SEGUNDA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 2018

NO O ANTAGONISTA
Ex-secretários de Saúde do DF são presos
Quinta-feira, 29.11.18 10:38
Os ex-secretários de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa e Elias Miziara foram presos nesta quinta-feira durante uma operação de combate à corrupção na Pasta.
Ao todo, são 12 mandados de prisão preventiva e 44 mandados de busca e apreensão.
O grupo é investigado por peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e organização criminosa.
Segundo o Ministério Público do DF, um grupo de empresas que fraudou licitações no Rio de Janeiro durante a gestão de Sérgio Cabral replicou o esquema no DF.

O Ano Novo de Temer
29.11.18 09:50
Os parlamentares enrolados com a Lava Jato aumentaram o salário dos ministros do STF. Agora os ministros do STF votam para tirar da cadeia os parlamentares presos pela Lava Jato.
O elo entre os dois é Michel Temer, o presidente mais impopular de todos os tempos, que será recordado pelo grampo no Jaburu e pelo indulto de Natal.
Só resta saber se a Lava Jato vai comemorar com ele o Ano Novo.

Procuradores da Fazenda rejeitam nomeação de Guedes
29.11.18 10:26
O Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional divulgou uma nota contra a indicação de Marcelo Siqueira para a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional do próximo governo.
Siqueira foi procurador-geral federal de Luís Inácio Adams, advogado-geral da União, que sucedeu Dias Toffoli no cargo e serviu aos governos Lula e Dilma.
“Diante das notícias divulgadas no sentido da possibilidade de indicação de pessoa estranha aos quadros da Procuradoria da Fazenda Nacional para o cargo de Procurador-Geral da Fazenda Nacional, manifesta-se nos seguintes termos:
A Procuradoria da Fazenda Nacional ostenta um quadro de aproximadamente 2.100 Procuradores, composto por Membros do mais elevado quilate técnico. Essa expertise vem se refletindo na indiscutível elevação da arrecadação do órgão, bem como na modernização da forma de atuação junto ao Judiciário, especialmente nos últimos anos.
Não se mostra republicano olvidar desse corpo técnico para dar guarida a uma indicação cujo amálgama político-aventureiro se sobrepõe à indiscutível excelência no trabalho desenvolvido pelos integrantes da PGFN. Uma nomeação alienígena fugiria, inclusive, da senda seguida pelo Governo eleito, o qual vem pautando suas escolhas pela tecnicidade, com valorização dos quadros internos, a exemplo do que ocorreu no âmbito da Advocacia-Geral da União. 
Não é demais relembrar que não há outro quadro técnico com atribuição para o assessoramento, consultoria e representação judicial em matéria tributária e fiscal. Nesse sentido, em contexto que demanda conhecimento altamente especializado para fazer frente à necessária reforma tributária e implementação do devido ajuste fiscal, a nomeação do dirigente máximo desprovido dessas características pode ensejar prejuízos bilionários, ante políticas públicas equivocadas e interpretações jurídicas desprovidas de solidez.
A atuação da Procuradoria da Fazenda Nacional é a que exige a maior especificidade no âmbito da Advocacia Pública Federal, encontrando a relevância de sua atuação guarida no próprio texto da Constituição Federal (arts. 131, §5º, e 29, caput e §5º). Pensar na indicação de um PGFN alheio aos quadros institucionais é desmerecer o cuidado aplicado pelo constituinte originário ao prever Carreira específica para tratar das questões financeiras e tributárias da União.
Ressalte-se que o mister de Procurador-Geral da Fazenda Nacional envolve irrestrito acesso a dados amparados por sigilo fiscal, utilizados, inclusive, na atuação contra a sonegação de grandes devedores. A indicação de um PGFN alheio aos quadros da Carreira, além de conferir acesso a pessoa destituída de autorização legal para visualização desses dados, possibilitaria, por exemplo, a ingerência política negativa no combate à sonegação fiscal.
Nos últimos três anos, a PGFN implementou o novo modelo de cobrança e o rating da dívida, alavancando a arrecadação de recursos em mais de 100%, dobrando resultados anteriores. Inovou em gestão da informação e uso da tecnologia, sendo temerária a ruptura desse ciclo virtuoso verificado no órgão, altamente especializado.
Por todos esses motivos, o SINPROFAZ aguarda a indicação de um dos Membros da PFN para o cargo de Procurador-Geral da Fazenda Nacional, repudiando qualquer nomeação alheia aos seus quadros”.

