PRIMEIRA EDIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, 18-7-2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2018
As pesquisas indicam que quase todos os eleitores querem renovação, mas ao serem perguntados sobre intenção de votos, escolhem políticos das antigas. Gente que é ou já ocupou cargo político, como os que se lançaram ao Planalto, à exceção do inviável João Amoêdo (Novo). O líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, é deputado federal desde 1990, passou por nove partidos e tem três filhos políticos.

Os que estão à frente nas pesquisas são velhos conhecidos, como Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Álvaro Dias é político há 50 anos. Rodrigo Maia (DEM), Fernando Collor (PTC) e Manuela D’Ávila (PCdoB) também são “tradicionais”.

Absolvido no caso em que ficou preso 87 dias por “tentativa de atrapalhar as investigações” da Lava Jato, e depois cassado, Delcídio Amaral (ex-PT) está assanhado para disputar vaga no Senado pelo Mato Grosso do Sul. Ele tem discutido em Brasília aspectos legais, mas diz a amigos que, absolvido, não espera dificuldades na obtenção de liminar que garanta a candidatura. Vai embolar a disputa contra nomes como o ex-aliado Zeca do PT e seu ex-suplente Pedro Chaves (PRB).

Ex-líder do governo Dilma, Delcídio abandonou a condição de petista mais detestado pelos petistas para se filiar ao PTC, seu atual partido.

Delcídio agora é aliado do ex-governador André Puccinelli (MDB), que também esteve preso acusado de sete crimes ligados a corrupção.

O Conselho Nacional do Ministério Público fará um censo racial. Quer saber quantos são negros no MP. Não precisava: levantamento desta coluna, em maio, sem custos para o contribuinte, mostrou que são seis mulheres e três homens procuradores negros. E 71,26% são brancos.

A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, revogou a própria liminar para autorizar um contrato absurdo da estatal Telebras com a americana Viasat para explorar por uma mixaria o satélite estratégico de comunicação, inclusive militar, que custou R$ 2,8 bilhões ao Brasil.

Cada viagem internacional de Michel Temer equivale a três, já que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira (Senado) também saem do País para não assumir e ficar inelegíveis.

Quando telemarketing se confunde com vigarice: para “provar” que a cliente solicitou o plano mais caro, a TV por assinatura SKY enviou-lhe gravação em que o solicitante é seu “irmão” (ela não tem irmão), numa ligação em que a operadora é quem informa o CPF da vítima.

Números da Suframa revelam que o Pólo de Manaus faturou R$30 bilhões no primeiro quadrimestre do ano. Crescimento significativo, em tempos de crise, de 21,55% em relação ao mesmo período de 2017.

…a indefinição dos partidos sobre seus próprios candidatos mostra que nem os políticos sabem em quem vão votar.

NO BLOG DO JOSIAS
Bolsonaro: ‘Eu tenho uma tara pela Rede Globo’
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 18/07/2018 04:45
Em certos pontos, Jair Bolsonaro e Lula são extremos que se tocam. Ambos consideram-se, por exemplo, perseguidos pela mídia. No atacado, atacam a imprensa que cultiva o hábito de imprensar. No varejo, ameaçam varejar a maior emissora de TV do País. “Eu tenho uma tara pela Rede Globo”, declarou Bolsonaro nesta terça-feira, em discurso na Associação Comercial, Industrial e Agropecuária da cidade paulista de Registro.
Bolsonaro afirmou que, eleito, vai “quebrar o sigilo do BNDES.” Soou enfático: “Pode ter certeza, nós vamos entrar no BNDES. Vamos saber a dívida de todo mundo lá.” Sua curiosidade inclui os devedores estrangeiros e os nacionais —“Em especial a Rede Globo”, realçou, antes de alardear sua obsessão: “Eu tenho uma tara pela Rede Globo, sou apaixonado pela Rede Globo.”
Em timbre irônico, Bolsonaro prosseguiu: “Eu gosto das novelas deles, que arrebentam com as famílias no Brasil. Eu gosto daquela que faz um programa de manhã: Fátima Bernardes. Também sou vidrado em BBB. No meu governo não vai ter dinheiro para valorizar esse pessoal que faz esse tipo de programa. Pode continuar fazendo, não vai ter censura. Mas dinheiro público?!?”
Com a sutileza que lhe é peculiar, Bolsonaro não fez mistério sobre os planos que reserva para o alvo de sua tara. Disse que seu objetivo é “quebrar esse sistema que tá aí.” Nesse ponto, o ex-capitão soou mais extremista do que o ex-sindicalista. Na retórica tóxica de Lula, o sonho da domesticação do noticiário é camuflado sob a definição de “controle social da mídia”.
Se conhece alguma operação em que o BNDES tenha malbaratado dinheiro público numa UTI para logomarcas jornalísticas, Bolsonaro deveria trocar a maledicência pela formalização de uma denúncia. Do contrário, ficará parecendo que o verdadeiro objeto de sua tara é uma coisa muito velha: a ressurreição do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo, uma usina de maquiagem a partir da qual Lourival Fontes fabricou o “pai dos pobres.”
No mais, se a maioria absoluta do eleitorado resolver lhe presentear com a poltrona de presidente, Bolsonaro dispõe de vacinas capazes de imunizá-lo contra as manchetes radioativas. Bastará que o novo presidente conduza sua língua na coleira, produza estabilidade com prosperidade e mantenha seu governo longe dos escaninhos do Ministério Público e do Judiciário.

