PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 08 DE NOVEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 08 DE NOVEMBRO DE 2018

Logo após a posse do presidente Jair Bolsonaro, em janeiro, o governo terá de enfrentar um problema simbólico: a retirada imediata, talvez mediante expulsão, de centenas de espiões cubanos, em sua maioria, e também venezuelanos instalados no Brasil durante os governos Lula e Dilma. A maior parte dos “agentes de inteligência” de Cuba chegou ao Brasil em meio aos dez mil cubanos do programa “Mais Médicos”. A ditadura usa seus médicos e também os agentes como mercadorias.

Arapongas cubanos vigiam os compatriotas do “Mais Médicos” e ao mesmo tempo monitoram as autoridades brasileiras dos três poderes.

Admiradora da eficiência dos espiões cubanos, Dilma propôs “acordo de cooperação” com a ditadura na área de “inteligência”, mas recuou.

O general Augusto Heleno, a quem a Agência Brasileira de Inteligência ficará subordinada, admitiu ter tomado conhecimento informal do tema.

A segurança pessoal do ditador Nicolás Maduro e o serviço secreto da Venezuela estão a cargo de cubanos, considerados muito violentos.

Atitude incomum em política foi adotada nesta quarta-feira (7) pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB): ele convidou a permanecer no cargo um dos mais importantes integrantes do governo atual, de Rodrigo Rollemberg (PSB), que o atacou pessoalmente, durante a campanha. Sem demonstrar rancor, convidou Júlio Cesar Reis, a continuar presidindo a agência de desenvolvimento Terracap.

Executivo arrojado e funcionário de carreira do órgão, Júlio César Reis sempre foi considerado uma escolha feliz do atual governador do DF.

A decisão de senadores enrolados na Justiça de aprovar o aumento bilionário do Judiciário foi uma molecagem contra as contas públicas: o País quebrado gastará até R$6,5 bilhões com isso só no primeiro ano.

Com corajosa atuação em defesa do agronegócio, único setor que só dá boas notícias ao Brasil, a deputada Tereza Cristina será a 122ª pessoa a assumir o Ministério da Agricultura, e a segunda mulher.

A Caixa suspendeu uma licitação de R$120 milhões para contratar três agências de “live marketing”. Órgãos controladores questionaram as suspeitas de direcionamento reveladas no site Diário do Poder.

Além de matar quatro covardemente, o que o “ativista” Cesare Battisti precisa fazer para ser chamado de terrorista na imprensa brasileira?

NO O ANTAGONISTA
Lula queria mais propina da Odebrecht
Quinta-feira, 08.11.18 07:18
Marcelo Odebrecht, em seu depoimento à juíza Gabriela Hardt, confessou o pagamento de 200 milhões de reais em propinas para Lula e Antonio Palocci.
Mas eles queriam mais do que isso:
“Teve alguns pedidos de propina que inclusive foram negados com base na existência da planilha Italiano e que imagino que outras empresas acabaram tendo que pagar. Por exemplo: a questão de Belo Monte, a questão de sondas.”

Bolsonaro vai abrir caixa-preta do BNDES
08.11.18 06:56
Jair Bolsonaro se comprometeu mais uma vez a abrir a caixa-preta do BNDES.
Ele publicou no Twitter:
“Firmo o compromisso de iniciar o meu mandato determinado a abrir a caixa-preta do BNDES e revelar ao povo brasileiro o que feito com seu dinheiro nos últimos anos. Acredito que este é um anseio de todos. Um forte abraço!”

LAVA JATO PRENDE 10 DEPUTADOS DA ALERJ
08.11.18 06:44
A Lava Jato do Rio de Janeiro está prendendo 22 pessoas, 10 das quais deputados estaduais.
O G1 diz que o alvo é a base do MDB, que vendeu apoio parlamentar na Alerj.

Os dez deputados presos
08.11.18 07:05
A PF já prendeu três deputados estaduais do Rio de Janeiro.
A Operação Furna da Onça, diz O Globo, “expõe um esquema de compra de votos com dinheiro de propina e distribuição de cargos iniciado no primeiro governo de Sérgio Cabral, em 2007, e mantido até hoje, de acordo com as investigações.
Em decisão histórica, cinco desembargadores da 1ª Seção Especializada do TRF-2 assinam os 22 mandados de prisão – o único a não assinar dos seis integrantes estava em licença médica.
Os deputados são: André Corrêa (DEM), Coronel Jairo (Solidariedade), Luiz Martins (PDT), Chiquinho da Mangueira (PSC), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcos Vinícius Vasconcelos Ferreira, o Neskau (PTB).
Os outros três – Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Mello – já se encontram presos desde novembro do ano passado.

