EGUNDA EDIÇÃO DE 04-3-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO ELIO GASPARI
Se foi ‘jogada de mestre’, o Rio está frito
Até agora houve um teatro medíocre
‘Jogada de mestre”, as três palavras ditas por Temer ecoam as outras cinco (“tem que manter isso, viu?”) que descarrilharam seu governo. O doutor nomeou um general para pacificar o Rio e criou um ministério da Segurança. Braga Netto deu uma entrevista coletiva com perguntas previamente selecionadas e quando os jornalistas fizeram um burburinho, ele informou: “Senhores, no grito não funciona”. Verdade, mas com perguntas selecionadas, também não. Ninguém deve esperar que o general seja obrigado a responder o que não quer, mas todo dia, quando acorda, tem o sacrossanto direito de ficar calado ou de falar apenas por notas oficiais.
Se a intervenção no Rio foi uma “jogada de mestre”, Temer pode ter entregue ao general a tropa da cavalaria ligeira da batalha de Balaclava, na guerra da Crimeia, em 1854. Jogada de mestre, foi imortalizada num poema heroico de Lord Tennyson. Noves fora a marquetagem da época que era feita por poetas, aquela carga de cavalaria foi um desastre, mas durante algum tempo valeu a emoção do poema.
No mesmo palácio de Temer está o ex-governador do Rio, Moreira Franco. Numa jogada de mestre, em 1987 ele também anunciou o império da lei e da ordem.
Temer pagou o vexame de dispensar o diretor da Polícia Federal, um fabricante de trapalhadas que ficou no cargo menos de cem dias. Todas as suas encrencas atrapalhavam o combate à corrupção.
Poucas vezes se torceu tanto para que uma jogada de mestre dê certo. Até agora houve um teatro medíocre.
ZILDA ARNS, MUITO TRABALHO, ZERO TEATRO
Está chegando às livrarias “Zilda Arns — A Biografia”, do jornalista Ernesto Rodrigues, que conta a vida da médica que criou a Pastoral da Criança e revolucionou as políticas públicas de combate à mortalidade e desnutrição infantil. Por diversos ângulos, a vida de Dona Zilda é um tesouro. Junta a fé católica e vigor pessoal. Seu irmão Paulo Evaristo foi cardeal, outro tornou-se frei, e duas irmãs, religiosas. Zilda enviuvou aos 46 anos e criou cinco filhos. Quando morreu, aos 75, durante o terremoto do Haiti de 2010, ela era um símbolo da força da mobilização comunitária e do valor das soluções simples. Com 200 mil voluntários, a Pastoral cuidava de 1,35 milhão de crianças. É palpite, mas sua beatificação pelo Vaticano será uma questão de tempo.
A virtude da narrativa de Ernesto Rodrigues está em ter mostrado, sem estridências, como é dura a rotina de quem quer fazer o bem. Em 1983 ela foi defenestrada do serviço de pediatria do governo do Paraná por motivos puramente políticos. Quando começou a formular o trabalho de uma Pastoral da Criança, teve que ralar nas ciumeiras de outras iniciativas da Conferência Nacional dos Bispos. Sua ação comunitária foi hostilizada pelos salvadores da pátria que viam nela uma política meramente assistencialista. Farmacêuticos chegaram a se mobilizar porque seu trabalho reduzia a venda de remédios contra diarreias de crianças. A burocracia internacional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, às vezes ajudava, às vezes atrapalhava. Dona Zilda teve bons aliados: o irmão cardeal, o bispo D. Geraldo Majella, Roberto Marinho e o ministro da Saúde, José Serra. Outro ministro (ela lidou com 28) queria engessar a Pastoral e gentilmente retirou-a da sala. Ninguém conseguiu pespegar-lhe um rótulo político. Ela era uma máquina a serviço das crianças. Só.
No dia 20 de janeiro de 2010 Zilda Arns estava no Haiti e passou o dia com religiosos num dos anexos da igreja Sacré Coeur e assistira a uma missa. A terra tremeu e restou apenas um monumento com a forma de crucifixo.
