PRIMEIRA EDIÇÃO DE 17-3-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 17 DE MARÇO DE 2018
Pode até parecer que Marielle Franco (PSOL-RJ) foi a primeira vereadora assassinada covardemente no Brasil, só que não. Apenas nos primeiros 80 dias deste ano foram assassinados 15 vereadores em todas as regiões. No Rio, 17 policiais militares foram executados por bandidos. Os veículos de comunicação cariocas acompanharam com helicóptero todo o velório da vereadora assassinada por bandidos, mas ignorou quase todas as demais mortes de vereadores e PMs.

Foram executados este ano Vereadores em Alagoas, Rondônia, Bahia, Amazonas, Rio Grande do Sul, Piauí, Pernambuco e Paraná.

Em um só caso, dois vereadores paranaenses foram assassinados durante um assalto em Barra do Jacaré (PR).

O vereador Jorge Cunha (Pros) foi executado em Apicum Açu (MA) porque não tinha nem sequer 2 reais exigidos pelos assaltantes.

Em 2017, 134 PMs foram executados no Rio, sem comoção, exceto dos familiares e nos quartéis. Quase todos negros e negras, e pobres.

Deve ser ignorado eventual pedido de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF) para adiar a prisão do ex-presidente Lula. A menos que o ministro encarregado de tomar a decisão resolva ignorar a Súmula 691, do próprio STF, aprovada com apoio do então ministro Sepúlveda Pertence, vedando a seus ministros conhecer habeas corpus já negado por tribunal superior. Respeitada a Súmula 691, fica valendo a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Se o STF respeitar a própria Súmula, de 2007, vai prevalecer o decisão do ministro Humberto Martins, do STJ, negando o benefício a Lula.

Pela Súmula 691, “não compete” ao STF examinar decisão de relator indeferindo em habeas corpus requerido a tribunal superior.

Ao examinar o mérito do habeas corpus de Lula, a 5ª turma do STJ referendou por unanimidade a decisão do ministro Humberto Martins.

Tem incomodado até aliados o silêncio de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) diante do assassinato da vereadora Marielle. Deputado pelo Estado, seu posicionamento era aguardado. Até parece que não se importou.

A Polícia Militar levou 35 minutos para aparecer no local do assalto a uma agente da Polícia Civil do DF, ocorrido às 22h40 de quinta, apesar de o QG da PM estar distante cinco minutos. Os bandidos levaram viatura e arma. Em Brasília, a PM se recolhe e a noite é dos bandidos.

A boa notícia para bandidos, no Brasil, é o limite de 30 anos de cadeia. Sejam os assassinos de Marielle, traficante, criminoso só pode ficar encarcerado, no máximo, por três décadas. Mas é raro acontecer.

A ex-jogadora de vôlei Ana Paula, musa também no Twitter, foi atacada por divulgar levantamento indicando que se mata mais no Brasil (58 mil ao ano) que em mais de 30 países somados, incluindo os Estados Unidos.

Após a morte da vereadora Marielle, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), enroladíssima em ações criminais, disse que seu partido, assíduo frequentador das páginas policiais, “exige a apuração”. Agora vai.

O deputado Cabo Sabino (PR-CE) fez projeto obrigando o uso de papel higiênico hidrossolúvel em todos os estabelecimentos comerciais do Brasil. Quem descumprir pode até perder o alvará de funcionamento.

O aumento de 16% no número de voos fretados para o Brasil chamou atenção da Anac e da Embratur. Foram 160 em fevereiro de 2017 e 185 no mês passado. É a volta de grupos em turismo de alto padrão.

A Força Aérea publicou Instruções para Formação de Oficiais Aviadores, Intendentes e de Infantaria de 2019 da Academia da Força Aérea. São 84 vagas e as inscrições se iniciam na próxima terça.

...as manifestações pela morte da vereadora nos mostraram que, quando o protesto é mesmo espontâneo, não há vandalismo.

