PRIMEIRA EDIÇÃO DE 29-11-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Quarta-feira, 29 de Novembro de 2017
Projeto legaliza aumento de 500% do plano de saúde
O aumento abusivo de até 500% entre a primeira e a última faixa etária está entre os assaltos “legalizados” pelo projeto da nova Lei do Plano de Saúde, a ser votado nesta quarta-feira (29) na comissão especial da Câmara. O reajuste imposto a quem completa 59 anos (para burlar a lei que o proíbe aos 60) pode ser dividido, mas as empresas poderão fixar outros aumentos para “compensar” o “benefício” do parcelamento.
Pilatos de idosos
Em vez de proibir, o projeto relatado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) autoriza o reajuste abusivo para cliente após os 59 anos.
A raposa decide
Não serão proibidos reajustes abusivos quando idosos perdem renda e precisam de médico. A decisão de explorá-los ou não será do plano.
A volta dos abusos
Para alegria dos planos de saúde, o projeto revoga a lei 9.656/98, fazendo o Brasil retroceder nos abusos praticados nos anos 1990.
Não têm pais, nem avós
Os idosos serão expulsos dos planos de saúde por não poderem pagar, como ocorria antes do Estatuto do Idoso e da lei nº 9.656/98.
Temer veta críticas ácidas no programa do PMDB
Conhecido pela educação polida, o presidente Michel Temer vetou trechos “duros demais” contra adversários, no programa do PMDB na TV, exibido ontem. De nada adiantou ser lembrado dos ataques que ele próprio sofreu desses adversários. Ele cortou, por exemplo, trechos sobre declarações de Dilma Rousseff, como quando ela homenageou a mandioca. “Seria indelicado da nossa parte”, justificou o presidente.
À moda antiga
É ampla a coleção de asneiras de Dilma, no exercício do mandato. Mas Temer é um cavalheiro à moda antiga. Acha o fim atacar mulheres.
Estocando vento
Em uma dos seus disparates mais ridicularizadas, Dilma teorizou sobre a possibilidade de o Brasil “estocar vento”.
Trama golpista
O programa do PMDB, de dez minutos de duração, descreve a “trama arquitetada para derrubar o presidente Michel Temer”.
Leilão suspenso
A pedido de Maurício Quintella (Transportes), o ministro Fernando Filho (Minas e Energia) suspenderam o leilão do Terminal de Álcool de Maceió, dia 7. Esta coluna alertou para os prejuízos ao Nordeste.
Ocupação esperta
A estatal Transpetro, subsidiária da Petrobras, explora o Terminal de Maceió de maneira precária, sob liminar. Além de suspender o leilão, o ministro Maurício Quintella pretende antes licitar a área do terminal.
A vida melhorou
Para um terço da população brasileira, exatos 33,3%, a vida da família melhorou desde a saída de Dilma Rousseff da Presidência. Pesquisa Paraná mostra também que 36,8% não viram mudança no seio familiar.
Incoerência
Para o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), é “incoerência brutal” procuradores se reunirem no Rio clamando contra o foro privilegiado, enquanto outros procuradores buscam no STF “foro privilegiadíssimo” para não depor na CPI mista da JBS, da qual ele é relator.
Perdeu a fala
O não-depoimento do corruptor Joesley Batista à CPI da JBS virou motivo de piada entre parlamentares. Para um deles, o bem sucedido açougueiro não precisa falar mais nada porque “tá tudo gravado”.
Indústria
A entidade que processa a produtora da série de jogos Fifa, pedindo R$50 milhões, é a mesma que exigia R$300 milhões da TV Globo por “uso de imagem” supostamente representando jogadores. Perdeu.
Interino não dá ibope
Audiência sobre futuras ações do Ministério da Transparência foi das menos concorridas do ano. Com o ministro interino Wagner Rosário, só dois deputados estavam presentes durante a maior parte da reunião.
É bom chamar a polícia
O motorista usou o carro de senador placa 42, ontem, no Lago Norte, como se fosse carro de corrida, em alta velocidade. O Senado garante que a placa “não está em uso”, o que é ainda mais grave.
Pensando bem...
...#vamovamoChape!