RIDÍCULO
Os juízes federais que ameaçam fazer greve para defender o penduricalho do auxílio-moradia podem entender muito de Direito, mas não têm senso do ridículo.
Se eles pararem, farão menos falta que o pipoqueiro do cinema. Os cidadãos que pagam seus salários e auxílios esperam anos por um despacho dos meritíssimos. O doutor Luiz Fux ficou três anos sentado em cima do processo que arguiu a inconstitucionalidade do penduricalho e nenhum juiz reclamou. Afinal, era um esperteza a favor deles.
CANCELLIER, 4 MESES
Completaram-se quatro meses do suicídio do professor Luiz Carlos Cancellier, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina. Ele se matou depois de ser preso e proibido de entrar no campus da instituição. Sabe-se que a Polícia Federal tem um novo diretor e que a reforma da Previdência de Temer foi para o brejo, mas não se sabe o resultado da espetaculosa Operação Ouvidos Moucos, que o relacionava com um desvio (inexistente) de R$ 80 milhões.
Aqui e ali pingam gotinhas de informações capazes de insinuar culpas de Cancellier. Sabe-se que ele não é acusado de ter desviado um só centavo. O inquérito teria mais de 3 mil páginas e o principal acusador de Cancellier, o professor Rodolfo Hickel do Prado, diz que ele quis atrapalhar a investigação ao avocar oficialmente ao seu gabinete o processo que tratava dos desvios. Além disso, a investigação envolveu a Capes e os procedimentos burocráticos não foram mantidos em sigilo. Isso foi o que vazou. Parece pouco para tamanho espetáculo.
CONCILIAÇÃO
Cozinha-se em Brasília uma gambiarra para manter o mimo do auxílio-moradia usufruído por magistrados e procuradores. A ideia é manter o pagamento para os servidores que vão viver em cidades onde não têm casa. Os outros, que embolsam os R$ 4,3 mil mesmo tendo imóveis, às vezes dois e, num caso, 60, teriam o mimo transformado numa forma de abono. Ele seria abatido gradativamente. Quando as categorias tivessem aumentos salariais.
A ideia é engenhosa, mas falta os doutores concordarem com o fim de todos os outros penduricalhos e com o respeito ao teto constitucional dos R$ 33,7 mil.
EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e acredita em todas as superstições. Tem medo de gato preto, não passa embaixo de escada e não diz o nome do Pai da Aviação.
O cretino achou a origem da desgraça de Jared Kushner, o genro de Donald Trump, encrencado com a polícia americana.
O pai de Jared é um empreendedor imobiliário e comprou um edifício na Quinta Avenida para substituí-lo por uma torre moderníssima. A arquiteta Zaha Hadid, que projetou o novo prédio, foi abatida por um ataque cardíaco aos 66 anos, o negócio atolou e a empresa de Kushner está mal da pernas.
O prédio da Quinta Avenida tem o número da besta, iluminado por diabólicas luzes vermelhas.
WAGNER E A CHINA
O ex-governador Jacques Wagner justificou sua coleção de 15 relógios de grife dizendo que são réplicas compradas na China.
Lance arriscado. A milenar tradição chinesa do “Yahui” ou “gorjeta elegante” consiste em dar a uma pessoa uma obra de arte falsa quando, na realidade, ela é verdadeira.

NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
Voluntarismo confronta tradição
POR MERVAL PEREIRA
Domingo, 04/03/2018 06:30
Os três pré-candidatos mais bem colocados atualmente nas pesquisas eleitorais, partindo-se do princípio de que o ex-presidente Lula está fora da disputa, não têm estruturas partidárias fortes. Jair Bolsonaro, a caminho do PSC, Marina Silva da Rede e Ciro Gomes do PDT superam até o momento potenciais candidatos dos dois partidos que dominam a política nacional nos últimos 25 anos, PT e PSDB.
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin perde para Bolsonaro em seu próprio Estado, nicho tucano que vem sendo desmontado pelo voluntarismo do candidato da extrema-direita. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde os tucanos costumavam reinar, também Bolsonaro aparece bem votado, e um dissidente do PSDB abre caminho em outro pequeno partido, o Podemos.
