PRIMEIRA EDIÇÃO DE 19-12-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Terça-feira, 19 de Dezembro de 2017
Gestão leviana deixou os Correios em frangalhos
Gastando R$12 bilhões por ano com funcionários, além de benefícios jamais vistos nem mesmo em sociedades socialistas, os Correios se encontram em situação tão ruim que nem a privatização a salvaria. Dificilmente apareceria comprador para uma empresa com serviços em declínio e 108 mil empregados com estabilidade no emprego, obrigada a bancar plano de saúde para 450 mil, incluindo até cônjuges e os pais.
Corrida ao ‘ouro’
Seguidas gestões levianas, em governos do PT, canibalizaram os Correios inchando seus quadros e distribuindo benefícios impagáveis.
Quebraram a empresa
O governo Dilma Rousseff (PT) herdou os Correios lucrando R$500 milhões e entregou a estatal com prejuízo de R$2,5 bilhões ao ano.
Roubaram a empresa
Os Correios abandonaram a antiga eficiência e fizeram crescer as indenizações por “extravio” (ou roubo mesmo) de encomendas.
Política de terra arrasada
Em 2011, os Correios tiveram de pagar 958 mil indenizações. Absurdo? Em 2016, foram 10 milhões de indenizações por extravio.
Poderoso na CNC larga boquinha após 30 anos
O poderoso tesoureiro da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Gil Siufo, no cargo há quase 30 anos, vai pendurar a caneta: finalmente anunciou que não é mais candidato a nada. Houve festa nas federações. Ele só perde para o carrapato-mor Antônio Oliveira Santos, na presidência da CNC há 36 anos. Siufo se antecipou ao movimento que o convidaria a se retirar da eleições na CNC, no ano que vem.
Construtora CNC?
Fora da CNC, Gil Siufo perderá o controle do orçamento anual estimado em R$5 bilhões, que bancava inclusive obras espetaculares.
Mandava em tudo
Espécie de “primeiro-ministro” da CNC, Siufo controla também a área de Relações Institucionais, que faz os contatos com o mundo político.
Sinal de paz
A renúncia de Gil Siufo, em reunião de diretoria, foi celebrada como sinal de paz entre as federações associadas à CNC.
Salário na Oi: R$40 milhões
O Ministério Público do RJ apontou várias ilegalidades do plano de recuperação judicial apresentado pelo presidente da operadora Oi, Eurico Teles, entre elas a regra que o torna indemissível por 5 anos, com salários e bônus de R$40 milhões/ano ou R$200 milhões no total.
Walfrido não será vice
O ex-presidente Lula pode procurar outro vice: seu “sonho de consumo” Walfrido dos Mares Guia, consultado, recusará o convite para ser o vice, em 2018. Totalmente dedicado a atividades empresariais, isso não faz parte do seu projeto político e pessoal.
Etanol de milho polui
O etanol à base de milho é muito poluente, entre outras razões, pela grandes quantidades de herbicidas e fertilizantes à base de nitrogênio usados no plantio. Na combustão, gera a emissão de gases poluentes.
Dida está bem
Repórter fotográfico do Estadão tão querido quanto admirado, Dida Sampaio se submeteu nesta segunda (18) a cirurgia para se livrar de aneurisma na aorta. Deu tudo certo, para alívio da família e amigos.
Então é Natal
Sem quórum sequer para carteado, o Senado já exibe gravações de reuniões na TV. Às 16h desta segunda (18), exibia uma sessão pelos 80 anos da UNE, realizada em 10 de agosto.
Clamor por regras
O projeto de lei que regulamenta a profissão de lobista não tem apoio popular segundo o Votenaweb (60% contra), mas profissionais de relações institucionais lutam por regras claras de atuação do setor.
Tristeza para trás
Ao ser informado da absolvição no STF junto com o filho, deputado Arthur Lira (PP-AL), o senador Benedito de Lira (PP-AL) se emocionou, lembrando os três anos de tristeza e aflição que viveram. Ele recebeu a sentença como um passaporte para sua reeleição, em 2018.
Nascendo redondo
A partir desta terça (19), pela primeira vez em 914 dias, o Sol não vai nascer quadrado para Marcelo Odebrecht, preso em 19 de junho de 2015. Foi a primeira vez que o Brasil viu bilionário em cana.
Herói da oposição
Ao anular a medida provisória que adiava o aumento de servidores, mais uma vez o ministro Ricardo Lewandowski alegrou a oposição.
Terça-feira, 19 de Dezembro de 2017
Gestão leviana deixou os Correios em frangalhos
Gastando R$12 bilhões por ano com funcionários, além de benefícios jamais vistos nem mesmo em sociedades socialistas, os Correios se encontram em situação tão ruim que nem a privatização a salvaria. Dificilmente apareceria comprador para uma empresa com serviços em declínio e 108 mil empregados com estabilidade no emprego, obrigada a bancar plano de saúde para 450 mil, incluindo até cônjuges e os pais.
Corrida ao ‘ouro’
Seguidas gestões levianas, em governos do PT, canibalizaram os Correios inchando seus quadros e distribuindo benefícios impagáveis.
Quebraram a empresa
O governo Dilma Rousseff (PT) herdou os Correios lucrando R$500 milhões e entregou a estatal com prejuízo de R$2,5 bilhões ao ano.
Roubaram a empresa
Os Correios abandonaram a antiga eficiência e fizeram crescer as indenizações por “extravio” (ou roubo mesmo) de encomendas.
Política de terra arrasada
Em 2011, os Correios tiveram de pagar 958 mil indenizações. Absurdo? Em 2016, foram 10 milhões de indenizações por extravio.
Poderoso na CNC larga boquinha após 30 anos
O poderoso tesoureiro da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Gil Siufo, no cargo há quase 30 anos, vai pendurar a caneta: finalmente anunciou que não é mais candidato a nada. Houve festa nas federações. Ele só perde para o carrapato-mor Antônio Oliveira Santos, na presidência da CNC há 36 anos. Siufo se antecipou ao movimento que o convidaria a se retirar da eleições na CNC, no ano que vem.
Construtora CNC?
Fora da CNC, Gil Siufo perderá o controle do orçamento anual estimado em R$5 bilhões, que bancava inclusive obras espetaculares.
Mandava em tudo
Espécie de “primeiro-ministro” da CNC, Siufo controla também a área de Relações Institucionais, que faz os contatos com o mundo político.
Sinal de paz
A renúncia de Gil Siufo, em reunião de diretoria, foi celebrada como sinal de paz entre as federações associadas à CNC.