NO DIÁRIO DO PODER
Operação Caixa D'Água
Foragido há uma semana, presidente do PR se entrega à Polícia Federal
Antônio Carlos Rodrigues é alvo da Operação Caixa D'Água

Publicado terça-feira,  28 de novembro de 2017 às 17:53 - Atualizado às 18:42
Da Redação
Alvo da Operação Caixa D’Água, o presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues, se entregou na tarde desta terça-feira, 28, à Polícia Federal, em Brasília. O ex-senador e ex-ministro dos Transportes (Governo Dilma – 2012/2014), estava foragido havia uma semana. A operação investiga propina de R$ 3 milhões da JBS para a campanha do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PR)
Ele é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção, extorsão, participação em organização criminosa e falsidade ideológica. A acusação contra Antônio Carlos Rodrigues é montada com base na delação premiada do executivo Ricardo Saud, do Grupo J&F, controlador da JBS. Ele disse que teria sido ajustado com o PT e com o PMDB, nos mandatos de Lula e Dilma na Presidência uma doação de R$ 20 milhões ao PR para a campanha de 2014 que visava reeleger Dilma Rousseff.
Segundo as investigações, Garotinho e sua mulher, Rosinha, ex-governadora do Rio, teriam liderado uma organização criminosa, envolvendo empresários, políticos e secretários de governo do Município de Campos de Goytacazes, norte do Rio, no período de 2009 a 2016, época em que ela chefiou a Prefeitura local, e seu marido foi secretario de Governo, ‘cuja finalidade essencial era obter recursos financeiros para o financiamento das campanhas políticas do casal e do grupo a que pertenciam no Estado’.
Segundo Saud, por sua condição de presidente nacional do PR, Rodrigues teria indicado os destinatários de parcelas da milionária contribuição. Na ocasião, Garotinho, candidato ao Governo do Rio pelo partido, estaria pressionando a direção nacional por uma contribuição de R$ 4 milhões, pleito que Rodrigues teria repassado à JBS – o grupo acabou anuindo em repassar parte desse valor, R$ 3 milhões, o que foi viabilizado por intermédio de contrato com a empresa do delator André Luiz Rodrigues, a Ocean Link, da região de Campos dos Goytacazes, norte do Rio, Município então administrado pela mulher de Garotinho, Rosinha.
Um dos advogados de Antônio Carlos Rodrigues, Daniel Bialsk afirmou que o presidente do PR ‘sempre esteve em Brasília e não tinha nenhuma intenção de ficar escondido’. Inicialmente, a defesa do ex-ministro tentou quebrar a ordem de prisão preventiva por meio de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral do Rio. O pedido foi rechaçado. A defesa foi, então, ao Tribunal Superior Eleitoral.
“Ele (Rodrigues) decidiu se apresentar para dar um fim a esse suplício”, disse Bialsk. “Ele nunca se evadiu, estava esperando, como ainda espera, uma decisão judicial que reconheça a ilegalidade da medida (decreto de prisão preventiva na Operação Caixa D’Água).”

Juiz condena irmão de Ciro Gomes por trocar água por votos no Ceará
Irmão de presidenciável demitiu rivais e cometeu abuso de poder

Publicado terça-feira,  28 de novembro de 2017 às 17:38 - Atualizado às 18:39
Da Redação
Denunciados por compra de votos nas eleições de 2016, o prefeito e a vice-prefeita da cidade de Sobral-CE foram condenados pela Justiça Eleitoral do Ceará, que determinou a cassação de seus diplomas. Alvo da decisão juntamente com sua vice Christianne Coelho (PT), o prefeito Ivo Gomes (PDT) é irmão do pré-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT). A sentença foi publicada no Diário de Justiça Eleitoral do Ceará desta terça-feira (28).
O juiz eleitoral Fábio Medeiros Falcão de Andrade afirma que os condenados demitiram funcionários públicos adversários, trocaram água por votos e asfaltaram vias públicas em véspera da eleição, o que configurou a prática de abuso de poder político e econômico.
A denúncia que resultou na ação que condenou o irmão de Ciro Gomes foi de seu adversário na disputa pela Prefeitura de Sobral, em 2016, o deputado federal Moses Rodrigues(PMDB-CE). Rodrigues obteve 40% dos votos e a segunda colocação na eleição perdida contra Ivo Gomes.