NO DIÁRIO DO PODER
MAIOR ORÇAMENTO
CÂMARA DO DF É, DE LONGE, A MAIS CARA DO PAÍS
ASSEMBLEIA DO DF CUSTA R$401 MILHÕES POR ANO AO CONTRIBUINTE
Publicado sábado, 17 de março de 2018 às 00:00 - Atualizado às 00:00
A Câmara Legislativa do Distrito Federal, equivalente às Assembleias Legislativas estaduais, vai custar ao contribuinte brasileiro quase R$ 401 milhões apenas em 2018. Em 2017, o orçamento aprovado era de mais de R$ 481 milhões, dos quais mais de 80% (R$ 364 milhões) foram gastos exclusivamente com o pagamento da folha de pessoal; salários, pensões e aposentadoria, além de “encargos sociais”. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A CLDF deve torrar, por exemplo, R$ 7 milhões com o ressarcimento da verba indenizatória dos deputados distritais este ano.
O menor custo da CLDF são os investimentos em maquinário e novos equipamentos: 0,7% do orçamento.
A verba de gabinete dos deputados distritais, que paga assessores e 'aspones', é de R$ 72 milhões.

MORTE DE MARIELLE
MAGISTRADA DO TJ-RJ DIZ QUE MARIELLE ERA 'ENGAJADA COM BANDIDOS'
DESEMBARGADORA AFIRMA QUE FACÇÃO CRIMINOSA ELEGEU VEREADORA
Publicado sexta-feira, 16 de março de 2018 às 23:12 - Atualizado às 00:04
Da Redação
A desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), afirmou no Facebook que a vereadora Marielle Franco (PSOL), executada covardemente na quarta-feira (14), na verdade estava “engajada com bandidos”. O comentário foi feito como resposta a uma postagem do advogado Paulo Nader, que chamou a parlamentar de “lutadora dos direitos humanos”.
“A questão é que a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’; ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, escreveu a magistrada, que insinuou que a morte da vereadora foi consequência de cobrança de “dívidas”. “Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”, finalizou.
A JUÍZA SEMPRE APOIOU SÉRGIO MORO
Marielle Franco foi assassinada no bairro da Lapa após sair de um evento. A Polícia Civil já apurou que um homem em um carro esperou que ela deixasse o local para segui-la, no que foi acompanhado de outro carro, que levava o atirador ou atiradores. A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça. Seu motorista, que foi baleado ao menos três vezes, também faleceu.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, confirmou que as munições utilizadas no assassinato da vereadora foram roubadas de um carregamento da Polícia Federal. Segundo o ministro, informações que chegaram a ele dão conta de que a munição foi subtraída da sede dos Correios na Paraíba anos atrás.
“A Polícia Federal já abriu mais de cinquenta inquéritos por conta dessa munição desviada. Então eu acredito que essas cápsulas encontradas na cena do crime foram efetivamente roubadas. Também tem a ver com a chacina de Osasco, já se sabe”, disse, referindo-se à morte de dezessete pessoas pela Polícia Militar de São Paulo, ocorrida em 2015.

ACABOU
EDSON FACHIN NEGA PEDIDO DE LULA AO STF PARA TENTAR ESCAPAR DA PRISÃO
FACHIN AVISA QUE SUPREMO APOIA PRISÃO APÓS SEGUNDA INSTÂNCIA
Publicado sexta-feira, 16 de março de 2018 às 21:15 - Atualizado às 23:23
Da Redação
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o novo habeas corpus preventivo, mais uma tentativa da defesa do ex-presidente Lula de escapar da prisão. A defesa de Lula apresentou o novo HC nesta quarta-feira (14).
Fachin ressalta na decisão desta sexta-feira (16), que o STF não mudou seu entendimento. “No momento da impetração inicial, e mesmo agora após o aditamento, não se alterou, nesse interregno, a orientação da jurisprudência firmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal quanto ao tema da execução criminal após a sentença condenatória ser confirmada à unanimidade por juízo colegiado de segundo grau".
O ministro também afirmou que não cabe a ele levar a pauta para julgamento no plenário do Supremo, por entender que essa incumbência é da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF.
Súmula do STF manda ignorar habeas corpus já indeferido
Pela Súmula 691, do Supremo Tribunal Federal, não compete ao STF examinar decisão de relator indeferindo em habeas corpus requerido a tribunal superior. Sendo assim, prevalece a decisão do ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negando o benefício a Lula.
A Súmula 961, de 2007, foi aprovada com apoio do então ministro Sepúlveda Pertence.