Salário na Oi: R$40 milhões
O Ministério Público do RJ apontou várias ilegalidades do plano de recuperação judicial apresentado pelo presidente da operadora Oi, Eurico Teles, entre elas a regra que o torna indemissível por 5 anos, com salários e bônus de R$40 milhões/ano ou R$200 milhões no total.
Walfrido não será vice
O ex-presidente Lula pode procurar outro vice: seu “sonho de consumo” Walfrido dos Mares Guia, consultado, recusará o convite para ser o vice, em 2018. Totalmente dedicado a atividades empresariais, isso não faz parte do seu projeto político e pessoal.
Etanol de milho polui
O etanol à base de milho é muito poluente, entre outras razões, pela grandes quantidades de herbicidas e fertilizantes à base de nitrogênio usados no plantio. Na combustão, gera a emissão de gases poluentes.
Dida está bem
Repórter fotográfico do Estadão tão querido quanto admirado, Dida Sampaio se submeteu nesta segunda (18) a cirurgia para se livrar de aneurisma na aorta. Deu tudo certo, para alívio da família e amigos.
Então é Natal
Sem quórum sequer para carteado, o Senado já exibe gravações de reuniões na TV. Às 16h desta segunda (18), exibia uma sessão pelos 80 anos da UNE, realizada em 10 de agosto.
Clamor por regras
O projeto de lei que regulamenta a profissão de lobista não tem apoio popular segundo o Votenaweb (60% contra), mas profissionais de relações institucionais lutam por regras claras de atuação do setor.
Tristeza para trás
Ao ser informado da absolvição no STF junto com o filho, deputado Arthur Lira (PP-AL), o senador Benedito de Lira (PP-AL) se emocionou, lembrando os três anos de tristeza e aflição que viveram. Ele recebeu a sentença como um passaporte para sua reeleição, em 2018.
Nascendo redondo
A partir desta terça (19), pela primeira vez em 914 dias, o Sol não vai nascer quadrado para Marcelo Odebrecht, preso em 19 de junho de 2015. Foi a primeira vez que o Brasil viu bilionário em cana.
Herói da oposição
Ao anular a medida provisória que adiava o aumento de servidores, mais uma vez o ministro Ricardo Lewandowski alegrou a oposição.
NO DIÁRIO DO PODER
Gilmar Mendes manda soltar a ex-primeira dama do Rio de Janeiro
Ministro volta a conceder a Adriana medida suspensa pelo TRF-2
Publicado segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 às 18:10 - Atualizado às 23:26
Da Redação
Nesta segunda-feira (18) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que a ex-primeira dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, volte a cumprir a pena em recolhimento domiciliar.
A esposa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi presa em dezembro de 2016, num desdobramento da Operação Calicute. Em março ela passou a cumprir a pena em prisão domiciliar, em seu apartamento no Leblon, sem acesso a internet.
No dia 23 de novembro, a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) determinou a volta de Adriana para o presídio José Frederico Marques, em Benfica.
Adriana foi condenada, em setembro, a 18 anos e 3 meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro e por ser beneficiária do esquema de corrupção comandado pelo seu marido, o ex-governador Sérgio Cabral.
Gilmar Mendes manda soltar a ex-primeira dama do Rio de Janeiro
Ministro volta a conceder a Adriana medida suspensa pelo TRF-2
Publicado segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 às 18:10 - Atualizado às 23:26
Da Redação
Nesta segunda-feira (18) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que a ex-primeira dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, volte a cumprir a pena em recolhimento domiciliar.
A esposa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi presa em dezembro de 2016, num desdobramento da Operação Calicute. Em março ela passou a cumprir a pena em prisão domiciliar, em seu apartamento no Leblon, sem acesso a internet.
No dia 23 de novembro, a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) determinou a volta de Adriana para o presídio José Frederico Marques, em Benfica.
Adriana foi condenada, em setembro, a 18 anos e 3 meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro e por ser beneficiária do esquema de corrupção comandado pelo seu marido, o ex-governador Sérgio Cabral.
MPF denuncia 11 por corrupção e lavagem de dinheiro na compra de Pasadena
Ex-senador Delcídio do Amaral também teria recebido propina da Astra Oil
Publicado segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 às 18:09
Da Redação
A força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná denunciou nesta segunda-feira, 18, onze pessoas pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo US$ 17 milhões, relacionados à aquisição, pela Petrobras, de 50% da refinaria de Pasadena, localizada no Texas (EUA). Foram acusados o ex-vice-presidente da empresa belga Astra Oil, Alberto Feilhaber; os operadores financeiros Raul Davies, Jorge Davies e Gregório Marin Preciado; os ex-funcionários da Petrobras, Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Cezar de Souza Tavares, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles e o ex-senador da República, Delcídio do Amaral Gomez.
Segundo a denúncia, em 2005, Alberto Feilhaber, vice-presidente da Astra Oil à época, pactuou com o então gerente executivo da Diretoria Internacional, Luis Moreira o pagamento de propina de US$ 15 milhões para que funcionários da Petrobras atuassem em favor dos interesses da empresam belga no processo de compra de 50% da refinaria de Pasadena pela Petrobras. Os valores de propina recebidos foram divididos entre ex-funcionários da Petrobras que participaram ativamente do processo de compra e venda: Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles. Além dos ex-empregados da Petrobras, outras pessoas que tiveram participação no esquema também se beneficiaram com parte dos valores: o consultor Cezar de Souza Tavares, os operadores financeiros Fernando Soares e Gregório Marin Preciado e o próprio Alberto Feilhaber.
O ex-senador Delcídio do Amaral Gomez também recebeu parcela desse montante, em razão de acordo que mantinha com os ex-diretores da Petrobras, Nestor Cerveró e Renato Duque, assim como por ter tido atuação fundamental na nomeação de Nestor Cerveró para a Diretoria Internacional da Petrobras. Por força disso, Delcídio do Amaral foi agraciado com ao menos US$ 1 milhão, com consciência de que tal valor decorria de propina no processo de aquisição da refinaria de Pasadena.
As provas revelaram ainda a ocorrência de acerto adicional de propina, também em 2005, no valor de US$ 2 milhões, feito entre Alberto Feilhaber e os então funcionários da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco. Essa promessa adicional de pagamento se deu como contrapartida pela atuação e empenho de Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco pela indicação e seleção da refinaria de Pasadena para ser adquirida pela Petrobras.
