PRIMEIRA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO DE 2018

É coisa do passado, no País onde reina o oportunismo, a exigência legal e moral de licença sem vencimentos, pelo prazo máximo de dois anos, para qualquer servidor público que faça opção de residir no exterior. Hoje, somente na Defensoria Pública da União (DPU), servidores ganharam a loteria no Canadá, na Suíça e até no longínquo Timor-Leste de “trabalhar a distância”, sem prejuízos dos vencimentos.

Com aval da chefia, o defensor público Felipe Dezorzi Borges vive em Otawa, Canadá, levando R$30 mil por mês para atuar “a distância”.

Antes da temporada na capital canadense, o defensor público vivia no paraíso de Bridgetown, capital da ilha caribenha de Barbados.

A DPU diz que afastamentos são autorizados com base no direito de “acompanhar cônjuge removido no interesse da Administração”.

O servidor das diversas esferas de governo pode tirar licenças médica, maternidade, paternidade e prêmio. Mas nada de morar no exterior.

O governador eleito de Minas, Romeu Zema (Novo), não se conforma com as mordomias do atual ocupante do cargo, Fernando Pimentel (PT). A residência do Palácio das Mangabeiras tem 35 empregados para atender a sua excelência o casal petista, sem contar um contingente mínimo de três dezenas de seguranças. “É um absurdo,”, afirma Zema, indignado. É claro que ele vai acabar com tudo isso.

Zema disse também que no Palácio das Mangabeiras há uma espécie de “força aérea”, sempre a serviço do governador de Minas.

O futuro governador definiu que vai reduzir a frota de helicópteros a um ou nenhum. “Talvez seja melhor alugar em caso de necessidade”.

Além de eliminar regalias e mordomias, Romeu Zema e secretários só terão salários com o fim do parcelamento imposto aos servidores.

O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, terá de mostrar sua habilidade ao pôr em prática suas ideias sem comprar brigas desnecessárias com parceiros importantes como a China. Terá de se cercar dos melhores que estiverem dispostos a ajudar.

Causou estranheza a aprovação do aumento de 16,3% dos salários dos ministros do STF de uma só vez, ao contrário do que ocorreu em 2012, quando o aumento foi de 15,8%, mas dividido em três anos.

Segundo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), o projeto que autoriza a Petrobras a transferir até 70% dos direitos de exploração de petróleo do pré-sal na área da União a outras petroleiras, pode render “de R$120 a R$130 bilhões” aos cofres públicos.

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que “não é a primeira vez que tentam me envolver em episódios de corrupção”, após ser novamente acusado de receber repasses da JBS, em 2012.

O abaixo-assinado do Novo contra o aumento de 16% de ministros do STF alcançou 2,7 milhões de nomes em cinco dias. O objetivo são 3 milhões de assinaturas, que serão enviadas a Michel Temer.

…a impressão é que, se fosse tratada por “minha querida”, a juíza Gabriela Hardt tascava-lhe um merecido terço na pena.

NO BLOG DO JOSIAS
‘Lula Livre’ logo, logo será trocado por ‘PT livre’
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 15/11/2018 22:35
Lula descobriu há sete meses que a empáfia não tem elevador. Fez a descoberta ao despencar das alturas para o xadrez. Poderia ter aproveitado a câmara de descompressão de Curitiba para fazer a transição entre o que ele acha que é e aquilo que passou a ser. Mas o depoimento de Lula no caso do sítio de Atibaia revelou que a ficha não lhe caiu nem depois de o antipetismo ter virado escada para Jair Bolsonaro.
Logo no início da audiência de quarta-feira na 13ª Vara Federal de Curitiba, a juíza Gabriela Hardt apresentou suas credenciais a Lula. Processado por ser beneficiário de confortos pagos com verba roubada do Estado, o interrogado tentou interrogar a magistrada sobre a propriedade do imóvel. E a juíza: “Se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema.” Foi assim, de forma curta e didática, que Lula aprendeu a ter saudades de Sérgio Moro.
Além do processo referente ao sítio, que se encaminha para a sentença, está sobre a mesa da substituta de Moro o caso sobre o terreno que a Odebrecht presenteou ao Instituto Lula. Até os mais fervorosos devotos de Lula dão de barato que a Lava Jato vai pendurar novas condenações no pescoço da divindade petista.
A médio prazo, a consequência mais provável da deterioração penal do presidiário será uma substituição do slogan “Lula Livre” por “PT Livre”. Uma banda do partido já discute o pós-Lula. Nada a ver com ingratidão ou abandono. Preso ou livre, Lula terá a solidariedade do partido. Mas um pedaço do petismo flerta a sério com a ideia de entregar uma autocritica que liberte o partido da agenda criminal. No momento, o único entrave é Lula, que demora a expedir um habeas-PT.