NO BLOG DO JOSIAS
Digitais do Estado abundam na morte de Marielle
Por Josias de Souza
Sábado, 17/03/2018 04:14
O proverbial abismo para o qual a Segurança Pública caminha no Brasil é uma figura de retórica convenientemente dispersa. Como a bandidagem já dá as cartas há muito tempo e, mesmo assim, o brasileiro continua a ver suas novelas e a pagar os seus carnês, o País vive a ilusão de que o inferno é apenas uma ficção admonitória que nunca se tornará uma realidade irrefutável. Mas a investigação preliminar do fuzilamento da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, indica que o caos completo já chegou. O Estado, que deveria prover a Segurança, deixou uma abundante quantidade de digitais na execução.
(...)
As autoridades de Brasília, incluindo Michel Temer, ruminam a certeza de que o crime da noite de quarta-feira foi um desafio à interferência de Brasília na Segurança do Rio. Se a intervenção a ser afrontada é federal, nada mais perturbador do que utilizar munição federal para atingir o alvo. As nove cápsulas de balas calibre 9 milímetros recolhidas na cena do crime pertenciam ao Departamento de Polícia Federal, em Brasília. Espanto!
A munição veio de um lote de 1,9 milhão de balas vendidas à PF em 2006 pela CBC, Companhia Brasileira de Cartuchos. Uma parte foi desviada, confirma o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública). Num desses desvios, ocorrido em 2007, um escrivão chamado Cláudio de Souza Coelho vendeu os cartuchos da PF a bandidos do Rio, acrescenta Jungmann. Pasmo!
O escrivão foi processado, demitido e preso. Entretanto, Jungmann esclarece que mais de 50 inquéritos já foram abertos em função do surgimento das cápsulas surrupiadas da Polícia Federal em cenários de crimes — no Rio de Janeiro e alhures. Quer dizer: a PF diz ter punido o escrivão que entregava ouro aos bandidos. Mas não logrou recuperar a munição, que continua produzindo cadáveres mais de uma década depois do desvio. Estupefação!
Longe dos holofotes, autoridades e investigadores classificaram o assassinato de Marielle como uma execução desde a primeira hora. Diante dos repórteres, porém, os protagonistas do caso comportavam-se como se tivessem sido assaltados por uma dúvida. Ou várias dúvidas. Natural. Os bons detetives sempre abrem o leque de hipóteses no início de uma investigação. De resto, a coisa anda tão degradada no Rio de Janeiro que até as dúvidas assaltam. Mas as imagens captadas por câmeras ao longo do trajeto de Marielle vão dissipando as incertezas.
Já não há a mais remota dúvida de que Marielle e seu motorista foram passados nas armas com método. Coisa de profissionais. Sob o guarda-chuva do general-interventor Braga Netto, que administra a Segurança do Rio por procuração de Temer, a própria Polícia Civil fluminense informou aos escalões superiores que sua principal linha de investigação é a seguinte: a execução foi planejada e executada por policiais ou ex-policiais que atuam em milícias.
Escondidos num carro estacionado atrás do veículo de Marielle, os assassinos poderiam ter disparado contra ela na Rua dos Inválidos, na saída do sobrado em que a vereadora se reuniu com um grupo de mulheres negras. Mas fizeram questão de ostentar a própria destreza. Seguiram o alvo por cerca de 15 minutos, em dois carros. Um deles emparelhou com o veículo em que estava Marielle. Os vidros escuros não prejudicaram a pontaria direcionada para vulto acomodado no banco de trás.
Se as suspeitas dos investigadores estiverem corretas, Marielle e Anderson foram executados com as balas federais da PF, disparadas por matadores ainda pendurados na folha estadual ou assassinos que aproveitam o treinamento que receberam às custas do Estado para empreender no ramo da barbárie.
Em Português claro: a menos que as apurações sofram uma reviravolta, há uma enorme probabilidade de emergir das investigações um assassinato, por assim dizer, estatal. Em linguagem ainda mais clara: na guerra que Temer deflagrou ao assinar o decreto de intervenção, em 16 de fevereiro, o primeiro inimigo a ser enfrentado é o bandido doméstico, infiltrado nas forças de Segurança do Estado.
Trata-se de uma obviedade que o general Braga Netto não ignora. Aliás, o interventor já manuseou o detergente ao trocar os comandos das Polícias Civil e Militar. Começou a passar o rodo, providenciando meia dúzia de prisões. O esforço vai virar fumaça se a intervenção não apresentar rapidamente os executores de Marielle e Anderson.
Num país como o Brasil, que se equilibra à beira do vácuo em vários setores, há muitas definições para abismo. Mas, na área de Segurança Pública, nada se parece mais com o fundo do poço do que um cenário no qual as pessoas não se animam a conversar com um policial a não ser em legítima defesa. A certeza de que o abismo pode ser adiado indefinidamente derrete quando se constata que o Rio é apenas o pedaço do problema que está na vitrine. Há mais encrenca no fundo da loja.
Ao refazer o caminho da munição usada na execução do Rio, a Polícia verificou que balas do mesmo lote surrupiado da PF mataram 17 pessoas no caso que ficou conhecido como Chacina de Osasco, em 2015. Puxaram o gatilho três PMs e um guarda civil. Além dos cartuchos da PF, usaram projéteis adquiridos na CBC pelo Exército (um lote) e Polícia Militar de São Paulo (dois lotes).
O crime no Brasil é organizado porque o Estado é esculhambado. Tão avacalhado que a bandidagem consegue roubar bala das forças estatais como quem toma pirulito de criança. Além da certeza de que a Segurança Pública caiu no abismo não há a menor dúvida sobre quem o cavou.

