PRIMEIRA EDIÇÃO DE 27-02-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2018
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, vai dar o "voto de minerva", nesta terça-feira (27), que pode resultar na proteção ou na extinção da agricultura familiar no País. Quatro ações tentam ganhar no tapetão, atropelando a ordem jurídica, o Código Florestal aprovado de goleada no Congresso. A votação está empatada em 5x5 no STF, com ministros "jogando para a plateia" ambientalista. Se desempatar contra o Código, 4,6 milhões de pequenos agricultores deixarão de existir.

As ações querem atropelar a temporalidade das leis e punir pequenos agricultores por usarem áreas de acordo com as leis de suas épocas.

É como o STF decidir se prédios de 10 andares devem ser demolidos porque a lei mudou e já permite, como antes, nada acima de 5 andares.

Se considerar "inconstitucionais" os artigos 49 e 67 do Código, ficará inviável a produção de alimentos que abastece a mesa do brasileiro.

O agricultor não é inimigo do meio ambiente: a vegetação protegida por eles em suas terras representa mais de 20% do território nacional.

Melhorou muito de vida o ex-sindicalista Jaques Wagner, carioca que chegou na Bahia puxando uma cachorrinha até virar diretor de sindicato em Camaçari. Ao cumprir mandado de busca contra o ex-ministro, a Polícia o encontrou no 13º andar do luxuosíssimo edifício "Mansão Victory Tower". Ali, cada apartamento naque prédio não sai por menos de R$10 milhões. Do sindicalista, só resta a barba estilo Lula.

O edifício onde mora o ex-governador e ex-ministro Jaques Wagner fica no mais exclusivo endereço de Salvador: o Corredor da Vitória.

No prédio-mansão de Jaques Wagner cada andar é um apartamento. E o morador chega ao mar utilizando um teleférico.

A PF indiciou Wagner por embolsar R$82 milhões roubados das obras do estádio Fonte Nova. Algo como "mais de um Geddel e meio".

Os críticos de militares nas favelas do Rio atacam a revista de mochilas de menores, mas não o uso que o tráfico faz desses garotos como "aviões"... para abastecer de drogas muitos deles, os críticos.

A depressão do ministro Leonardo Picciani (Esporte), que preocupa o Planalto, é ocasionado pela prisão do pai, do irmão Felipe, segundo amigos, e agravada pelo grau leve de autismo nele diagnosticado.

O prefeito paulistano João Dória já aprendeu que não existe espaço vazio em política, enquanto o veterano Geraldo Alckmin, ainda não. A reunião de Dória com o ministro Gilberto Kassab, ontem, mostrou isso.

Enquanto João Dória age como candidato a governador, costurando alianças, Alckmin reluta em operar como pretendente à presidência, ausente nos demais Estados e sem articular o próprio projeto político.

O total exato dos recursos disponíveis através do fundão eleitoral (no mínimo R$ 1,7 bilhão) para a campanha 2018 será divulgado no dia 18 de junho. Além disso, ainda haverá R$780 milhões do fundo partidário.

O projeto de reforma da Previdência do PT está há 10 anos nas gavetas do Senado. E, claro, não mexe nos privilégios de 3 milhões de servidores, que custam o mesmo que 30 milhões do setor privado.

O American Express, que cobra taxas siderais, tirou o site do ar "para revitalização" e só vai voltar, "se não houver imprevistos", após o dia 5. O cliente otário que espere. Nos EUA, isso jamais aconteceria.

A propaganda eleitoral começa oficialmente em 16 de agosto, como comícios, carreatas, distribuição de material gráfico e propaganda (gratuita) na Internet. O guia na rádio e na TV, só no dia 31 de agosto.

...a intervenção federal não é um Plano Real.

