PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 26 DE DEZEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 26 DE DEZEMBRO DE 2018

A mudança de paradigma na articulação da base governista, privilegiando frentes parlamentares em lugar das lideranças partidárias, deve estabelecer uma queda de braço com os líderes de bancada que pode ser ruim para o governo. É que esse novo jeito de compor maioria não altera o fato de que os líderes têm o poder de garantir o sucesso de carreiras parlamentares. É que são eles que indicam deputados e senadores a cargos que dão visibilidade como comissões e relatorias.

Para o bem ou para o mal, os lideres partidários definem os relatores de todas as medidas provisórias e projetos que tramitam no Congresso.

Líder pode designar um relator que, a depender do nível de satisfação, pode melhorar ou desfigurar um projeto de interesse do governo.

Enquanto durar a lua de mel de Bolsonaro com a população, os líderes não criarão dificuldades. Aguardarão, ansiosos, um eventual desgaste.

Bolsonaro, que jamais foi do alto-clero, joga com o contencioso da “massa parlamentar” do baixo-clero em relação aos líderes da Câmara.

Até agora, terceira semana após as primeiras denúncias, nenhuma das celebridades da TV de campanhas como #EleNão, contra o então candidato Jair Bolsonaro, apareceu nas redes sociais para manifestar solidariedade às mulheres vítimas do médium João de Deus. Várias delas inclusive aparecem nas redes sociais em poses cheias de ternura ao lado do homem acusado em mais de 500 casos de abuso sexual.

Essas atrizes, cantoras e sub-celebridades também se associaram ao protesto #MexeuComUmaMexeuComTodas, contra o ator José Mayer.

“Rostos” do movimento, as celebridades Taís Araújo, Cléo Pires, Ciça Guimarães, Preta Gil e Daniella Mercury etc, não se pronunciaram.

Até o momento a única do “#MexeuComUmaMexeuComTodas” que se manifestou contra João de Deus foi Xuxa, que “se enganou feio”, disse.

Soa como música aos ouvidos dos parlamentares, nas conversas com Bolsonaro, a promessa de distribuir com eles os cargos federais nos Estados e em escalões inferiores das administrações direta e indireta.

No Senado tem prevalecido a tradição de o maior partido indicar o presidente da Casa. O MDB diminuiu, mas continua com a bancada mais numerosa, que deve referendar o nome de Simone Tebet (MT).

O veterano tucano Tasso Jereissati (CE) e o novato Davi Alcolumbre (DEM-AP) dão sinais de que adorariam presidir o Senado. Mas as chances são modestas, ao menos por enquanto.

O cinema brasileiro ainda padece da doença infantil de bajular bandidos de favelas do Rio, pintados com as cores de “líderes”. Até a HBO embarcou nessa canoa furada, com uma série sobre esse lixo.

Contam às risadas, na Transição, que o chefe do PRTB, Levy Fidélix, pretendia lotar o “aerotrem” de convidados para a posse de Jair Bolsonaro. Mas cortaram tantos que vai sobrar lugar no Karmanguia.

Jogadores e a imprensa esportiva deveriam se envergonhar queixando-se do calendário da CBF. Enquanto no Brasil a rapaziada engorda nas férias, na Europa há jogos todos os dias. Hoje, amanhã… até no dia 1º.

Como fazem ditaduras em declínio, a Venezuela busca um “inimigo externo”, por meio de conflito armado, para tentar se manter. Acusa de “invasão” o navio de uma petroleira americana, mas as ameaças são à pequena Guiana. Além de tiranos, covardes.

Enquanto a maioria dos brasileiros critica o custo com salários e regalias de servidores públicos, 4,5 milhões de pessoas querem a própria boquinha no MPU, PF e PRF, segundo o Gran Cursos (DF).

Teve peru e rabanada ontem na carceragem da Polícia Federal?

