PRIMEIRA EDIÇÃO DE 12-5-2018

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 12 DE MAIO DE 2018
Ao discutir a possibilidade de um candidato que não se encaixa nos pré-requisitos da Lei da Ficha Limpa na lista de elegíveis, o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral questionou, sem citar nomes, se “convém à democracia” homologar condenados até por corrupção e lavagem de dinheiro, “sabidamente inelegíveis”. O ministro, na prática, deu “aviso prévio”: tipos como Lula não serão candidatos.

O ministro Admar Gonzaga manifestou sua posição durante debate em São Paulo sobre os maiores desafios na eleição 2018.

A Lei da Ficha Limpa criou pré-requisitos para pré-candidato em eleições. Um deles é não ter condenações na Justiça.

Quem for condenado em julgamento colegiado, na Justiça ou em órgãos como OAB, fica inelegível. Está na Lei da Ficha Limpa.

Condenado em Segunda Instância, Lula receberá atestado de “ficha suja”, caso insista em registrar a candidatura na Justiça Eleitoral.

Provocou choque nos meios jurídicos e políticos de Brasília o relato de Michella Marys, ex-mulher do advogado Roberto Caldas, que construiu a reputação de defensor dos fracos e oprimidos que o levou à presidência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Estavam juntos desde 2005, mas nos últimos seis anos ela passou a documentar a brutalidade, incluindo gravações, laudos e muitas fotos.

Roberto Caldas sempre foi muito bem relacionado, especialmente com ministros de tribunais superiores. Ligado à esquerda, acabou na OEA.

Advogado trabalhista bem sucedido, Roberto Caldas acumulou uma fortuna estimada ao menos em R$300 milhões pelos próprios colegas.

Caldas divulgou nota na sexta-feira, 11, se antecipando à revista Veja, que revelou um homem muito diferente do “paladino das boas causas”.

O secretário do Patrimônio da União (SPU), Sidrack Oliveira, fugiu de explicar os 153 prédios públicos federais abandonados, como o diabo da cruz. Mas disse em grupo do Whatsapp da sua turma que “mandou chamar” o jornalista que o denunciou. Além de fujão, mentiroso.

É revoltante que o regime militar tenha institucionalizado o assassinato de opositores, como mostra o documento da CIA. Mas isso faz parte da História, ainda que mais ou menos recente. Ocorreu há 44 anos.

O Centro de Comunicação do Exército informou que foram destruídos documentos que poderiam atestar as revelações da CIA, de acordo com o Regulamento da Salvaguarda de Assuntos Sigilosos, da época. No regime militar, o Exército não divulgava notas, mandava prender.

Gravações que circulam nas redes sociais mostram bandidos prometendo tocar o terror, no “saidão do Dia das Mães”, uma das criações mais perversas do tal “direito penal mínimo brasileiro”.

O Ministério Público do Trabalho fez “notificação recomendatória” de 14 itens à Globo para obrigar a novela “Segundo Sol”, ambientada na Bahia, a contratar mais atores negros. Logo estarão interferindo na obra de escritores, poetas, pintores, compositores, escultores etc.

Gleisi Hoffmann contou várias lorotas ao Diário de Notícias, de Lisboa, e tratou aliados como puxadinhos do PT. Disse ter “feito” o PSB parte da “frente política”, com PSOL e PCdoB. Segundo levantamento mais recente do Paraná Pesquisas, a soma dos quatro não chega a 13%.

Estudo da Fecomércio de São Paulo mostra que se for confirmado o aumento nas vendas para o Dia das Mães, o comércio local deve fechar os cinco primeiros meses do ano com alta acumulada de 4,2%.

O governo mapeou subsídios concedidos e verificou que consumidores residenciais, inclusive os de baixa renda, pagam conta de luz mais alta para bancar o desconto de R$3,2 bilhões para o agronegócio.

...a eleição no Brasil é negócio bilionário.

