NO BLOG DO JOSIAS
Temer perdeu o ‘foro especial’, lembra procurador
Por Josias de Souza 
Quarta-feira, 02/01/2019 | 02h41
Neste 1º de janeiro, dia em que Jair Bolsonaro vestiu a faixa presidencial, o procurador regional da República em Brasília, Vladimir Aras, pendurou no Twitter um lembrete: 
"A partir de hoje, o ex-presidente Temer não tem mais foro especial e não goza mais das imunidades presidenciais. As denúncias oferecidas pelo @MPF_PGR perante o STF descem à primeira instância e não precisarão de autorização da Câmara dos Deputados para tramitação."
No Português das ruas, o que o procurador quis dizer foi o seguinte:
 1) Michel Temer não pode mais trocar verbas e cargos pelo congelamento de denúncias criminais; 
2) As três denúncias já formuladas contra o agora ex-presidente da República descerão do Olimpo Supremo para o mármore ardente da primeira instância; 
3) Havendo necessidade, nada impede que os investigadores requisitem autorização judicial para que a rapaziada da Polícia Federal faça uma visita a Temer no início de uma manhã qualquer... 
(...)

Bolsonaro agora terá de provar que há um presidente por trás da faixa
Por Josias de Souza 
02/01/2019 | 01h47
Se dependesse das boas intenções contidas nos discursos de campanha e de posse, o Brasil estaria no paraíso. O grande problema é que a realidade costuma estragar as coisas. Jair Bolsonaro, agora já devidamente empossado, viverá uma experiência delicada: a difícil passagem da intenção para o fato. 
Bolsonaro chegou ao trono como representante do movimento antissistema. Agora, para governar, Bolsonaro terá de lidar com o sistema. Da boca pra fora, a administração de Bolsonaro será feita, basicamente, de probidade, prosperidade e segurança. Do governo pra dentro, Bolsonaro passa a ser assediado por vocábulos que começam com a letra 'c'. Primeiro virá a cobrança. Atendidas as expectativas, a consequência será a consolidação do otimismo captado pelas pesquisas. Do contrário, será deflagrado um processo de corrosão da legitimidade do presidente. 
Do ponto de vista econômico, a aura de Bolsonaro já tem dono: o liberalismo do economista Paulo Guedes. Do ponto de vista político, seu governo se escora no prestígio social dos militares e do ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. 
Para que a cobrança social resulte em consolidação, não em corrosão, será imperioso aprovar reformas que Guedes e Moro enviarão ao Congresso. Providências como a liberarão da posse de armas por decreto só dependem da caneta presidencial. Mas a aprovação de reformas como a da Previdência e da legislação contra a corrupção e o crime organizado exigirá de Bolsonaro mais do que o manuseio de sua Bic. 
Deputado por 28 anos, Bolsonaro especializou-se na Câmara em virar a mesa. Agora, terá que sentar-se à mesa. Até aqui, fez pose de vitorioso. Agora, terá de provar que há um presidente por trás da faixa.


 
 


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