PRIMEIRA EDIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2018

A proximidade da posse do presidente Jair Bolsonaro e do seu ministro da Justiça, Sérgio Moro, levou setores de inteligência a recomendar o monitoramento de Joesley Batista, sobretudo após a decisão judicial desta segunda (12), que relaxou sua prisão. O temor é que o dono do grupo J&F/JBS use do seu poder e fuja para um país sem acordo de extradição com o Brasil, e fique fora do alcance da Justiça brasileira.

Como está afastado do comando do grupo, a eventual fuga de Joesley não provocaria grandes danos à J&F, segundo avaliam investigadores.

A saída de Joesley do Brasil chegou a ser planejada antes, por ocasião de acordo de delação. Fez até churrasco secreto familiar de despedida.

Joesley se mudou de mala e cuia para os EUA após o acordo em que se livrava de cinco investigações em troca da “cabeça” de Temer.

A mudança de Joesley para os EUA foi revertida pelos escândalos em que se revelou um manipulador e corruptor e não um paladino.

Especialistas em redes sociais não esperavam o desmentido do Twitter e Facebook agora, duas semanas depois da eleição, e sim quando foi “denunciado”, a 9 dias do segundo turno, o suposto “impulsionamento” de mensagens para beneficiar o candidato presidencial Jair Bolsonaro. As duas redes sociais se omitiram mesmo sabendo que não passava de “fake news” a denúncia que impactou na intenção de votos.

A 9 dias do 2º turno, a Folha divulgou que empresários pró-Bolsonaro teriam contratado o suposto impulsionamento por até R$12 milhões.

O “escândalo” refletiu na campanha: Bolsonaro perdeu ao menos 5 pontos na intenção de votos na última semana do primeiro turno.

Facebook e Twitter negam qualquer impulsionamento por Bolsonaro. Só não explicam porque demoraram 26 dias para anunciar isso.

Advogado foi condenado a indenizar um juiz trabalhista por acusá-lo de abuso de autoridade. Abre precedente para que Sérgio Moro acione Lula e sua defesa por acusação idêntica reiterada centenas de vezes.

Produtores culturais, eleitores de Bolsonaro, estão preocupados com o destino do Ministério da Cultura. Aceitam a fusão, mas com setores onde há sinergia sob o aspecto econômico. Ou seja, o melhor seria ligar Cultura a Turismo e Esporte, que ganhariam muito mais escala.

E Ciro Gomes, hein? Ainda não pediu desculpas ao vice-presidente eleito Hamilton Mourão e nem ao futuro ministro Paulo Guedes, que ele atacou baseado numa brincadeira da “Falha de S. Paulo”.

A comissão do “Escola sem Partido” se reúne nesta terça (13) para discutir substitutivo do relator, Flavinho (PSC-SP). O projeto é de 2014 e busca impedir doutrinação ideológica ou religiosa em salas de aula.

Após deixar o Brasil enrolado em escândalos como Panamá Papers, o banco HSBC quer voltar três anos após vender seus ativos. É que está chegando ao fim a cláusula de não-competição com os compradores.

O ministério do Trabalho custa ao R$9,7 bilhões aos cofres públicos e já não tem qualquer atribuição relevante, que o torne necessário. Uma das opções é transformá-lo em secretaria, mas seria um exagero.

Desde 1930, o Ministério do Trabalho teve oito denominações, ligando-se a Indústria, Comércio, Previdência, Administração. A nomenclatura do governo Dilma foi a mesma de Collor. O de Temer, como de Geisel.

…a eleição acabou, novos líderes eleitos. observadores da ONU e OEA atestaram a normalidade democrática no Brasil… e Lula continua preso.