NO O ANTAGONISTA
A esperança continua a ser Rosa Weber
Quarta-feira, 26.12.18 08:00
O Painel registra que, depois da rejeição do habeas corpus a Lula pelo colegiado do Supremo, Celso de Mello e Dias Toffoli, pessoalmente contrários à prisão de condenados em segunda instância, deixaram de libertar presos na mesma condição do petista.
Mas eles não devem mudar de posição pessoal até 10 de abril, quando o STF voltará a julgar a prisão em segunda instância.
A esperança continua a ser Rosa Weber.

Bolsonaro indignado com gastos
26.12.18 07:26
Também no Twitter, um indignado Jair Bolsonaro diz que vai cortar gastos para valer, citando o caso de patrocínios culturais de Furnas, via Lei Rouanet:

Dilma é a seca
26.12.18 07:25
A Folha publica que os preços da conta de luz devem parar de subir em 2019.
Ótimo.
Lá no meio para o final da reportagem está a principal causa do aumento exponencial dos últimos anos: Dilma Rousseff.
“Outro importante fator que pressionará as tarifas para baixo em 2019 é o fim do pagamento de um empréstimo contraído pelas distribuidoras de luz em 2013 e 2014 (…).
À época, mudanças regulatórias e decisões do então governo de Dilma Rousseff fizeram com que as companhias ficassem descontratadas, ou seja, com poucas usinas geradoras à sua disposição.
A solução foi comprar energia no chamado mercado de curto prazo — em que os preços variam mês a mês e, naqueles anos, estavam extremamente altos por causa da seca.”
Isso custou 50 bilhões de reais, repassados para a conta de luz, como não poderia deixar de ser.
Dilma foi a verdadeira seca, mas o PT culpa Michel Temer pelo aumento do preço da energia.

Bolsonaro: “Será que ainda posso sentar no chão?”
26.12.18 07:10
Jair Bolsonaro, depois de divulgar uma imagem lavando roupa e ter sido criticado por isso, foi ao Twitter perguntar se ainda pode sentar-se no chão:

Trump desiste de ser José Alencar
26.12.18 07:00
Depois de causar pânico no mercado, ao sugerir que tentaria demitir o presidente do Fed, o BC americano, Donald Trump recuou à la Donald Trump e declarou confiança na instituição dirigida por Jerome Powell:
“Estão subindo os juros rápido demais. Essa é minha opinião. Obviamente tenho confiança. Acho que isso será corrigido. Sovem os juros rápido demais porque acham que a economia vai muito bem. Mas acho que eles vão entender logo. O que quero dizer é que a economia está indo tão bem que eles subiram juros, como medida de segurança.”
Trump desistiu de ser um José Alencar (alguém aí lembra do vice de Lula?).
A paralisação do governo americano, no entanto, deve continuar até que o Congresso libere o dinheiro para a construção do muro na fronteira do México.

Defensor público sugere que Temer exclua colarinho branco de indulto
Terça-feira, 25.12.18 21:15
O defensor público-geral federal em exercício, Jair Soares Júnior, sugeriu a Michel Temer que exclua do indulto natalino os condenados por crimes contra a administração pública, informa Crusoé.
O decreto de 2017 de Temer foi alterado por Luís Roberto Barroso e questionado pela PGR por ser considerado leniente com corruptos.
Segundo o Jornal Nacional, o presidente deve decidir sobre o indulto até amanhã.

Governador de MT: ‘Você fala que é politico e já entra devendo’
25.12.18 21:00
No fim do mandato, para o qual não conseguiu se reeleger em outubro, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, deu uma entrevista à Folha.
Nela, o tucano – ex-procurador conhecido como defensor do combate à corrupção – diz que os delatores que o citaram “querem tirar o deles e colocar o meu na reta”.
Taques foi citado em delações e é investigado por envolvimento em um caso de grampeamento de adversários, o que ele nega.
“Hoje em dia no Brasil todos os políticos estão na mesma vala. Você fala que é político e já entra devendo, no sentido de ter que demonstrar.”
O Antagonista acha salutar que os políticos brasileiros “já entrem devendo”.

