PRIMEIRA EDIÇÃO DE 10-10-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Terça-feira, 10 de Outubro de 2017
ANS adora planos de saúde. Já seus clientes...
Criada para regular planos de saúde e “assegurar o interesse público”, como diz a Lei 9.961/2000, a Agência Nacional de Saúde (ANS) age quase como entidade de defesa das empresas que deveria fiscalizar. Nesta segunda (9), em um evento em São Paulo, o presidente da ANS não escondeu sua preocupação com o setor, face o envelhecimento da população. Fazendo coro aos plano de saúde, que, afinal, ganham mais em países pobres, onde a maioria morre antes de envelhecer.
Muita cara-de-pau
A ANS é tão boazinha com as empresas que autorizou reajustes de 13,55% em 2016 e mais 13,55% em 2017, para uma inflação de 3%.
Ruim por ruim...
Mais de três milhões de brasileiros abandonaram os planos de saúde. Cada vez mais caros e de má qualidade, a opção semelhante é o SUS.
Ninguém aguenta
Somente em 2016 quase 1 milhão e 400 mil pessoas deixaram os planos de saúde, atesta o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar.
Corrida ao ouro
Com a vida dos planos de saúde tão facilitada, gigante United Health, por exemplo, comprou a Amil para entrar no mercado brasileiro.
Governo vai promover diplomata em Pyongyang
O governo Michel Temer não cogita fechar a embaixada na Coreia do Norte, ao menos por enquanto, ainda que considere equivocada a decisão de implantá-la. Mas o diplomata Cleiton Schenkel, encarregado de negócios do Brasil, pode contar: a decisão de promovê-lo já está tomada. Quando deixar Pyongyang, onde se encontra há pouco mais de um ano, vai ganhar um posto que será um prêmio à sua dedicação.
Elogios do chefe
A disposição de encarar a vida em Pyongyang arranca elogios do chanceler Aloysio Nunes: “Ele tem coragem, faz um ótimo trabalho”.
Isolamento financeiro
Schenkel precisa ir a cada 40 dias a Pequim sacar os euros (dólares dos EUA, nem pensar) do salário e para as despesas da embaixada.
Única família
O diplomata, a mulher e o filho bebê são a única família brasileira na Coreia. Se o filho fosse um pouco maior, não haveria escola para ele.
Destruição seria total
O Brasil tem estudos indicando que a Coreia do Norte teria condições de destruir totalmente a Coreia do Sul em apenas 40 minutos. Neutralizar todo esse poder ofensivo é missão quase impossível.
A vida como ela é
Só está na cabeça de quem não é familiarizado com o Congresso a “urgência” na tramitação da segunda denúncia contra Michel Temer. Nesta segunda (9), apenas 20 dos 513 deputados deram as caras.
Censura politicamente correta
O jornalista e delegado Miguel Lucena foi bloqueado no Facebook por haver criticado, com foto, a encenação de “artistas” com vela acesas no ânus. Não haverá protestos contra a censura à crítica do mau gosto.
Tempo de troca
Na “reforma” política, a substituição de candidatos não foi alterada em relação à campanha de 2016: candidatos só podem assumir o lugar de outro até 20 dias antes da votação, à exceção em casos de morte.
Seu João
Nesta data, em 1999, falecia o empresário João Saad, fundador do Grupo Bandeirantes de Comunicação. É lembrado com muito carinho não só pela família e amigos, mas por todos que trabalharam com ele.
Até cartões pagamos
O gasto do governo federal com cartões corporativos entre janeiro e setembro deste ano ultrapassaram R$ 33,4 milhões. O maior gasto da História com os cartões foi em 2010, último ano de Lula: R$ 80 milhões.
Concentração
Os ministérios da Defesa, da Educação e da Fazenda, somados, representam 53,82% do total folha de pessoal do governo federal, este ano: mais de R$12,4 bilhões do total de R$23 bilhões.
Fundão prejudica saúde
O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) é contra o fundão eleitoral bilionário aprovado pela Câmara: “Vai tirar recurso das escolas, dos hospitais e da segurança pública. Sou contra”.
Pensando bem...
...o número de 25 mil títulos de eleitores duplicados é baixo, comparado com o universo de 64 milhões de eleitores registrados via biometria.

