PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2018

Pesquisas não confirmam o suposto “favoritismo” de Geraldo Alckmin (PSDB) em eventual segundo turno, como divulga sua propaganda, e pior: após o “centrão”, até os próprios tucanos participam da debandada. Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País com 15,7 milhões de eleitores, o candidato a vice do favorito Antonio Anastasia (PSDB) já pede “voto útil” em favor do candidato do PSL. Marcos Montes fala abertamente em “mãos dadas” com Jair Bolsonaro.

Em São Paulo, terreiro de Alckmin, o candidato ao governo João Dória (PSDB) tem sido pressionado pelos eleitores a apoiar Bolsonaro.

Após o recesso de julho, deputados e senadores decidiram abandonar o trabalho e fazer campanha. Qualquer trabalhador normal que tente fazer o mesmo seria demitido por abandono de emprego.

O Senado aprovou projeto que destina 30% das multas de trânsito para o SUS, que cuida dos acidentados. A relatora Marta Suplicy (MDB-SP) diz que o valor extra não entra na conta dos gastos mínimos na Saúde.

O apoio de Renan Calheiros a Haddad está custando caro ao candidato do PT a presidente. No debate do SBT, nesta quarta (26), Marida (Rede) criticou o beija mão do petista ao senador do MDB-AL.

…o debate no SBT mostrou que nem mesmo os candidatos acreditam em pesquisas eleitorais.