Dornelles assume governo do Rio
29.11.18 10:09
Com a prisão de Luiz Fernando Pezão, o vice-governador Francisco Dornelles assume automaticamente o governo do Rio de Janeiro.
Em 2016, quando Pezão foi internado para tratamento de um câncer, Dornelles assumiu o governo por sete meses.

O Rivotril de Palocci
29.11.18 10:04
Durante o tempo em que ficou preso em Curitiba, Antonio Palocci distribuía Rivotril aos outros detentos, relata O Globo.
“Quando algum preso se sentia mal no claustrofóbico conjunto de três celas que abrigam os envolvidos na Lava-Jato, o ministro era chamado pelos agentes para socorrer os companheiros. Calmo, Palocci conversava em tom pausado com o ‘paciente’ e vez ou outra lhe dava um remédio. Um dia, foi questionado por um policial qual era o santo medicamento que tinha resultado garantido. Direto, como de costume, respondeu: ‘É Rivotril’”.

Dodge afirma que esquema criminoso de Pezão ainda está em curso
29.11.18 09:42
Raquel Dodge afirmou nesta quinta-feira que as prisões do governador Pezão e de outros oito envolvidos foram necessárias porque os crimes ainda estão em curso.
“Um dos crimes em curso é o de organização criminosa, continua atuando e especialmente à lavagem de dinheiro. A lavagem é o crime que se pratica após a corrupção e que consiste em ocultar onde o dinheiro está. Pelas informações, continua a ser feito (…).
E é por essa razão, porque os infratores ainda praticam esse crime, que chegou-se a necessidade de requerer prisão preventiva para a garantida da ordem pública.”

PF viabiliza “sala especial” para Pezão
29.11.18 09:30
A Polícia Federal está disponibilizando uma sala do Estado Maior para Luiz Fernando Pezão ficar preso, informa o G1.
A sala do Estado Maior é uma prisão especial que não apresenta as características de uma cela comum.

Prisão de Pezão foi agilizada para preservar coleta de provas
29.11.18 09:25
A ação que prendeu Luiz Fernando Pezão nesta manhã foi agilizada a pedido da Polícia Federal para preservar a coleta de provas, publica O Globo.
No entendimento da força-tarefa, era fundamental que a prisão do governador ocorresse antes do final do mandato para que os documentos não fossem dispersados.
Outra preocupação da PF era que Pezão, sem foro, pedisse que a investigação recomeçasse do zero.

Pezão ofereceu o Detran para loteamento, diz deputado
29.11.18 08:42
Durante depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal na última terça-feira, Paulo Melo afirmou que foi o governador Pezão que procurou os deputados para que eles indicassem cargos no governo, em especial no Detran, publica O Globo.
O ex-presidente da Alerj também admitiu que indicou o nome de Carla Adriana Pereira, diretora de Registro do Detran, suspeita de ser uma das operadores do esquema de loteamento do órgão.
Ela foi uma das pessoas que tiveram a prisão decretada durante a operação Furna da Onça.

Não sobra um
29.11.18 08:05
Desde 1998, foram presos todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro: Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral e, agora, Pezão.
Também foram presos todos os presidentes da Alerj de 1995 a 2017: Sérgio Cabral, Jorge Picciani e Paulo Melo.
Não sobra um.

Bolton com Bolsonaro no Rio
29.11.18 07:24
John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, chegou à casa de Jair Bolsonaro pouco antes das 7h da manhã desta quinta-feira para tratar do futuro das relações entre EUA e o novo governo brasileiro.
Bolsonaro recebeu Bolton e sentou-se com ele à mesa para um café da manhã.