NO DIÁRIO DO PODER
Defesa de Lula consegue impedir na Justiça depoimentos de Jobim e Palocci 
Ambos foram impedidos de falar sobre a negociata na compra dos caças 
Da Redação 
Segunda-feira, 12/11/2018 às 19:30
O desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), suspendeu os depoimentos dos ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) e Nelson Jobim (Defesa), que estavam marcados para 20 de novembro. Eles seriam ouvidos na ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu por suposta participação em um esquema ilegal na compra de caças pelo governo. Néviton Guedes concedeu uma liminar (decisão provisória) suspendendo as oitivas a pedido da defesa de Lula. O desembargador entendeu que os advogados do ex-presidente deveriam ter tido a oportunidade de contestar a convocação dos novos depoimentos, o que não ocorreu.
Para o desembargador, a manifestação dos advogados é necessária para que o réu não tenha seu direito à ampla defesa cerceado por prova produzida de surpresa. 
Jobim já foi ouvido no caso, em setembro do ano passado, quando disse que Lula não tinha envolvimento direto nas tratativas sobre a compra dos caças. 
Em depoimento em outro processo, no entanto, Palocci mencionou saber da atuação do ex-presidente na transação. Avisado pelo Ministério Público Federal (MPF) das declarações de Palocci, o juiz Vallisney de Souza Oliveira convocou depoimento dele e, novamente, de Jobim, dessa vez na condição de testemunhas do juízo. O magistrado afirmou ser necessário confrontar as versões contraditórias. Um dos filhos de Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, também é réu na mesma ação penal. 
Palocci está preso desde setembro de 2016 no Paraná por ordem do juiz federal Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato.(ABr)

NO BLOG DO JOSIAS
Parceria de Bolsonaro com DEM provoca ciúmes
Por Josias de Souza
Terça-feira, 13/11/2018 06:30
A banda fisiológica do Congresso vinha suportando a abstinência de cargos imposta por Jair Bolsonaro na base do barbitúrico. Mas a proximidade do presidente eleito com os quadros do DEM desencadeou um surto de ciúmes que desafia a eficácia dos sedativos. A bancada de São Francisco, adepta do lema segundo o qual é dando que se recebe, ainda não digeriu a notícia de que Bolsonaro cogita acomodar na Esplanada um terceiro deputado do DEM.
O capitão já alistou na sua tropa os deputados Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Maria Tereza (Agricultura) — ele, filiado ao DEM do Rio Grande do Sul; ela, ao diretório do partido no Mato Grosso do Sul. Agora, Bolsonaro flerta com a ideia de incorporar o deputado Luiz Henrique Mandetta, também do DEM sul-mato-grossense. Médico pediatra, ele seria alojado no Ministério da Saúde.
A eventual indicação de Mandetta produzirá dois efeitos instantâneos. Num, os aliados de Bolsonaro que rejeitam a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara se sentirão mais à vontade para conspirar a favor de uma candidatura de outro partido.
Noutro efeito colateral, partidos ignorados pelo novo presidente adotarão uma tática batizada de “cá te espero”. Aguardarão na virada da esquina pela primeira oportunidade de condicionar o seu apoio legislativo à obtenção de vantagens.

Após premiar o STF, Congresso debate congelamento salarial do funcionalismo
Por Josias de Souza
13/11/2018 05:07
Uma semana depois de o Senado ter retirado do freezer o projeto que elevou em 16,39% os vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal e da procuradora-geral da República, uma comissão especial de deputados e senadores se reúne nesta terça-feira (13) para discutir o congelamento de reajustes que seriam pagos a diversas categorias do funcionalismo público a partir de janeiro de 2019.
O resfriamento do contracheque dos servidores consta de medida provisória enviada ao Congresso por Michel Temer. Antes de chegar aos plenários da Câmara e do Senado, a proposta tem que passar pelo crivo de uma comissão mista. O colegiado reuniu-se na quarta-feira da semana passada —mesmo dia em que os senadores enviaram o aumento do Supremo e da Procuradoria para a sanção de Temer.
Sem clima, os membros da comissão adiaram para esta terça-feira a eleição de um presidente e de um vice-presidente, além da escolha de um relator para a medida provisória. O governo alega que os aumentos precisam ser adiados para 2020 em nome do equilíbrio das contas públicas. Até a semana passada, o argumento parecia lógico. Perdeu o nexo depois da exceção aberta para o STF.
O congelamento previsto na medida provisória de Temer afeta 372 mil pessoas, entre servidores ativos (209 mil) e aposentados (163 mil). Se for aprovado, evitará gastos de R$ 4,7 bilhões no próximo ano. O aumento dos salários do STF, que descerá em cascata por toda a administração pública, deve custar entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões por ano.
Entre as corporações que seriam afetadas pelo congelamento estão servidores da elite do funcionalismo, lotados na Polícia Federal, Receita Federal, Banco Central e Itamaraty. Há também na lista médicos e professores. Ironicamente, os reajustes foram aprovados sob Michel Temer. Alegou-se que já haviam sido negociados pelo governo de Dilma Rousseff, antes do impeachment.
Para restaurar a lógica, Temer precisaria vetar o aumento que elevou os salários da cúpula do Supremo e da Procuradoria de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil por mês. Mas é improvável que um presidente em fim de mandato, com duas denúncias por corrupção e dois inquéritos criminais sobre os ombros, se anime a desafiar os interesses monetários da nova CUT, Central Única das Togas.