NO DIÁRIO DO PODER
Parecer da PGR é contra liberdade para Joesley Batista e seu lobista
Dodge alega que prisão é necessária pela gravidade dos fatos

Publicado segunda-feira,  09 de outubro de 2017 às 19:25 - Atualizado às 00:12
Da Redação
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela manutenção da prisão preventiva do empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo J&F, e do executivo do grupo Ricardo Saud. Ambos foram presos no mês passado por determinação do ministro Edson Fachin após a rescisão dos benefícios do acordo de delação premiada.
Na manifestação, a procuradora sustenta que a prisão preventiva dos acusados é necessária diante da gravidade dos fatos apurados e para prevenir a prática reiterada dos crimes. Dodge também destacou a possiblidade de os acusados fugirem do País por terem bens, contas bancárias e residência no exterior.
“Estão presentes não só os pressupostos da prisão preventiva – boa prova de materialidade e de autoria – mas, igualmente, o risco à investigação e à instrução criminal, à ordem pública e à aplicação da lei penal, bem como a adequação de tal medida no caso concreto”, diz o parecer.
Raquel Dodge também argumentou que o acordo de delação, suspenso por determinação do ex-procurador Rodrigo Janot, não pode ser utilizado pelos investigados como blindagem contra a aplicação da lei.
Para a procuradora, a partir dos indícios apurados até momento, é possível concluir que houve omissão de informações na delação de forma “intencional, premeditada e de má-fé”. Um dos fatos investigados pela PGR é a omissão sobre a participação do ex-procurador Marcelo Miller a favor do grupo JBS durante o período em que trabalhou no Ministério Público Federal (MPF).
“Os fatos de que se tem notícia são gravíssimos, o caso é emblemático e sem precedentes na História do País, de forma que as investigações devem ser conduzidas com seriedade e cercadas de extrema cautela pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. Não há espaço para incertezas.”
Os advogados de Joesley e Saud sustentam que os acusados jamais cooptaram o ex-procurador Miller para atuar a favor da JBS e que não omitiram informações da PGR.
A defesa de Miller informou que o ex-procurador “nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F ou qualquer empresa e o [ex-] procurador-geral da República, Rodrigo Janot ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal”.(ABr)

Delatores confirmam mesada da Carioca Engenharia a Cabral de até R$ 500 mil
Delatores da Carioca Engenharia confirmam mensalão desde 2009

Publicado segunda-feira,  09 de outubro de 2017 às 15:36 - Atualizado às 16:03
Da Redação
Os delatores Tânia Maria Silva Fontenelle e Rodolfo Mantuano, ex-executivos da empreiteira Carioca Engenharia, declararam, em depoimento ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, nesta segunda-feira, 9, que a empresa pagou mesada de R$ 200 mil a R$ 500 mil ao ex-governador Sergio Cabral (PMDB) entre os anos de 2009 até “2013 ou 2014”. Eles já haviam fornecido essas informações quando fizeram delação premiada.
Os dois ex-executivos admitiram saber à época que os pagamentos eram indevidos. Contaram que os recursos eram entregues a duas pessoas de confiança de Cabral, Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra, ambos presos. Os pagamentos eram feitos em espécie, na sede da empresa, e chegaram a acontecer também na própria residência de Tânia.
O valor de R$ 200 mil perdurou por “dois ou três anos”, Tânia informou, e depois passou para R$ 500 mil. Os valores não mudavam caso se tratasse de um ano eleitoral. Ambos os depoentes relataram que, por vezes, a empresa não dispunha do montante, e o pagamento passava para o mês seguinte, “para completar o valor”, explicou.
“O dinheiro vinha de contratos superfaturados de empresas que já prestavam serviço à Carioca, e alguns poucos eram contratos totalmente simulados, para geração desses recursos em espécie”, ela disse.
Cabral está preso há onze meses, acusado de comandar uma organização criminosa que perdurou durante seus dois mandatos no governo fluminense (2007-2014).



Polícia suíça apreende ouro de Nuzman e confirma 'vários quilos' escondidos
Barras apreendidas pelas autoridades são avaliadas em R$ 2 milhões

