PRIMEIRA EDIÇÃO DE 1º-6-2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 1º DE JUNHO DE 2018
Na licitação para a escolha de até quatro agências de propaganda para dividir a verba publicitária de meio bilhão de reais, em 2 de agosto. O Banco do Brasil incluiu no edital de licitação uma exigência… que só pode ser atendida por quatro agências, todas estrangeiras. A exigência é que as interessadas comprovem patrimônio líquido (lucro) de R$12,5 milhões, no mínimo. No mercado, a suspeita é de direcionamento.

Na licitação de R$450 milhões da Caixa, o patrimônio líquido exigido das agências participantes foi três vezes menor: R$4 milhões.

Na Petrobras, verba de R$550 milhões, nem se exigiu lucro mínimo. E a BR distribuidora, só R$1,5 milhão para o contrato de R$484 milhões.

O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, segue provocador em suas análises. Considera que os corruptos são uma minoria muito bem protegida no Brasil e lamenta que essas pessoas que desviaram milhões e que mantêm suas contas no exterior sejam “libertadas a granel” de forma que desprestigia os juízes que enfrentam “a cultura de desigualdade que sempre protegeu os mais ricos.”

Barroso vê os juízes de primeiro grau decidindo dentro da Constituição, com fundamentação adequada, “contra a cultura de leniência”.

São os juízes, segundo Barroso, que assumiram a responsabilidade de transformar o que chama de “velha ordem”.

Para o ministro, o Brasil virou “um país de ricos delinquentes que acham que podem fazer qualquer coisa e escapar da Justiça.”

A proposta da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) para criação da CPI dos preços da Petrobras obteve em poucos dias um número de assinaturas mais que o suficiente: 29. Agora só falta instalar.

O senador Antonio Reguffe (DF) revelou que a receita do governo com o PIS/Cofins dos combustíveis subiu mais de 100% em um ano, antes mesmo da escalada dos preços da Petrobras em julho de 2017.

O governo liberou o milho da Conab para alimentar aves e porcos e produzir ração animal. A sorte é que a Petrobras não trabalha com milho, ou repassaria a alta de 8% do produto no mercado internacional.

Atualmente em todo mundo apenas quatro países são governados por juntas militares: Etiópia, Zimbábue, Tailândia e Egito. Os integrantes desses governos têm origem nas forças armadas dos seus países.

Ainda persistem várias ditaduras no mundo, que, como na Venezuela, ganham sobrevida com ajuda das baionetas, como Coreia do Norte, Burundi, Ruanda, República do Congo, Cuba, Irã e Guiné Equatorial.

PT, CUT e MST não influíram no protestos de caminhoneiros porque foram rechaçados ou porque acabou a grana fácil do imposto sindical?

NO BLOG DO JOSIAS
Nem ordem de prisão rende demissão sob Temer
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 01/06/2018 04:34
A corrupção tornou-se tão corriqueira em Brasília que já sumiram da cidade a umidade relativa do ar e o bom senso. Leonardo Arantes (...), secretário-executivo do Ministério do Trabalho, número 2 na hierarquia da pasta, está com a prisão preventiva decretada desde quarta-feira, 30. Só não se encontra atrás das grades porque cumpria ''missão oficial'' em Londres quando a Polícia Federal foi capturá-lo, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo. Michel Temer teve um, dois, três dias para tomar alguma providência. E nada.
Temer arrisca-se a empurrar para dentro de sua biografia mais uma excentricidade. Primeiro presidente da História a colecionar duas denúncias e dois inquéritos por corrupção, Temer está prestes a adicionar ao seu rol de ineditismos um subordinado preso. A Polícia Federal decidiu incluir o nome de Leonardo Arantes na lista de procurados da Interpol.
Leonardo Arantes é sobrinho do líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes. Por isso ganhou um cargo na Esplanada. É acusado de integrar um esquema de venda de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho. Seu tio-deputado também é investigado no mesmo inquérito.
A PF foi informada de que Leonardo retornará ao Brasil nesta sexta ou no sábado. Se não for preso no estrangeiro, será detido ao pisar nesta terra de sabiás. Ou seja, Temer tem mais 24 horas, no máximo 48 horas para esboçar alguma reação, nem que seja uma cara de nojo. Do contrário, estimulará a suspeita de que mantém investigados, delatados e suspeitos à sua volta para garantir, por contraste, a falsa imagem de pureza.

Sob Temer, até a sensibilidade humana vira pó
Por Josias de Souza
01/06/2018 00:14
O governo incluiu projetos sociais nos cortes de despesas que teve de fazer para garantir o diesel mais barato a caminhoneiros e a empresas transportadoras. Pense só nisso por um instante. Esqueça todo o resto. Programas sociais com orçamentos ridículos vão virando um escárnio.
Foram passados na lâmina, por exemplo: R$ 4,1 milhões de prevenção contra drogas, R$ 55,1 milhões de universidades, R$ 135 milhões do SUS. Até o saneamento básico e a moradia popular perderam verba.
Experimente colocar os cortes sociais nas suas circunstâncias. Pense na reunião em que os técnicos discutiram as formas de garantir o desconto no diesel. Não ocorreu a ninguém dizer ‘quem sabe na Educação e na Saúde a gente não mexe!’. Nenhuma voz se levantou para ponderar: ‘gente, cortar no saneamento pode pegar mal.” Alega-se que os cortes foram pequenos. Mas o pouco de quase nada é sempre muito.
O mais trágico não é nem a crueldade. A tragédia está na percepção de que, sob Temer, até a sensibilidade humana vira poeira. Deus, como se sabe, está em toda parte, mas não dá expediente em tempo integral.