O senador Álvaro Dias vem crescendo no Sul e crava sua liderança no seu estado natal, Paraná, berço da Operação Lava Jato. Ciro Gomes domina o eleitorado nordestino na ausência de Lula, e não dá margem a que um candidato petista substitua o ex-presidente na preferência do eleitorado.
Já Marina Silva, com seu minúsculo partido que terá cerca de 1% do tempo de propaganda gratuita de rádio e televisão, e a menor verba partidária de quantos disputarão a eleição, mantém-se na memória afetiva da população e aparece sempre disputando uma vaga no segundo turno, mesmo quando Lula está na parada. Afinal, já teve 20 milhões de votos em duas eleições presidenciais seguidas, o que não é de se desprezar.
Mesmo diante de todas essas evidências de que a política tradicional está sendo atropelada pela indignação das ruas, políticos tradicionais como o próprio Lula, ou até mesmo o vereador e ex-prefeito do Rio, César Maia, acham que a disputa final se dará mais uma vez entre petistas e tucanos, e por isso César Maia desestimula publicamente a tentativa de seu filho, o deputado federal e presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de abrir caminho próprio para disputar a presidência da República pelo DEM.
Maia filho será lançado esta semana, e vê uma avenida aberta para candidatos novos diante da ausência de Lula e a falta de alternativas apresentadas ao eleitorado até o momento. Rodrigo Maia não acredita na competitividade do PSDB, e muito menos de Geraldo Alckmin.
O governador tucano, no entanto, se movimenta à moda antiga, o chamam de candidato analógico em tempos digitais, fechando acordo com outros partidos da política tradicional como o PTB e PSD, da base do governo Temer. As negociações com outras legendas, como PPS e PV, estão avançadas. O objetivo é ter cerca de 25% do tempo de TV em cada bloco diário de 12 minutos, na certeza de que esse será o diferencial numa eleição em que estão em jogo cargos que dependem de acordos partidários amplos para garantir o número de votos necessários.
O único candidato fora das grandes estruturas partidárias que raciocina com elementos da velha política ainda é Ciro Gomes, que, embora descrente devido às divergências que vem tendo com a estratégia de Lula e do PT, ainda vislumbra em uma aliança improvável mesmo antes do segundo turno.
O que está em disputa são duas visões distintas da política partidária neste momento por que o país passa: as grandes estruturas partidárias lutam por manter seu espaço tradicional, enquanto as lideranças carismáticas, seja por que motivo for, jogam nas redes sociais para fomentar dissidências, que desestruturariam os acordos estabelecidos historicamente. Ciro ainda acredita que a esquerda acabará vendo nele a salvação do projeto de poder. Lula, a única liderança carismática que tem uma estrutura partidária forte, mesmo que abalada pelos escândalos, não consegue transplantar para um poste essa dupla qualificação.
É o que Rodrigo Maia quer fazer com o DEM, um tradicional parceiro do PSDB que tenta alçar vôo próprio na certeza de que o sinal será invertido: os tucanos, constatando a inviabilidade eleitoral de Alckmin, o cristianizariam em seu favor. É o que o PPS tentou fazer com Luciano Huck, comendo por dentro as bases tucanas.
O governador de São Paulo, por sua vez, trabalha seu estilo zen, acusado de anódino pelos adversários, na certeza de que ao final ele será o aglutinador das forças do centro nacional, incluindo aí o MDB do presidente Temer. Assim como Lula acha que, ao final, será o candidato do PT que lançará, e não Ciro Gomes, o destinatário dos votos da esquerda.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Domingo, 4 de março de 2018
Os Militares na Política, finalmente!
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Os militares cansaram de tomar golpes no Brasil. Na saideira do serviço ativo, o General Hamilton Mourão deu uma notícia estratégica. Sua missão, na reserva, será liderar uma mobilização para que as Forças Armadas elejam seus representantes políticos diretos, sem intermediários. As Legiões irão além do mero lobby. Farão Política de forma direta e legítima.