NO DIÁRIO DO PODER
BRUTALIDADE E COVARDIA
DECRETADA PRISÃO DE SEGURANÇAS DO PT QUE AGREDIRAM MANIFESTANTE ANTI-LULA
PAI E FILHO AGREDIRAM E QUASE MATARAM MANIFESTANTE CONTRA LULA
Publicado sexta-feira, 11 de maio de 2018 às 21:02 - Atualizado às 00:01
Por Pâmela Maria
A justiça determinou nesta sexta-feira (11) a prisão de Manoel Eduardo Marinho, o "Maninho", ex-vereador petista de Diadema (SP) e de seu filho Leandro, que atuam como seguranças do PT. Os dois são acusados de tentativa de homicídio, ao agredirem um manifestante contrário a Lula, na Zona Sul de São Paulo. 
A decisão foi tomada pela Juíza Débora Faitarone, da 1ª Vara do Júri, que afirmou que os réus "não podem permanecer em liberdade após a prática de um crime doloso contra a vida, praticado de maneira tão covarde". A juíza afirma ainda que a "A liberdade dos acusados geraria, na sociedade, uma enorme sensação de impunidade e a impunidade é um convite ao crime".
Manoel Eduardo e seu filho Leandro foram indiciados por tentativa de homicídio duplamente qualificado, por motivo sórdido e recurso que dificultou a defesa da vítima. 
Carlos Alberto Bettoni, 56 anos, foi agredido por três manifestantes pró-Lula, após supostamente ofender o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), no mesmo dia em que foi determinada a prisão do petista. O empresário sofreu traumatismo craniano, e foi submetido a cirurgia, permanecendo na UTI por 20 dias. 
O ataque foi registrado por vários meios de comunicação, ao vivo. Vendo as imagens, a Juíza declarou: "São chocantes e revelam, por parte dos réus, brutalidade e enorme covardia."
Após a agressão uma poça de sangue escorria da cabeça de Carlos Alberto, em via pública; ao notar que a vítima estava caída, os indiciados fugiram do local.

DESVIO DE RECURSOS
GILMAR MENDES MANDA SOLTAR PAULO VIEIRA, OPERADOR DO PSDB
ELE É SUSPEITO DE PARTICIPAR DE DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO
Publicado sexta-feira, 11 de maio de 2018 às 19:30 - Atualizado às 20:09
Da Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, mandou soltar Paulo Vieira de Souza, mais conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, empresa paulista de infraestrutura rodoviária, e apontado como operador do PSDB. "Defiro a medida liminar para suspender a eficácia do decreto de prisão preventiva de Paulo Vieira de Souza, o qual deverá ser posto em liberdade, se por outro motivo não estiver preso". Ele foi preso pela Polícia Federal em 6 de abril último.
Paulo Preto é suspeito de ter participação no desvio de recursos públicos em obras como do Rodoanel Sul, Jacu Pêssego e Nova Marginal Tietê, na região metropolitana de São Paulo, entre os anos de 2009 e 2011, durante os governos dos tucanos, José Serra, Alberto Goldmann e Geraldo Alckmin. 
Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Paulo Preto comandou um esquema de corrupção que desviou recursos de obras públicas em São Paulo, entre os anos de 2009 e 2011, durante governos do PSDB. 
Paulo Vieira de Souza teria desviado recursos, em dinheiro e em imóveis, no total à época de R$ 7,7 milhões. A denúncia foi feita após o Ministério Público Estadual de São Paulo começar uma investigação dos desvios de apartamentos e de pagamentos de indenizações. Durante as apurações, a Promotoria da Suíça apontou que o ex-diretor da Dersa mantinha o equivalente a R$ 113 milhões em contas fora do País.
Os documentos suíços mostram que o dinheiro estava em quatro contas, abertas em 2007, por uma offshore sediada no Panamá, que tinha Paulo Vieira de Souza como beneficiário. O montante foi transferido da Suíça para um banco nas Bahamas.
Além do mandado de prisão preventiva, a Justiça Federal determinou o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência do ex-diretor. Além de Paulo Vieira de Souza, outras quatro pessoas também foram denunciadas pelo MPF por formação de quadrilha e apropriação de recursos públicos, mas não há mandados de prisão para os outros envolvidos.