Aliado de deputados presos vai presidir conselho de ética da Alerj
André Lazaroni afirma que sua condução respeitará a Constituição

Publicado terça-feira,  28 de novembro de 2017 às 16:24
Da Redação
Aliado dos três deputados presos por suspeita de corrupção, Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi (PMDB), o parlamentar André Lazaroni (também do PMDB) foi eleito em votação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) nesta terça-feira, 28, novo presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.
Foram cinco votos e uma abstenção. A comissão era presidida por Albertassi até ele ser preso. Lazaroni declarou depois de ser eleito que terá “muito trabalho pela frente” e que a condução do caso dos peemedebistas será feita “respeitando o direito a ampla defesa e à Constituição”.
Os nove deputados da oposição que protocolaram representação pela perda de mandatos dos deputados presos, por quebra de decoro, já encaminharam o pedido para Lazaroni. Ele afirmou que o Conselho irá começar a tratar da questão na reunião da próxima terça-feira, 5, mas ressalvou que o grupo “cometeu um erro”: “O processo deveria ser direcionado primeiro à Mesa Diretora e não ao Conselho de Ética. Porém, o colegiado ainda vai resolver se vamos aceitar ou não o pedido.”
Votaram a favor da indicação de Lazaroni: Iranildo Campos (PSD), Comte Bittencourt (PPS), Rosenverg Reis (PMDB), Marcos Muller (PHS) e o próprio deputado. Carlos Osório (PSDB) se absteve.
Lazaroni é secretário de Cultura do Estado do Rio desde fevereiro deste ano. Licenciou-se da pasta este mês para voltar à Alerj e votar com o governo pela indicação de Albertassi à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, feita pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e que foi barrada pela Justiça.
Na polêmica votação do dia 17 na Alerj que livrou Picciani, Albertassi e Melo da cadeia, Lazaroni chamou a atenção por citar equivocadamente o dramaturgo alemão Bertold Brecht – o deputado o confundiu com o personagem do humorístico “Escolinha do Professor Raimundo” Bertoldo Brecha quando discursava inflamadamente no plenário em favor dos aliados.
Os três foram soltos e, depois de quatro dias, encarcerados novamente, a mando do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2). Eles teriam recebido propina de empresas de ônibus. (AE)

Deputado presidiário flagrado com queijo na cueca ainda permanece no mandato
Celso Jacob (PMDB-RJ) está no isolamento da Papuda

Publicado terça-feira,  28 de novembro de 2017 às 16:13
Da Redação
A Câmara ainda não decidiu o que fazer com o mandato do deputado Celso Jacob (PMDB-RJ), atualmente no isolamento do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, após ser flagrado com alimentos escondidos na roupa. Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidir se convocará o suplente de Jacob ou se deixará a Casa com 512 parlamentares até que a Justiça libere o deputado a retomar suas atividades fora do presídio.
O peemedebista ainda aparece no sistema como parlamentar no exercício do mandato porque, oficialmente, a Secretaria Geral da Mesa ainda não foi notificada da decisão da 3.ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Na semana passada, a Justiça revogou o benefício que permitia a ele trabalhar na Câmara durante o dia. Por isso, toda a estrutura oferecida ao deputado - como funcionários e gabinete - está mantida.
Jacob participou de sessão plenária no dia 10 de novembro e a última vez que marcou presença na Casa foi em 17 de novembro. Desde então, Jacob vem recebendo falta e está sujeito a sofrer desconto na folha de pagamento.
Se Maia decidir convocar o suplente de Jacob - medida esta que tem o apoio dos técnicos da Casa -, o primeiro da lista a ser chamado é Nelson Nahim (PSD-RJ), irmão do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR-RJ), atualmente confinado no presídio fluminense de Bangu. Nahim foi condenado a 12 anos de prisão por estupro de vulnerável, coação no curso do processo e exploração sexual de adolescentes em Campos de Goytacazes (RJ). O suplente foi preso em junho passado e solto por habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro de 2016. No começo de 2017, Nahim chegou a assumir o mandato entre 4 e 18 de janeiro.
Já Jacob foi condenado a sete anos de prisão por causa de um processo de fraude em licitação na Prefeitura de Três Rios (RJ), quando ele era prefeito. Na última quinta-feira, 23, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal divulgou nota informando que Jacob cumpriria 7 dias em regime de isolamento após ter sido flagrado durante a revista no dia 19 de novembro com um queijo provolone e dois pacotes de biscoito escondidos na roupa íntima.
Até o momento, nenhum partido protocolou representação contra Jacob no Conselho de Ética por quebra de decoro questionando a manutenção do mandato a um parlamentar que já foi julgado e cumpre pena após condenação. O último deputado que passou a cumprir pena ainda no exercício do mandato foi Natan Donadon (sem partido-RO), em junho de 2013. Donadon só foi cassado em um segundo processo disciplinar no começo de 2014, mas enquanto esteve preso no exercício do mandato, seu suplente Amir Lando (PMDB-RO) ocupou a vaga. (AE)