Onyx ataca quem ajuda a preservar a Amazônia
Por Josias de Souza
13/11/2018 03:00
Ministro extraordinário da transição e futuro chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni abespinhou-se com perguntas de jornalistas sobre meio ambiente. De repente, a pretexto de criticar ONGs estrangeiras que recebem parte das multas aplicadas pelo Ibama, o ministro atacou a Noruega. Deu de ombros para o fato de que o país é o principal financiador do Fundo Amazônia, o maior projeto de cooperação internacional para preservar a floresta amazônica.
“A floresta norueguesa, quanto eles preservaram?”, indagou Onyx aos repórteres a certa altura. “O Brasil preservou a Europa inteira, territorialmente, com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros, não a gente aprender com eles”, disse Onyx, antes de dar a entrevista por encerrada.
Nos seus dez anos de existência, o Fundo Amazônia recebeu R$ 3,1 bilhões. A Noruega bancou 93,3% desse total. O resto do dinheiro veio da Alemanha (6,2%) e da Petrobras (0,5%). Diferentemente do que insinuam Bolsonaro e seus auxiliares, não há neste caso risco à soberania nacional. O fundo é gerido pelo BNDES.
Na semana passada, Bolsonaro dissera que 40% da receita obtida com multas ambientais aplicadas no Brasil vão para ONGs estrangeiras e brasileiras. Nesta terça-feira, disse Onyx, o presidente eleito receberá um estudo sobre o tema. “A gente está muito preocupado com isso. (…) A média de conservação (das matas) de países que têm território semelhante ao nosso é de 10%. O Brasil tem 31% de preservação de suas matas. É três vezes mais…”
Um repórter interveio para perguntar se o Brasil reduziria o percentual de conservação de suas matas para 10%. E Onyx, elevando o timbre: “Claro que não… Seria irresponsabilidade escrever isso ou falar isso. Nós vamos preservar o Brasil, mas com altivez. Não dá pra vir a ONG da Noruega ou da Holanda vir aqui dizer o que a gente tem que fazer, porque lá dá três palmos da linha da água, e eu vi, eles plantam tudo.”
Outro repórter recordou ao ministro que a Noruega socorreu o Ibama. Onyx irritou-se ainda mais. “E a legislação brasileira não vale nada? O que nós fizemos não vale nada? O que vale é a Noruega?” Foi nesse ponto que o ministro da transição engatou os ataques aos noruegueses, culminando com a declaração de que o Brasil tem muito a ensinar em matéria de preservação.
O dinheiro, como se sabe, não traz felicidade. Mas um governo quebrado como o brasileiro nem sempre tem liberdade para falar isso. Nos últimos três anos, o fundo custeado com verbas da Noruega tapou buracos abertos pelos cortes orçamentários impostos ao Ibama. O Fundo Amazônia pagou até a aquisição de carros e o aluguel de helicópteros para que os fiscais do órgão pudessem trabalhar.
Bolsonaro e sua equipe ainda da não se deram conta, mas o excesso de verborragia sobre meio ambiente pode custar a verba da Noruega e de outras fontes. O dinheiro, como se sabe, não costuma aceitar ofensas. Até o agronegócio brasileiro já aprendeu que o descuido com o desmatamento custa caro. Grandes bancos internacionais e multilaterais recusam-se a financiar produtores que degradam o ambiente.