Bomba fiscal: silêncio de candidatos é insanidade
Por Josias de Souza
Terça-feira, 17/07/2018 22:54
O Congresso deveria entrar em recesso nesta semana. Mas as férias, como de hábito, foram antecipadas. Antes de entregar o Legislativo às moscas, na semana passada, os congressistas enfiaram uma bomba-relógio dentro do Orçamento da União para o ano fiscal de 2019. Eles criaram despesas sem cobertura e anularam fontes de receita. Agiram assim políticos da oposição e também do governo. Ainda não se sabe quem será o próximo presidente da República. Mas uma coisa já está clara: seja quem for, sua prioridade será desarmar a bomba fiscal.
Curiosamente, os principais candidatos à poltrona de presidente da República reagiram à maluquice dos congressistas com um silêncio insano. Agiram assim porque estão metidos em articulações políticas para atrair aliados. E não querem comprar briga com partidos que podem lhes ceder alguns segundos adicionais no rádio e na TV. Os donos desses segundos são os mesmos partidos que aprovaram a bomba fiscal.
Os presidenciáveis fazem silêncio diante a perspectiva de uma explosão fiscal com potencial para mandar o futuro governo para os ares. E isso é perturbador. Revela que, quando a política atinge a fronteira do bom senso, o país entra no estágio da loucura, como ocorre agora no Brasil. Ironicamente, os candidatos se fingem de malucos justamente para não prejudicar a costura de alianças que aumentarão o tempo da propaganda eleitoral em que cada um exibirá suas credenciais para dirigir o hospício. A loucura, como se vê, tem razões que a sensatez desconhece.

Ciro perde o nexo na busca por segundos de TV
Por Josias de Souza
17/07/2018 16:19
Desdenhado por Lula, Ciro Gomes deixou de lado o PT. Passou a flertar com o que restou da chamada esquerda. Não houve amor à primeira vista. E o candidato piscou para o Centrão. Impôs condições. Eventuais alianças com legendas como PP, PR e DEM só seriam cogitadas depois de um acerto com PCdoB e PSB, “porque a hegemonia moral e intelectual do rumo estará afirmada.” Às vésperas da convenção que o confirmará como presidenciável do PDT, Ciro exibe uma solidão hegemônica. Trata inimigo como irmão. E troca a retórica da moralidade por alguns segundos adicionais de propaganda eleitoral no rádio e na TV.
No último sábado, Ciro reuniu-se com os caciques do Centrão — os mesmos que depuseram Dilma Rousseff e evitaram a queda de Michel Temer, chamado por Ciro de “escroque” e “golpista”. Reiterou no encontro a disposição de suavizar suas propostas econômicas antiliberais. Nas últimas 48 horas, Ciro cortejou a cúpula do PCdoB. Primeiro, visitou o único governador da legenda: Flávio Dino, do Maranhão. Nesta terça-fera, deixou-se fotografar ao lado da presidente do partido, Luciana Santos; do antecessor dela, Renato Rabelo; e de Renildo Calheiros, irmão de Renan Calheiros e membro do comitê central do PCdoB.
Em mensagem postada no Twitter, Ciro anotou: ''Informei aos companheiros do PCdoB todos os últimos passos que tenho dado em direção a construir as bases de um novo projeto nacional de desenvolvimento… Quer dizer: o programa de Ciro pode ser algo tão difuso que se ajusta a qualquer ideologia — da direita pró-Temer à esquerda órfã de Lula. Caso o candidato consiga compor algum tipo de coligação, o eleitor estará autorizado a suspeitar que o acordo será baseado em qualquer coisa, menos em “hegemonia moral e intelectual.”