OPERAÇÃO ALBA BRANCA
DESEMBARGADOR VÊ INDÍCIOS DE AÇÃO DE FERNANDO CAPEZ EM DESVIOS NA MERENDA
TUCANO VIROU RÉU POR CORRUPÇÃO E LAVAGEM NA MÁFIA DA MERENDA
Publicado sexta-feira, 11 de maio de 2018 às 15:40 - Atualizado às 18:07
Da Redação
O Tribunal de Justiça de São Paulo colocou o deputado estadual Fernando Capez (PSDB) no banco dos réus da Máfia da Merenda, nesta semana, por 12 votos a 9. O tucano é acusado pela Procuradoria-Geral de Justiça por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Alba Branca – deflagrada em janeiro de 2016 contra organização criminosa que se instalou em pelo menos 30 prefeituras paulistas e na Secretaria da Educação do Estado para fornecimento de sucos e merendas escolares.
Em voto que contribuiu contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o desembargador Márcio Bártoli afirma ver "inúmeros indícios" de participação de Capez na Máfia da Merenda.
Na sessão de 4 de abril, a denúncia foi rejeitada pelo relator, desembargador Sérgio Rui da Fonseca, que alegou não ter encontrado "elemento mínimo" para abertura de ação penal contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa. O julgamento foi interrompido a partir de pedido de vista do desembargador Márcio Bártoli. Nesta quarta-feira, 9, Bártoli votou pela abertura do processo.
O colegiado é formado por 25 desembargadores, sob a presidência do mandatário do TJ, Manoel Pereira Calças. Votaram 21 magistrados.
Para Bártoli, ‘embora o volume dos autos, por si só, nada indique quanto aos elementos coligidos durante a investigação, os inúmeros elementos informativos amealhados demandam, por óbvio, cuidadosa e detida análise, sobretudo diante da seriedade dos fatos narrados na inicial acusatória, firmada pela autoridade maior do Ministério Público do Estado de São Paulo’.
“E, após me aprofundar na análise dos autos, cheguei a conclusão diversa do E. Relator: julgo serem inúmeros os indícios de autoria que apontam para a participação de Fernando Capez nos fatos descritos na denúncia, sendo igualmente significativa a prova da materialidade dos delitos imputados”, afirmou.
O desembargador enumerou os indícios contra o tucano, como cheques da Cooperativa Agrícola Familiar – pivô da Máfia da Merenda – emitidos a seus assessores, além da explosão de dinheiro vivo nas contas de ambos, Jeter Rodrigues Pereira e Merivaldo dos Santos.
“Esses elementos, conjugados com os gráficos de fls. 5050 e 5126, evidenciam, com relação a Jeter e Merivaldo, respectivamente, anômalas movimentações financeiras para o ano de 2015, e fornecem, juntamente aos elementos documentais produzidos, materialidade ao delito de lavagem de dinheiro descrito, conforme a narrativa da inicial”, afirmou.
Também destacou os contatos telefônicos entre investigados à época dos fatos narrados na denúncia.
Na ação, o procurador Gianpaolo Poggio Smanio cobra R$ 2.279.857,00 – o valor equivale ao dobro da propina que teria sido destinada a Capez, a lobistas e a um representante comercial da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF), sediada no município de Bebedouro (SP) e apontada como o carro-chefe das fraudes.
A denúncia afirma que a propina a Capez, as comissões repassadas a lobistas da Máfia da Merenda e ao representante comercial da COAF ‘alcançaram ao menos o patamar de 10% do valor dos contratos administrativos – R$ 11.399.285,00 – celebrados entre a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e a Cooperativa’.