Levy no BNDES injeta ironia na gestão Bolsonaro
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 12/11/2018 20:29
A escolha de Joaquim Levy para ocupar a presidência do poderoso BNDES é o cúmulo da ironia. Ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Levy pediu demissão porque foi impedido de colocar em pé uma política de austeridade fiscal. Com sua saída, acentuaram-se os problemas que, junto com a corrupção, fizeram ferver o caldeirão do impeachment: gastos públicos desmedidos, negligência com o controle da inflação e malabarismos contábeis.
Apoiadores de Bolsonaro torceram o nariz para a escolha de Joaquim Levy. Alegaram que não faria sentido convidar um ex-ministro de Dilma para integrar o governo do capitão. Tolice. Pode-se detestar Levy. Mas é preciso encontrar outra razão. Sob Dilma, o personagem foi um ministro ornamental, figurativo. Sua principal serventia era a de saco de pancadas do Planalto e do PT.
Levy volta à cena como frentista do Posto Ipiranga Paulo Guedes no BNDES, sob a presidência de Jair Bolsonaro. Logo Bolsonaro, personagem que foi catapultado do baixo clero da Câmara para o Planalto pela maior força política da temporada eleitoral de 2018: o antipetismo.
A ironia só não será completa porque o eleitor de Minas Gerais sonegou um mandato de senadora para Dilma Rousseff. Seria divertido assistir à ex-presidente inquirindo numa comissão qualquer do Congresso o novo comandante do BNDES, o ex-auxiliar que ela não permitiu que retirasse seu governo do atoleiro fiscal.

Lula acreditava que seria libertado após eleição
Por Josias de Souza
12/11/2018 19:08
Lula imaginou que ganharia a liberdade depois da eleição. Foi o que disse ao teólogo e filósofo Leonardo Boff, que o visitou na cadeia nesta segunda-feira. Acha que continua preso porque virou “um troféu para sustentar as mentiras” da Lava Jato.
Tudo mudou no Brasil, menos a retórica de Lula. Segundo Boff, o presidiário petista continua “desafiando” Sérgio Moro a apresentar uma prova capaz de incriminá-lo no caso do tríplex.
Em suas últimas entrevistas, Moro tachou a tese da perseguição política de “álibi falso” do petismo. Disse que Lula está preso porque “cometeu crime”. Sua sentença sobre o tríplex foi confirmada e ampliada pelo TRF-4.
Enquanto Lula vira a página do seu drama penal para trás, Moro prepara sua mudança da Lava Jato para a Esplanada dos Ministérios. Deixou o “troféu” aos cuidados da jovem juíza substituta da 13ª Vara de Curitiba, Gabriela Hardt, 44 anos.
A doutora deve interrogar Lula nesta quarta-feira (14). Manuseia agora o processo sobre o sítio de Atibaia. Embora as evidências sejam mais caudalosas do que as que resultaram na primeira condenação, Lula repetiu para Boff que não tem nada a ver com o sítio.
De resto, o líder máximo do PT disse ao visitante que os partidos, entre eles o seu, estão diante de um desafio: reformular a maneira de fazer política, ajustando-se à era das redes sociais.
Lula declarou-se “indignado” com a quantidade de notícias falsas difundidas durante a campanha. Citou também, segundo Boff, a “máquina montada pelas igrejas” para influir na eleição.
Noutros tempos, quando o PT prevalecia na Internet e seus rivais o acusavam de espalhar a falsa notícia sobre o fim do Bolsa Família, Lula dava de ombros. Na época em que Edir Macedo encostava sua igreja Universal nos governos do PT, Lula também não via problemas.
Hoje, Lula avalia que a onda que inunda as redes sociais de notícias falsas e a politização das igrejas pró-Bolsonaro “comprometem a própria democracia.”

NO O ANTAGONISTA
Dirceu aposta em Bolsonaro
Terça-feira, 13.11.18 07:21
José Dirceu já se acostumou.
Ele disse ontem à noite que Jair Bolsonaro tem muito tempo pela frente:
“Não nos iludamos. É um governo que tem muita base social, muita força e muito tempo pela frente. Vai transformar a segurança em pauta”.
Ele disse também, segundo a Folha de S. Paulo:
“Em 13 anos e meio, nos afastamos do dia a dia do povo”.

“Se esse troço aí der errado, a única coisa boa da minha geração foi ter visto o Pelé jogar”
13.11.18 07:11
O general Augusto Heleno, em entrevista ao Valor, disse que o governo de Jair Bolsonaro é a última chance de sua turma:
“Tenho um orgulho: jamais perdi um jogo do Pelé no Maracanã. Vi todos, todos. Hoje eu estava brincando: se esse troço aí der errado, a única coisa boa da minha geração foi ter visto o Pelé jogar. De resto, somos uma geração frustrada.”
Ele disse também:
“O problema da América do Sul é que as elites sempre ignoraram os mais pobres. Isso é um absurdo. Eu acho que a culpa do que acontece na América do Sul é das elites. As elites sempre viveram para si e sempre ignoraram a desigualdade social. Mas isso não justifica partir para o outro extremo.”