Lavagem de dinheiro por cinco países – Após a efetivação do negócio, com a assinatura de um closing agreement em 1º/9/2006 entre a Astra Oil e a Petrobras, que confirmava a aquisição de 50% da refinaria de Pasadena pela estatal brasileira, Alberto Feilhaber e os funcionários corrompidos fizeram uso de contrato fraudulento de consultoria firmado entre a empresa Astra Oil e a empresa Iberbras Integración de Negocios Y Tecnologia, de propriedade do denunciado Gregório Marin Preciado, para concluir o pagamento da propina. Assim, a Astra Oil transferiu, em 10/10/2016, o valor de US$ 15 milhões para a conta da empresa Iberbras, no banco Caixa Bank, na Espanha, conforme mostram documentos e informações bancárias obtidos durante a investigação, inclusive por meio de cooperação jurídica internacional.
Constatou-se ainda que, ao ser efetuada a distribuição dos valores entre os diversos beneficiários da propina, com o intuito de ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, foram realizadas sucessivas e complexas operações de lavagem de dinheiro, com a utilização de diversas contas mantidas em nome de offshores em diferentes países. Assim, os valores saíram da Espanha e foram desmembrados em diversas contas para chegarem aos seus destinatários finais. As investigações identificaram transferências para outras contas localizadas na Suíça, em Liechtenstein, em Hong Kong e na Alemanha.
Já para o pagamento de propina adicional de US$ 2 milhões, Alberto Feilhaber efetuou o repasse da quantia aos ex-funcionários da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco por meio de contas não declaradas mantidas na Suíça em nome de offshores.
Em relação aos valores de propina destinados a Delcídio Amaral, foram feitas ao menos cinco entregas em espécie a uma pessoa indicada pelo ex-senador. O responsável pelas entregas foi o operador Fernando Soares, agindo a pedido de Nestor Cerveró e Renato Duque.
Elementos probatórios obtidos durante a investigação revelaram ainda que, além de prometer e pagar propina aos funcionários públicos, o então vice-presidente da Astra Oil, Alberto Feilhaber, também se beneficiou de parte da propina paga pela empresa belga, recebendo para si US$ 5.250 milhões a partir de sucessivas transferências dissimuladas realizadas em contas mantidas no exterior.
A denúncia apresentada nesta data decorre de uma investigação complexa e detalhada, na qual foram utilizados diversos meios e técnicas de investigação. Além da cooperação jurídica internacional e do uso das colaborações premiadas, foi necessário rastrear transações bancárias no Brasil e no exterior, verificar contratos internacionais e analisar registros de comunicações eletrônicas obtidos com autorização judicial, dentre outras diligências. “A formulação dessa primeira acusação no caso de Pasadena revela que ainda há muito a ser feito para a responsabilização de todos os envolvidos no grande esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato. Assim como outras denúncias poderão decorrer da continuidade das investigações no caso de Pasadena, há ainda, na Petrobras e fora dela, diversos contratos, obras e atos de corrupção cuja investigação demanda tempo e esforço. O compromisso do Ministério Público Federal é responsabilizar todos aqueles que tenham praticado crimes de corrupção em detrimento da população”, afirmou o procurador regional da República Antonio Carlos Welter, membro da força-tarefa Lava Jato.
De acordo com levantamento realizado pelo Tribunal de Contas da União, a aquisição dos 50% da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi realizada por preço consideravelmente superior ao devido, acarretando prejuízos milionários para a estatal brasileira. Segundo lembra a procuradora da República, Laura Gonçalves Tessler, “a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras é mais um exemplo do poder devastador da corrupção e do quanto essa prática é nociva para a sociedade. Em razão de casos como esse, os recursos do Estado brasileiro são desperdiçados com o pagamento de corrupção, sobrepreço e superfaturamento, e o povo brasileiro é quem acaba sofrendo com a falta de recursos públicos para necessidades básicas, como saúde, saneamento básico e educação”. (AE)
Ex-senador Delcídio do Amaral também teria recebido propina da Astra Oil
Publicado segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 às 18:09
Da Redação
A força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná denunciou nesta segunda-feira, 18, onze pessoas pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo US$ 17 milhões, relacionados à aquisição, pela Petrobras, de 50% da refinaria de Pasadena, localizada no Texas (EUA). Foram acusados o ex-vice-presidente da empresa belga Astra Oil, Alberto Feilhaber; os operadores financeiros Raul Davies, Jorge Davies e Gregório Marin Preciado; os ex-funcionários da Petrobras, Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Cezar de Souza Tavares, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles e o ex-senador da República, Delcídio do Amaral Gomez.
Segundo a denúncia, em 2005, Alberto Feilhaber, vice-presidente da Astra Oil à época, pactuou com o então gerente executivo da Diretoria Internacional, Luis Moreira o pagamento de propina de US$ 15 milhões para que funcionários da Petrobras atuassem em favor dos interesses da empresam belga no processo de compra de 50% da refinaria de Pasadena pela Petrobras. Os valores de propina recebidos foram divididos entre ex-funcionários da Petrobras que participaram ativamente do processo de compra e venda: Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles. Além dos ex-empregados da Petrobras, outras pessoas que tiveram participação no esquema também se beneficiaram com parte dos valores: o consultor Cezar de Souza Tavares, os operadores financeiros Fernando Soares e Gregório Marin Preciado e o próprio Alberto Feilhaber.
O ex-senador Delcídio do Amaral Gomez também recebeu parcela desse montante, em razão de acordo que mantinha com os ex-diretores da Petrobras, Nestor Cerveró e Renato Duque, assim como por ter tido atuação fundamental na nomeação de Nestor Cerveró para a Diretoria Internacional da Petrobras. Por força disso, Delcídio do Amaral foi agraciado com ao menos US$ 1 milhão, com consciência de que tal valor decorria de propina no processo de aquisição da refinaria de Pasadena.
As provas revelaram ainda a ocorrência de acerto adicional de propina, também em 2005, no valor de US$ 2 milhões, feito entre Alberto Feilhaber e os então funcionários da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco. Essa promessa adicional de pagamento se deu como contrapartida pela atuação e empenho de Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco pela indicação e seleção da refinaria de Pasadena para ser adquirida pela Petrobras.
Lavagem de dinheiro por cinco países – Após a efetivação do negócio, com a assinatura de um closing agreement em 1º/9/2006 entre a Astra Oil e a Petrobras, que confirmava a aquisição de 50% da refinaria de Pasadena pela estatal brasileira, Alberto Feilhaber e os funcionários corrompidos fizeram uso de contrato fraudulento de consultoria firmado entre a empresa Astra Oil e a empresa Iberbras Integración de Negocios Y Tecnologia, de propriedade do denunciado Gregório Marin Preciado, para concluir o pagamento da propina. Assim, a Astra Oil transferiu, em 10/10/2016, o valor de US$ 15 milhões para a conta da empresa Iberbras, no banco Caixa Bank, na Espanha, conforme mostram documentos e informações bancárias obtidos durante a investigação, inclusive por meio de cooperação jurídica internacional.