LULA PRESO
TSE NEGA QUE 'REPRESENTANTE' DE LULA PARTICIPE DE DEBATES NA ELEIÇÃO
NEGADO PEDIDO PARA REPRESENTANTE DE LULA EM DEBATES ELEITORAIS
Publicado sexta-feira, 11 de maio de 2018 às 16:45 - Atualizado às 19:42
Por Francine Marquez
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Geraldo Og Fernandes, negou um pedido de liminar do PT para que fosse garantida a participação de um representante do ex-presidente Lula, nos debates entre pré-candidatos ao Palácio do Planalto. Lula está preso há cerca de um mês, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ministro acredita não haver motivo, urgência, para a concessão de liminar. “O fato de o ciclo de entrevistas já ter se iniciado não impede que, em caso de procedência desta representação, venha ser garantido à agremiação o direito de indicar alguém para ser entrevistado no lugar de seu pré-candidato”. 
Mesmo depois da prisão de Lula, o PT não desiste, e quer manter o ex-presidente como pré-candidato e registrá-lo para concorrer as eleições de outubro. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann continua com o discurso de que "Lula é nosso candidato, está no gozo dos direitos políticos e tem o dobro das intenções de voto do segundo colocado em qq pesquisa. Impedi-lo de expressar suas ideias e propostas para o Brasil, através de seu partido, é embuste pré eleitoral".
Entretanto, Og Fernandes ao analisar o caso, ressaltou que não existe dispositivo legal que garanta a participação de representantes na hipótese de impossibilidade de participação de determinado candidato. 
O ex-presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes destacou em entrevista, no último sábado (5) para o jornalista José Datena, que Lula não poderá participar desse pleito. "O próprio Lula, que é um animal político, sabe que sua candidatura é inviável".
Lula preso
O petista está preso desde o dia 7 de abril, na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre a pena de 12 anos e 01 mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).

FRAUDES NA LOTERJ
BICHEIRO CACHOEIRA É PRESO EM GOIÂNIA POR FRAUDES EM LOTERIAS DO RIO
CACHOEIRA JÁ FOI CONDENADO E PRESO ANTERIORMENTE POR OUTROS CRIMES
Publicado sexta-feira, 11 de maio de 2018 às 14:07 - Atualizado às 20:10
Da Redação
Carlos Augusto de Almeida, o Carlinhos Cachoeira, foi preso nesta quinta-feira (10) por fraudes na Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). Ele foi preso na casa de um irmão, no condomínio Alphaville Ipê, em Goiânia. O contraventor foi levado para uma cela da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH). 
A prisão foi decretada no dia 4 de maio p.p., em caráter de “urgência”, pelo ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na mesma decisão, o ministro negou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para executar a pena de Waldomiro Diniz, também condenado na mesma ação.
Cachoeira já foi condenado e preso anteriormente por outros crimes como contrabando, peculato, corrupção e formação de quadrilha.
Fraudes na Loterj
O bicheiro e o ex-assessor do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, foram condenado a 8 e a 12 anos de prisão, respectivamente, por fraude em uma licitação da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). Diniz foi acusado de favorecer Cachoeira quando era diretor da Loterj, em 2001 e 2002.

NO BLOG DO JOSIAS
Temer reunificou o país, só que contra sua figura
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 12/05/2018 05:30
O governo de Michel Temer faz aniversário de dois anos neste sábado. Sua Presidência começou a ser esboçada antes do impeachment. Vices são como ciprestes: crescem à beira dos túmulos. Temer desabrochou em agosto de 2015. Dilma Rousseff ainda estava viva. Mas era uma viva tão pouco militante que seu vice atirou-lhe na face uma pá de cal. Fez isso ao declarar que ''a grande missão, a partir deste momento, é a da pacificação do País, da reunificação do País''.
Dali a nove meses, em 12 de maio de 2016, Temer estava sentado no trono. Hoje, pode vangloriar-se de ter cumprido 50% de suas metas. Não conseguiu pacificar o País. Mas reunificou os brasileiros, só que contra sua própria figura. De acordo com o Datafolha, sete em cada dez patrícios desaprovam Temer. É o presidente mais impopular do Brasil redemocratizado.
Na política, Temer virou um personagem radioativo. Presidenciável que chegar perto dele corre o risco de derreter. Na economia, é um teflon às avessas. Nada do que é bom gruda na sua imagem.
Engolfado por uma onda de impopularidade, Temer virou um gestor de crises à procura de uma marca. Autoproclamou-se “presidente das reformas”. Entretanto, perdeu-se num paradoxo: manteve a cabeça nas reformas, mas fincou os pés na lama. O reformismo de Temer não chegou à ética.
O governo aprovou o teto de gastos e a reforma trabalhista. Mas o rombo da Previdência e a cratera fiscal remanescem como almas penadas que assombrarão o próximo presidente. Desde que sua voz soou na conversa vadia captada pelo grampo do Jaburu, Temer teve de priorizar duas novas metas: não cair e passar a impressão de que ainda preside.
A gestão Temer começou da pior forma, com um ministério chinfrim, loteado e convencional. Tomou o caminho do brejo com a delação da JBS e a mala com R$ 500 mil que Joesley Batista mandou entregar a Rodrigo Rocha Loures. O mandato-tampão terminará de forma melancólica. Sairão do freezer duas denúncias criminais, quiçá três. O presidente descerá a rampa do Planalto rumo à rua da amargura —rezando para não receber a visita da Polícia Federal na manhã seguinte.

