SEGUNDA EDIÇÃO DE 27-3-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'
NO O ANTAGONISTA
Mais provas da Odebrecht
A PGR tomou depoimentos dos delatores da Odebrecht sobre o sistema de pagamento de propinas MyWebDay.
“Até agora”, diz O Globo, “as investigações abertas a partir da delação da empreiteira se baseavam principalmente em outro programa, o Drousys (…).
Apesar do material ser considerado bombástico por incluir extratos bancários de pagamentos a offshores destinados a políticos, até o momento não surgiram nomes de novos políticos envolvidos.
No entanto, os investigadores acreditam que o MyWebDay pode ajudar a trazer mais provas materiais contra personagens já delatados pela Odebrecht.”
Lula suja o TSE
Os golpistas do STF tiraram Lula da cadeia.
O plano, agora, é rasgar a Lei da Ficha Limpa.
Diz o editorial de O Globo:
“As tensões, debates políticos e jurídicos, além de pressões sobre o Judiciário, tendem a crescer à medida que se aproxima o momento de o habeas corpus impetrado por Lula junto ao Supremo ser julgado, no dia 4 de abril. E, paralelamente, também ao chegar a hora da definição sobre o registro da candidatura, hoje formalmente enquadrada na Lei da Ficha Limpa, e portanto vetada, por ter havido condenação em segunda instância por colegiado de magistrados (…).
Ao ter condenação mantida pelo TRF-4, o ex-presidente fica fora da eleição, mas, a tomar pelo que ocorre no STF, esperam-se ações do mesmo tipo na Justiça Eleitoral.”
A chave, mais uma vez, é Rosa Weber, que assume o comando do TSE em 15 de agosto e pode sujar o voto favorecendo as chicanas do candidato ficha-suja.
Os planos de Lula desandam
“Lula dá sinais de exaustão”, segundo O Globo.
“Ontem, virou ficha suja. Reagiu dizendo que não respeitará a decisão (unânime) da Justiça. Terá de combinar com o presidente do TSE, Luiz Fux, que chamou candidato condenado de ‘irregistrável’ (…).
Ganha tempo com recursos, mas algo parece desandar nos planos do petista.”
A contrariedade de Rosa Weber
“A ministra Rosa Weber mostrou a colegas contrariedade em relação à condução da votação da liminar que impediu a prisão imediata de Lula”, diz a Folha de S. Paulo.
A contrariedade dos brasileiros com o voto de Rosa Weber e seus colegas foi incomparavelmente maior.
O outro golpe do STF
Quatro integrantes do STF, diz a Folha de S. Paulo, querem abolir a prisão dos condenados em segundo grau antes de votar o habeas corpus de Lula.
“Uma decisão sobre réus sem rosto, dizem, diminuiria a exposição do Tribunal.”
Os golpistas que manobram para tirar Lula da cadeia pensam em dar outro golpe porque temem o voto de Rosa Weber.
As “caixinhas e propinas” de MT
O Jornal Nacional mostrou documentos inéditos do inquérito sobre o Porto de Santos, que investigou a denúncia de que Michel Temer, o coronel Lima e o presidente da Codesp repartiam “caixinhas e propinas”.
Numa planilha, está escrito:
“Lima quer participação para MT, MA e L em torno de 20%”.
Em outra:
“Lima está terminando o contrato. Percentual ainda não acertado….. MT + MA + L.”
O inquérito sobre a propina de MT, arquivado em outubro do ano passado por uma juíza de São Paulo, foi entregue ao Ministério Público por ordem do ministro Luís Roberto Barroso.
“O desgaste para o Tribunal está terrível”
Marco Aurélio Mello atacou Cármen Lúcia.
Ele disse para O Globo:
“O desgaste para o Tribunal está terrível. Isso demonstra que a estratégia da presidente foi falha. Foi muito ruim julgarmos só o caso do ex-presidente. Agora estamos pagando um preço incrível”.
Marco Aurélio Mello quer salvar Lula, mas no escurinho.
Isso demonstra que a estratégia de Cármen Lúcia foi acertada, porque entregou os defensores do criminoso condenado pela Lava Jato.
A despedida de Augusto Nunes
Augusto Nunes despediu-se do Roda Viva, dizendo que espera que “o programa prossiga no caminho do jornalismo independente”.
A coisa anda difícil na TV Cultura.
“Simplesmente um mentiroso”
A Folha de S. Paulo “deu a oportunidade” a Sérgio Moro, no Roda Viva, de “esclarecer” o caso de Rodrigo Tacla Durán — que acusou um amigo da mulher de Moro de fazer tráfico de influência junto ao juiz.
Moro lembrou que se trata de um sujeito investigado e foragido.