Constatou-se ainda que, ao ser efetuada a distribuição dos valores entre os diversos beneficiários da propina, com o intuito de ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, foram realizadas sucessivas e complexas operações de lavagem de dinheiro, com a utilização de diversas contas mantidas em nome de offshores em diferentes países. Assim, os valores saíram da Espanha e foram desmembrados em diversas contas para chegarem aos seus destinatários finais. As investigações identificaram transferências para outras contas localizadas na Suíça, em Liechtenstein, em Hong Kong e na Alemanha.
Já para o pagamento de propina adicional de US$ 2 milhões, Alberto Feilhaber efetuou o repasse da quantia aos ex-funcionários da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa e Agosthilde Monaco por meio de contas não declaradas mantidas na Suíça em nome de offshores.
Em relação aos valores de propina destinados a Delcídio Amaral, foram feitas ao menos cinco entregas em espécie a uma pessoa indicada pelo ex-senador. O responsável pelas entregas foi o operador Fernando Soares, agindo a pedido de Nestor Cerveró e Renato Duque.
Elementos probatórios obtidos durante a investigação revelaram ainda que, além de prometer e pagar propina aos funcionários públicos, o então vice-presidente da Astra Oil, Alberto Feilhaber, também se beneficiou de parte da propina paga pela empresa belga, recebendo para si US$ 5.250 milhões a partir de sucessivas transferências dissimuladas realizadas em contas mantidas no exterior.
A denúncia apresentada nesta data decorre de uma investigação complexa e detalhada, na qual foram utilizados diversos meios e técnicas de investigação. Além da cooperação jurídica internacional e do uso das colaborações premiadas, foi necessário rastrear transações bancárias no Brasil e no exterior, verificar contratos internacionais e analisar registros de comunicações eletrônicas obtidos com autorização judicial, dentre outras diligências. “A formulação dessa primeira acusação no caso de Pasadena revela que ainda há muito a ser feito para a responsabilização de todos os envolvidos no grande esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato. Assim como outras denúncias poderão decorrer da continuidade das investigações no caso de Pasadena, há ainda, na Petrobras e fora dela, diversos contratos, obras e atos de corrupção cuja investigação demanda tempo e esforço. O compromisso do Ministério Público Federal é responsabilizar todos aqueles que tenham praticado crimes de corrupção em detrimento da população”, afirmou o procurador regional da República Antonio Carlos Welter, membro da força-tarefa Lava Jato.
De acordo com levantamento realizado pelo Tribunal de Contas da União, a aquisição dos 50% da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi realizada por preço consideravelmente superior ao devido, acarretando prejuízos milionários para a estatal brasileira. Segundo lembra a procuradora da República, Laura Gonçalves Tessler, “a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras é mais um exemplo do poder devastador da corrupção e do quanto essa prática é nociva para a sociedade. Em razão de casos como esse, os recursos do Estado brasileiro são desperdiçados com o pagamento de corrupção, sobrepreço e superfaturamento, e o povo brasileiro é quem acaba sofrendo com a falta de recursos públicos para necessidades básicas, como saúde, saneamento básico e educação”. (AE)
STF tira deputado Arthur Lira e senador Benedito de Lira da Lava Jato
Filho e pai eram acusados de corrupção e lavagem de dinheiro
Publicado segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 às 15:58 - Atualizado às 18:32
Por Davi Soares
Filho e pai eram acusados de corrupção e lavagem de dinheiro
Publicado segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 às 15:58 - Atualizado às 18:32
Por Davi Soares
A denúncia da Procuradoria Geral da República contra o senador Benedito de Lira (PP-AL) e seu filho e deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi rejeitada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (18), por dois votos a um.
O senador e o deputado federal respondiam pela acusação de corrupção e lavagem de dinheiro em processo decorrente da Operação Lava Jato.
Ambos obtiveram o arquivamento com votos favoráveis dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, e o voto contrário do relator, Edson Fachin, que votou pela abertura da ação penal. Dois ministros não compareceram.
O senador Benedito de Lira disse ao Diário do Poder que ele e o filho viviam sob tensão e tristes, durante os últimos três anos, apesar da certeza de que não tinham cometido nenhum crime ou desvio de conduta. Para o senador, a única coisa que aconteceu em sua vida toda foi uma doação oficial de campanha, em 2010.
“Estavam querendo transformá-la [a doação] em propina. O que, hoje, graças a Deus, o Supremo Tribunal Federal deu a decisão que é a mais justa do mundo, isentando tanto mim quanto ao meu filho de qualquer tipo de responsabilidade com qualquer tipo de mal feito. Agradeço em primeiro lugar a Deus e em segundo lugar ao bom senso dos ministros de julgarem as coisas sem preferência, de acordo com a lei e com o processo. Estou muito feliz e agradecido a Deus e aos amigos que sempre torceram para que esse momento pudesse acontecer”, disse o senador popularmente conhecido como Biu de Lira, ao Diário do Poder.
A DENÚNCIA ARQUIVADA
O então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia denunciado, em 2015, que ambos os congressistas alagoanos teriam recebido propina de R$ 2,6 milhões em 2010 e 2011 de um esquema de corrupção na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, delatado pelo empreiteiro da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa.
Segundo o delator, Arthur Lira e Benedito de Lira teriam exigido doações de campanha eleitoral para influenciar a manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria da Petrobras.
Os Lira também haviam sido citados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo próprio ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Ricardo Pessoa disse ter feito repasses para a campanha do então deputado federal Benedito de Lira ao Senado, em 2010. E os valores teriam sido posteriormente enviados pelo senador para a campanha de Arthur Lira.
A PGR pedia a perda de bens e valores de R$ 2,6 milhões e a reparação dos danos materiais e morais em R$ 5,2 milhões.
‘FANTASIA DE CRIMINOSO’
Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Arthur Lira chamou de “fantasiosa” a delação do empreiteiro da UTC, Ricardo Pessoa, rejeitada por falta de provas. E disse não ter sido surpreendido com o desfecho do caso.
“Eu confio na Justiça e recebo essa decisão do Supremo sem nenhuma surpresa. Afinal, foi baseado em uma versão fantasiosa de um criminoso confesso em busca de redução da pena”
A assessoria do deputado afirmou ainda que, ao contrário do que disse Ricardo Pessoa, o grupo político de Arthur Lira frustrou a tentativa de Paulo Roberto Costa de retomar a influência junto ao Partido Progressista. E disse que a defesa do deputado alagoano demonstrou e continuará demonstrando que não há indícios contra Arthur Lira.