A esquerdalha tem bons motivos para aloprar. A ofensiva militar no campo político é uma eficiente resposta aos históricos e persistentes ataques ideológicos sofridos pelas Forças Armadas. O momento histórico é altamente favorável aos militares. Não só pela popularidade em alta – como uma das instituições mais confiáveis. Mas também com o desprestígio de seus adversários/inimigos da sinistra-canhota (perdão pela redundância).
O movimento estratégico dos militares na política coincide com a intervenção na área de Segurança do Rio de Janeiro. Também acontece justamente no instante histórico no qual um candidato (Jair Bolsonaro, um capitão reformado do Exército) se lança candidato a Presidência da República, simbolizando a visão e os valores cultivados pelos militares, enaltecendo o compromisso com a Democracia e a plena Segurança.
O General Mourão nem teve tempo de tirar a farda e vestir pijama. Já se lançou candidato a Presidente... Do Clube Militar... Mourão será um sucessor estratégico do General Gilberto Pimentel - que vem cumprindo a missão originária da Casa da República, ao manter vivo o livre debate, com pronunciamento direto e imediato sobre as relevantes questões brasileiras.
Ainda não se pode descartar que Mourão encare uma aventura eleitoral. Até o começo de abril, ele pode se filiar a um partido político, para disputar algum cargo eletivo no pleito de 2018. De imediato, Mourão já é um poderoso “General-Eleitoral” do Jair Bolsonaro. Imagina se Mourão resolve encarar o desafio de um cargo majoritário? Uma vaga ao Senado ou até um Governo do Rio de Janeiro?
Os militares precisam de representação política direta. A maioria dos brasileiros tem de compreender a verdadeira e principal missão deles – que é zelar pela Segurança da Nação. Sabotagens ideológicas e criminosas contenções de verbas atrapalham o cumprimento eficiente do dever militar. Chorinho nem gritaria de general pouco ou nada resolvem. A saída é uma ofensiva política, na plena defesa da Democracia e da Liberdade.
Mourão é o General certo na hora certa. Tem coragem e fala a verdade. Antecipadamente, é um vencedor no meio de uma insana guerra de todos contra todos os poderes.
Quem sabe agora não nasce, finalmente, o tão esperado Projeto Estratégico de Nação para o Brasil - tão reivindicado pelos militares e sempre postergado pelos políticos profissionais? 
(...)

NO O ANTAGONISTA
Gleisi Hoffmann é a segunda da fila
Brasil 04.03.18 09:22
Celso de Mello – abstratamente, é claro – quer salvar Lula.
Ao mesmo tempo, ele promete que Gleisi Hoffmann será julgada em breve.
O Globo perguntou se ele já está elaborando os votos dos réus da Lava Jato.
Ele respondeu:
“Já, eu quero ver se libero logo. Primeiro chegou o processo do deputado Nelson Meurer e depois o da senadora Gleisi Hoffmann. Vou observar a ordem de chegada.”
Concretamente, Gleisi Hoffmann será salva pelos colegas de Celso de Mello na Segunda Turma, em particular Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

A regra cumprida por Maluf
Brasil 04.03.18 09:40
Paulo Maluf, na cadeia, disse à Folha:
“Querem que eu cumpra pena? Tudo bem. Mas eu posso cumprir em São Paulo, perto da minha família. Eu posso cumprir na minha casa. Eu sou o único preso aqui que tem 86 anos. E cumprindo regime fechado! O único! Eu tive câncer de próstata. Eu sou cardíaco. Tomo 15 remédios por dia.”
O ex-prefeito também afirmou que não sabe bem – nem quer saber – porque crimes seus colegas de prisão foram condenados.
“A regra aqui é ‘Don’t ask, don’t tell’ [não pergunte nada, não conte nada]”.
Pois é, Maluf.
Nunca é tarde para cumprir regras.

Lula cai lentamente
Brasil 04.03.18 09:10
Lula é reprovado por 56% dos brasileiros e aprovado por 42%.
O diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo, notou que, desde dezembro, seus números vem piorando lentamente, acima da margem de erro da pesquisa.
O criminoso condenado pela Lava Jato tinha um saldo negativo de 9 pontos em dezembro, agora subiu para 14 pontos.