NO BR18
29.11.2018 | 08h41
Do Marcelo: O círculo fechou no Rio
Depois da desgraça política que assombrou o Rio de Janeiro e o devastou nos últimos 20 anos, a prisão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) parece fechar esse círculo de trevas.
Desde a posse de Anthony Garotinho, em 1999, e tendo como sucessores Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral e o próprio Pezão, o Rio trocou suas chances de prosperidade por um enredo repleto de denúncias, crimes e passagens pela prisão desses políticos. A eleição de Wilson Witzel não é garantia de sucesso, mas a prisão de Pezão ajuda na retomada da recuperação do Rio. /Marcelo de Moraes

29.11.2018 | 08h25
Transição afetada no Rio?
Após a prisão do atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), pela operação Boca de Lobo da Polícia Federal, o governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), divulgou nota garantindo que a transição de governo não será prejudicada. “A transição não será afetada. A equipe do governador eleito seguirá trabalhando para mudar e reconstruir o Rio de Janeiro”, destacou.
Contudo, a transição já parece ter sido afetada. O ex-secretário de Governo de Pezão, Affonso Monnerat, destacado para chefiar a transição, foi exonerado do cargo há 20 dias, após prisão na operação Furna da Onça. Monnerat também teve prisão decretada na operação Boca de Lobo.

NO BLOG DO FAUSTO MACEDO
Palocci fechou delação também com Ministério Público contra alvos com foro
Ex-ministro de Lula e Dilma, que deve deixar hoje a cadeia por ordem do TRF-4, fez revelações contra políticos no âmbito do Supremo
Por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo
Quinta-feira, 29 Novembro 2018 | 05h00
O ex-ministro Antônio Palocci fechou um acordo de delação premiada, ainda sob sigilo, que envolve acusações contra alvos com direito a foro privilegiado, como políticos com mandato. Trata-se de um novo pacote de revelações, distinto do que serviu como base para a decisão de ontem do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de conceder benefícios como a redução da pena ao ex-petista, no âmbito da Operação Lava Jato.
Ex-ministro da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil de e Dilma Rousseff, Palocci teve os benefícios de seu acordo de delação fechado com a Polícia Federal, em Curitiba, validados ontem. Por maioria, os desembargadores da 8.ª Turma Penal do TRF-4 acolheram pedido da defesa de Palocci no julgamento do recurso contra a condenação decretada pelo ex-juiz federal Sérgio Moro, em junho de 2017.
A pena de Palocci foi reduzida de 12 anos para 9 anos de prisão e foi dado o direito de ele cumprir a detenção em regime semiaberto domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica.
O benefício levou em conta o acordo fechado com a PF em março e homologado em junho no TRF-4 pelo relator da Lava Jato, desembargador João Pedro Gebran Neto. – que votou pela concessão dos benefícios dada a efetividade da colaboração do réu.
Essa delação tem 18 termos de depoimentos que fornecem dados para cinco frentes de investigações da PF, em Curitiba.
O ex-ministro dos governos pode deixar a Custódia da Polícia Federal, em Curitiba, ainda nesta quinta-feira, 29. Palocci passará para o regime semiaberto domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica.
O TRF-4 determinou que a alteração do regime de pena de Palocci seja comunicada com urgência à 12ª. Vara Federal de Curitiba, responsável pela execução penal, para cumprimento.
Novidades 
O novo acordo foi fechado com o Ministério Público Federal, no âmbito dos processos do Supremo Tribunal Federal (STF). O pacote de novos termos é ainda maior que o fechado com a PF e homologado pelo TRF-4.
Durante o julgamento do recurso de Palocci, além da efetividade da colaboração atestada pelo delegado da PF, Filipe Hille Pace, que fechou o acordo, foi citado sob sigilo a realização do acordo com o Ministério Público no âmbito do STF.
Procurado, o advogado Tracy Reinaldet, que defende Palocci, não comentou o caso. Ontem, ele afirmou, após decisão do TRF-4, que o ex-ministro “continuará colaborando de modo amplo e irrestrito com a Justiça”.
“Na data de hoje, o TRF-4 reconhece a efetividade da colaboração de Antônio Palocci, reduzindo sua pena e permitindo que ele a cumpra em regime domiciliar.”
Segundo Reinaldet, “a decisão reafirma a seriedade do procedimento de cooperação realizado com a Polícia Federal de Curitiba. Palocci continuará colaborando de modo amplo e irrestrito com a Justiça”.