“Os fatos narrados na delação ocorreram em 2011, quando as novas lideranças do PP, incluindo Arthur Lira, avaliaram que a Petrobras não atuava na linha de ações políticas nas quais o grupo tinha intenções de trabalhar. O foco do PP era fortalecer o Ministério das Cidades, recém-assumido por Aguinaldo Ribeiro. Costa foi comunicado desta decisão e algumas semanas depois, em março 2012, foi demitido da diretoria de Abastecimento da Petrobras. [...] A origem de todas as doações para a campanha política de Arthur Lira já foi esclarecida, inclusive no inquérito da Polícia Federal. O que há são ilações de delatores que têm notória inimizade com Arthur Lira. Quando o grupo de Arthur Lira assumiu a liderança do PP, deixou de prestar qualquer tipo apoio ao Paulo Roberto Costa na Petrobras”, diz o material da assessoria do deputado Arthur Lira.
Ambos obtiveram o arquivamento com votos favoráveis dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, e o voto contrário do relator, Edson Fachin, que votou pela abertura da ação penal. Dois ministros não compareceram.
O senador Benedito de Lira disse ao Diário do Poder que ele e o filho viviam sob tensão e tristes, durante os últimos três anos, apesar da certeza de que não tinham cometido nenhum crime ou desvio de conduta. Para o senador, a única coisa que aconteceu em sua vida toda foi uma doação oficial de campanha, em 2010.
“Estavam querendo transformá-la [a doação] em propina. O que, hoje, graças a Deus, o Supremo Tribunal Federal deu a decisão que é a mais justa do mundo, isentando tanto mim quanto ao meu filho de qualquer tipo de responsabilidade com qualquer tipo de mal feito. Agradeço em primeiro lugar a Deus e em segundo lugar ao bom senso dos ministros de julgarem as coisas sem preferência, de acordo com a lei e com o processo. Estou muito feliz e agradecido a Deus e aos amigos que sempre torceram para que esse momento pudesse acontecer”, disse o senador popularmente conhecido como Biu de Lira, ao Diário do Poder.
A DENÚNCIA ARQUIVADA
O então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia denunciado, em 2015, que ambos os congressistas alagoanos teriam recebido propina de R$ 2,6 milhões em 2010 e 2011 de um esquema de corrupção na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, delatado pelo empreiteiro da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa.
Segundo o delator, Arthur Lira e Benedito de Lira teriam exigido doações de campanha eleitoral para influenciar a manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria da Petrobras.
Os Lira também haviam sido citados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo próprio ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Ricardo Pessoa disse ter feito repasses para a campanha do então deputado federal Benedito de Lira ao Senado, em 2010. E os valores teriam sido posteriormente enviados pelo senador para a campanha de Arthur Lira.
A PGR pedia a perda de bens e valores de R$ 2,6 milhões e a reparação dos danos materiais e morais em R$ 5,2 milhões.
‘FANTASIA DE CRIMINOSO’
Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Arthur Lira chamou de “fantasiosa” a delação do empreiteiro da UTC, Ricardo Pessoa, rejeitada por falta de provas. E disse não ter sido surpreendido com o desfecho do caso.
“Eu confio na Justiça e recebo essa decisão do Supremo sem nenhuma surpresa. Afinal, foi baseado em uma versão fantasiosa de um criminoso confesso em busca de redução da pena”
A assessoria do deputado afirmou ainda que, ao contrário do que disse Ricardo Pessoa, o grupo político de Arthur Lira frustrou a tentativa de Paulo Roberto Costa de retomar a influência junto ao Partido Progressista. E disse que a defesa do deputado alagoano demonstrou e continuará demonstrando que não há indícios contra Arthur Lira.
“Os fatos narrados na delação ocorreram em 2011, quando as novas lideranças do PP, incluindo Arthur Lira, avaliaram que a Petrobras não atuava na linha de ações políticas nas quais o grupo tinha intenções de trabalhar. O foco do PP era fortalecer o Ministério das Cidades, recém-assumido por Aguinaldo Ribeiro. Costa foi comunicado desta decisão e algumas semanas depois, em março 2012, foi demitido da diretoria de Abastecimento da Petrobras. [...] A origem de todas as doações para a campanha política de Arthur Lira já foi esclarecida, inclusive no inquérito da Polícia Federal. O que há são ilações de delatores que têm notória inimizade com Arthur Lira. Quando o grupo de Arthur Lira assumiu a liderança do PP, deixou de prestar qualquer tipo apoio ao Paulo Roberto Costa na Petrobras”, diz o material da assessoria do deputado Arthur Lira.
NO BLOG DO JOSIAS
Marcelo Odebrecht começa a usufruir da premiação e delatados seguem impunes
Por Josias de Souza
Marcelo Odebrecht começa a usufruir da premiação e delatados seguem impunes
Por Josias de Souza
Terça-feira, 19/12/2017 05:24
Após amargar dois anos e meio de encarceramento, o empresário Marcelo Odebrecht troca nesta terça-feira o xadrez de Curitiba põe mais dois anos e meio de cana domiciliar. Começa a usufruir do prêmio que obteve por ter colaborado com a Justiça. A imagem do príncipe da construção pesada desfilando uma tornozeleira eletrônica entre a pérgula da piscina e a academia de ginástica de sua mansão no bairro paulistano do Morumbi talvez estimule o brasileiro a se perguntar: e quanto aos delatados, quando serão castigados?
Dizia-se que a delação da Odebrecht conduziria ao fim do mundo. Deram com a língua nos dentes 77 executivos da empreiteira. Foi a maior delação da História. No Supremo Tribunal Federal, a megadeduragem resultou na abertura de inquéritos contra 08 ministros de Michel Temer, 24 senadores e 37 deputados. No Superior Tribunal de Justiça, aportou o pedaço da podridão associado a 12 governadores. E o Apocalipse ainda não chegou para nenhum acusado graúdo. Todos permanecem ativos, soltos e impunes.
Houve um tempo em que o Brasil era um país de corruptos sem corruptores. Com o advento da delação, tornou-se uma nação de corruptores confessos e corruptos inocentes. Houve algum avanço, pois os políticos sem mandato estão presos, como Eduardo Cunha; roçam as grades, como Lula; ou aguardam na fila, como Dilma. Mas a impunidade ainda socorre quem dispõe do escudo do foro privilegiado. Não há nos tribunais superiores de Brasília o vestígio de uma mísera condenação na Lava Jato.
Estalando de pureza moral, os delatados invocam sua inocência com tamanha desenvoltura que eliminam até o benefício da dúvida. Aos olhos da maioria da plateia os políticos agora são culpados até prova em contrário.