Premiê de Israel não deve ficar para a posse de Bolsonaro
25.12.18 19:25
A Folha diz que Binyamin Netanyahu, o premiê de Israel, considerado a maior estrela internacional na posse de Jair Bolsonaro, não ficará para o evento.
Netanyahu, afirma o jornal paulistano, manteve o encontro com Bolsonaro previsto para esta sexta (28) no Rio, mas voltará a Israel no dia 31 – véspera da posse do novo presidente brasileiro.
O motivo é a crise política israelense, que fez o premiê adiantar as eleições parlamentares de novembro para abril. Netanyahu quer costurar uma nova maioria para se manter no poder.

STF discutirá habeas corpus de Marco Aurélio a acusado de assassinato
25.12.18 17:45
Na volta do recesso, em 5 de fevereiro, a Primeira Turma do STF deve discutir o caso da missionária Dorothy Stang, assassinada no Pará em 2005.
Marco Aurélio Mello deu habeas corpus em liminar a Regivaldo Galvão, o “Taradão”, condenado em 2010 como mandante do crime. A Primeira Turma decidirá se confirma ou revoga a decisão.
Leia em Crusoé.

Ex-vereador é preso por propina na gestão Celso Daniel
25.12.18 17:30
O ex-vereador Klinger Oliveira Souza, foragido desde novembro de 2017, foi preso pela PM em Santo André nesta terça de Natal, informa Fausto Macedo.
Klinger foi condenado junto com o empresário Ronan Maria Pinto por suposto envolvimento em esquema de corrupção nos transportes públicos da cidade, na gestão de Celso Daniel.
O prefeito petista foi morto a tiros em janeiro de 2002.

PM do Rio tem mais chefes do que comandados
25.12.18 16:45
O jornal carioca Extra lembra que um dos problemas que Wilson Witzel terá de enfrentar é o que chama de “colapso na organização hierárquica” da PM do Rio de Janeiro.
A corporação tem mais chefes do que comandados, numa espécie de pirâmide invertida. São 15.200 sargentos, ante 11.894 cabos e 9.216 soldados. Entre os oficiais, o número de majores supera o de capitães ou tenentes.
“O cenário atual remonta a [uma] medida adotada pelo Estado desde a década de 80, com a criação de planos de carreira prevendo promoção pelo tempo de serviço”, sem concursos internos, relata o Extra.
O efeito disso, além da escalação de graduados para funções subalternas – como levantar cancela na entrada de quartel –, é um rombo na Previdência estadual.

Justiça nega pedido de Lula para ir a enterro
25.12.18 16:15
A Justiça Federal no Paraná já negou o pedido de Lula para sair da cadeia e ir ao enterro de Sigmaringa Seixas em Brasília.
O juiz de plantão considerou que a alegação da defesa – a amizade entre Lula e Sigmaringa – era motivo insuficiente para soltar o presidiário.

Nem no Natal o culto dos petistas a Lula descansa
25.12.18 15:45
Gleisi Hoffmann foi ao Twitter agora há pouco para criticar a ideia de Jair Bolsonaro de usar tecnologia de Israel contra a seca no Nordeste.
Naturalmente, escreveu que quem “enfrentou a seca” na região foi o santo Lula, mártir da carceragem da PF em Curitiba.
Resolveu direitinho o problema, sem dúvida.
(...)

‘Astronauta brasileiro’ em Israel
25.12.18 15:15
Jair Bolsonaro afirmou hoje que a parceria entre o Brasil e Israel, que segundo ele beneficiará o Nordeste brasileiro, está “muito bem encaminhada”.
No Twitter, o presidente eleito informou que o futuro ministro da Ciência e Tecnologia – o “astronauta brasileiro” Marcos Pontes – irá a Israel em janeiro.
Pontes, segundo o Estadão, visitará instalações de dessalinização, plantações e escritório de patentes, acompanhado pelo ministro israelense da Ciência e Tecnologia, Ofir Akunis.