NO O ANTAGONISTA
A comédia domiciliar de Lula
Quarta-feira, 18.07.18 06:29
A comédia judiciária lulista está chegando ao fim.
Diz a Folha de S. Paulo:
“Para tentar dar fim às divergências entre os advogados que representam Lula na esfera criminal, o PT discute tese segundo a qual o ex-presidente do STF, Sepúlveda Pertence, atuaria somente nos tribunais superiores. Cristiano Zanin ficaria com a primeira e a segunda instância.”
Sepúlveda Pertence foi autorizado a barganhar a prisão domiciliar de Lula.

Ciro chama de ‘filho da puta’ promotor que o investiga por injúria racial
18.07.18 06:15
Não contente com chamar Fernando Holiday de “capitãozinho do mato”, ofensa racista, Ciro Gomes chamou de “filho da puta” o promotor que pediu inquérito policial no caso.
“Um promotor aqui de São Paulo resolve me processar por injúria racial. E pronto, um filho da puta desses faz isso. Ele que cuide de gastar o restinho das atribuições dele, porque se eu for presidente essa mamata vai acabar”, disse o pedetista no evento da Abimaq, ontem à noite.
Nesta segunda (16), o MP-SP solicitou à Polícia Civil que abrisse inquérito sobre as ofensas de Ciro ao vereador paulistano.

O RECADO DE DIAS TOFFOLI PARA O PT
18.07.18 06:08
Dias Toffoli mandou um recado para o PT.
Ele disse à Folha de S. Paulo:
“A presidência do STF muitas vezes leva quem a está exercendo a votar contra seu próprio convencimento em defesa da Instituição”.
Por mais que ele queira, portanto, não vai dar para soltar Lula imediatamente depois de tomar posse.

PF ouve testemunhas do inquérito dos portos
Terça-feira, 17.07.18 21:55
A PF ouviu hoje no aeroporto de Congonhas duas testemunhas do inquérito dos portos, que investiga Michel Temer, relata o Valor.
Foi ouvido o advogado Adalberto Calil, que trabalhou no grupo Júlio Simões. A investigação apura se houve participação do grupo, dono da empresa JP Tecnolimp, em contrato de quase R$ 60 milhões com a Codesp, a estatal do porto de Santos, por 15 anos.
A PF suspeita que a JP Tecnolimp seja sócia oculta da Eliland, apontada pelos investigadores como firma de fachada usada por João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo de Temer e suspeito de ser operador financeiro do presidente.
Na delação de sócios da J&F, o coronel é acusado de ter intermediado propina de R$ 1 milhão para Temer – que nega as acusações.
O delegado Cleyber Malta Lopes, que conduz o inquérito, também ouviu hoje o advogado Gabriel de Carvalho Jacintho, suspeito de ter aberto a Eliland do Brasil a pedido da Argeplan, empresa do coronel Lima.

TJ-RJ condena 23 por atos violentos no Rio
17.07.18 21:35
O juiz Flávio Itabaiana, do TJ-RJ, condenou hoje à prisão 23 ativistas ligados a atos violentos nos protestos de 2013 e 2014 no Rio de Janeiro, informa o G1.
A sentença determina a prisão em regime fechado. A pena da maioria dos presos é de 07 anos de prisão, por formação de quadrilha e corrupção de menores.
Como o juiz não decretou a prisão preventiva dos condenados, eles vão poder recorrer em liberdade até que um eventual recurso seja julgado.
Entre os condenados estão Elisa Pinto Sanzi, a Sininho, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, ambos condenados por matar com um rojão o cinegrafista Santiago Andrade, em 2014. Souza e Raposo também respondem em liberdade.

PGR corrige informação sobre a Argentina
17.07.18 20:20
A assessoria da PGR procurou O Antagonista para corrigir um erro de informação sobre o acordo com a Argentina para o uso de delações da Lava Jato.
Na verdade, explica a assessoria, o acordo ainda não foi fechado –foram acertadas suas bases e seus termos, mas falta a assinatura das partes envolvidas.
A PGR também corrigiu a informação em seu site.

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