Campos Neto assume BC que avô ajudou a criar
Por Josias de Souza
15/11/2018 20:39
Uma pessoa realizadora não prediz o futuro, ajuda a criá-lo. Mas o economista Roberto Campos (1917-2001) daria pulos de satisfação sob a lápide se pudesse ver o que foi feito do neto homônimo: Roberto Campos Neto, 49, presidirá o Banco Central, instituição que o avô ajudou a criar em 1964, quando era ministro do Planejamento do governo do marechal Castelo Branco.
Ex-embaixador, ex-ministro, ex-senador, ex-deputado e, sobretudo, patrono do pensamento econômico liberal, Roberto Campos não poderia supor que um neto que o rodeava de calças curtas presidiria sua criação meio século mais tarde. Tampouco lhe foi dado supor que a coincidência se materializaria num governo presidido por Jair Bolsonaro, um deputado obscuro com quem esbarrou no Congresso sem cogitar um estreitamento de relações.
Eleito em 1982 pelo Mato Grosso, seu Estado, Roberto Campos frequentou o Senado por oito anos. Em 1990, candidatou-se a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Elegeu-se no mesmo pleito em que o eleitorado fluminense concedeu ao paulista Bolsonaro seu primeiro mandato federal. Ironia suprema: Campos, o avô, estreou na Câmara junto com Bolsonaro, o insuspeitado futuro presidente da República que conduziria seu neto à chefia do Banco Central.
Intelectual refinado, Campos talvez mantivesse as restrições ao estilo rude do capitão. Ainda assim, aplaudiria a opção de Campos Neto. Menos por Bolsonaro do que por Paulo Guedes. Como ministro do Planejamento de Castelo Branco, ao lado do amigo Octávio Gouvêa de Bulhões, que comandava o Ministério da Fazenda, Campos colocou em pé uma agenda que orna com a filosofia do “Posto Ipiranga” de Bolsonaro.
Num país submetido a uma barafunda financeira, no alvorecer da ditadura militar, a dupla Campos-Bulhões priorizou a arrumação da casa. Junto com a implementação de uma reforma tributária e um controle draconiano das contas públicas, editou-se a lei 4.595, de dezembro de 1964, para estruturar o sistema financeiro nacional. Foi essa lei, subscrita por Campos, que deu à luz o Banco Central que Campos Neto comandará a partir de janeiro.
Sob Campos e Bulhões, a inflação despencou de 81% em 1963 e 91% em 1964 para 34% em 1965. Embora não comandasse a área econômica sozinho, Campos dispunha de superpoderes análogos aos que Bolsonaro ofereceu a Paulo Guedes. A despeito disso, não obteve tudo o que desejou. Não conseguiu fazer, por exemplo, o Banco Central Independente.
Campos idealizara um mandato de sete anos, fixado em lei, para o presidente do BC. Quando o mandato de Castello Branco se aproximava do final, a ditadura selecionou como sucessor Costa e Silva, sob cuja presidência o economista Delfim Netto passaria a dar as cartas.
Nessa época, sopraram-se nos ouvidos de Campos rumores segundo os quais Delfim discordava da ideia de um BC independente, que o impediria de acomodar um subordinado de sua confiança no comando da instituição. Campos contou em suas memórias o seguinte: sob orientação de Castelo Branco, foi à presença de Costa e Silva para vender o seu peixe.
“O Banco Central é o guardião da moeda”, disse Roberto Campos. E Costa e Silva: “O guardião da moeda sou eu.” 
Sob Bolsonaro, Paulo Guedes tem a pretensão de ressuscitar a tese do BC independente. A incerteza quanto à capacidade do governo de colocar a ideia em pé contribuiu para que Ilan Goldfajn recusasse o convite para permanecer no comando do BC.
Quer dizer: por um sortilégio do acaso, até o insucesso Bob Fields, como o avô foi apelidado, conspirou para que o neto fosse guindado ao comando da instituição que seu antepassado ajudou a criar. O barulhinho que se ouve ao fundo é o eco da euforia de Roberto Campos dentro do túmulo.