NO BLOG DO JOSIAS
Eliseu Padilha tenta disfarçar propina de caixa 2
Josias de Souza
Quinta-feira, 27/09/2018 04:40
Presente à reunião do Jaburu em que o então vice-presidente Michel Temer acertou com Marcelo Odebrecht um mimo de R$ 10 milhões em 2014, o ministro Eliseu Padilha fingiu-se de morto enquanto foi possível. De repente, o chefão da Casa Civil de Michel Temer decidiu sair do lado escuro da Lua, seu habitat natural, para testar os limites do Supremo Tribunal Federal. Ele tenta disfarçar propina de caixa dois.
A defesa de Padilha pediu que o pedaço do processo que envolve o ministro seja remetido à Justiça Eleitoral. Alega que o caso é de caixa dois. Para a procuradora-geral da República Raquel Dodge, o processo precisa descer à primeira instância da Justiça Federal de Brasília, pois o processo trata de corrupção. O relator da encrenca no Supremo é o ministro Edson Fachin.
No mês passado, Fachin foi voto vencido num julgamento na Segunda Turma do Supremo sobre um caso análogo. Em decisão aprovada por 3 votos a 1, os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski transferiram de Sérgio Moro para a Justiça Eleitoral processo contra o ex-ministro petista Guido Mantega. O caso envolve a troca de medidas provisórias por propina de R$ 50 milhões da Odebrecht.
Numa entrevista de rádio, o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, criticou a decisão da Segunda Turma. A crítica rendeu-lhe uma ação disciplinar aberta na corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a pedido de Toffoli, novo presidente do Supremo. Conforme já noticiado aqui, Deltan defendeu-se por escrito. O procurador dedicou um pedaço da defesa ao mundo encantado do caixa dois.
“…É natural que os investigados na Lava Jato busquem descaracterizar as investigações como investigações de corrupção, para qualificá-las como investigações de caixa dois eleitoral”, escreveu Deltan. “Contudo, tal confusão não tem cabimento a essa altura das apurações, depois de tudo que a Lava Jato revelou.”
O chefe da força-tarefa de Curitiba prosseguiu: 
“Realmente, a Lava Jato revelou um amplo esquema criminoso político-partidário em que muitos políticos e partidos desonestos colocam para chefiar órgãos públicos federais, estaduais e municipais, pessoas incumbidas de arrecadar propinas. Uma vez chefiando os órgãos, tais pessoas fraudam licitações, vendem licenças, direcionam empréstimos baratos e praticam outras ilegalidades em favor de empresas que concordam em pagar propinas em troca de lucros extraordinários. Tudo isso é notório.”
Antes de se proteger na trincheira da Casa Civil de Temer, Padilha foi ministro de Dilma Rousseff. Apadrinhado por Temer, chefiou a pasta da Aviação Civil. Sem mencionar nenhum processo em particular, Deltan anotou na sua defesa ao CNMP que a corrupção não se restringiu à Petrobras.
Com a experiência de quem investiga o lamaçal há quatro anos, Deltan explicou: 
“A investigação revelou que o dinheiro da propina tem dois destinos. O primeiro é o enriquecimento dos envolvidos. O outro é o financiamento de caras campanhas eleitorais. O dinheiro é direcionado para campanhas via caixa um ou via caixa dois – já há condenações confirmadas em segunda instância, todas públicas, em que as propinas foram destinadas para ambas as formas de financiamento.”
Vale a pena ler mais um pedaço da peça encaminhada por Deltan ao CNMP: 
“O esquema político-partidário que a Lava Jato revelou é um só, que se expressa por meio de indicações políticas de chefes de diversos órgãos públicos com a finalidade de que arrecadem propinas. A lógica é a mesma. Não há razão de nenhuma ordem para que algumas das indicações políticas de partidos que arrecadam propinas sejam feitas com tal objetivo e outras não. Delatores da Lava Jato confirmaram que se trata de um único e grande sistema…”
Michel Temer coabita com o amigo Padilha o processo sobre a propina milionária da Odebrecht. Segundo a Polícia Federal, reuniram-se evidências de que uma parte dos R$ 10 milhões migrou do departamento de propinas da empreiteira para Temer. Coisa de R$ 1,43 milhão. Mas a procuradora-geral Raquel Dodge pediu que esse pedaço do inquérito que envolve Temer seja congelado até o fim do seu mandato. Enquanto estiver no Planalto, um presidente não pode ser denunciado por crime cometido antes do início do seu mandato, sustenta a procuradora.
Além das acusações contra Padilha, deveriam descer para a primeira instância as páginas do processo que envolvem outro amigo de Temer: o ministro Moreira Franco, hoje lotado na pasta de Minas e Energia. Se o lero-lero do caixa dois prevalecer, Moreira também pedirá ao Supremo para ser julgado na Justiça Eleitoral. No limite, o próprio Temer reivindicará tratamento isonômico. A diferença é estupenda. Na Justiça Federal, propina dá cadeia. Na Justiça Eleitoral, caixa dois resulta, quando muito, em pagamento de multa.

Sucessão escancara falta de quadros da política
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 26/09/2018 23:59
De todas as evidências que a sucessão de 2018 escancara, a mais incômoda é a absoluta falta de quadros da política nacional. O líder das pesquisas, Jair Bolsonaro, era até ontem um deputado com 27 anos de mandato e nenhuma obra relevante a exibir. O vice-líder é Fernando Haddad, um ex-prefeito cujo mandato o eleitor de São Paulo se recusou a renovar, impondo-lhe uma derrota de primeiro turno.
O País está de novo às voltas com uma disputa do tipo PT versus anti-PT. A diferença é que o eleitor anti-petista se deslocou da centro-direita para a extrema-direita. Incompetência do PSDB. Há 16 anos fora do Planalto, o tucanato não conseguiu oferecer esperança que justificasse o seu retorno. Aécio, a oferta de 2014, virou lama. Alckmin, a aposta de 2018, está na posição do jogador que corre o risco de levantar da mesa de pôquer sem dinheiro para o táxi.
O PT celebra a ascensão meteórica de Haddad como um renascimento. Nada mais ilusório. Depois de dois mega-escândalos e um impeachment, tudo o que o petismo foi capaz de oferecer foi um novo poste. O único líder do partido com luz própria está na cadeia. Sofrerá novas condenações. Ainda que eleja mais um preposto, Lula talvez não consiga mais disputar eleições. Costuma-se dizer que o brasileiro não sabe votar. Mas a verdade é que o eleitor não pode escolher o que não está na vitrine.