No julgamento do Mensalão, ao salgar a dosimetria das penas dos operadores empresariais do escândalo, o Supremo criou o ‘Efeito Papuda’. No Petrolão, a oligarquia empresarial encontrou no mecanismo da colaboração premiada o caminho para a redução do seu castigo. O jogo estaria bem jogado se a premiação de poucos resultasse na punição de muitos. Mas quando os tribunais não fazem a sua parte, avacalha-se o jogo.
Tome-se o caso do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Para salvar o mandato de Temer e manter a elegibilidade de Dilma, 4 dos 7 ministros do TSE desconsideraram as provas que atestavam o uso do dinheiro sujo da Odebrecht pelo comitê vitorioso em 2014. Enterraram-se evidências vivas. Temer tomou gosto pelo ofício de coveiro. E comandou também o sepultamento na Câmara das denúncias criminais resultantes de outra delação, do grupo JBS.
Nesta segunda-feira, véspera da saída de Marcelo Odebrecht da cadeia, Temer declarou numa cerimônia para a promoção de oficiais-generais o seguinte: “O Brasil não tem muito apreço pela hierarquia, no geral, pela organização. Não temos muito apreço pelas instituições.” Defendeu a “reinstitucionalização” do País. Se a sensibilidade auditiva fosse transferida para o nariz, o brasileiro, ao ouvir discursos como o de Temer, sentiria um mau cheiro insuportável.
Quando se preparava para assumir o trono no lugar de Dilma, Temer acenara com a composição de um governo de notáveis. Cercou-se de amigos tóxicos. Quem perdeu o cargo está preso (Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves). Quem se agarra na cadeia está denunciado (Moreira Franco e Eliseu Padilha). Tudo isso e mais o ex-assessor especial José Yunes, que deixou o Planalto antes do estouro da Odebrecht e autoproclamou-se dias depois uma “mula involuntária” de uma reme$$a Odebrechtiana enviada por Padilha, o chefão da Casa Civil.
Num ambiente assim, em que o presidente e seus amigos são parte da avacalhação das instituições, a premiação de corruptos confessos como Marcelo Odebrecht pode acabar se convertendo num custo sem benefício.
Após amargar dois anos e meio de encarceramento, o empresário Marcelo Odebrecht troca nesta terça-feira o xadrez de Curitiba põe mais dois anos e meio de cana domiciliar. Começa a usufruir do prêmio que obteve por ter colaborado com a Justiça. A imagem do príncipe da construção pesada desfilando uma tornozeleira eletrônica entre a pérgula da piscina e a academia de ginástica de sua mansão no bairro paulistano do Morumbi talvez estimule o brasileiro a se perguntar: e quanto aos delatados, quando serão castigados?
Dizia-se que a delação da Odebrecht conduziria ao fim do mundo. Deram com a língua nos dentes 77 executivos da empreiteira. Foi a maior delação da História. No Supremo Tribunal Federal, a megadeduragem resultou na abertura de inquéritos contra 08 ministros de Michel Temer, 24 senadores e 37 deputados. No Superior Tribunal de Justiça, aportou o pedaço da podridão associado a 12 governadores. E o Apocalipse ainda não chegou para nenhum acusado graúdo. Todos permanecem ativos, soltos e impunes.
Houve um tempo em que o Brasil era um país de corruptos sem corruptores. Com o advento da delação, tornou-se uma nação de corruptores confessos e corruptos inocentes. Houve algum avanço, pois os políticos sem mandato estão presos, como Eduardo Cunha; roçam as grades, como Lula; ou aguardam na fila, como Dilma. Mas a impunidade ainda socorre quem dispõe do escudo do foro privilegiado. Não há nos tribunais superiores de Brasília o vestígio de uma mísera condenação na Lava Jato.
Estalando de pureza moral, os delatados invocam sua inocência com tamanha desenvoltura que eliminam até o benefício da dúvida. Aos olhos da maioria da plateia os políticos agora são culpados até prova em contrário.
No julgamento do Mensalão, ao salgar a dosimetria das penas dos operadores empresariais do escândalo, o Supremo criou o ‘Efeito Papuda’. No Petrolão, a oligarquia empresarial encontrou no mecanismo da colaboração premiada o caminho para a redução do seu castigo. O jogo estaria bem jogado se a premiação de poucos resultasse na punição de muitos. Mas quando os tribunais não fazem a sua parte, avacalha-se o jogo.
Tome-se o caso do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Para salvar o mandato de Temer e manter a elegibilidade de Dilma, 4 dos 7 ministros do TSE desconsideraram as provas que atestavam o uso do dinheiro sujo da Odebrecht pelo comitê vitorioso em 2014. Enterraram-se evidências vivas. Temer tomou gosto pelo ofício de coveiro. E comandou também o sepultamento na Câmara das denúncias criminais resultantes de outra delação, do grupo JBS.
Nesta segunda-feira, véspera da saída de Marcelo Odebrecht da cadeia, Temer declarou numa cerimônia para a promoção de oficiais-generais o seguinte: “O Brasil não tem muito apreço pela hierarquia, no geral, pela organização. Não temos muito apreço pelas instituições.” Defendeu a “reinstitucionalização” do País. Se a sensibilidade auditiva fosse transferida para o nariz, o brasileiro, ao ouvir discursos como o de Temer, sentiria um mau cheiro insuportável.
Quando se preparava para assumir o trono no lugar de Dilma, Temer acenara com a composição de um governo de notáveis. Cercou-se de amigos tóxicos. Quem perdeu o cargo está preso (Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves). Quem se agarra na cadeia está denunciado (Moreira Franco e Eliseu Padilha). Tudo isso e mais o ex-assessor especial José Yunes, que deixou o Planalto antes do estouro da Odebrecht e autoproclamou-se dias depois uma “mula involuntária” de uma reme$$a Odebrechtiana enviada por Padilha, o chefão da Casa Civil.
Num ambiente assim, em que o presidente e seus amigos são parte da avacalhação das instituições, a premiação de corruptos confessos como Marcelo Odebrecht pode acabar se convertendo num custo sem benefício.
Terça-feira, 19/12/2017 02:03
Sob o risco de ser condenado por corrupção em 24 de janeiro de 2017 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Lula voará para o exterior dois dias depois do julgamento. O presidenciável petista informou a correligionários que viajará no dia 26 para a África. Disse que participará de um “debate sobre experiências de combate à fome” na cidade de Adis Abeba, na Etiópia.