NO O ANTAGONISTA
A intervenção militar já está aí
Brasil Sexta-feira, 01.06.18 07:36
“Intervenção militar? Ela já está aí”.
A reportagem de capa da Crusoé não encontrou um único general disposto a patrocinar um golpe. Ao mesmo tempo, o desgoverno de Michel Temer gerou “uma espécie de intervenção militar branca, em que oficiais de alta patente das três Forças têm sido onipresentes”.

Sem golpe e sem Venezuela
Brasil 01.06.18 07:29
Não tem golpe. E não tem Venezuela.
Eliane Cantanhêde, no Estadão, diz:
“A paralisação dos caminheiros sacudiu o governo, acionou o Legislativo e o Judiciário e deixou um rastro de prejuízos bilionários, mas ensinou duas lições: 1) diferentemente do que ocorre na Venezuela, as crises são pontuais, enfrentadas por instituições sólidas e solucionadas; 2) a insatisfação é generalizada, inclusive nos meios militares, mas não há lideranças dispostas a transformar o caos em inferno (…).
Está difícil encontrar homens-bomba contra a democracia. Há militares com liderança e força, mas não querem e sabem que não podem nem devem. E, se há militares que queiram e acham que podem e devem, não têm liderança nem força. Sem unir liderança, força e vontade, não tem golpe. Aliás, não terá golpe nenhum. Que venham as eleições!”

“Derrubar pelo voto a maioria dos picaretas”
Brasil 01.06.18 07:16
Fernando Gabeira trata o desgoverno de Michel Temer como uma oportunidade.
Mais do que isso: como um ensinamento.
Leia aqui:
“Estamos num ano eleitoral. O País em frangalhos, uma esfera política desmoralizada, é nessa aridez que teremos de plantar a flor da mudança.
Um poeta consegue plantá-la no asfalto. Nossa tarefa não é tão difícil: derrubar pelo voto a maioria dos picaretas, eleger gente nova e empurrá-la para uma aliança com alguns sobreviventes, para que a inexperiência não venha a pesar tanto nas suas decisões.
Conviver com este governo e com todo o universo político é bastante doloroso. Mas não há alternativa. Em outubro já haverá um novo presidente, um novo Parlamento. Podem não ser ideais. Mas a lição destes anos é de que as más escolhas podem levar o País à desintegração.”

De quem é a culpa?
Brasil 01.06.18 06:49
Os porta-vozes do PT mentem argumentando que, sem o impeachment, o Brasil estaria melhor.
E os porta-vozes de Michel Temer, remunerados por marqueteiros, imputam o caos governista à Lava Jato.
O maior risco à liberdade de imprensa não é a censura, e sim as verbas de publicidade estatais.

Saudade de Dilma
Brasil 01.06.18 06:06
A Época dedicou uma longa reportagem aos manifestantes que bateram panelas pelo impeachment de Dilma Rousseff e que agora se dizem arrependidos.
E um professor da USP, em outra matéria, comentou:
“Quando a crise política se instalou e a remoção de Dilma foi posta como alternativa, muitos de nós, analistas políticos, alertamos que o remédio seria pior que a doença e que a solução poderia desencadear uma crise institucional e abalar as bases do próprio regime democrático. Penso que acertamos nessa previsão.”
A Época está com saudade de Dilma Rousseff.
Deve estar com saudade também do tempo em que ainda era uma revista, e não um encarte.

TCU vê sobrepreço de R$ 55 milhões no Rodoanel Norte
Brasil Quinta-feira, 31.05.18 21:15
O Jornal Nacional destacou reportagem de Fausto Macedo, no Estadão, que mostrou que o TCU apontou superfaturamento de R$ 55,6 milhões nas obras do Trecho Norte do Rodoanel.
O sobrepreço está nos pagamentos feitos pela Dersa à OAS, segundo o Tribunal. Mais de dois anos atrasada, a última alça do anel viário passou a ser investigada pela força-tarefa da Lava Jato.
É a primeira vez que um órgão de fiscalização aponta “graves indícios de irregularidades” envolvendo as obras do Rodoanel Norte, que começaram em 2013, no governo Geraldo Alckmin.
O tucano se manifestou sobre o caso ao JN. Alckmin afirmou que a Dersa seguiu a lei e que isso será comprovado pelo julgamento dos ministros do TCU.

Distribuidoras dizem que não têm como repassar queda no diesel
Economia 31.05.18 20:40
As distribuidoras de combustíveis convocaram para amanhã uma reunião com Moreira Franco (ele reapareceu!), para discutir a redução de R$ 0,46 nos preços do óleo diesel nas bombas, informa o Estadão.
Leonardo Gadotti, presidente da Plural, entidade que reúne distribuidoras como BR e Ipiranga, disse que não há como o desconto ser integral e teme que os critérios de fiscalização anunciados pelo governo provoquem uma “guerra” nos postos.
Para a Plural, a redução direta nas bombas seria de R$ 0,41 por litro, uma vez que o governo não colocou na conta os 10% de biodiesel – sem impostos reduzidos – que são misturados ao diesel.

Cortes para cobrir diesel mais barato atingem Educação e Saúde
Economia 31.05.18 17:37
O cancelamento de R$ 3,82 bilhões de dotações orçamentárias para viabilizar a redução no preço do diesel, acertada pelo governo federal com os caminhoneiros, atinge todos os ministérios, inclusive os da Saúde e Educação, informa o Valor.
Os valores já estavam contingenciados, mas agora foram cancelados – ou seja, mesmo que os recursos fiquem disponíveis no governo federal, eles não poderão mais ser usados.
Os cortes incluem um programa de fortalecimento do SUS, o Sistema Único de Saúde, e bolsas do Proies, programa de estímulo a instituições de ensino superior.

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