STF tornou-se local mais seguro para corruptos
Por Josias de Souza
17/03/2018 01:03
A Lava Jato, maior e mais eficiente operação anticorrupção da História, faz aniversário de quatro anos neste sábado. Há muito a festejar, a começar pela modernização dos métodos da Polícia Federal e da Procuradoria. Criou-se um ‘Modelo Lava Jato’ de investigação. O sucesso desse modelo está baseado em três novidades:
1) A corrupção passou a dar cadeia;
2) O medo da prisão estimulou as delações;
3) Os acordos de colaboração judicial impulsionaram as descobertas e propiciaram a recuperação de verbas roubadas.
A má notícia é que o Supremo Tribunal Federal decidiu conspirar a favor da restauração da impunidade. A ameaça de recuo surge no horizonte num instante em que aumentam as cobranças pela punição de representantes da oligarquia política.
Suprapartidária, a Lava Jato corroeu a Presidência de Dilma, encarcerou a biografia de Lula, transformou Temer no primeiro presidente da História denunciado por corrupção no exercício do mandato e carbonizou a pose de presidenciável de Aécio Neves e José Serra. É contra esse pano de fundo de franca deterioração que entra em cena a complacência do Supremo.
A Lava Jato exibe números exuberantes. Entre eles, 220 condenações e a perspectiva de recuperação de mais de R$ 11 bilhões desviados. Mas a Suprema Corte, além de não ter condenado nenhum político com mandato, ameaça rever a regra que permitiu o encarceramento de condenados na segunda instância do Judiciário. Se isso acontecer, a relevância turística do Supremo vai superar sua serventia jurídica.
Há na frente do prédio do STF, em Brasília, uma imponente estátua da Justiça. Qualquer pessoa, mesmo os piores corruptos, poderão posar do lado dela como posariam do lado do Vesúvio, um vulcão adormecido. O perigo de o Supremo entrar em erupção é apenas presumido. Em quatro anos de Lava Jato, o Supremo revelou-se o local mais seguro do País para os acusados de corrupção.

Lewandowski leva ação do PSOL contra intervenção no Rio ao plenário do STF
Josias de Souza
Sexta-feira, 16/03/2018 19:07
O ministro Ricardo Lewandowski decidiu submeter diretamente ao plenário do Supremo Tribunal Federal o julgamento da ação em que o PSOL questiona a constitucionalidade da intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro. A petição foi ajuizada na manhã de quarta-feira, horas antes do assassinato da vereadora Marielle Franco, que era filiada ao PSOL.
Na ação, o partido pediu a suspensão imediata do decreto de Michel Temer que formalizou a intervenção. Mas Lewandowski preferiu não deliberar sobre a encrenca em decisão liminar (temporária). Optou por dividir com os outros dez colegas do Tribunal a decisão sobre o mérito do pedido do partido. Não há data para o julgamento. Cabe à presidente do Supremo, Cármen Lúcia, incluir o tema na pauta de julgamentos.
O PSOL sustenta em sua petição que a intervenção não foi justificada adequadamente. Alega que a providência é eleitoreira. Afirma que não há previsão constitucional para intervenção parcial, apenas no Setor de Segurança. Argumenta, de resto, que Temer não submeteu previamente a medida aos conselhos da República e da Defesa Nacional, que só tomaram conhecimento do decreto depois que ele já estava em vigor.