Segundo Lula, o evento é organizado pela FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A entidade é dirigida pelo petista José Graziano, que atuou no primeiro mandato presidencial de Lula como responsável pelo programa Fome Zero. Devem participar do encontro os ex-presidentes da Nigéria, Olusegun Obasanjo, e de Gana, John Agyekum Kufuor.
Na hipótese de o TRF-4 confirmar a sentença do juiz Sérgio Moro, que condenou Lula a 9 anos e meio de cadeia no caso do Tríplex do Guarujá, o líder máximo do PT exibirá no estrangeiro sua condição de primeiro ex-presidente da História brasileira a ostentar a condição de condenado por corrupção em duas instâncias do Judiciário. Um status que o tornaria inelegível e o deixaria mais próximo da cadeia.
Segundo Lula, o evento é organizado pela FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A entidade é dirigida pelo petista José Graziano, que atuou no primeiro mandato presidencial de Lula como responsável pelo programa Fome Zero. Devem participar do encontro os ex-presidentes da Nigéria, Olusegun Obasanjo, e de Gana, John Agyekum Kufuor.
Na hipótese de o TRF-4 confirmar a sentença do juiz Sérgio Moro, que condenou Lula a 9 anos e meio de cadeia no caso do Tríplex do Guarujá, o líder máximo do PT exibirá no estrangeiro sua condição de primeiro ex-presidente da História brasileira a ostentar a condição de condenado por corrupção em duas instâncias do Judiciário. Um status que o tornaria inelegível e o deixaria mais próximo da cadeia.
Caso da Camargo Corrêa não é um bom exemplo, mas oferece fantásticos avisos
Por Josias de Souza
Terça-feira, 19/12/2017 00:32
O acordo de leniência firmado pela Camargo Corrêa com o Cade, acomoda na entrada do ano eleitoral de 2018 um lixo que já poderia ter sido processado. Em 2009, a mesma Camargo Corrêa foi apanhada numa versão menor da Lava Jato. Chamava-se Operação Castelo de Areia. Foi anestesiada no STJ e sepultada no STF. Evidências de promiscuidade entre políticos e empresários foram reduzidas a tecnicalidades processuais.
Naquele ano de 2009, estava em evidência, por exemplo, um político chamado Michel Temer. Acabara de assumir a Presidência da Câmara pela terceira vez. O nome de Temer aparecia 21 vezes em planilhas apreendidas na casa de um executivo da construtora. Os papeis indicavam o repasse de US$ 345 mil entre 1996 e 1998. Temer declarou-se ofendidíssimo. E tudo foi enterrado sem investigação.
O tempo passou. Sobreveio a Lava Jato. Fracassaram as tentativas de intoxicar os processos de Curitiba. Os barões da própria Camargo Corrêa já amargaram condenações de Sérgio Moro. Mas uma coisa não mudou: os larápios graúdos lutam para manter seus pescoços nos tribunais superiores. Ali, são mais valorizados não os advogados que conhecem as leis, mas os que têm acesso aos ouvidos dos magistrados, suscetíveis aos famosos embargos auriculares.
Por Josias de Souza
Terça-feira, 19/12/2017 00:32
O acordo de leniência firmado pela Camargo Corrêa com o Cade, acomoda na entrada do ano eleitoral de 2018 um lixo que já poderia ter sido processado. Em 2009, a mesma Camargo Corrêa foi apanhada numa versão menor da Lava Jato. Chamava-se Operação Castelo de Areia. Foi anestesiada no STJ e sepultada no STF. Evidências de promiscuidade entre políticos e empresários foram reduzidas a tecnicalidades processuais.
Naquele ano de 2009, estava em evidência, por exemplo, um político chamado Michel Temer. Acabara de assumir a Presidência da Câmara pela terceira vez. O nome de Temer aparecia 21 vezes em planilhas apreendidas na casa de um executivo da construtora. Os papeis indicavam o repasse de US$ 345 mil entre 1996 e 1998. Temer declarou-se ofendidíssimo. E tudo foi enterrado sem investigação.
O tempo passou. Sobreveio a Lava Jato. Fracassaram as tentativas de intoxicar os processos de Curitiba. Os barões da própria Camargo Corrêa já amargaram condenações de Sérgio Moro. Mas uma coisa não mudou: os larápios graúdos lutam para manter seus pescoços nos tribunais superiores. Ali, são mais valorizados não os advogados que conhecem as leis, mas os que têm acesso aos ouvidos dos magistrados, suscetíveis aos famosos embargos auriculares.
NO O ANTAGONISTA
O STF abafa
Brasil Terça-feira, 19.12.17 07:50
O bombardeio de Gilmar Mendes e Dias Toffoli contra a Lava Jato dividiu os integrantes do STF, diz a Folha de S. Paulo.
“Uma parte disse que, além da crítica ao MPF, há uma reprovação implícita do trabalho de Edson Fachin. A outra diz que está em curso uma operação abafa.”
Os integrantes do STF podem estar divididos em relação a Gilmar Mendes e Dias Toffoli, mas num aspecto eles estão unidos: ninguém abriu o bico para denunciar seus abusos.
ORCRIM Futebol Clube
O bombardeio de Gilmar Mendes e Dias Toffoli contra a Lava Jato dividiu os integrantes do STF, diz a Folha de S. Paulo.
“Uma parte disse que, além da crítica ao MPF, há uma reprovação implícita do trabalho de Edson Fachin. A outra diz que está em curso uma operação abafa.”
Os integrantes do STF podem estar divididos em relação a Gilmar Mendes e Dias Toffoli, mas num aspecto eles estão unidos: ninguém abriu o bico para denunciar seus abusos.
ORCRIM Futebol Clube
Brasil 19.12.17 07:36
Maradona foi convocado para o jogo de futebol com Lula e Chico Buarque, diz Sonia Racy.
Ninguém sabe se ele aceitou o convite.
O STF torce para o ORCRIM Futebol Clube.
Gilmar Mendes matou a Lava Jato
Maradona foi convocado para o jogo de futebol com Lula e Chico Buarque, diz Sonia Racy.
Ninguém sabe se ele aceitou o convite.
O STF torce para o ORCRIM Futebol Clube.
Gilmar Mendes matou a Lava Jato
Brasil 19.12.17 07:08
O relacionamento comercial entre Gilmar Mendes e Joesley Batista foi exposto no sábado, em reportagem da Veja.
Dois dias depois, o ministro do STF resolveu partir para o tudo ou nada contra a Lava Jato, com o apoio de Dias Toffoli.
A Lava Jato morreu.
Todos os presos serão soltos pela Segunda Turma. E todos os criminosos condenados por Sergio Moro e Marcelo Bretas serão inocentados pelo STF.