NO DIÁRIO DO PODER
'ORDEM JUDICIAL'
PGR PEDE AO SUPREMO QUE AFASTE SEGÓVIA EM CASO DE NOVAS DECLARAÇÕES
DODGE QUER VETAR AFIRMAÇÕES DO DIRETOR DA PF SOBRE INQUÉRITOS EM CURSO
Publicado segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018 às 18:46
Da Redação
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal, nesta segunda-feira, 26, ‘ordem judicial’ para que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, se abstenha de declarações a respeito de inquéritos em curso, sob pena de afastamento do cargo. O requerimento foi feito no âmbito do inquérito dos Portos, que investiga se decreto do presidente Michel Temer beneficiou a empresa Rodrimar.
As informações foram divulgadas no site da Procuradoria-Geral da República.
Em entrevista a agência Reuters, Segóvia afirmou que a tendência é o arquivamento da investigação contra o presidente Michel Temer envolvendo o Decreto dos Portos. De acordo com o chefão da PF, até o momento, não foram angariadas provas sobre o pagamento de propina por parte da empresa Rodrimar para Temer. Ele foi intimado pelo ministro Luís Roberto Barroso a prestar esclarecimentos.
“Quaisquer manifestações a respeito de apurações em curso contrariam os princípios que norteiam a Administração Pública, em especial o da impessoalidade e da moralidade”, diz Raquel.
Raquel Dodge ressaltou que o regimento interno da Polícia Federal prevê que o cargo ocupado por Fernando Segóvia tem natureza administrativa, de forma que o seu titular não tem atribuição para conduzir investigações.
Na petição, a procuradora-geral solicita ao ministro relator uma ordem judicial para que o diretor geral se abstenha de “qualquer ato de ingerência sobre a persecução penal em curso”, inclusive de manifestações públicas a respeito das investigações em curso, sob pena de afastamento do cargo.
Além disso, Raquel Dodge explica que, em função da atribuição do Ministério Público para o exercício do controle externo da atividade policial, remeteu o cópia da representação ao Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) para a adoção de medidas cabíveis dentro do chamado controle externo concentrado da atividade policial.
Segundo nota no site da Procuradoria-Geral da República, ‘ao se manifestar sobre o pedido de dilação de prazo para a conclusão das investigações, a procuradora-geral concordou com a solicitação apresentado no dia 21 de fevereiro pelo delegado responsável’.
Raquel ressalva que medida semelhante foi autorizada em dezembro do ano passado, sem que a Procuradoria-geral tivesse sido consultada. “Embora o objetivo tenha sido nobre, o deferimento de prorrogação de prazo sem prévia manifestação do titular da ação penal acaba por atrapalhar o próprio andamento da apuração, pois prejudica o conhecimento por parte do Parquet da linha investigatória desenvolvida e do estágio das investigações”, resumiu,
Sobre as diligências já realizadas ou em curso no âmbito do inquérito, a PGR explicou que, por parte do MPF, foram apresentadas solicitações – já apreciadas e autorizadas pelo relator – nos meses de setembro e dezembro do ano passado, segundo a PGR.
A procuradora-geral destaca que, ao apresentar pedidos de afastamento de sigilos bancários e fiscais contra investigados no âmbito do inquérito, se baseou nos elementos apresentados apresentados autoridade policial até aquele momento. “No entanto, pelo que observei da análise dos autos que ingressaram nessa procuradoria recentemente, houve novas diligências que serão analisadas e poderão ensejar eventuais pedidos complementares deste órgão ministerial”, ressaltou.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Até Gleisi quer distância do paraíso bolivariano
Ninguém foge para as maravilhas socialistas veneradas por esquerdopatas. Todo mundo sonha fugir de lá
Por Augusto Nunes
Segunda-feira, 26 fev 2018, 17h27 - Publicado em 26 fev 2018, 16h52
O que desmoraliza de vez a conversa fiada dos esquerdopatas é o movimento de entrada e saída. Ninguém foge para paraísos socialistas. Todo mundo foge (ou ao menos sonha fugir) dessas excrescências político-ideológicas. Enquanto Berlim esteve dividida em duas partes, por exemplo, não se soube de um único e escasso alemão que tenha fugido para o lado comunista. Nem seria preciso fugir: era só cruzar a pé o Portão de Brandenburgo. Em contrapartida, milhares de pessoas se expuseram a todos os riscos para alcançar a liberdade e a democracia na Berlim capitalista.
Desde a implantação da ditadura dos irmãos Castro, há quase 60 anos, nenhum barco tripulado por fugitivos do imperialismo americano atracou nas praias de Cuba. Mas incontáveis nativos escaparam clandestinamente a bordo de qualquer coisa que flutuasse, e se perdeu a conta dos que morreram tentando o litoral dos EUA. Como na Alemanha antes da reunificação e na ilha-presídio no Caribe, tem sido assim na Venezuela devastada pelo socialismo bolivariano.
Todos os dias, atravessam a fronteira do Brasil multidões de venezuelanos atormentados pela fome, pela inflação, pelo desemprego e pela violência da ditadura chavista hoje liderada por Nicolás Maduro. Até agora, nenhum morador do lado de cá — venezuelano ou brasileiro — se animou a empreender a travessia no sentido contrário. Não apareceram interessados em desfrutar o paraíso criado por Hugo Chávez e herdado por Nicolás Maduro.
Gleisi Hoffmann, por exemplo, não para de fazer declarações de amor à Venezuela, mas parece achar que uma temporada na maravilha bolivariana incapaz de produzir até papel higiênico é bem pior que a perspectiva de uma temporada na cadeia do Brasil de Temer. A Justiça, aliás, deveria propor uma troca à presidente do PT: se sobrevivesse a alguns meses no paraíso chavista disfarçada de dona de casa venezuelana, seria poupada da gaiola no país natal.