NO BLOG DO JOSIAS
Sob Temer, indulto passa de tradição a maldição
Por Josias de Souza 
Quarta-feira, 26/12/2018 | 04h24
Há um limite depois do qual uma tradição pode transformar-se em maldição. Nos últimos 30 anos, todos os presidentes submetidos à Constituição de 1988 exercitaram seus pendores humanitários por meio do indulto de Natal. Sob Michel Temer, o que parecia natural virou imoral, pois o ato de clemência foi estendido em 2017 a presos condenados por corrupção. Submetido a contestação judicial, Temer decidira não editar o decreto de indulto neste final de 2018. Diante de apelos da Defensoria Pública, voltou atrás. Espera-se que não se atreva a reincidir no escárnio. Graças a um pedido de vista do ministro Luiz Fux, o julgamento sobre o indulto decretado por Temer no ano passado continua em aberto no Supremo Tribunal Federal. A liminar anti-corruptos ainda está de pé. Mas se quiser encrespar, Temer pode reeditar em 2018 o mesmo indulto tóxico do ano passado. Afinal, já se formou no plenário da Suprema Corte uma maioria — seis votos num total de 11 — a favor da tese segundo a qual o presidente tem poderes discricionários para regulamentar a concessão do indulto como bem entender.
Se tiver restado a Temer um pingo de compostura, ele excluirá os corruptos da fila do indulto por bom senso, não por respeito aos prazos do Supremo. A corrupção no Brasil é uma endemia. Quem olha ao redor só enxerga podridão. Vale a pena listar, por eloquentes, alguns dos podres: 
1) A seis dias de se tornar uma caneta sem tinta, o próprio Temer foi denunciado três vezes — duas por corrupção passiva e uma por obstrução da Justiça. Responde a um inquérito. E há pedidos de abertura de mais cinco. 
2) Geddel Vieira Lima, o ex-ministro que cuidava da coordenação política do governo Temer, foi em cana depois que a Polícia Federal estourou o bunker de Salvador, onde ele guardava R$ 52 milhões acondicionados em malas 
3) Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Está preso há oito meses. A segunda condenação pode chegar junto com as águas de março. Dilma Rousseff, sua antecessora, foi enviada ao banco dos réus no inquérito batizado de "quadrilhão do PT." 
4) Aécio Neves, o tucano que disputou a Presidência da República em 2014, encontra-se soterrado por suspeitas. Foi denunciado por corrupção passiva. O correligionário Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas, foi condenado e preso no caso do Mensalão Mineiro do PSDB. 
5) José Dirceu, ex-chefão da Casa Civil de Lula, coleciona sentenças que somam quatro décadas de cadeia. Está solto graças a uma liminar da Segunda Turma do Supremo. 
6) Dois ex-ministros da Fazenda da era PT estão encrencados na Lava Jato. Um, Antonio Palocci, é um corrupto confesso. Outro, Guido Mantega, está com os calcanhares de vidro sob holofotes. 
7) Dois ex-presidentes da Câmara estão presos. Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) foi premiado com uma transferência da cadeia para a prisão domiciliar. Eduardo Cunha, já condenado num dos inúmeros processos que responde, continua na tranca. 
Relator do processo sobre indulto no Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso realçou outro flagelo da criminalidade oligárquica: "Ninguém assume os próprios erros e pede desculpas ao povo brasileiro. Todos alegam que estão sendo vítimas de perseguição política. Ou seja: não houve corrupção nem desvio de dinheiro. Foi tudo uma miragem, uma invenção de procuradores, juízes e da mídia opressiva." Barroso apimentou sua argumentação: "Uma razão para essa atitude, além de uma dose elevada de cinismo, é que as coisas erradas foram naturalizadas de uma tal maneira que as pessoas simplesmente perderam o senso crítico." 
Nesse contexto, qualquer decreto de indulto que incluísse no rol dos beneficiários da clemência presidencial os criminosos de colarinho asseado ultrapassaria em muitos quilômetros o limite depois do qual uma tradição transforma-se em maldição. 
Sem condições de dar continuidade à sua carreira política, Michel Temer inspiraria nome de rua. Assim como há a Rua Voluntários da Pátria, passaria a existir a Rua Traidores da Pátria.


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