NO BLOG DO JOSIAS
No teatro de Brasília, PF já não vigia a bilheteria

Por Josias de Souza
Quarta-feira, 29/11/2017 00:32
Em sua penúltima esquisitice, o recém-nomeado diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, decidiu acumular as funções de sindicalista. O investigador negocia com deputados investigados a manutenção de privilégios de sua corporação numa hipotética reforma da Previdência. Quer a aposentadoria integral e a garantia de que os policiais aposentados receberão os mesmos reajustes dos colegas da ativa. É esse tipo de sonho que transforma a Previdência num pesadelo.
Eis o quadro: ignorando o fato de que a PF dispõe de federações e associações de classe, Segóvia atropela o seu superior hierárquico, o ministro da Justiça, para defender no Congresso privilégios que o presidente da República prometeu eliminar. Nesta terça-feira, o delegado participou de uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, alvo da Lava Jato.
Além de avaliar que u'a mala com propinas não prova corrupção, Segóvia acha conveniente negociar com investigados. Não é à toa que, vista de longe, Brasília está cada vez mais parecida com uma comédia mal escrita, com um diretor despreparado e os atores fora dos seus papeis. Ensaiado às pressas para substituir o espetáculo anterior, o governo Temer não agrada à plateia. E o vaivém do delegado Segóvia passa a incômoda impressão de que a PF desistiu de vigiar a bilheteria.

O que diferencia malas de Geddel da de Loures?
Por Josias de Souza
Terça-feira, 28/11/2017 19:33
Há oito dias, o novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segóvia, disse que uma única mala com propina de R$ 500 mil não é prova de corrupção. Mesmo quando filmada em operação controlada pela própria PF, como a que fisgou o ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures.
Agora, a PF informa ao Supremo Tribunal Federal que, no caso das malas apreendidas num apartamento de Salvador com R$ 51 milhões, há evidências de que Geddel Vieira Lima e seus cúmplices praticaram pelo menos dois crimes: associação criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o sistema métrico desenvolvido pelo delegado Segóvia, Geddel deveria desfrutar a mesma presunção de inocência atribuída a Rocha Loures, pois a soma das malas não altera a má origem do produto. De resto, se o critério que transforma suspeitos em inocentes é a proximidade com Michel Temer, Geddel é bem mais próximo do presidente do que Loures.
Fernando Segóvia deveria socorrer a plateia, que ainda não conseguiu dimensionar o tamanho da sua ignorância. O doutor prestaria um inestimável serviço à coletividade se respondesse à seguinte indagação: além da cifra, o que diferencia as malas de Geddel das de Loures?

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Um Enigma Bilionário
Por José Casado
As obras da ferrovia concedida sem licitação pararam há três anos, embora já tenham sido gastos recursos equivalentes a 80% do investimento previsto
Quarta-feira, 29 nov 2017, 07h08
Publicado no O Globo