NO BLOG DO JOSIAS
Raquel Dodge barra quebra de sigilos de Temer
Por Josias de Souza
Terça-feira, 27/02/2018 03:51
Contrariando pedido feito pela Polícia Federal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se negou a requisitar ao Supremo Tribunal Federal a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Michel Temer. Alegou que não há, por ora, elementos que justifiquem a providência. Temer é investigado no caso dos portos. Apura-se a suspeita de recebimento de propina em troca da edição de um decreto que favoreceu empresas do setor portuário.
Deve-se a descoberta ao repórter Aguirre Talento. Em notícia veiculada pelo O Globo em sua edição desta terça-feira, ele conta que Dodge requisitou ao Supremo, em 12 de dezembro de 2017, apenas a quebra dos sigilos de outros investigados. Entre eles Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor da Presidência e o coronel aposentado da PM paulista, João Baptista Lima, amigo de Temer há tês décadas. Ambos são suspeitos de receber propinas em nome do presidente.
Em despacho datado de 15 de dezembro de 2017, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso na Suprema Corte, deferiu todas as quebras de sigilo avalizadas por Dodge. A relação inclui também um par de empresas: a Rodrimar, que opera no porto de Santos e tentou interferir na redação do decreto de Temer; e a Argeplan, pertencente ao coronel Lima, uma espécie de faz-tudo do presidente.
Em 19 de dezembro, o delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pela investigação que envolve Temer, protocolou no Supremo um ofício. Nele, enfatizou a necessidade de apalpar os dados bancários e fiscais do presidente. No dia seguinte, 20 de dezembro, Barroso requisitou a manifestação da procuradora-geral. O processo permaneceu retido na Procuradoria até a última sexta-feira, quando Dodge devolveu-o ao Supremo, reiterando seu entendimento contrário à quebra dos sigilos de Temer.
Quatro dias antes, na segunda-feira, conforme noticiado aqui, o delegado Cleyber enviara ao ministro Barroso pedido de prorrogação do inquérito por mais 60 dias. Alegou, entre outras coisas, que aguardava desde dezembro pela liberação de diligências que solicitara à Procuradoria-Geral. Classificou as providências como “imprescindíveis para esclarecer os crimes investigados, notadamente possíveis atos de corrupção ativa passiva e lavagem de dinheiro.” Sem elas, acrescentou o delegado, “a investigação poderá não atingir sua finalidade”.
Curiosos embaraços passaram a tisnar o inquérito que envolve Temer, comentou-se aqui no blog no domingo. O duo entre a PF e a Procuradoria, que deveria tocar no mesmo tom, desafina. Incomodada, Raquel Dodge mandara sua assessoria informar no último sábado que, ao contrário do que alegara a PF, não havia pendências a liberar. Sem citar nomes, esclareceu que já requisitara e obtivera do Supremo, em dezembro, as quebras de sigilo que julgara adequadas.
Nesta segunda-feira, em novo ofício à Corte Suprema, a procuradora-geral manifestou-se a favor da prorrogação do inquérito dos portos. Num trecho do documento, Dodge deu, por assim dizer, o braço a torcer. Ela repetiu que os pedidos de quebra de sigilo que já solicitara basearam-se em elementos colecionados pela PF. Mas admitiu: “No entanto, pelo que observei da análise dos autos que ingressaram nessa procuradoria recentemente, houve novas diligências que serão analisadas e poderão ensejar eventuais pedidos complementares deste órgão ministerial.” Onde se lê “recentemente”, leia-se há mais de dois meses. É esse o prazo do represamento das providências que o delegado Cleyber tachara de “imprescindíveis” no ofício entregue a Barroso na semana passada.
Raquel Dodge vai consolidando neste inquérito uma incômoda imagem de retardatária. Passa a impressão de chegar sempre atrasada nos lances. No mesmo ofício em que referendou o pedido de prorrogação do inquérito por dois meses, ela pediu ao ministro Barroso a expedição de uma ordem judicial para que o diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, se abstenha de praticar “qualquer ato de ingerência sobre a persecução penal em curso, inclusive de manifestações públicas a respeito das investigações, sob pena de afastamento do cargo.”
Referia-se a uma entrevista que Segóvia concedera no carnaval. Nela, o comandante da PF insinuara que a investigação contra Temer seria arquivada por falta de provas. E deixara no ar a hipótese de punir o delegado Cleyber com uma advertência ou até uma suspensão. Antes da Quarta-feira de Cinzas, Barroso já havia intimado Segóvia a prestar esclarecimentos. Recebeu-o em seu gabinete oito dias atrás. Além de dizer que fora mal interpretado, o delegado já assumiu o compromisso de não abrir mais a boca sobre o inquérito. Ou seja: ao pedir providências, Dodge chove no molhado.
Raquel Dodge talvez não tenha notado, mas sua atuação no processo contra Temer é observada com lupa pelos amigos e, sobretudo, pelos inimigos. Os dois grupos realçam traços distintos de sua biografia.
Os amigos reforçam, com razão, suas qualificações técnicas: uma criminalista de mostruário, com mestrado em Direito na prestigiosa escola de Harvard, colecionadora de notáveis serviços prestados ao Estado. Os inimigos recordam que foi guindada ao posto de procuradora-geral por Temer, um investigado que, na véspera de sua nomeação, jantara na casa do ministro Gilmar Mendes, desafeto do seu antecessor, Rodrigo Janot, na companhia de Moreira Franco e Eliseu Padilha, dois ministros encrencados na Lava Jato.