E acrescentou:
“É simplesmente um mentiroso”.
É mais: trata-se de um vagabundo a quem só a Folha deu ouvidos.
Barroso autoriza acesso a inquérito arquivado sobre Temer
Luís Roberto Barroso autorizou que o Ministério Público tenha acesso a um inquérito já arquivado sobre supostas irregularidades no porto de Santos, informou o Jornal Nacional.
Os documentos podem ajudar nas investigações do inquérito dos portos, que apura se um decreto de Michel Temer teria ou não favorecido uma empresa do setor, a Rodrimar, em troca de propina.
O inquérito antigo foi aberto depois que Erika Santos, ex-companheira de Marcelo Azeredo, que presidiu a Codesp (estatal que gere o porto de Santos), o acusou de comandar um esquema de corrupção e dividir propina com Temer, seu padrinho político.
A PF chamou Temer para depor duas vezes, em 2010; ele não compareceu porque, na época, era deputado federal e tinha foro privilegiado.
A Justiça Federal em Santos encaminhou o processo ao STF, onde Marco Aurélio Mello mandou, em abril de 2011, arquivar a investigação contra o atual presidente.
Fachin nega pedido de Palocci para julgar HC amanhã
Edson Fachin decidiu deixar de analisar o pedido da defesa de Antonio Palocci para que seu habeas corpus fosse julgado amanhã, informa a Folha.
“Considerando o não encerramento do julgamento do HC 152.752 [de Lula], apontado pela defesa [de Palocci] como representativo de posição do Tribunal Pleno, deixo, por ora, de apreciar a petição indicada, sem prejuízo de eventual e oportuno exame”, escreveu o ministro do STF.
O julgamento continua sem data marcada. Preso pela Lava Jato desde setembro de 2016, o ex-ministro da Fazenda ainda não foi julgado na segunda instância.
Governador da Paraíba é condenado pelo TRE
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), foi condenado pelo TRE a multa de R$ 30 mil por “prática de conduta vedada” – ele exonerou e nomeou servidores comissionados nas eleições de 2014, relata o G1.
A condenação foi unânime. A coligação do tucano Cássio Cunha Lima, derrotada na eleição, pedira cassação de diploma e registro, além de declaração de inelegibilidade dos réus.
O TRE não acatou esses pedidos e impôs a Coutinho só a multa.
O Antagonista soube que a coligação adversária, que calcula em R$ 500 milhões os abusos praticados, vai recorrer ao TSE, onde já correm dois pedidos de cassação do governador — a estimativa é que cheguem a cinco.
PF indicia Vaccarezza
A PF acaba de indiciar o ex-deputado Cândido Vacarezza, alvo da 44ª fase da Lava Jato, pelo crime de corrupção, informa a repórter Tabata Viapiana, da IstoÉ.
Trata-se do caso da empresa Sargent Marine, em que Vaccarezza é acusado de favorecer num contrato com a Petrobras em troca de receber propina de U$ 400 mil.
Também foram indiciados Paulo Roberto Costa, os lobistas Jorge e Bruno Luz e outras quatro pessoas.
Pedido de vista adia julgamento de recursos de Bumlai e Vaccari
Victor Laus pediu vista e adiou o julgamento da apelação criminal dos réus José Carlos Bumlai, dos empresários do grupo Schahin, de João Vaccari Neto, de Nestor Cerveró e de Fernando Soares, no âmbito da Lava Jato.
Os réus foram sentenciados pela 13ª Vara Federal de Curitiba em setembro de 2016. Bumlai, Milton e Salim Schahin foram condenados por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção a 9 anos e 10 meses de reclusão. Cerveró, Vaccari, e Fernando por corrupção, com penas que variam de 5 anos e 4 meses a 6 anos e 8 meses.
Com esse pedido de vista, termina a sessão desta tarde da Oitava Turma do TRF-4, que negou, por unanimidade, os embargos de declaração do condenado Lula.
Filho de 22 anos de Wladimir Costa poderá administrar 100 milhões de reais
O TRF-1 reverteu a decisão da Justiça Federal que obrigava Yorann Christie, filho do deputado Wladimir Costa, a comprovar qualificações para atuar como delegado federal de Desenvolvimento Agrário do Pará.
O rapaz de 22 anos está autorizado, portanto, a assumir o cargo e administrar recursos no valor de R$ 100 milhões.
A desembargadora Gilda Carneiro Seixas alegou que “há décadas e ainda atualmente admitem o critério exclusivo da confiança como elemento de escolha”.
E mais: para ela, “não se legitima ao Poder Judiciário então, sem qualquer elemento concreto, criar restrição não prevista em lei para a escolha discricionária e do Poder Executivo de ocupante de Cargo em Comissão”.
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