O rastreamento e a vulnerabilidade dos professores de bandidos
Brasil 04.03.18 09:06
Os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Polícia do Rio de Janeiro já rastrearam entre 10 e 12 ex-combatentes, na faixa dos 28 anos, que dão aulas a bandidos no Rio, mas o número pode ser maior, segundo o Estadão.
“Os militares que passam pelo Batalhão de Operações Especiais dos Fuzileiros Navais fazem cursos e estágios de guerra na selva, na caatinga, no pantanal. Aprendem a saltar de paraquedas e a executar tiros de precisão, combate pessoal e ações anfíbias. São oficiais, subtenentes e sargentos.
No Comando de Operações Especiais do Exército, o ciclo mais abrangente prepara por 25 semanas para missões de reconhecimento, contraterrorismo, resgate, evasão, sabotagem, guerrilha e contraguerrilha. Por isso são tão valorizados pelas facções no treinamento de seus ‘soldados’.”
O novo ministro da Defesa, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, disse na sexta-feira que as Forças Armadas dispensam entre 75 mil e 85 mil reservistas todos os anos.
“Esse pessoal passa pelas Forças, é treinado, adestrado, preparado e, quando sai, às vezes volta ao desemprego. E eles podem se tornar vulneráveis nesse momento, podem ser cooptados.”
O discurso da vulnerabilidade em razão do desemprego só faz legitimar moralmente a escolha pelo crime.
Quem passa pelas Forças Armadas e vai treinar bandido é bandido mesmo. Do tipo que quer se dar bem na vida, nem aí para as consequências na vida alheia.
Será bem melhor se nossos generais focarem sua atuação em prendê-los.
De “sociólogo” na Segurança Pública do Rio, já bastou o ex-secretário José Mariano Beltrame.

Marco Aurélio e Lewandowski concederam maioria das liminares pró-condenados
Brasil 04.03.18 08:36
Vencidos no julgamento de 2016 que determinou a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski foram responsáveis por 72 das 91 liminares que favoreceram condenados, conforme o levantamento feito pela Folha.
“Em geral, as decisões de Marco Aurélio sobre o assunto têm sido derrubadas mais tarde na Turma à qual ele pertence, onde a maioria é a favor das prisões. Na turma de Lewandowski, o equilíbrio pende para a direção oposta.
Para os defensores da orientação favorável às prisões, como o ministro Luís Roberto Barroso, esperar pelo esgotamento de todos os recursos é uma forma de alongar desnecessariamente os processos, contribuindo para a impunidade de muitos crimes.
Marco Aurélio e Lewandowski argumentam que os recursos permitem corrigir injustiças e por isso a execução da pena deveria esperar pelo seu exame. Nos casos em que concederam habeas corpus, os dois têm justificado suas decisões apontando a ausência de motivação para as ordens de prisão dos tribunais inferiores e falhas processuais, entre outras razões.”
Podemos incluir entre “outras razões” a criação de precedentes para salvar Lula?
(...)

Ministros do STF contrariaram 91 vezes STF sobre prisão
Brasil 04.03.18 08:25
Ministros do STF contrariaram a orientação da maioria dos integrantes da própria Corte em pelo menos um quinto dos casos de pessoas condenadas em segunda instância que recorreram ao Tribunal para se livrar da prisão nos últimos dois anos, informa a Folha.
Análise feita pelo jornal em 390 pedidos de habeas corpus examinados pelo Supremo no período mostra que ministros suspenderam ordens de prisão ou mandaram soltar condenados em 91 casos, equivalentes a 23% do total.
“Foram beneficiadas pessoas condenadas por corrupção, tráfico e crimes contra a vida e patrimônio, entre outros.
As decisões foram tomadas individualmente, antes do julgamento dos habeas corpus nas duas Turmas em que os integrantes da Corte se reúnem. As liminares tiveram efeito imediato e refletem a divisão profunda que a questão das prisões criou no Tribunal.
A presidente do STF, Cármen Lúcia, tem sofrido pressões de colegas para reabrir o debate sobre o assunto. Eles querem que ela submeta ao plenário ações que questionam a legalidade das prisões efetuadas após condenação em tribunais de segundo grau.”
Resista, Carminha!
(...)

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