Inimigo número 1 de Temer é o ‘por outro lado’
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 26/02/2018 21:29
Na guerra contra o crime organizado, o principal inimigo do Estado é uma convenção de linguagem: a expressão “por outro lado”. Impossível fazer uma resenha dos últimos acontecimentos sem usar “por outro lado”. Pela primeira vez, Brasília avocou para si o problema da Segurança. Por outro lado, a decisão foi de Michel Temer, um presidente denunciado e em fim de linha. Interveio na segurança do Rio. Por outro lado, manteve o poder político nas mãos do seu PMDB, que saqueou o Estado. Criou o Ministério da Segurança Pública. Por outro lado, deslocou Raul Jungmann para o posto e deixou um militar na pasta da Defesa, um retrocesso histórico.
Depois da Constituição de 88, nenhum governo havia se animado a intervir num Estado, ainda que num setor específico. Por outro lado, o plano foi feito em cima do joelho. Nomeado há dez dias, o general-interventor Braga Neto ainda não expôs seu plano de ação. Espera-se que anuncie alguma coisa nesta terça-feira.
Pode-se dizer que, ao trocar a reforma da Previdência, tema impopular, pela Segurança Pública, assunto de forte apelo, Temer passou a sensação de que algo se move no seu governo. Por outro lado nada se mexeu de verdade. As Forças Armadas, que já estavam no Rio, permanecem lá. Jungmann, que já cuidava de Segurança, continuará cuidando. A Segurança virou prioridade. Por outro lado, o Plano Nacional de Segurança Pública, anunciado com pompa há um ano, continua sendo uma ficção. Enfim, a guerra contra o crime organizado é uma ótima iniciativa. Agora só falta derrotar a expressão “por outro lado”.