NO O GLOBO
PF faz buscas nos palácios Laranjeiras e Guanabara, em Piraí e até na casa da mãe de Pezão
Agentes estiveram também no apartamento do governador, no Leblon, onde não havia ninguém
Por Geraldo Ribeiro, Lucas Altino e Pedro Zuazo
Quinta-feira, 29/11/2018 - 07:25
RIO — Pelo menos cinco endereços de Luiz Fernando Pezão foram alvos das equipes da Polícia Federal nesta quinta-feira. Além dos palácios Laranjeiras e Guanabara — residência oficial do governador e sede do governo estadual, respectivamente —, agentes também estiveram na casa de Pezão em Piraí, no apartamento dele, no Leblon e até na casa da mãe do governador, dona Ecy, no mesmo bairro.
A prisão de Pezão ocorreu no Palácio Laranjeiras, por volta das 6h. Quase ao mesmo tempo, policiais chegavam ao Palácio Guanabara, onde realizam buscas. No apartamento do governador, a equipe da PF não achou ninguém. Em Piraí, os agentes tiveram que chamar Amanda, a enteada do governador, para que ela abrisse a porta.
Em Piraí, a movimentação dos policiais em frente à casa chamou a atenção de pessoas que passavam pelo local. Algumas comemoraram a prisão do governador. Júlia Vieira, que passava em frente à residência no seu caminho para o trabalho, parou para perguntar o que estava acontecendo.
— Demorou, né — disse ela, quando foi informada da prisão do governador.
Na opinião da moradora, Pezão fez ótima gestão como prefeito de Piraí, mas se corrompeu quando chegou ao governo estadual.
— Cabral já está preso há um tempo, e os dois trabalharam juntos — afirmou ela, para justificar por que não ficou surpresa com a operação, mas explicou que a população deve se abalar. — Somos uma cidade de interior que se tornou modelo. Até Lula e Dilma vieram aqui. Mas hoje Piraí gira muito em torno dele. Muitas pessoas do seu núcleo ascenderam financeiramente nos últimos anos. Mas as obras da cidade pararam depois que o prefeito atual venceu a eleição, derrotando o candidato de Pezão.
A ordem para esta nova fase da Lava-Jato foi dada pelo ministro e relator do caso, Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também relatou a Operação Quinto do Ouro, que prendeu cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) em março do ano passado. O pedido de prisão foi feito pela PF do Rio, com aval da Procuradoria Geral da República (PGR), a um mês do sucessor de Sérgio Cabral terminar o mandato.
Delação foi primordial para prisão
Apontada como primordial para a operação dos agentes da Policia Federal e de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) desta quinta-feira, a colaboração de Carlos Miranda, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e revelada pelo GLOBO no fim de abril deste ano, sustentou que Pezão recebia do esquema criminoso uma mesada de R$ 150 mil e que, de 2007 a 2014, a propina ao sucessor de Cabral, na época vice-governador, incluía décimo terceiro salário e dois bônus, cada qual no valor de R$ 1 milhão.
Do conjunto de fatos delatados por Miranda, três anexos seguiram para o STJ por determinação do ministro Dias Toffoli, que homologou a colaboração no STF, no início de maio, como também revelou O GLOBO. A remessa dos anexos ao STJ pelo STF se deu por tratar de citados com foro naquele Tribunal. No caso de Pezão, após consulta à PGR, o anexo de número 21 seguiu para o gabinete do ministro Félix Fischer, que já é o relator da Operação Quinto do Ouro, que prendeu os conselheiros do TCE. O mesmo ministro também recebeu outros dois anexos da delação de Miranda. Um deles envolve os conselheiros do TCE e já corre como processo.
O esquema de pagamento a Pezão, sustenta o delator, incluiu em 2013 dois prêmios, cada um no valor de R$ 1 milhão, que eram pagos a membros da organização criminosa em algumas oportunidades. O primeiro bônus, segundo ele, foi repassado em quatro parcelas no escritório do lobista Paulo Fernando de Magalhães Pinto, em Ipanema. Magalhães chegou a ser preso com Cabral, mas hoje vive sob regime de prisão domiciliar. O dinheiro foi providenciado por Chebar, que enviou o assessor Vivaldo Filho. Já o segundo prêmio, ele detalha em outro anexo da delação, referente a Construtora JRO.