“É muita bandalheira, muita falta de vergonha”
13.11.18 07:01
Para o general Augusto Heleno, o governo de Jair Bolsonaro “tem de ser diferente”.
Ele disse para o Valor:
“Não pode continuar esse negócio que está aí. É muita bandalheira, muita falta de vergonha, muita gestão desastrosa. O Brasil perdeu a capacidade de ser um país querido por seu povo. O cara tem de ter orgulho de ser brasileiro. Não pode encarar patriotismo, amor à pátria, como sendo uma coisa boba, irrelevante.”

O presidencialismo da prensa
13.11.18 06:51
Depois do presidencialismo de coalizão, que funcionava na base da propina, podemos ter o presidencialismo de coerção.
Diz Merval Pereira:
“Jair Bolsonaro está conseguindo montar seu governo sem depender dos partidos, e o objetivo é fazer uma negociação transversalmente pelas legendas, indo direto aos que votam, sem negociações com as cúpulas.
Pode assim fazer maioria com bancadas móveis, dependendo do interesse do momento. Mas precisará de um articulador político de peso, que não parece ser o perfil do futuro ministro do Gabinete Civil, Onyx Lorenzoni. As bancadas, por sua vez, poderão negociar entre si, também acima dos partidos, e ganharão uma força grande (…).
Há questões a serem resolvidas. Em primeiro lugar, ministros fortes com ampla penetração de interesses corporativos podem dificultar a aprovação de matérias que mexam com esses interesses, a começar pela reforma da Previdência. Nesse caso, também a corporação de Bolsonaro, os militares, fará pressão contra eventuais cortes de benefícios e privilégios.
Outra questão delicada é a adoção do que já está sendo chamado em Brasília de presidencialismo de coerção, ao contrário do presidencialismo de coalizão, enterrado nas últimas eleições. A coerção seria exercida através dos novos meios de comunicação, como Facebook, Twitter e WhatsApp, para pressionar o Congresso, como ameaçou Paulo Guedes.”

“Posso acelerar ou segurar votações”
13.11.18 06:22
O achaque parlamentar contra o novo governo continua.
Eunício Oliveira disse para O Globo:
“Posso acelerar ou segurar votações. Mas até agora ninguém me procurou. Não sei quais são os projetos de interesse do novo governo que são importantes para a economia.”

BOLSONARO NÃO CONTRATOU WHATSAPP
13.11.18 06:07
A campanha de Jair Bolsonaro não contratou o WhatsApp para o impulsionamento de conteúdo.
A nota foi enviada ao TSE pelo próprio WhatsApp.
O plano petista de usar a reportagem da Folha de S. Paulo para pedir o impeachment do presidente eleito está afundando. Sabe como é: falta um papelzinho.

Google diz que campanha de Bolsonaro gastou mil reais com impulsionamento
Segunda-feira, 12.11.18 20:10
A pedido do ministro Luís Roberto Barroso, o Google informou ao TSE que a campanha de Jair Bolsonaro para a Presidência da República gastou R$ 1 mil com impulsionamento de conteúdo.
A legislação eleitoral permite a contratação desse tipo de serviço.
Facebook e Twitter informaram mais cedo que não houve gasto de Bolsonaro com impulsionamento nessas plataformas.

Bolsonaro não pagou Facebook
12.11.18 17:03
Além do Twitter, o Facebook também informou o TSE de que a campanha de Jair Bolsonaro não pagou para impulsionar publicações durante a campanha.

Eles não sabem de nada
12.11.18 21:25
Roberto Teixeira disse à juíza Gabriela Hardt que não sabe por que a Odebrecht ocultou sua participação na reforma do sítio – assim como a OAS.
Já Fernando Bittar achava que Lula e “tia Marisa” estavam pagando a obra. Rogério Aurélio, o ex-assessor, declarou que apenas cumpria ordens.

O cartão-postal de Grace Mendonça
12.11.18 20:53
Por Claudio Dantas
Grace Mendonça, da AGU, posou para fotos hoje na Itália – para onde viajou no jatinho da FAB, como O Antagonista revelou mais cedo.
Sorria, contribuinte.