De camisa vermelha e calça preta, desafiava os sertanejos reunidos na tenda branca, protegidos contra o Sol que devorava a tarde em Missão Velha (CE), a 530 quilômetros de Fortaleza: “Tão vendo esse pescocinho curto aqui? É de tanto carregar lata d’água na cabeça lá em Garanhuns…” — a plateia riu. Completou: “Mas eu posso garantir a vocês, em 2012 nós vamos inaugurar a totalidade da transposição do Rio São Francisco. E, sabe o que é engraçado? Também vamos inaugurar a Transnordestina”. O comício daquela segunda-feira, 13 de dezembro de 2010, acabou com Lula abraçado a Benjamin Steinbruch, empresário da siderurgia e dos produtos têxteis.
Exalavam alegria. O presidente, em fim de mandato, porque autorizara obras aguardadas há mais de 160 anos, quando D. Pedro II mandou projetar uma ferrovia ligando o sertão ao mar do Nordeste. O dono da CSN, de Volta Redonda (RJ), porque ficaria ainda mais rico com os 1,7 mil quilômetros de trilhos da Transnordestina cortando outros 80 municípios de Ceará, Piauí e Pernambuco — negócio de R$ 6 bilhões extraídos do Orçamento da União, do BNDES e dos fundos regionais.
Missão Velha empobreceu, desde então. Assistiu ao fim das agências bancárias e à migração de aposentados para o comércio de Barbalha, 25 quilômetros adiante. Não recebe água do São Francisco, nem trem da Transnordestina.
As obras da ferrovia concedida sem licitação pararam há três anos, embora já tenham sido gastos recursos públicos equivalentes a 80% do investimento previsto. Agora, depois de um ano de investigações pedidas pela Câmara dos Deputados, o Tribunal de Contas comprovou que o contrato de construção e exploração da Transnordestina foi assinado com o grupo de Steinbruch em 2013, no governo Dilma Rousseff, “sem estudos e análises que justificassem o interesse público”, e sem comprovação “do equilíbrio econômico-financeiro” do projeto.
Descobriu, também, que no governo Michel Temer os ministérios dos Transportes e do Planejamento, a empresa de planejamento logístico (Valec) e a agência reguladora do setor (ANTT) permanecem sem saber quantos e quais trechos da obra foram executados. E não conseguem demonstrar os gastos efetivados nas etapas que, supostamente, já teriam sido concluídas. Sobram irregularidades, segundo o Tribunal, indicando R$ 1,2 bilhão em despesas sem prévia autorização. Nos arquivos da Casa Civil da Presidência não há registros sobre a ferrovia. Existe “risco concreto de dano ao Erário”, acha o Tribunal de Contas da União, porque “sequer é sabido o custo real das obras”.
Pelo contrato de concessão, a ferrovia deveria ser concluída até o próximo 22 de janeiro. O grupo privado enfrenta limitações no BNDES, relatadas ao TCU. Só em outubro a nave-mãe CSN conseguiu divulgar balanços auditados de 2015 e de 2016. Na virada do mês, o empresário Benjamin Steinbruch passou ao centro de uma investigação da Operação Lava-Jato. O empreiteiro Marcelo Odebrecht confessou que, a seu pedido, deu R$ 14 milhões em propina ao ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci e R$ 2,5 milhões ao presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
O trem da Transnordestina continua sendo uma lenda do Império, renovada por um enigma bilionário.