NA COLUNA DO CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Armação contra a Lava-Jato
Aprovaram um texto que simplesmente libera indicações políticas para qualquer empresa ou agência
Quinta-feira, 29 de novembro de 2018
Pode parecer teoria conspiratória, mas vamos juntar algumas pontas, na base do livre pensar, para mostrar que tem muita gente em Brasília tentando armar contra a Lava-Jato.
Primeira ponta: muitos políticos estabelecidos foram derrotados nas urnas. É chato, mas a categoria sempre teve um modo de acomodação: a nomeação para cargos públicos diversos, especialmente nas tão numerosas estatais e, mais recentemente, nas agências reguladoras. Aliás, dá para entender por que são necessárias tantas empresas ditas públicas.
De 2016 para cá, entretanto, surgiu um grande obstáculo, a Lei de Responsabilidade das Estatais. A norma proíbe que dirigentes partidários e parentes de políticos com mandato sejam nomeados para presidência, diretorias e cargos em conselhos das estatais.
A lei havia sido uma reação à Lava-Jato, que flagrou justamente o escândalo das nomeações políticas. E, mais recentemente, houve um avanço, um projeto de lei, apresentado na Câmara, que estende a proibição para as agências reguladoras.
Pois então, na tramitação desse projeto, deputados conseguiram uma proeza. Com uma manobra de bastidor, inverteram os termos, de proibição para permissão, e ainda incluíram as estatais. Ou seja, aprovaram um texto que simplesmente libera totalmente as indicações políticas para qualquer empresa ou agência.
A jogada ainda não está concluída, pois o projeto tem que passar pelo Senado. Mas sobram informações mostrando que a Casa, onde foi maior o número de parlamentares derrotados, está, digamos, muito propensa a seguir a manobra da Câmara dos Deputados.
Argumentam que a lei não é razoável, é muito severa, exagerada, pois o político ou seu parente podem ser um bom gestor. Podem, e a lei é mesmo exagerada.
Mas isso porque a corrupção foi muito mais exagerada.
A segunda ponta: de nada adiantará liberar as indicações políticas se as estatais forem privatizadas. Claro, não?
Vai daí, acumulam-se as restrições administrativas e legais às privatizações. O ministro Ricardo Lewandowski, por exemplo, com uma liminar, derrubou pontos de uma lei que regula a gestão e, pois, a venda de estatais. Para o ministro, para cada estatal a ser privatizada, é preciso uma lei específica votada pelo Congresso.
Não basta, portanto, uma lei geral de desestatização, como era a norma. Mesmo pequenas subsidiárias precisam de lei específica.
Trata-se de liminar, decisão provisória de um ministro. Ainda precisa ser debatida e votada no plenário do STF. A liminar é de junho último, e não há o menor sinal de que será incluída na pauta do Tribunal.
O ministro Lewandowski justificou seu voto dizendo que era preciso conter a “crescente vaga de desestatizações”.
Não há propriamente uma onda de privatizações, mas o tema está na pauta nacional por uma razão simples: governos estão quebrados, estatais em crise, de modo que vender ativos não é uma opção ideológica, mas uma necessidade econômica.
Por toda parte, porém, vão surgindo obstáculos. A Eletrobras tem ainda duas subsidiárias que são um poço de prejuízos, as do Amazonas e de Alagoas. Não consegue privatizá-las e assim vai passando a conta para os contribuintes. Mas se mantêm os cargos.
Terceira ponta da armação contra a Lava-Jato: o indulto de Natal concedido pelo presidente Temer em 2017. Generoso, tira da cadeia condenados por corrupção que tenham cumprido pequena parte da pena. Nomes ilustres que seriam beneficiados: Eduardo Cunha e Antonio Palocci.
Partes dessa lei do indulto foram suspensas por liminar do ministro Luís Roberto Barroso — e o caso agora está no plenário do STF.
Esta coluna foi fechada antes da conclusão do julgamento, mas o que está em debate vai além. A questão é: pode o presidente, que tem a prerrogativa de indultar, conceder o benefício aos criminosos de colarinho branco?
Eles podem não ser violentos no sentido de que não mataram ninguém. Mas roubar dinheiro público não seria uma violência social ainda mais grave?
E, resumindo, é ou não é uma armação?