Temer cancela balanço cenográfico da intervenção federal no Rio de Janeiro
Por Josias de Souza
16/03/2018 16:05
Michel Temer cancelou o balanço festivo que faria da intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro. Concluiu que, depois do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), vangloriar-se de eventuais avanços obtidos no primeiro mês da ação comandada pelo general-interventor Braga Netto seria como tocar trombone sob um telhado de vidro. Marcado antes do fuzilamento da líder política e do motorista dela, a celebração ocorreria no domingo, às 10h, no Rio. Mas o presidente suspendeu a viagem.
A intervenção na Segurança do Rio completa um mês nesta sexta-feira. Improvisada, entre um Carnaval carioca marcado por cenas de violência e a Quarta-feira de Cinzas, a iniciativa serviu para que o governo virasse a página do fiasco que estava prestes a amargar na reforma da Previdência. Como previsto por Elsinho Mouco, o marqueteiro de Temer, o Planalto colheu um resultado instantâneo.
Pesquisas feitas para consumo interno indicaram que a intervenção obtivera taxa de aprovação superior a 80%. Inebriados, alguns auxiliares e aliados do governo tornaram-se apologistas da candidatura de Temer à reeleição. Contra esse pano de fundo, o que o governo sinaliza ao cancelar a cerimônia de balanço da intervenção é que, sob Temer, as coisas não são certas ou erradas. Elas são absorvidas positivamente ou pegam mal.
No caso do Rio, o governo mantém o discurso otimista diante das câmeras. Entre quatro paredes, contudo, o Planalto começa a avaliar que a intervenção talvez não produza os dividendos políticos que Temer e auxiliares como o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) já haviam lançado na coluna de ativos. Isso costuma acontecer quando gestores públicos governam fazendo uma opção preferencial pela marquetagem.
Temer poderia se reposicionar em cena se decidisse adotar um comportamento de presidente. Nessa hipótese, ele manteria a cerimônia que havia programado para domingo. Retiraria dela todo o caráter cenográfico. Convocaria a imprensa para declarar que não se dispõe a fazer mágicas no Rio. Faria um balanço realista.
O presidente informaria qual é, afinal, o orçamento da intervenção, até hoje um mistério. E encerraria sua manifestação, fronte alta, dizendo que a brutalidade cometida contra a vereadora do PSOL e seu motorista reforçam o ímpeto do governo para higienizar as polícias fluminenses e enfrentar a bandidagem. Mas para que tudo isso ocorresse seria necessário que, por trás da faixa de presidente, houvesse uma noção qualquer de autoridade e interesse público.

NO ANTAGONISTA
A última chance para livrar Lula da cadeia
Brasil 17.03.18 07:20
Cármen Lúcia e Edson Fachin repudiaram os achaques de Lula.
A ORCRIM agora só tem uma chance para evitar a prisão do criminoso condenado pela Lava Jato: Marco Aurélio Mello.
Diz Merval Pereira:
“A próxima semana será decisiva na disputa que se trava nos bastidores do STF em torno da prisão após condenação em segunda instância, com o objetivo precípuo, porém dissimulado, de evitar a prisão do ex-presidente Lula (…).
Os defensores no Supremo da mudança da jurisprudência manobram para, na sessão da quarta-feira, reabrir a questão, mas apenas um dos ministros, Marco Aurélio Mello, poderá fazê-lo. Seria a última chance para mudarem a jurisprudência antes do julgamento do dia 26 do TRF-4.”

Petistas e tucanos do STF tentam salvar Lula da cadeia
Brasil Sábado,17.03.18 08:19
O foco da Lava Jato, a partir de agora, é São Paulo.
Diz O Globo:
“Pelo menos duas frentes devem estar no radar dos procuradores da Lava-Jato nos próximos meses: um esquema de cartel em obras do sistema viário de São Paulo, já denunciado pelos próprios executivos da Odebrecht, e as denúncias contra Paulo Vieira de Souza, conhecido por Paulo Preto, considerado um dos operadores do PSDB (…)
As gestões da Prefeitura da capital paulista — à época de Gilberto Kassab (PSD) e de Fernando Haddad (PT) — também devem passar por uma varredura mais ampla.”
Isso explica o conluio entre o STF petista e o STF tucano para livrar Lula da cadeia e afundar a Lava Jato.