NO O ANTAGONISTA
A PF de Moro
Sexta-feira, 16.11.18 07:51
A Lava Jato está chegando.
Sérgio Moro vai se cercar de delegados da PF com os quais já trabalhou, diz o Estadão.
Erika Marena e Luciano Flores devem assumir cargos no ministério.
Igor de Paula vai se tornar superintendente do Paraná.
E Maurício Valeixo é a principal aposta para o comando da PF.

A bomba tucana
16.11.18 07:37
“O PSDB não se emenda”, diz Rogério Werneck. “Voltou a apoiar pautas-bomba no Congresso”.
O colunista de O Globo comenta que, dos 12 senadores tucanos, só um votou contra o aumento salarial do STF: Ricardo Ferraço, “que, lamentavelmente, deverá deixar a Casa em breve, por não ter conseguido se reeleger (…).
Diria um cínico que há gente enrascada que, de modo algum, consideraria a possibilidade de fazer qualquer desfeita ao Judiciário. Pode até ser. Mas o que dizer dos votos favoráveis de senadores que não padecem de dificuldades desse tipo, como Tasso Jereissati e Antonio Anastasia?”

Os 7 aumentos do STF
16.11.18 07:26
Desde 2005, diz Sonia Racy, foram aprovados quatro projetos de lei que permitiram sete aumentos salariais para os ministros do STF.

Vinte anos de pena para Lula
16.11.18 07:23
A Crusoé, na reportagem sobre a juíza Gabriela Hardt, diz que, diante da robustez das provas, Lula pode pegar até vinte anos de pena pela propina recebida no sítio de Atibaia.
Leia aqui.

O filho do Brasil
16.11.18 07:07
Bruno Barreto dirigiu o pronunciamento na TV de Michel Temer, diz O Globo.
É a nova versão de “Lula, o filho do Brasil”, produzido por seu pai e dirigido por seu irmão.
O Brasil muda, mas os Barreto continuam lá.
Com a volta dos militares, pode até acabar sobrando uma Embrafilme.

“Ela é muito mais rigorosa”
16.11.18 06:47
“A juíza que desmontou Lula.”
É a reportagem de capa da Crusoé.
Leia o primeiro parágrafo:
“Quando o juiz Sérgio Moro foi anunciado como ministro da Justiça do futuro governo Bolsonaro, os holofotes da Lava Jato passaram a mirar uma jovem juíza paranaense, então desconhecida. Gabriela Hardt, 44, é a substituta na Vara de Moro e, temporariamente, será a responsável por conduzir os processos restantes da maior operação anticorrupção da História do País. Em Crusoé, leitores elogiavam a decisão de Moro de ir para o governo. Um dos comentários, contudo, focava em Gabriela. ‘Ela é muito mais rigorosa. A conheço muito bem’. O autor era Jorge Hardt Filho, pai da juíza.”
Leia a reportagem completa aqui.
A Juíza Gabriela Hardt

Lava mais branco
16.11.18 06:27
O primo de Aécio Neves recebia propina em caixas de sabão em pó, segundo o dono de um supermercado de Belo Horizonte.
O depoimento sigiloso, obtido por O Globo. corrobora o relato dos delatores da JBS.
O empresário contou à Receita Federal que, “após a JBS informar a data da entrega, o dinheiro vivo era retirado das lojas dos Supermercados BH e, por meio de transportadoras de valores, levado ao centro de distribuição, onde ficava guardado em um cofre. ‘No dia das entregas, o dinheiro em espécie era acondicionado em uma caixa de sabão em pó e repassado ao enviado da JBS'” (…).
Embora o empresário não cite valores, a investigação obteve documentos contábeis que apontam que as entregas em dinheiro vivo totalizaram cerca de R$ 6 milhões. As operações foram feitas em 2014, ano eleitoral.”

PCC contra Moro
16.11.18 06:11
A equipe de Jair Bolsonaro suspeita que o PT possa encomendar ao PCC uma série de rebeliões em presídios para minar Sérgio Moro, diz a Veja.
A primeira missão do novo ministro será reprimir o crime organizado nas cadeias.