Outro motorista diz ter levado dinheiro até Yunes
Por Josias de Souza
12/05/2018 03:31
Ex-motorista da empresa de carros-fortes Transnacional, Wilson Francisco Alves declarou no mês passado, em depoimento à Polícia Federal, que também entregou dinheiro ''três ou quatro vezes” no escritório do advogado José Yunes, ex-assessor e a amigo de Michel Temer há mais de 50 anos. Esse tipo de notícia está virando rotina, pois soube-se no domingo passado que, trabalhando como motorista para a mesma empresa, o policial militar Abel de Queiroz transportara dinheiro até o escritório de Yunes pelo menos “duas vezes”. Abel foi inquirido pela PF em março.
Os depoimentos estão anexados ao inquérito sobre os R$ 10 milhões que a Odebrecht disse ter repassado do seu departamento de propinas para o grupo político de Temer. O repasse foi negociado num jantar oferecido a Marcelo Odebrecht, no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, época em que Temer era vice de Dilma Rousseff. A PF suspeita que Yunes serviu de intermediário para receber parte do dinheiro de má origem provido pela Odebrecht.
O conteúdo do depoimento de Wilson Alves, a nova testemunha, foi revelado na noite desta sexta-feira pela Globonews. Aos poucos, a PF vai fechando o cerco ao redor de Temer, protagonista do inquérito. O doleiro Lúcio Funaro, hoje um colaborador da Justiça, já havia informado que pegara no escritório de Yunes, em São Paulo, um pacote com R$ 1 milhão. Disse ter providenciado a entrega do dinheiro em Salvador, para o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso desde que a PF estourou o bunker onde mantinha R$ 51 milhões em dinheiro vivo.

Solto, Paulo Preto já não está ‘ferido na estrada’
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 11/05/2018 19:34
Preso desde 6 de abril último, Paulo Preto, o operador de verbas ilegais do PSDB, vinha se queixando de desamparo. Enviou para fora do xadrez recados que soaram como o canto do carcará, aquele pássaro que pega, mata e come. Foi como se o detento quisesse renovar um aviso que emitira em 2010, quando tucanos “ingratos” fingiam que não o conheciam: “Não se deixa um líder ferido na estrada a troco de nada.”
Se o alvará de soltura expedido por Gilmar Mendes revela alguma coisa é o seguinte: Paulo Preto pode estar ferido, mas não foi largado à beira da estrada. O personagem foi em cana nas pegadas da descoberta de que manteve uma fortuna em contas na Suíça. Em junho de 2016, havia o equivalente a R$ 113 milhões em quatro contas. Em fevereiro de 2017, com a Lava Jato a pino, o dinheiro bateu asas para as Bahamas.
A encrenca estava trancada no armário das pendências sigilosas do Judiciário de São Paulo, onde tudo o que se relaciona com os tucanos costuma caminhar em velocidade de tartaruga paraplégica. Súbito, num movimento que pareceu suicida, o próprio Paulo Preto enfiou as cifras suíças dentro de um processo que corre sem sigilo no Supremo. Nesses autos, ele é citado como operador de caixas clandestinas do grão-tucano José Serra, a quem a Odebrecht diz ter repassado R$ 23 milhões por baixo da mesa.
Relator do processo contra Serra, Gilmar Mendes recebeu dois pedidos de Paulo Preto: 1) Que o processo que corre na Primeira Instância de São Paulo suba para a Suprema Corte. A prevalecer o que foi decidido pelo Supremo sobre o foro privilegiado, é mais fácil José Serra descer para o primeiro grau. 2) Que as provas enviadas pela Suíça sejam desconsideradas. As evidências continuam em pé. Mas Paulo Preto vai se deitar em casa nas próximas noites.
Solto, Paulo Preto tende a prender a língua. A hipótese de se tornar um delator continua viva no jogo. Mas o operador do PSDB acaba de se tornar uma carta embaralhada.