PGR pune JBS, mas silencia sobre a sua turma
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 26/02/2018 20:33
Concluindo uma providência que o antecessor Rodrigo Janot iniciara no ano passado, Raquel Dodge fechou a caixa de presentes que a Procuradoria-Geral da República dera aos donos e executivos da JBS. Ficou entendido que os pretensos colaboradores fizeram uma delação seletiva. Esconderam, por exemplo, informações sobre o jogo duplo de Marcelo Miller, um ex-auxiliar de Janot que assessorou a JBS quando ainda pertencia aos quadros do Ministério Público Federal. O reconhecimento do óbvio era necessário e chegou tarde. Falta esclarecer: 1) Que providências serão adotadas contra Miller?; 2) O ex-braço direito de Janot agia sozinho quando socorria a JBS?
Dodge encaminhou ao ministro Édson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, a rescisão dos acordos de delação de Wesley Batista, dono da JBS, e de Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico do grupo. Nada a ver com as provas obtidas dos delatores, que continuam válidas. No ano passado, Janot já fizera o mesmo em relação a Joesley Batista, responsável pelo grampo do Jaburu, e Ricardo Saud, o ex-diretor financeiro que entregou a mala de dinheiro a Rodrigo Rocha Loures, preposto de Temer, e recheou de cédulas as mochilas de Frederico Pacheco, o primo de Aécio Neves.
E quanto a Miller? Bem, segundo Dodge, restou comprovado que a turma da JBS sabia que o doutor ainda era procurador da República quando socorreu os delatores. Mais: a assessoria técnica renderia ao agente duplo a bagatela de R$ 700 mil. Na mesma época, Miller migrava do Ministério Público para o escritório Trench, Rossi e Watanabe, que negociava com a União o acordo de leniência da JBS. Trocaria o contracheque de procurador pelos lucros de uma próspera banca advocatícia. Falta explicar qual foi a extensão do dano causado à Procuradoria.
Em depoimento à Polícia Federal, Miller declarou, em outubro de 2017, que ajudou a turma da JBS a elaborar o acordo de colaboração para não passar por “descortês”. Sustentou que sua colaboração limitou-se a alguns reparos “linguísticos e gramaticais”. Sabe-se agora que, afora os ganhos que seriam obtidos no novo emprego, a cortesia do então procurador e sua habilidade no manuseio da Língua foram orçados em R$ 700 mil. Vai ficar por isso mesmo?
Há muito já se sabia que os métodos de Janot e sua equipe não podiam ser comparados com o zelo da força-tarefa de Curitiba. As rescisões encaminhadas ao ministro Fachin apenas confirmam as suspeitas. Por isso mesmo, a lambança da JBS não será acomodada em pratos asseados enquanto a PGR não demonstrar em que estágio se encontra a faxina interna. Quando a dupla militância de Miller ganhou o noticiário, Janot defendeu o ex-auxiliar.
Ouvido pela Polícia Federal em 15 de janeiro passado, o ex-procurador-geral reposicionou-se ligeiramente em cena. Declarou que a saída de Miller da Procuradoria provocara constrangimento. Por quê? “…Tendo em vista que, até pouco tempo atrás, Marcelo Miller executava ações como integrante do GT/PGR [grupo de trabalho da Lava Jato] e agora passava a atuar na defesa de investigados junto ao próprio grupo de trabalho a que pertencia”.
Apesar do hipotético constrangimento, Janot reiterou no depoimento que não vira ato criminoso de Miller. Inquirido, disse que não sabia informar se Miller orientara os executivos da JBS a grampear autoridades como Temer e Aécio. De resto, o ex-procurador-geral afirmou que nem ele nem os procuradores da Lava Jato deram orientações sobre grampos. Na melhor das hipóteses, Raquel Dodge precisa informar se digeriu a versão do antecessor. Na pior das hipóteses, a doutora terá de anunciar providências complementares.