NO O ANTAGONISTA
Dinheiro para Lula
Brasil Quarta-feira, 29.11.17 07:13
A propina de Eike Batista para Lula foi delatada por Fernando Baiano.
Ela foi relatada também por Dona Xepa, de acordo com a reportagem de Malu Gaspar.
Releia aqui:
A mulher do publicitário João Santana, Mônica Moura, prometeu contar em delação premiada aos procuradores da Lava Jato tudo sobre pagamentos recebidos de Eike Batista no exterior. Se contar mesmo tudo o que sabe, conforme noticiou ontem o jornal O Globo, em breve os processos da 13a Vara Federal de Curitiba registrarão a seguinte história:
Corria o mês de abril de 2013 quando um gerente do império X, então vivendo o preâmbulo de sua derrocada final, foi chamado a uma salinha de reuniões. Havia uma missão para ele, delegada por Flávio Godinho, homem de confiança de Eike e seu sócio em varias empresas – incluindo offshores. A tarefa consistia em receber uma mulher que viria entregar uns papéis com indicações para que Eike fizesse um depósito no exterior. Era só receber a mulher e pegar os papéis que ela tinha lhe a entregar. Godinho cuidaria do resto.
Assim foi feito. Em pouco tempo a tal mulher anunciou que havia chegado à sede do grupo X, no edifício Serrador, no centro do Rio. Era a própria Mônica Moura, acompanhada da filha, Alice. Simpática, estendeu seu cartão de visitas. Em seguida, entregou um envelope branco ao executivo. Dentro tinha um contrato, que ele de propósito não abriu. Ela disse: ‘Olha, a conta é a Shellbill, você sabe né?’. Não sabia, mas a Shellbill Finance S.A. é a offshore panamenha que Mônica e João Santana controlam, e que recebeu 7,5 milhões de reais da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki. Foram descobertas da Lava Jato. Ao saber quem era Mônica, o gerente interpelou o chefe sobre o depósito. A resposta: “dinheiro para o Lula”
.
A chance de Eike
Brasil 29.11.17 07:03
Em seu depoimento à CPI do BNDES, nesta quarta-feira, às duas e meia, Eike Batista terá a chance de esclarecer a denúncia de que a OSX pagou propina a Lula, por meio de José Carlos Bumlai e Fernando Baiano.
Segundo a coluna Radar, porém, “ele está sendo aconselhado a não abrir todo o seu arsenal”.
Traduzindo: ele vai se calar um bocado.
O acervo do motorista
Brasil 29.11.17 06:32
O motorista de Aécio Neves ganhou um Portinari.
O relatório da PF, obtido pelo G1, mostra que o motorista é o fiel depositário do acervo de obras do senador tucano.
Alô, laranja
Brasil 29.11.17 06:22
A PF apreendeu no apartamento de Aécio Neves dois celulares registrados em nome de laranjas.
Um dos celulares, segundo o relatório policial obtido pelo G1, passou pela empregada doméstica de Andréa Neves e o outro por seu motorista.
Quando foram apreendidos pela PF, porém, eles já estavam em nome de um lavrador de Minas Gerais e de um montador de andaimes do Espírito Santo.
A paciência de Moro com a defesa de Lula
Brasil Terça-feira, 28.11.17 23:32
A defesa de Lula ainda tenta emplacar a tese de que a Odebrecht forjou documentos no sistema Drousys, com a cumplicidade de procuradores da Lava Jato, a fim de incriminar o petista.
Está fazendo barulho com o que seriam duas versões, com assinaturas diferentes, de uma mesma ordem de pagamento, no valor de mais de 500 mil dólares, usada para pagar o imóvel destinado ao Instituto Lula, segundo o MPF.
Além disso, a defesa do petista quis outra vez que Sérgio Moro ouvisse o foragido (na Espanha) Rodrigo Tacla Duran, que lavava dinheiro para a Odebrecht. Aquele sujeito reto, vertical, que chegou a acusar o padrinho de casamento do juiz, o advogado Carlos Zucolotto, de fazer intermediações escusas com a Lava Jato. Moro obviamente recusou. Quis que o juiz ouvisse o empresário Paulo Sérgio da Rocha Soares, dono da Draftsystems, empresa que criou o sistema Drousys, e irmão do delator Luiz Eduardo da Rocha Soares. Moro aceitou.
Por falar em Tacla Duran, ele disse que, na quinta-feira, apresentará as provas de que trocava mensagens com Zucolotto, o padrinho de Moro, na CPMI da JBS. Os petistas Paulo Pimenta e Wadih Damous deram um jeito de enfiar o foragido na CPMI, buscando desacreditar o trabalho da Lava Jato.
É preciso paciência.
Governador do Tocantins é condenado a devolver R$ 25 milhões Brasil 28.11.17 21:15
O peemedebista Marcelo Miranda, governador do Tocantins, foi condenado à perda de função pública e a devolver mais de R$ 25 milhões que teriam sido desviados da Saúde no Estado.
A condenação, por improbidade administrativa, refere-se à contratação sem licitação de uma Oscip para gerir hospitais estaduais nos anos de 2003 e 2004.
É o mesmo caso que levou à cassação de Miranda na primeira vez em que ele governou o Tocantins, em 2009. Ele já anunciou que vai recorrer da sentença. Enquanto isso, poderá continuar no cargo.
O PDV da gestão Temer é um sucesso
Economia 28.11.17 19:20
O Ministério do Planejamento divulgou hoje números do Programa de Desligamento Voluntário lançado pelo governo para cortar custos. A meta era atrair até 5.000 servidores.
De julho até hoje, 76 pessoas aderiram à proposta.
Para o governo, o baixíssimo interesse se deve à instituição do programa por medida provisória.
“Ao longo da tramitação da MP no Congresso, as condições originalmente propostas podem ser melhoradas. Essa expectativa leva o servidor a esperar a conversão da MP em lei antes de pedir um desligamento definitivo”, disse o ministro Dyogo Oliveira.
Dinheiro vivo na casa da mãe de Geddel
Brasil 28.11.17 18:28
Luiz Fernando Costa Filho, dono de América Engenharia, disse à PF que recebeu de Geddel e Lúcio Vieira Lima cerca de R$ 11,5 milhões entre 2011 e 2016, informa a Época.
Os peemedebistas investiam o dinheiro em negócios imobiliários em Salvador – de 5% a 20% do valor previsto para cada empreendimento, segundo Costa Filho.
Um deles era o La Vue Ladeira da Barra, o famoso prédio do conflito entre Geddel e Marcelo Calero que resultou na saída do segundo do Ministério da Cultura.
O empreiteiro disse ainda que quase metade do dinheiro – cerca de R$ 5 milhões – foi entregue a ele em espécie e que os valores eram retirados na casa de Marluce, a mãe dos Vieira Lima.

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