“O Brasil vai ser a nova China”
08.11.18 06:30
O empresário que apresentou Paulo Guedes a Jair Bolsonaro, Winston Ling, disse que “o Brasil vai ser a nova China”.
Em sua entrevista ao Estadão, ele explicou:
“Se o plano Paulo Guedes for implementado, vamos estar anos luz à frente dos nossos vizinhos. O Brasil será a nova China e os capitais do mundo vão vir para o Brasil. Os cérebros e investidores virão. Por que eles foram embora? Imposto muito alto, uma confusão de leis e regulamentações. Isso tudo vai ser resolvido.”

Os e-mails que complicaram a vida de Lula
08.11.18 06:10
Marcelo Odebrecht, em depoimento à juíza Gabriela Hardt, calou a boca do advogado de Lula, Cristiano Zanin.
Ele disse:
“O que complicou muito a vida de seu cliente não foram os meus relatos, foram meus e-mails”.

Emílio Odebrecht diz que aprovou reforma do sítio de Lula
Quarta-feira, 07.11.18 19:57
Emílio Odebrecht afirmou nesta quarta-feira à Justiça Federal que aprovou a reforma do sítio de Lula.
“O que eu fiz foi aprovar, quando o Alexandrino [Alencar] me trouxe o assunto a pedido de Dona Marisa”, disse Emílio para a juíza Gabriela Hardt.
“Se eu não tivesse aprovado, hoje nós não estaríamos aqui tratando desse assunto.”

Marcelo Odebrecht: obra no sítio era para a “pessoa física” de Lula
07.11.18 23:49
No depoimento à juíza Gabriela Hardt, Marcelo Odebrecht disse que a reforma no sítio de Atibaia foi uma compensação pessoal para Lula:
“Seria a primeira vez que a gente estaria fazendo uma coisa pessoal para o presidente Lula. Até então, por exemplo, tinha tido o caso do terreno do Instituto, bem ou mal, era para o Instituto Lula, não era pra pessoa física dele.”
A juíza então perguntou se Lula tinha consciência de que a obra estava sendo paga pela companhia. Marcelo respondeu:
”Ah, tinha, com certeza.”

O “ativo intangível” de Lula para a Odebrecht
07.11.18 20:23
Em depoimento à juíza Gabriela Hardt, Emílio Odebrecht disse que autorizou o pagamento da reforma do sítio de Atibaia porque tinha uma dívida impagável com Lula.
“Os intangíveis que o presidente Lula sempre teve com a minha pessoa e com a organização, de poder ter a oportunidade de dialogar com ele, de influenciar (…) as questões no exterior, por exemplo. Ele também ia para alguns países em que nós operávamos. Eu sempre pedi a ele: ‘Reforça as empresas brasileiras, isso vai facilitar nossos programas nesses países. Então, um ativo intangível que não tem preço.”
Segundo Emílio, “por todos esses ativos intangíveis”, ele não poderia negar um pedido de Marisa Letícia. “Nem que eu quisesse, poderia negar.”

TRF-4 nega pedido de Lula para suspender processo do terreno de Instituto
07.11.18 20:52
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, negou pedido da defesa de Lula para suspender o processo referente ao terreno do Instituto Lula.
Na primeira instância, a 13ª Vara de Curitiba já havia indeferido o pedido da defesa.

Regras mais rígidas para o indulto de Natal deste ano
07.11.18 21:01
O ministro Raul Jungmann deverá entregar nesta semana para Michel Temer um documento com regras mais rígidas para o indulto de Natal deste ano.
Entre as medidas para a concessão do benefício está impedir a soltura de presos condenados por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
(...)

Heleno: “Quer maior novidade do que mulher num ministério?”
07.11.18 19:42
O general Augusto Heleno, futuro ministro do GSI, afirmou nesta quarta-feira que não há novidade maior do que a escolha de Tereza Cristina para o comando do Ministério da Agricultura.
“Você quer maior novidade: uma mulher num ministério, e Ministério da Agricultura, que é fundamental, um sustentáculo do PIB?”, disse o general depois de se reunir com Jair Bolsonaro.
Heleno também foi questionado sobre se o gênero foi levado em conta para a escolha da deputada.
“Não pesou [o fato de ser mulher]. É o que ele [Bolsonaro] disse desde o início: se for competente e for mulher, tudo bem, não tem problema nenhum”.