PF sinaliza ao PT a necessidade de um Plano C
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 26/02/2018 16:33
A despeito das negativas, um pedaço do PT discutia a sério a necessidade de colocar em movimento um plano de contingência para 2018. O debate avançara para o segundo estágio. Além de se fixar no nome do baiano Jaques Wagner como alternativa possível a Lula, o grupo havia enxergado no mineiro Patrus Ananias, ex-ministro do Bolsa Família, uma opção para vice. De repente, o petismo descobriu uma nova contingência para a qual não havia se programado. Antes de ser lançado, o Plano B recebeu ''Cartão Vermelho'' da Polícia Federal. Caiu sobre a cabeça de Wagner um pedaço da marquise da Arena Fonte Nova.
O ex-governador baiano ainda resistia à ideia de se tornar candidato ao Planalto. Dizia-se que ele preferia disputar o Senado. A notícia de que Wagner é investigado sob a acuação de receber R$ 82 milhões em propinas e caixa dois da Odebrecht e da OAS, pode ser uma razão mais palpável para evitar a exposição em vitrine nacional. Às voltas com a inelegibilidade de Lula e com a súbita crise de um Plano B que resistia em assumir, o PT limitou-se a ligar o automático, apertando novamente o botão da “perseguição política.”
''A invasão da residência do ex-governador Jaques Wagner por agentes da Polícia Federal, na manhã de hoje (26) é mais um episódio da campanha de perseguição contra o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças”, escreveu em nota oficial a ré Gleisi Hoffmann, presidente da legenda. “A sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT e até os advogados que defendem nossas lideranças e denunciam a politização do Judiciário.”
Impossível discordar de Gleisi. A sociedade percebe que a Lava Jato está criminalizando não apenas o PT, mas a política. De operação em operação, os agentes do Estado encrencam criminosos que transformaram articulações políticas em trampolim para alcançar os cofres da República. Mas quem criminalizou o PT foram os criminosos do partido — alguns — como Lula, José Dirceu e João Vaccari — já foram inclusive condenados.
O cúpula do PT já tinha feito escala na cadeia após o julgamento do Mensalão. O partido melecou-se novamente porque quis. Precisa buscar agora um Plano C. Fernando Haddad pode ser uma opção. Contudo, se não virar o disco da perseguição política, a legenda arrisca-se a percorrer todo o alfabeto, até chegar ao Plano Z.

NO O ANTAGONISTA
Cármen Lúcia não recebe advogado de Lula
Brasil Terça-feira, 27.02.18 07:17
Cármen Lúcia se recusou a receber Jaques Wagner (codinome Polo), Gilberto Carvalho (codinome Seminarista) e Luiz Marinho (codinome Lamborghini).
Segundo a Folha de S. Paulo, que cuida da agenda dos advogados de Lula, Sepúlveda Pertence pediu audiência à presidente do STF na quarta-feira da semana passada e, até agora, não recebeu resposta.
A colunista social do jornal comenta que “a demora difere da de outros gabinetes. O ministro Edson Fachin, por exemplo, agendou o encontro sem delongas”.

Rio de sangue
Brasil 27.02.18 06:37
A taxa de assassinatos no Rio de Janeiro aumentou mais de 30% em dois anos.
Entre 2015 e 2016, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados por O Globo, “a taxa de homicídios por cem mil habitantes do Rio subiu 24,3%, passando de 30,3 para 37,6. O aumento percentual só foi superado por Acre e Amapá (…).
No ano passado, a taxa voltou a crescer, registrando 40 casos para cada cem mil habitantes.”