Rodobelém e Rodocareca
O relacionamento comercial entre Gilmar Mendes e Joesley Batista foi exposto no sábado, em reportagem da Veja.
Dois dias depois, o ministro do STF resolveu partir para o tudo ou nada contra a Lava Jato, com o apoio de Dias Toffoli.
A Lava Jato morreu.
Todos os presos serão soltos pela Segunda Turma. E todos os criminosos condenados por Sergio Moro e Marcelo Bretas serão inocentados pelo STF.
Rodobelém e Rodocareca
Brasil 19.12.17 06:51
A Odebrecht revelou ao Cade o cartel do Rodoanel.
Os pagamentos de propina nos governos de Geraldo Alckmin (codinomes Belém e M&M) e José Serra (codinomes Vizinho e Careca), porém, foram relatados à PGR, nos depoimentos dos delatores da empreiteira.
Os processos correm lentamente.
Só na semana passada o STJ abriu inquérito sobre os pagamentos em nome de Geraldo Alckmin.
Quanto a José Serra, o STF deve excluir de seu inquérito todos os documentos e depoimentos da Odebrecht, porque ele tem 75 anos e os crimes dos quais é acusado, segundo seus advogados, foram prescritos.
O Rio sempre lindo
A Odebrecht revelou ao Cade o cartel do Rodoanel.
Os pagamentos de propina nos governos de Geraldo Alckmin (codinomes Belém e M&M) e José Serra (codinomes Vizinho e Careca), porém, foram relatados à PGR, nos depoimentos dos delatores da empreiteira.
Os processos correm lentamente.
Só na semana passada o STJ abriu inquérito sobre os pagamentos em nome de Geraldo Alckmin.
Quanto a José Serra, o STF deve excluir de seu inquérito todos os documentos e depoimentos da Odebrecht, porque ele tem 75 anos e os crimes dos quais é acusado, segundo seus advogados, foram prescritos.
O Rio sempre lindo
Economia Segunda-feira, 18.12.17 21:08
O BNDES aprovou hoje a liberação de 2 milhões de reais para a empresa que realiza o Réveillon de Copacabana. A Petrobras também vai patrocinar o show de fogos, informa Lauro Jardim.
Ainda estão em negociação cotas da Caixa, do Uber e da Ambev.
A canetada de Lewandowski custa 7,2 bilhões de reais
O BNDES aprovou hoje a liberação de 2 milhões de reais para a empresa que realiza o Réveillon de Copacabana. A Petrobras também vai patrocinar o show de fogos, informa Lauro Jardim.
Ainda estão em negociação cotas da Caixa, do Uber e da Ambev.
A canetada de Lewandowski custa 7,2 bilhões de reais
Brasil 18.12.17 18:15
A liminar de Ricardo Lewandowski, que suspendeu a MP 805, representa um rombo de 7,2 bilhões de reais para o governo.
Se isso não for revisto, a União terá de desembolsar 5 bilhões de reais a mais em salários para os servidores e 2,2 bilhões de reais a mais em aposentadorias.
O STF é o maior inimigo do Brasil
A liminar de Ricardo Lewandowski, que suspendeu a MP 805, representa um rombo de 7,2 bilhões de reais para o governo.
Se isso não for revisto, a União terá de desembolsar 5 bilhões de reais a mais em salários para os servidores e 2,2 bilhões de reais a mais em aposentadorias.
O STF é o maior inimigo do Brasil
Brasil 18.12.17 18:41
Gilmar Mendes e Dias Toffoli inocentaram mais um.
Eles rejeitaram a denúncia apresentada pela PGR contra o deputado Eduardo da Fonte, do PP, acusado de intermediar o pagamento de 10 milhões de reais ao senador tucano Sérgio Guerra, para proteger empresas na CPI da Petrobras.
Os dois ministros aproveitaram o clima de Natal para matar a Lava Jato.
O STF, hoje, é o maior inimigo do Brasil.
Gilmar quebra a Lava Jato, Lewandowski quebra a economia
Gilmar Mendes e Dias Toffoli inocentaram mais um.
Eles rejeitaram a denúncia apresentada pela PGR contra o deputado Eduardo da Fonte, do PP, acusado de intermediar o pagamento de 10 milhões de reais ao senador tucano Sérgio Guerra, para proteger empresas na CPI da Petrobras.
Os dois ministros aproveitaram o clima de Natal para matar a Lava Jato.
O STF, hoje, é o maior inimigo do Brasil.
Gilmar quebra a Lava Jato, Lewandowski quebra a economia
Brasil 18.12.17 18:06
Gilmar Mendes solta os presos da Lava Jato.
Enquanto isso, Ricardo Lewandowski quebra a economia.
Em liminar, diz o Jota, “ele suspendeu os efeitos da Medida Provisória 805, que cancelava o pagamento do aumento salarial para servidores federais e determinava a elevação da alíquota da contribuição previdenciária dos funcionários públicos de 11% para 14%”.
Gilmar Mendes solta os presos da Lava Jato.
Enquanto isso, Ricardo Lewandowski quebra a economia.
Em liminar, diz o Jota, “ele suspendeu os efeitos da Medida Provisória 805, que cancelava o pagamento do aumento salarial para servidores federais e determinava a elevação da alíquota da contribuição previdenciária dos funcionários públicos de 11% para 14%”.
Condenado a 13 anos, ex-governador de MT cumprirá pena em casa
Brasil 18.12.17 17:48
Silval Barbosa foi condenado a 13 anos e 07 meses de prisão por liderar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 2,5 milhões dos cofres públicos, por meio da concessão fraudulenta de incentivos fiscais a empresários.
A decisão é da juíza Selma Arruda e foi proferida na última sexta-feira (15). O peemedebista, ex-governador de MT, cumprirá a pena em casa, por ter confessado participação no crime e fechado delação premiada com o MPF.
Silval, cuja delação foi chamada de “monstruosa” por Luiz Fux, não poderá sair de casa sem autorização da Justiça e usará tornozeleira eletrônica em tempo integral.
Silval Barbosa foi condenado a 13 anos e 07 meses de prisão por liderar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 2,5 milhões dos cofres públicos, por meio da concessão fraudulenta de incentivos fiscais a empresários.
A decisão é da juíza Selma Arruda e foi proferida na última sexta-feira (15). O peemedebista, ex-governador de MT, cumprirá a pena em casa, por ter confessado participação no crime e fechado delação premiada com o MPF.
Silval, cuja delação foi chamada de “monstruosa” por Luiz Fux, não poderá sair de casa sem autorização da Justiça e usará tornozeleira eletrônica em tempo integral.
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