SENADO APROVA AUMENTO SALARIAL DE MINISTROS DO STF
07.11.18 18:58
Por 41 votos a 16, o plenário do Senado acaba de aprovar o aumento salarial dos ministros do Supremo. Houve uma abstenção.
A proposta aprovada eleva em 16% o subsídio mensal dos magistrados, que passa a R$ 39,2 mil. Na sequência, o Senado também aprovou aumento do salário do PGR.
Apesar de alguns protestos, a votação foi simbólica e não nominal – impedindo a identificação de cada senador.

NO BLOG DO JOSIAS
À espera de novas condenações, Lula trava o PT
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 08/11/2018 04:21
Formou-se no PT um grupo que enxerga no resultado das urnas uma nova chance para aprender com os erros que fizeram do antipetismo a maior força política da temporada eleitoral de 2018. Esse núcleo defende a saída de Gleisi Hoffmann da presidência do partido e a desobstrução do debate sobre uma autocrítica genuína. Informado, Lula travou o movimento.
Preso em Curitiba desde 7 de abril, Lula executou três lances. Num, sinalizou que continua prestigiando Gleisi. Noutro, cortou as asas de Fernando Haddad, que alguns companheiros enxergavam como um líder emergente. Num terceiro lance, Lula empurrou para depois do Carnaval de 2019 qualquer debate sobre o futuro da legenda e o formato da oposição a ser feita ao governo de Jair Bolsonaro.
Com sua trava, Lula represou articulações que estavam em estágio embrionário. Mas o nível da inquietação interna no PT continua subindo. Sobe num ritmo calculado — nem tão rápido que parece contestação à liderança de Lula nem tão devagar que ignore as evidências de que o grande líder está fadado a amargar pelo menos mais duas novas condenações na Lava Jato, dessa vez sem Sérgio Moro, o ''demônio'' para o qual Lula tentava transferir suas culpas.
O pedaço inquieto do petismo projetava a costura de alianças políticas em novas bases, agora sem a pretensão de que o PT voltasse a impor aos parceiros sua liderança hegemônica. O grupo passou a recear que, ao trancar o debate, Lula condene o PT ao isolamento. Na semana passada três aliados — PCdoB, PSB e PDT — começaram a colocar em pé um bloco de oposição na Câmara. Sem o PT.
Nesta quarta-feira, enquanto Haddad visitava Lula na cadeia de Curitiba, Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) discutiam em Brasília a formação de uma frente de centro-esquerda para fazer oposição ao governo de Jair Bolsonaro. De novo, sem o PT.
Na 13ª Vara Federal de Curitiba, a juíza substituta de Sérgio Moro, Gabriela Hardt, interrogou, também nesta quarta-feira, três delatores da Odebrecht na ação sobre o sítio utilizado pela família Lula da Silva em Atibaia. Marcelo Odebrecht e seu pai, Emílio, reafirmaram que a obra de reforma da propriedade foi feita como retribuição por favores prestados ao Grupo Odebrecht durante os governos de Lula.
Ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar também repetiu o que dissera em sua delação. Segundo ele, as obras no sítio foram bancadas pela empreiteira a pedido da então primeira-dama Marisa Letícia. Alega-se que ela queria presentear o marido quando ele deixasse a Presidência. Alexandrino contou ter levado o pedido de Marisa a Emílio Odebrecht, que ordenou a execução das obras.
É contra esse pano de fundo que Lula leva o pé à porta para bloquear a movimentação do grupo que defende um debate franco sobre as perversões cometidas pelo PT. Pela enésima vez, o petismo se dá conta de que Lula pensa primeiro nele, não no partido que fundou.