Exército diz que destruiu papéis, mas não prova
Por Josias de Souza
11/05/2018 15:43
O Exército ligou o piloto automático ao reagir à revelação contida em documento secreto da CIA sobre a política de execuções sumárias da ditadura militar brasileira. Divulgado no site do Departamento de Estados dos Estados Unidos, o texto sustenta que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) avalizou a manutenção da prática de eliminar os adversários do regime. “Os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados, foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época”, informou o Exército, em nota ecoada pelo Ministério da Defesa.
Repare que o Exército não nega o teor da revelação. Limita-se a sustentar que está impossibilitado de se manifestar sobre o passado, pois o papelório da época virou cinzas. Não é a primeira vez que a tática é empregada. Não será a última. Mas documentos secretos do próprio Exército revelam que a alegação não fica em pé. Falta uma prova da destruição dos documentos.
Normas internas de contra-espionagem do Exército estabelecem regras estritas para a destruição de papéis. Vigoram desde o início da década de 70. Constam de um manual que, atualizado ao longo dos anos, mantém a mesma política quanto aos arquivos secretos.
Obtive cópia desse manual, em sua versão de 1994. Traz na capa a seguinte inscrição: ''Instruções Gerais de Contra-Inteligência para o Exército Brasileiro''. Dedica um tópico à ''segurança na destruição''. Estipula que ''a destruição de documentos sigilosos deve ser centralizada, de forma a evitar desvios''.
Meticuloso, o texto recomenda que ''os documentos sejam triturados e depois queimados''. Anota ainda que a queima deve ser precedida da ''lavratura de um termo de destruição''.
Ou seja: se quiser ser levado a sério, o Exército precisa exibir um lote de “termos de destruição”. Antes, convém certificar-se da idade dos documentos. Não ficaria bem divulgar papeis que, submetidos às modernas técnicas de perícia e análises tipográficas, desmoronassem.
Divulguei na Folha, em agosto de 2001, papéis secretos cujo teor desafia a retórica oficial do Exército. Os documentos contêm detalhes das operações de combate à guerrilha. Informam, por exemplo, que, ao desembarcar no sul do Pará, a soldadesca sabia o que fazer com os corpos inimigos.
Os cadáveres não poderiam ser desovados a esmo na selva. Depois de identificados, deveriam ser depositados em covas previamente selecionadas. Em resposta a questionamentos que fiz na época, o Exército divulgou uma nota oficial curiosa. O texto sustentava a pantomima da ausência de informações sobre o destino dos corpos da turma do PC do B. Mas admitia a existência de arquivos que, hoje, o mesmo Exército tenta fazer crer que foram destruídos.
Dizia a nota oficial de 7 de agosto de 2001: ''Quanto aos desaparecidos nos combates travados naquela região, é importante salientar o que o Exército tem reiterado exaustivamente quando consultado a respeito do assunto: NOS ARQUIVOS EXISTENTES, nada foi encontrado que pudesse indicar a localização de seus corpos''.
Já passou da hora de o Estado brasileiro presentear o País com uma abertura ampla, geral e irrestrita dos documentos da repressão. O brasileiro tem direito à sua História. Não é justo impor aos jovens oficiais do Exército de hoje o constrangimento de ter de inventar uma nova destruição de documentos a cada revelação fortuita.
De resto, parece ainda mais injusto condenar a sociedade brasileira à surpresa perpétua de trombar com seu passado de chumbo, exposto em documentos divulgados a conta-gotas pelo governo dos Estados Unidos. É constrangedor.

NO O ANTAGONISTA
O Centrão de Ciro
Brasil Sábado, 12.05.18 07:14
Ciro Gomes aproveitou a renúncia de Joaquim Barbosa, o isolamento de Lula e a fraqueza de Geraldo Alckmin para tentar arrebanhar o Centrão.
Seu velho patrão, Benjamin Steinbruch, pode fazer a ponte com o PP (e garantir-lhe dinheiro para a campanha).
Outros partidos devem acompanhá-lo.
Segundo a Folha de S. Paulo, dirigentes do DEM, do PRB, do PP e do Solidariedade se reuniram na casa de Rodrigo Maia e discutiram a possibilidade de apoiar o candidato do PDT.
O plano, agora, é estender o bloco para o PTB e para o PR.
Se isso se concretizar, torna-se quase automático um segundo turno entre Jair Bolsonaro e Ciro Gomes.