NO BLOG DO PUGGINA
ESSES FALSOS DEFENSORES DE DIREITOS HUMANOS
Por Percival Puggina (*)
Artigo publicado quarta-feira, 28.11.2018
Nem Bolsonaro, nem seus eleitores são contra os direitos humanos. Essa é mais uma narrativa insidiosa, despegada da realidade, construída pela malícia de alguns intelectuais para consumo de certos atores do palco político. O que milhões de brasileiros manifestaram nas urnas foi sua rejeição à conduta dos que tratam de direitos humanos como se fosse coisa sua, de sua conceituação e distribuição, para uso em benefício próprio e em prejuízo de muitos ou de todos.
Refiro-me, por exemplo, ao empenho no sentido de afirmar como “direitos humanos” meras reivindicações políticas de grupos sociais que só se viabilizam contra legítimos direitos alheios, sendo o aborto a mais eloquente delas. Há muitos outros, porém. Desencarceramento em massa, desarmamento geral da população ordeira, redução das penas privativas de liberdade, indiscriminada progressão de regime prisional, descriminalização das drogas, desmilitarização das polícias militares, demasias do ECA, reivindicações LGBTTQI com incidência nas salas de aula e mais as que confrontam direitos de propriedade. As pessoas simplesmente cansaram dessa conversa fiada! Perceberam no seu cotidiano aonde isso levou o País.
Quando militantes do MST invadem uma propriedade rural – e foram 4063 invasões entre o início do governo FHC e o final do governo Dilma – os ditos defensores dos direitos humanos repudiam toda reação policial ou judicial como “criminalização dos movimentos sociais”. Algo tão ilógico, tão falso, só pode ser afirmado e publicado nos jornais porque desonestidade intelectual é um desvio moral, mas não é crime. Mas é desse tipo de desonestidade que se nutriu, durante longos anos, o discurso dos tais defensores de “direitos humanos”. A Nação entendeu e, majoritariamente, passou a rejeitar.
Pelo viés oposto, basta que a atividade policial legítima, desejada pela sociedade com vistas à própria segurança, seja compelida a usar rigor com o intuito de conter uma ação criminosa, para que os mesmos falsos humanistas reapareçam “criminalizando” a conduta policial. Anos de observação desses fenômenos evidenciaram a preferência de tais grupos pelos bandidos. Enquanto estes últimos prosperam e mantém a população em permanente sobressalto, aqueles, os supostos defensores de direitos humanos, inibem a ação protetora da sociedade. Assim agindo, elevam os riscos dos que a ela se dedicam e concedem mais segurança aos fora da lei. Vítimas e policiais não têm direitos nessa engenhoca sociológica.
Não bastassem os fatos concretos, objetivos, testemunhados milhares de vezes por milhões de cidadãos comuns, as correntes políticas que se arvoram como protetoras dos mais altos valores da humanidade mantêm relações quase carnais com ditadores e regimes que fazem o diabo em Cuba, Venezuela, Nicarágua, Coreia do Norte, Irã e África Subsaariana.
As pessoas veem e sabem que o nome disso é hipocrisia.

(*) Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no País. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. É integrante do grupo Pensar+.


NO RADAR (VEJA.COM)
Gastos de Magno Malta no Senado já superam total de 2017
Rejeitado nas urnas, senador acelera gasto da cota parlamentar
Por Ernesto Neves
Quinta-feira, 29 nov 2018, 08h01
Rejeitado nas urnas do Espírito Santo, o senador não-reeleito, Magno Malta, (PR) gastou até novembro R$ 363.667,44 de sua cota parlamentar.
O número já supera em 16% o que Malta desembolsou durante todo o ano de 2017: R$ 315.072,00. 
Só em passagens, o senador despendeu R$ 261.254,16.

NO BLOG DO NOBLAT
O dia do fim do mundo
Pode ser hoje se...
Por Ricardo Noblat
Quinta-feira, 29 nov 2018, 09h00
… se o Supremo Tribunal Federal validar o indulto de Natal assinado no ano passado pelo presidente Michel Temer e que beneficia condenados por corrupção. Uma vez isso aconteça, Temer poderá reeditar o decreto e aplicá-lo antes de sair do cargo – quem sabe desta vez também beneficiando Lula. Não seria justo descriminá-lo;
… se o vereador Carlos Bolsonaro apontar o nome do colaborador do pai que significa uma ameaça à vida do presidente eleito. E se essa figura for aquela que muitos têm na cabeça. A República viria abaixo - ou quase;
… se preocupado em evitar o pior, o general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército, tuitasse uma grave advertência ao País como fez às vésperas de um dos recursos da defesa de Lula ser julgado pelo Supremo e, naturalmente, negado pelo bem da Nação;
Seria o dia do fim do mundo, pelo menos deste que conhecemos.


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