Zema vai extinguir a ‘força aérea’ de Pimentel?
Quinta-feira, 15.11.18 20:18
Por Claudio Dantas
O governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema, do Novo, deveria extinguir a mini “força aérea” montada por Fernando Pimentel em seu governo.
São dois King Air (300 e 200), um Learjet 35, um Citation 7 e dois helicópteros Dauphin n3 – frequentemente usado por Pimentel e sua família. A Cemig tem mais um King Air 200 e outro King Air c90 GTI.

Juíza foi “impecável e implacável” com Lula
15.11.18 19:49
José Nêumanne classifica a atuação da juíza Gabriela Hardt, no interrogatório de Lula, como “impecável e implacável”:
“Quando ele disse que o juiz seria amigo de um delator da Operação Lava Jato, a juíza defendeu o colega e o levou a reconhecer que isso não é verdade. Depois, ao se referir ao power point dos procuradores, ela o advertiu que ele, segundo quem ‘nunca foi tão fácil ser ladrão no Brasil’, não pode intimidar agentes da lei.”

Médicos cubanos deixarão Brasil em dez dias
15.11.18 19:16
Cuba está com pressa. Sua embaixada em Brasília informou hoje que os cubanos que integram o Programa Mais Médicos começarão a deixar o país em dez dias.
Atualmente, esse contingente é de 8,3 mil médicos.

Cuba deixará 28 milhões de brasileiros sem assistência, diz Confederação dos Municípios
15.11.18 18:06
Em nota divulgada hoje, a Confederação Nacional dos Municípios diz que a retirada dos cubanos do programa Mais Médicos afetará 28 milhões de brasileiros.
“Entre os 1.575 municípios que possuem somente médico cubano do programa, 80% possuem menos de 20 mil habitantes. Dessa forma, a saída desses médicos sem a garantia de outros profissionais pode gerar a desassistência básica de saúde a mais de 28 milhões de pessoas”, diz a CNM.

Corregedor do CNJ requer processo contra Favreto
15.11.18 18:38
O corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, determinou ao TRF-4 que encaminhe ao CNJ o processo administrativo aberto contra o desembargador Rogério Favreto.
Martins, que apura a conduta de Favreto, Thompson Flores e Sérgio Moro no episódio, quer unificar todos os procedimentos em curso para evitar decisões conflitantes.

Tem que manter isso aí?
15.11.18 18:28
O Metrópoles diz que Grace Mendonça é um “nome forte” para permanecer na AGU, segundo aliados e auxiliares de Jair Bolsonaro.
É mais fácil Grace permanecer lá na Itália, para onde voou de jatinho da FAB no início da semana.

“Filho de Paulo Marinho não teve nada a ver com indicação de chanceler”, diz Eduardo Bolsonaro
15.11.18 17:48
Por Claudio Dantas
Eduardo Bolsonaro disse a O Antagonista que o filho de Paulo Marinho não teve nenhuma relação com a indicação do futuro chanceler, Ernesto Araújo…
“O nome do Ernesto surgiu como indicação do Olavo de Carvalho, através do Filipe Martins, que me apoia nessas questões de política internacional”, afirma.
“Tive duas reuniões com o Ernesto, inclusive com o Onyx presente. A gente gostou dele e o apresentamos para o Jair. Meu pai gostou e assim foi costurado. Houve uma convergência de ideias.”
Eduardo comentou também que pretende “dar uma contribuição na área internacional” do governo. “Meu foco principal é a Venezuela.”

Bolsonaro não vai recuar sobre transferência de embaixada para Jerusalém
15.11.18 17:00
Por Claudio Dantas
Jair Bolsonaro e seu futuro chanceler, Ernesto Araújo, conversaram longamente sobre a mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.
Não haverá recuo.
Ambos contam com o apoio dos EUA para lidar com eventuais retaliações diplomáticas ou comerciais.

Bolsonaro deve ‘dividir’ Casa Civil entre Onyx e Mourão
15.11.18 16:33
Por Claudio Dantas
O Antagonista apurou que Jair Bolsonaro estuda a possibilidade de dividir as atribuições da Casa Civil entre Onyx Lorenzoni e o vice-presidente, Hamilton Mourão.
O general Mourão faria a coordenação dos ministros, enquanto Onyx ficaria com a articulação com o Congresso Nacional.
As atribuições do vice seriam formalizadas pela edição de um decreto presidencial em janeiro.’

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