Na política, time de Bolsonaro tropeça na língua
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 07/11/2018 21:04
A articulação política de um governo com o Congresso exige a habilidade de um tecelão. A sutileza precisa ser ainda maior num instante em que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, reivindica a aprovação de uma reforma previdenciária formulada na gestão do presidente que está em fim de linha, Michel Temer. A despeito disso, aliados de Bolsonaro resolveram cutucar o Legislativo com o pé para ver se os parlamentares mordem.
Até os líderes de partidos simpáticos a Bolsonaro estranharam o modo como Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, cobrou a aprovação da reforma da Previdência. Ele disse: ''O presidente tem os votos populares e o Congresso a capacidade de aprovar ou não. Prensa neles, prensa neles, pede a reforma, é bom para todo mundo.'' Prensa, como se sabe, é aquele aparelho mecânico que serve para achatar objetos.
Ironicamente, o próprio filho de Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, dissera que seria difícil aprovar a reforma previdenciária neste ano. Esse filho de Bolsonaro é o mesmo personagem que, no último final de semana, defendeu que o próximo presidente da Câmara tenha um “perfil trator”, para patrolar eventuais manobras da oposição.
A prensa e o trator aparecem no linguajar do poder numa hora em que Bolsonaro promete compor a maioria no Congresso sem o velho toma-lá-dá-cá. Os parlamentares olham a cena e se recordam de uma frase de José Bonifácio, um antigo deputado mineiro. Chamado de Zezinho Bonifácio, ele dizia: “Aqui no Congresso tem de tudo. Tem ladrão, tem honesto, canalha, gente séria… Só não tem bobo.” Deputado por 28 anos, Jair Bolsonaro deveria conhecer melhor a alma do Parlamento.

Bolsonaro sofre primeira derrota antes da posse
Por Josias de Souza
07/11/2018 20:01
Jair Bolsonaro ainda nem tomou posse e já sofreu sua primeira derrota no Legislativo. Nesta quarta-feira, horas depois de o presidente eleito ter declarado que estava preocupado com a hipótese de o Senado aprovar um reajuste salarial para os ministros do Supremo, os senadores deram de ombros para a preocupação de Bolsonaro. Empurraram para dentro dos contracheques supremos um aumento de 16,38%. Com isso, o teto remuneratório do serviço público passa dos atuais R$33,7 mil para R$ 39,2 mil. (veja aqui como votaram os senadores)
O Senado aprovou também proposta de reajuste dos vencimentos da procuradoria-geral da República, Raquel Dodge. Já aprovados na Câmara no ano passado, os reajustes estavam no freezer. De repente, foram descongelados pelo presidente do Senado, o não-reeleito Eunício Oliveira (MDB-CE). Incluídos na pauta de votação sem aviso prévio, os aumentos foram aprovados com a velocidade de um raio. Seguem agora para a sanção de Michel Temer.
Bolsonaro dissera mais cedo: ''Acho que estamos numa que fase todo mundo tem ou ninguém tem. Sabemos que o Judiciário é o mais bem aquinhoado entre os Poderes, a gente vê com preocupação. Obviamente que não é o momento (de aumentar gastos).'' O novo presidente apelara para o bom senso: ''Todos têm que colaborar para que o Brasil saia dessa crise. E o poder Judiciário, no meu entender, num gesto de grandeza com toda certeza não fará tanta pressão assim por esse aumento de despesa.''
Nesta mesma quarta-feira, suprema ironia, Bolsonaro visitou o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. Ao final da reunião, os dois fizeram rápidas declarações aos jornalistas. Sob holofotes, Toffoli disse que o Brasil tem três desafios a enfrentar: a reforma da Previdência, o déficit fiscal e a crise na área da segurança pública. “Estamos abertos ao diálogo institucional”, disse.
Longe dos refletores, Toffoli mantinha contato com Eunício Oliveira (MDB-CE). Rogava para que levasse a voto incluísse o reajuste salarial que desafia o rombo nas contas públicas. Para 2019, a cratera já está orçada em R$ 139 bilhões. Toffoli disse a Eunício que o tônico salarial não irá modificar o total de gastos do Supremo, respeitando-se o teto orçamentário. Trata-se de uma meia verdade, que privilegia a metade que não é verdadeira.
O aumento para os ministros do Supremo produz um efeito cascata que se estende da União para os Estados. Quando sobem, os contracheques das togas da Suprema Corte levam junto as remunerações de legiões de servidores, dentro e fora do Poder Judiciário. Os próprios congressistas já tramam um auto-reajuste. Num cálculo otimista, estima-se que a conta custará cerca de R$ 4,5 bilhões por ano. Numa conta pessimista, a coisa passa de R$ 6 bilhões anuais.
Levantamento feito pela Consultoria de Orçamento do Senado em 2017 revelou que a concessão de reajuste para os ministros do Supremo poderia empurrar para a ilegalidade as folhas salariais de tribunais de Justiça de pelo menos sete Estados. Incluindo-se na análise o Ministério Público e os tribunais de contas estaduais, o risco de desrespeito aos limites legais para despesas com salários pode se repetir em 17 Estados.
A sessão sindical do Senado foi ofensiva e assustadora. Insultou porque tripudiou sobre o drama dos 12,7 milhões de brasileiros que estão no olho da rua. Espantou porque a União está quebrada.