Um milhão de assassinatos
Brasil 27.02.18 06:10
O Brasil teve mais de um milhão de assassinatos em vinte anos.
“Segundo dados inéditos do Sistema de Informações sobre Mortalidade”, diz O Globo, “13% dos assassinatos, cerca de 137 mil, ocorreram só no Estado do Rio. Em São Paulo, foram 202 mil pessoas, e em Pernambuco, 84 mil.”

Padilha ‘se livra’ de assessor casado com nova juíza dos casos Geddel e Cunha
Brasil Segunda-feira, 26.02.18 21:15
Eliseu Padilha acaba de nomear para a chefia do gabinete do Ministério dos Direitos Humanos, o procurador de Fazenda Luís Carlos Martins Alves Júnior, casado com a juíza federal Pollyana Kelly Maciel Martins Alves.
Pollyana é a nova titular da 12ª Vara Federal de Brasília, que recebeu parte dos processos que corriam na 10ª Vara contra Lula, Geddel Vieira Lima, Henrique Alves e Eduardo Cunha.
Luís Carlos estava na Casa Civil, trabalhando com o subchefe de assuntos jurídicos, Gustavo Rocha, ex-advogado de Cunha e de Michel Temer. Antes, o procurador foi número dois da AGU por indicação do próprio Padilha.
Fontes do Palácio do Planalto avaliam que a mudança de Luís Carlos foi para justamente evitar questionamentos sobre um possível conflito de interesses com Pollyana e os casos envolvendo ex-integrantes do núcleo duro de Temer.

Para associação, perícia em sistema da Odebrecht é ‘ponta do iceberg’
Brasil 26.02.18 21:13
O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, disse à Folha que a perícia nos sistemas de propina da Odebrecht, o Drousys e o My Web Day, é a “ponta do iceberg”.
Segundo Camargo, a perícia abriu novas áreas de interesse da Lava Jato por ter acessado documentação antes desconhecida, como 32,6 mil relatórios financeiros e contábeis da empreiteira.
O laudo divulgado na sexta-feira passada foi realizado por ordem de Sérgio Moro, que acolheu pedido da defesa de Lula. “A partir de então, desenrolou-se um novelo gigantesco. É uma caixa de Pandora, dali vai sair de tudo”, disse o presidente da associação.

Exclusivo: Direção da PF quer acesso a ‘número do inquérito’ para autorizar operações
Brasil 26.02.18 21:03
No dia da polêmica entrevista à Reuters, Fernando Segóvia determinou a todos os superintendentes da PF que passem a informar o “número do inquérito” quando houver necessidade de reforço policial para deflagração de operações.
O Antagonista obteve com exclusividade o documento interno com as novas instruções, que têm potencial para incendiar de vez as fileiras da PF.
Com o número do inquérito em mãos, dizem os delegados, alguém pode consultar no sistema interno (Siscart) todos os detalhes da investigação, como nomes de alvos e seus crimes.
“É uma espécie de vazamento institucional com potencial de minar o resultado de qualquer operação, que sempre é baseada no sigilo absoluto”, alerta um policial veterano.
A assessoria de imprensa de Segóvia alega que os recursos da PF são “finitos e escassos” e que o sucesso das operações também depende da melhor gestão desses recursos.
Seria, portanto, uma forma de identificar necessidades e priorizar reforços materiais e humanos para aquelas operações que mais precisam. Segundo a assessoria, a PF não tem como deflagrar quatro ou cinco operações de grande porte ao mesmo tempo.