Marielle é a quadragésima
Brasil 17.03.18 07:50
A violência contra vereadores, ex-vereadores, prefeitos e ex-prefeitos resultou em pelo menos 40 mortes no Brasil na atual legislatura, informa o G1 com base em suas próprias reportagens publicadas entre 2017 e 2018.
Marielle Franco foi a 40ª vítima.
“Além desses 40, o G1 também registrou no período os assassinatos de dois suplentes de vereador (Roberto da Conceição Margarido, de Itatiaia-RJ, e Ueliton Brizon, de Cacoal-RO) e um ex-vice-prefeito (José Roberto Soares Vieira, de Ourolândia-BA).
(…) Em 2016, somente no período eleitoral, a violência contra candidatos atingiu pelo menos 17 Estados e levou a 28 mortes. À época, 25 mil militares das Forças Armadas foram destacados para fazer a segurança das eleições, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu à Polícia Federal que investigasse os crimes.”

O teatro de Marun
Brasil 17.03.18 07:03
Para um integrante do STF, Carlos Marun está mais preocupado com o próprio futuro político do que com a defesa de Michel Temer, ao deflagrar ofensiva contra o ministro Luís Roberto Barroso, registra o Painel da Folha.
“Ministros da Corte dizem que a intenção de Marun ao sugerir o impeachment do magistrado é ter uma desculpa para deixar o governo, reassumir o mandato na Câmara e entrar em campanha para se reeleger em seu Estado, Mato Grosso do Sul.”

Lula animadão
Brasil Sexta-feira, 16.03.18 20:19
Enquanto Edson Fachin nega mais um pedido de seus advogados para tentar evitar sua prisão, Lula, cercado dos suspeitos de sempre, discursa no lançamento de seu livro em São Paulo.
“Por que um cara que foi condenado a 12 anos de prisão continua animado? Continua querendo ser candidato? Porque eu tenho a consciência de que sou inocente. E de que eles mentiram”, disse o condenado animadão.
E acrescentou: “Se eles ousarem mandar me prender, estarão cometendo uma barbárie jurídica. E me tornarei preso político”.
Como já se disse inúmeras vezes, Lula – que não está acima da lei – será um político preso, e não um preso político.

A defesa de Lula não sabe mais o que inventar
Brasil 16.03.18 19:29
Na petição em que pede ao TRF-4 a absolvição de Lula, a defesa do petista cita também o que chama de participação indevida dos EUA na “construção do caso Lava Jato”.
Cristiano Zanin e José Roberto Batochio citam na petição um vídeo de Kenneth Blanco, então vice-procurador do Departamento de Justiça dos EUA.
Na gravação, de 2017, Blanco participa de um evento com Rodrigo Janot e fala de uma “cooperação” entre os americanos e a equipe da Lava Jato, baseada em “confiança”.
Os advogados alegam que o trabalho em conjunto dos procuradores dos dois países, sem passar pelo Ministério da Justiça, fere a lei.
O nome disso é teoria da conspiração. Ou desespero.

Picciani não pode ter ‘tratamento diferente’, diz a PGR
Brasil 16.03.18 17:13
A PGR recomendou que Dias Toffoli rejeite o habeas corpus pedido pelos advogados de Jorge Picciani, informa O Globo.
A defesa do ex-presidente da Alerj alegou questões de saúde para pedir a conversão da prisão preventiva dele em domiciliar – Picciani foi diagnosticado com câncer de bexiga no ano passado.
Cláudia Sampaio Marques, a subprocuradora-geral da República, avaliou que o político não pode ser “beneficiado com tratamento diferente do que é conferido a outros presos em situação similar”, ao menos que seja comprovado um “agravamento do seu estado de saúde”.
Segundo Marques, os próprios laudos apresentados pela defesa mostram que não há indícios de que a assistência a Picciani na cadeia de Benfica seja inadequada.

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