NO O ANTAGONISTA
Os fantasmas do PT
Quinta-feira, 27.09.18 07:03
O golpe dos eleitores fantasmas foi abortado.
“O que se viu ontem no STF”, disse Merval Pereira, “foi mais uma manobra de partidos políticos, desta vez PT e PCdoB, da coligação de Fernando Haddad, e o PSB, tentando transmitir a impressão de que o pleito de 7 de outubro pode estar viciado devido à decisão do TSE de cancelar 3,4 milhões de títulos de eleitores que não fizeram o cadastramento biométrico obrigatório.
Os advogados do PT e do PCdoB alegaram que a falta desses eleitores nas urnas pode comprometer a eleição, pois pode ser uma diferença que influencie no resultado final.”

O voo de Bolsonaro
27.09.18 06:04
Jair Bolsonaro já marcou passagem para o Rio de Janeiro.
Segundo O Globo, ele “deve ter alta amanhã e, em seguida, embarcará no voo de carreira, da ponte aérea, das 15h, da Gol, embora tenha recebido várias ofertas de empresários de cessão de jatinho para fazer esse trajeto. Já foram emitidas as passagens, incluindo as de 12 agentes da Polícia Federal.”

Eleições como chave para abrir cadeia
Quarta-feira, 26.09.18 22:03
O TSE liberou o slogan “Haddad é Lula”.
As eleições se tornaram chave de abrir cadeia.

Justiça ratifica Beto Richa no banco dos réus
26.09.18 21:00
A pedido do MPF no Paraná, a 23.ª Vara Federal Criminal de Curitiba ratificou o recebimento da denúncia oferecida contra Beto Richa, informa o Estadão.
A denúncia refere-se à investigação sobre a aplicação irregular de R$ 100 mil para reformar unidades de Saúde de Curitiba e foi apresentada ao STJ em junho de 2009, quando o tucano era prefeito da capital paranaense.
Em abril deste ano, quando Richa perdeu o foro privilegiado por deixar o governo do Paraná – ele é candidato ao Senado –, o processo foi enviado à primeira instância.

Irmão de Beto Richa contrata advogada amiga da PGR
26.09.18 17:39
Por Claudio Dantas
Preso hoje pela Polícia Federal, José Richa Filho, irmão do ex-governador tucano, contratou a ex-procuradora e advogada Antônia Lélia Neves Sanches.
Sanches é sócia da também ex-procuradora, Maria Tereza Uille, nomeada conselheira do CNJ com apoio de Gilmar Mendes e Raquel Dodge.

Primo de Richa pede liberdade a Gilmar
26.09.18 21:31
Alvo da Polícia Federal hoje, Luiz Abi, primo de Beto Richa, já entrou com pedido de habeas corpus no STF. Caberá a Gilmar Mendes decidir.
Abi está fora do País.

A câmera oculta de Adélio
26.09.18 20:44
Por Claudio Dantas
No dia 29 de agosto de 2018, Adélio Bispo de Oliveira gravou com o celular o momento em que foi recolher sua carteira de trabalho numa empresa em Juiz de Fora,MG.
“Tudo bom? Vim pegar a papelada, né”, diz.
O funcionário, que aparentemente chama Adélio de “Matias”, entrega a carteira e pede a ele que assine um recibo. “Chegou a registrar?”, pergunta. “Não, não”, responde o funcionário.
Não é possível identificar o local.
À noite, Adélio postou o vídeo no Facebook com a mensagem: “Como outras empresas, esta só queria cópia dos meus documentos pessoais e de cartão bancário. Depois de conseguir, não agenda data de início no trabalho. Nem assinam a carteira.”
Como O Antagonista revelou na segunda-feira, Adélio também procurou emprego no grupo Bahamas Supermercados, mas foi reprovado na entrevista.
(...)