Nota da assessoria do TRF-1
Brasil 26.02.18 20:20
A assessoria do TRF-1 mandou a O Antagonista uma nota em que contesta post sobre a desembargadora Mônica Sifuentes, que negou a prisão de Jaques Wagner.
Leia abaixo:
“A desembargadora federal Mônica Sifuentes não foi investigada pelo Conselho Nacional de Justiça e (…) a correição prévia em seu gabinete teve a finalidade tão somente de viabilizar participação em programa de especialização no combate ao tráfico internacional de pessoas nos Estados Unidos, como representante do Brasil.
Durante o período do seu afastamento, o gabinete ficou sob a direção de um juiz federal convocado, não havendo, portanto, qualquer prejuízo às partes.
A magistrada retornou às suas atividades no mês de julho/2017.
Quanto à nomeação, cabe esclarecer que o nome da magistrada foi escolhido pelo Plenário desta Corte Regional Federal para integrar lista tríplice e que todas as nomeações para os Tribunais Regionais Federais e Tribunais Superiores são privativas do Presidente da República.”

Ministro interino do Trabalho contesta post
Brasil 26.02.18 20:35
Helton Yomura, o ministro interino do Trabalho, também enviou a O Antagonista nota contestando o post “Interino do Trabalho é réu em ação de furto de energia”, notícia veiculada pela GloboNews e reproduzida pelo site.
Yomura, que diz não ser mais sócio da empresa acusada (a Fimatec), reiterou que a origem do caso é “um acidente provocado por caminhão de terceiros na rua de acesso à companhia, que ocasionou a queda do poste e medidor de energia que atende à empresa e à creche vizinha”.
Segundo a nota, no dia do acidente, a própria concessionária de energia fez a ligação direta – por não ter medidores de energia – e não voltou depois para instalá-los, apesar dos pedidos da empresa.
Yomura afirmou ainda que a própria concessionária de energia concordou em rever o débito arbitrado – de R$ 25.000,00 para R$ 818,86 – e disse confiar em que “o deslinde do processo seja pela extinção da ação, firme na pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça”.

Nem Dirceu acredita em candidatura de Lula
Brasil 26.02.18 18:35
A Folha conta que, apesar do discurso “eleição sem Lula é golpe”, José Dirceu admite a hipótese de Lula não concorrer e traça cenários “até mesmo para o caso de prisão do ex-presidente”.
Dirceu, segundo o jornal, diz que o ex-presidente tem de fazer um “gesto de resistência” caso seja preso e estimular a militância a ir às ruas.
O ex-chefe da Casa Civil também apostava na candidatura de Jaques Wagner. Mas isso foi antes da Operação Cartão Vermelho, deflagrada hoje.

Mãe de Crivella é acusada de furar fila em hospital público
Sociedade 26.02.18 18:17
A mãe de Marcelo Crivella, Eris Bezerra Crivella, foi acusada – pela segunda vez – de furar a fila de atendimento em um hospital da Prefeitura comandada pelo filho, relata O Globo.
Eris foi hoje à emergência do Miguel Couto, queixando-se de dores na mão depois da cirurgia que fez em outro hospital municipal carioca, o Salgado Filho.
A BandNews disse ter flagrado a mãe do prefeito entrando para fazer um raios-X antes das pessoas que esperavam no Miguel Couto desde cedo. Segundo a rádio, depois disso ela foi para a sala do diretor do hospital, onde ficou até as 13h30.
Pacientes do Salgado Filho já haviam acusado Eris Crivella de furar a fila para ser operada, logo depois do carnaval.
Nos dois casos, a assessoria do prefeito negou que sua mãe tenha tido qualquer espécie de tratamento diferenciado.

Juntando fatias de mortadelas
Brasil 26.02.18 17:45
Paulo Rocha, senador petista pelo Pará, pede no Twitter ajuda financeira para o documentário da caravana de Lula pelo Nordeste.

Justiça baiana
Brasil 26.02.18 17:18
Como mostramos mais cedo, Jaques Wagner livrou-se na semana passada de uma ação por caixa 2 na campanha de 2010.
A juíza Patrícia Kertzman Szporer arquivou o caso alegando ausência de ilícito eleitoral.
Patrícia foi reconduzida ao cargo no TRE dois dias antes da decisão que beneficiou o petista.

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