Paulo who?
Brasil 12.05.18 07:51
José Serra continua dizendo que, se visse Paulo Vieira de Souza na rua, não o reconheceria, publica a Coluna do Estadão.
Paulo Preto, como é conhecido, comandava a Dersa nas gestões de José Serra e Geraldo Alckmin e é apontado por delatores como operador de propina do PSDB.

Lula queima Ciro Gomes
Brasil 12.05.18 06:47
O presidiário mandou queimar Ciro Gomes.
E o PT cumpriu.
O eterno porta-voz de Lula, André Singer, comentou na Folha de S. Paulo:
“Para quem está surpreso, convém lembrar que Ciro começou a carreira no PDS (ex-Arena), militou por muito tempo no PSDB, por meio do qual chegou a ministro da Fazenda, e passou, mais recentemente, pelo Pros (Partido Republicano da Ordem Social).
Embora crítico contumaz da aliança estabelecida pelo PT com o PMDB, sobretudo no segundo mandato de Lula, o político cearense nunca deixou de cultivar os velhos contatos conservadores. Manteve a simpatia do conterrâneo Tasso Jereissati, mesmo depois de deixar o PSDB, e cuidou de antigas pontes estabelecidas com o PFL (hoje, DEM), que o apoiou a presidente em 2002.”

Ladrões levaram cofre da casa de Paulo Preto, diz Brasil Sexta-feira,11.05.18 20:05
Um boletim de ocorrência diz que ladrões levaram um cofre da casa de Paulo Preto em Campos do Jordão enquanto o ex-diretor da Dersa estava preso, relata o Estadão.
No BO, feito pelo caseiro de Paulo Preto no dia 30 de abril, consta que foram levados, além do cofre, a quantia aproximada de R$ 7.300, joias, quatro relógios, um jogo de faqueiro de prata com 130 peças, três televisores, um par de tênis, três óculos escuros, uma bolsa de viagem e dois perfumes femininos.
O caseiro, Sérgio dos Santos Júnior, disse ter sido rendido por dois invasores, que “usavam touca de motoqueiro e tinham armas de fogo”.
Ladrões podem ser muito convenientes.

Caseiro ou contador?
Brasil 11.05.18 21:01
É impressionante o detalhamento feito pelo caseiro de Paulo Preto em relação aos itens roubados da mansão em Campos do Jordão.
Além do cofre, R$ 7.300 em espécie, joias, quatro relógios, um jogo de faqueiro de prata com 130 peças, três televisores, um par de tênis, três óculos escuros, uma bolsa de viagem e dois perfumes femininos.
Só faltou mesmo dizer o que tinha dentro do cofre.

Aplausos para Delúbio antes da cadeia
Brasil 11.05.18 19:53
Condenado a seis anos de prisão pela Lava Jato – por lavagem de dinheiro – e prestes a voltar à cadeia, Delúbio Soares arrancou aplausos dos petistas ao se despedir de integrantes da corrente interna Construindo um Novo Brasil, conta a Folha.
O ex-tesoureiro do PT, diz o jornal, “se emocionou” ao afirmar que não poderá estar ao lado dos companheiros na organização da próxima campanha.
Delúbio já tinha sido condenado a seis anos e oito meses de prisão no Mensalão. Preso em 2013, passou à prisão domiciliar em setembro de 2014 e ganhou o perdão do STF em 2016.

Folha quer sabatinar Lula na cadeia
Brasil 11.05.18 19:14
Advogados da Folha, do UOL e do SBT encaminharam à juíza Carolina Lebbos uma petição para que suas equipes possam sabatinar Lula dentro da prisão, na PF de Curitiba.
“Os três veículos têm organizado uma série de entrevistas com os pré-candidatos à Presidência mais bem colocados na pesquisa Datafolha divulgada em 16 de abril”, tenta justificar o jornal paulista, que insiste em incluir o condenado –inelegível, de acordo com a Lei da Ficha Limpa – nas suas pesquisas.
É só o petismo apertar, que a chamada grande imprensa cede.

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