TRF-4 nega mais um recurso de Lula
26.09.18 20:17
O TRF-4 negou provimento a mais um recurso da defesa de Lula, informa Fausto Macedo.
Os advogados do presidiário tentavam reverter a decisão que rejeitou um pedido para obter uma declaração de falsidade de documentos apresentados por Marcelo Odebrecht.
A defesa de Lula tinha entrado com um “incidente de falsidade criminal” para que a Justiça Federal do Paraná não levasse em conta a perícia da PF nesses documentos, inseridos no sistema eletrônico da Odebrecht.
Os documentos são a base da ação penal que investiga vantagens indevidas supostamente pagas pela empreiteira.
Entre elas, conforme a denúncia do MPF, a parte de Lula na “conta geral de propinas”, usada para a aquisição do prédio destinado ao Instituto Lula.

TRF-4 decide não analisar pedido de HC de Lula
26.09.18 20:41
O TRF-4 decidiu hoje “não conhecer” – ou seja, não analisar – um pedido de liberdade de Lula, informa o G1 RS.
É o mesmo pedido que havia sido aceito em 8 de agosto de 2018 pelo plantonista Rogério Favreto – contra decisão colegiada do próprio TRF-4 – e depois foi revertido pelo Tribunal.

Funcionário que vazou telegrama sobre Bolsonaro responderá a processo disciplinar
26.09.18 19:29
A cúpula do Itamaraty identificou um oficial de Chancelaria como responsável pelo vazamento do telegrama do embaixador Carlos Henrique Cardim, a respeito da disputa entre Jair Bolsonaro e sua ex-mulher, Ana Cristina Valle, pela guarda do filho Renan.
O funcionário responderá a um processo disciplinar e corre risco de ser exonerado do serviço público.

Justiça torna réus Paulo Preto e mais 32
26.09.18 19:19
Maria Isabel do Prado, juíza da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, tornou réus 33 acusados de formação de cartel nas obras do Rodoanel Sul e do Sistema Viário Metropolitano de São Paulo, registra a Folha.
Um deles é Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa. Suspeito de ser operador do PSDB, ele se tornou réu nesse processo, sob a acusação de ter fraudado licitações.
Eles foram denunciados pela força-tarefa da Lava Jato em São Paulo em 3 de agosto deste ano, e a decisão da juíza de aceitar o processo é da última sexta (21).
As obras aconteceram nas gestões dos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra e na de Cláudio Lembo, do então PFL (hoje DEM).

Placar final: 7 a 2 para manter cancelamento de títulos
26.09.18 18:54
Dias Toffoli, presidente do STF, também acompanha o relator, Luís Roberto Barroso, e vota contra o pedido do PSB, apoiado por PT e PC do B, para reverter o cancelamento de títulos de eleitores que não fizeram o cadastramento biométrico obrigatório.
Ficaram vencidos Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.
Rosa Weber, atual presidente do TSE, declarou-se suspeita e não participou do julgamento. Celso de Mello não compareceu à sessão desta tarde.

Campanha de Haddad finge que governo Dilma não existiu
26.09.18 18:39
Para dissipar rumores de que seu governo seria irresponsável na economia, o poste Fernando Haddad baterá na tecla de que a gestão Lula respeitou contratos e fez a economia crescer, descreve a Época.
O discurso, claro, vai evitar citar os seis anos em que Dilma Rousseff esteve à frente do Planalto. E vai atribuir ao PSDB a culpa pelo atual cenário.

Haddad e a bênção de Renan Calheiros
26.09.18 18:21
Outro bom momento do debate do SBT foi quando Fernando Haddad perguntou a Marina Silva se ela apoiava o teto de gastos e a terceirização aprovados na gestão Michel Temer.
A candidata da Rede respondeu ao poste de Lula: “Eu acho engraçado, Haddad, que você fala do Temer, mas foi pedir a bênção para o Renan Calheiros, que também votou a favor do impeachment”.




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