Bolsonaro não quer essa reforma “que está aí”
12.11.18 20:40
Jair Bolsonaro deixou claro hoje que não quer aprovar a reforma da Previdência “que está aí”, apesar da pressão de Paulo Guedes.
“A questão da reforma da Previdência, que a gente está achando que dificilmente aprova alguma coisa no corrente ano, não é essa reforma que eu quero, que o Onyx Lorenzoni quer, que está aí. Você tem que reformar? Tem que reformar a Previdência. Tem que ser uma reforma racional.”

“A mulher não é um útero a serviço da sociedade”, diz Barroso
12.11.18 19:28
O ministro Luís Roberto Barroso voltou a defender o direito ao aborto durante o I Congresso Internacional de Direito e Gênero, promovido pelo FGV, no Rio.
“Estão em jogo direitos fundamentais da mulher e do feto. A autonomia individual da mulher é um direito fundamental em jogo”, disse.
Segundo Barroso, “a mulher não é um útero a serviço da sociedade”.
“Se os homens engravidassem, esse problema já teria sido resolvido. O ponto é que a criminalização se tornou uma má política.”

Em vez de “prensa”, Onyx defende valorização do Congresso
12.11.18 18:50
Em conversa com a imprensa há pouco, no CCBB, Onyx Lorenzoni disse que está preparando a equipe de governo para tratar o Congresso com respeito – sem “prensa”, como defendeu Paulo Guedes na semana passada.
“Toda a equipe está senado preparada para que os parlamentares digam: ‘Nunca fui tão respeitado, nunca fui tão valorizado, como no governo de Jair Bolsonaro.'”, disse.
Essa questão foi objeto da reunião que Onyx e Gustavo Bebianno, futuro ministro da Secretaria Geral da Presidência, tiveram mais cedo com Rodrigo Maia.
O ministro extraordinário para a transição afirmou ainda que Bolsonaro, amanhã, vai receber parlamentares para tratar da reforma da previdência e outras pautas legislativas.
“O governo não pretende intervir nas definições do comando da Câmara, nem do Senado. Todos os governos que forçaram a mão se deram muito mal. A ideia do presidente Bolsonaro é respeitar a repartição dos poderes, a vontade e o desejo da maioria dos parlamentares. Não nos passa que seja positivo nenhum grau de intervenção, quer na Câmara, quer no Senado.”

Deputados do Rio manobram para trocar Cármen por Gilmar
12.11.18 17:55
Por Claudio Dantas
Deputados presos na Operação Furna da Onça – que desbaratou mensalinho da Alerj no Detran – ingressaram no STF com um estranho recurso contra as prisões preventivas.
Eles ingressaram na ADPF 444, que trata da condução coercitiva e tem Gilmar Mendes como relator.
Ocorre que a Justiça não pediu conduções, mas prisões. Trata-se, obviamente, de uma manobra para burlar a prevenção do caso que está com a ministra Cármen Lúcia.
Foi o mesmo expediente usado para soltar Beto Richa.

Lula diz a Boff que quer ‘que o governo dê certo’
12.11.18 17:27
Leonardo Boff visitou o presidiário Lula hoje.
Na saída, contou que “riram bastante” e que só foi embora porque os advogados o “expulsaram” da cela.
“Ele disse: ‘Eu quero que tenha um futuro bom neste Brasil, eu quero que o governo dê certo. Só não quero que acrescente sofrimento a quem já está sofrendo’.”
Depois de ver Joaquim Levy no BNDES, Lula já deve estar pensando em ocupar a Casa Civil de Jair Bolsonaro.

Todos os presos da Capitu vão para casa
12.11.18 17:12
O STJ confirmou que o habeas corpus concedido por Nefi Cordeiro alcança todos os presos na Operação Capitu, uma vez que a fundamentação do decreto de prisão temporária é comum entre todos os investigados.
O ministro ponderou que a soltura não impede a fixação de medidas cautelares.

Para STJ, Capitu talvez não tenha traído Bentinho
12.11.18 17:13
Ao prender Joesley Batista et caterva na Operação Capitu, por terem desviado os investigadores de uma linha de investigação sobre o pagamento de propina a emedebistas, a PF havia concluído que Capitu traiu Bentinho com Escobar.
Agora o STJ resolveu que Capitu talvez não tenha traído Bentinho com Escobar.
No Brasil, as discussões inúteis são intermináveis.



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