Denunciado, Temer oferece jantar a seus juízes
Por Josias de Souza
07/11/2018 16:36
Michel Temer convidou os 33 ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para jantar no Palácio do Jaburu nesta quarta-feira (7), às 20h. O convite não menciona a motivação. A partir de janeiro de 2019, os magistrados que dividirão a mesa com o presidente podem ter que julgá-lo na condição de réu em processos por corrupção.
Faltam 54 dias para Temer desocupar a Presidência da República. Cercado por duas denúncias da Procuradoria-Geral da República e dois inquéritos criminais (portos e Odebrecht), Temer assistirá à migração dos seus processos do Supremo Tribunal Federal (STF) para a primeira instância do Judiciário.
Submetido aos rigores de juízes de primeiro grau, Temer terá no STJ uma instância à qual poderá recorrer em caso de prisão ou de condenação. Além de Temer, encontram-se enroscados em processos judicias seus amigos e ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia).
As peculiaridades penais que envenenam a cena política levaram ministros do STJ a estranhar o convite para o repasto do Jaburu. Foi nesse palácio que Temer e seus auxiliares receberam Marcelo Odebrecht. Convidado para o jantar, o executivo da maior empreiteira do país foi mordido em R$ 10 milhões.
Foi no Jaburu também que Joesley Batista, da JBS, captou o áudio que converteu Temer em matéria-prima para duas denúncias do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Desde então, o governo Temer converteu-se numa espécie de epílogo hipertrofiado. Congeladas pela Câmara, as denúncias sairão do freezer assim que terminar o mandato.
Os ministros do STJ interessados em jantar com Temer estão sendo instados a confirmar a presença. As despesas da repasto correm por conta do contribuinte brasileiro que estiver em dia com suas obrigações fiscais.

Filho de Bolsonaro critica membro da transição
Por Josias de Souza
07/11/2018 15:06
Subiu no telhado a permanência do empresário Marcos Aurélio Carvalho, sócio da agência AM4, na equipe de 28 assessores que cuidam da transição para o governo de Jair Bolsonaro. Dois dias depois de ser nomeado, com salário de R$ R$ 9.926,60, ele foi torpedeado pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro.
Filho do presidente eleito, Carlos ironizou numa rede social o conteúdo de reportagem na qual Marcos apresentou-se como marqueteiro digital, oferecendo-se para atuar como “conselheiro informal” de Bolsonaro durante o mandato presidencial.
“Marketeiro digital?”, indagou Carlos Bolsonaro no Twitter, antes de insinuar que seu alvo tenta tirar uma casquinha do prestígio do pai: “Tem uma galera que não se cansa de querer aparecer e usando títulos que não refletem em uma linha de verdade! Todo mundo querendo se dar bem de algum jeito!”
Chamado por Jair Bolsonaro de “Zero Dois”, Carlos gerencia as redes sociais do pai. Na campanha, a AM4, empresa de Marcos Carvalho, recebeu R$ 650 mil para cuidar da estratégia digital do então candidato.

Marketeiro digital? ! Tem uma galera que não se cansa de querer aparecer e usando títulos que não refletem em uma linha de verdade! Todo mundo querendo se dar bem de algum jeito!
A reportagem que abespinhou Carlos Bolsonaro foi publicada na edição desta quarta-feira de O Globo. Sob o título “Marqueteiro digital da campanha de Bolsonaro deve virar conselheiro informal”, a notícia informa que Marcos Carvalho trabalharia na transição na área de comunicação. No texto, o personagem manifesta o desejo de continuar aconselhando Bolsonaro após a posse, sem ocupar nenhum cargo.
“Acho que não (teria cargo)”, afirmou Marcos Carvalho. “É um ritmo diferente, tenho família, sou pai de três filhos. Uma coisa é assumir um compromisso de dois meses, outra é assumir um de quatro anos. Mas me sentiria à vontade em dar conselhos, me sentiria prestigiado se alguém me chamasse para dar qualquer tipo de conselho.”
A julgar pela reação do “Zero Dois”, é improvável que Marcos Carvalho continue fornecendo seus conselhos mesmo nesta fase de transição. O empresário havia se integrado ao grupo a convite de Onyx Lorenzoni, coordenador da equipe e futuro chefe da Casa Civil de Bolsonaro.

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