Publicado segunda-feira,  09 de outubro de 2017 às 18:53 - Atualizado às 18:53
Da Redação
A Polícia de Genebra abriu nesta segunda-feira o cofre alugado por Carlos Arthur Nuzman na cidade suíça e confirmou a existência de "vários quilos de ouro" escondidos pelo brasileiro, ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), preso na semana passada sob suspeita de corrupção durante o processo de votação que elegeu o Rio sede da Olimpíada de 2016. As barras foram apreendidas pelas autoridades locais. Elas são avaliadas em R$ 2 milhões.
Sem dar detalhes do que encontraram, as autoridades confirmam que policiais foram até o local designado, abriram o cofre e emitiram uma ordem para que nada que esteja dentro do cofre possa ser retirado dele.
O ouro estava no Port Francs de Genebra, um armazém usado para guardar obras de arte, peças raras e verdadeiras fortunas. Implicado em escândalos no passado, o local garantiu nesta segunda-feira que foram eles quem informaram às autoridades sobre a existência de um cofre em nome de Nuzman, assim que a referência ao brasileiro foi feita na imprensa. "No momento que descobrimos na sexta-feira que essa pessoa (Nuzman) alugava um cofre em nossa empresa, imediatamente informamos ao Ministério Público de Genebra", disse Alain Decrausaz, diretor-geral do armazém ao jornal Tribune de Genebre.
A declaração se contradiz ao que a reportagem do jornal O Estado de São Paulo presenciou na quinta-feira passada. Sem saber que falavam com o repórter do Estadão, os representantes da companhia deram uma outra versão. Funcionários do alto escalão alertaram por telefone que, enquanto a Polícia não entrasse em contato, qualquer pessoa com uma procuração de Nuzman poderia retirar as barras de ouro. No Brasil, o MP indicou que as barras somariam um total de 16 quilos. Mas não excluem a possibilidade de que o cofre possa conter até mais recursos.
Naquele mesmo dia, o Estadão foi até o local. Sem saber uma vez mais que estavam falando no mesmo recinto onde estava a reportagem, funcionários mostravam nervosismo ao se referir ao fato de que tinham revelado informações sobre Nuzman ao jornalista brasileiro. "Não fizemos nosso trabalho", dizia um dos responsáveis aos seus funcionários.
Além do desembarque da Polícia ao armazém, o Ministério Público da Suíça indicou também que aceitou o pedido de cooperação para investigar e bloquear as contas de Nuzman. Todas as transações do brasileiro estão sendo coletadas e os extratos bancários serão repassados aos investigadores brasileiros. O objetivo é o de identificar todos os depósitos e transferências, na esperança de traçar a "rota do dinheiro". Se os dados seguirão ao Brasil, as barras de ouro e o dinheiro em suas contas apenas podem ser repatriados quando Nuzman for condenado em último grau.
Em um breve comunicado, Berna indicou nesta segunda-feira que "pode confirmar que o pedido de cooperação do Brasil está sendo atualmente executado". O MP não dá detalhes das ações ou operações realizadas. De acordo com pessoas envolvidas no caso, no Brasil, a ação envolveria o congelamento de todos os ativos do dirigente e um mapeamento de todas suas transações nos bancos locais. Pela cooperação com a Suíça, os bancos são obrigados a repassar todos os extratos bancários que, então, poderão alimentar a investigação no Brasil e na França. A ação também exige o bloqueio dos bens do dirigente.
No dia 28 de setembro de 2017, os procuradores brasileiros encaminharam um pedido aos suíços para que as contas fossem bloqueadas, assim como o ouro mantido por Nuzman em Genebra. No dia 5 de outubro último, dia da prisão do dirigente, o Departamento de Justiça deu o primeiro sinal verde para a cooperação e encaminhou a documentação para a "execução" por parte do Ministério Público de Berna. Dentro do sistema de cooperação, a aprovação inicial é considerada como um passo decisivo. Agora, os procuradores suíços deram prosseguimento. ao caso.
ROTA
O trabalho dos investigadores agora é o de traçar a "rota" da fortuna do brasileiro. Documentos e envelopes encontrados durante a operação policial na casa de Nuzman, em setembro, revelaram que o brasileiro não apenas mantinha dinheiro vivo em sua residência em diversas moedas, mas também guardava informação sobre contas na Suíça.
No dia 27 de junho de 2014, Nuzman escreveria para Laetitia Theophage, funcionária da Federação Internacional de Atletismo, um e-mail no qual colocava seus dados de uma conta na Suíça. Tratava-se de um depósito que deveria ser realizado no banco Socoete General Private Banking, instituição financeira que se dedicava a administrar grandes fortunas.
Laetitia era a assistente pessoal do então presidente da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês), o próprio Lamine Diack, investigado por corrupção e hoje detido. Com a conta bancária número 1720399, ele indicava para onde a Iaaf deveria fazer um depósito. O local do banco também é revelador: Lausanne, cidade sede do COI e para onde Nuzman viajou com grande frequência entre 2009 e 2016, durante a preparação do Rio.
Em seu pedido de habeas corpus, Nuzman indicou que a conta servia para receber pagamentos de trabalhos realizados para a Iaaf e suas despesas. O brasileiro chegou a ser membro do Conselho de Ética da entidade. Agora, um dos trabalhos dos investigadores será o de apurar se a conta em nome de Nuzman serviu para algum outro objetivo. Para isso, o Ministério Público Federal espera a cooperação da Suíça. Um fluxo ainda importante de dinheiro passou pelos EUA e pelo Caribe, o que exigiu a cooperação da Justiça americana e da Grã-Bretanha. (AE)

Justiça adia novamente depoimentos de Cunha e Funaro
Eles iriam prestar depoimento amanhã, 10, e quarta-feira, 11

Publicado segunda-feira,  09 de outubro de 2017 às 18:42
Redação
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, adiou mais uma vez os interrogatórios do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) e do corretor Lúcio Funaro na ação que investiga desvios na Caixa Econômica Federal. Eles iriam prestar depoimento amanhã, 10, com continuidade na quarta-feira, 11.
Ainda não há data marcada para os novos depoimentos, que devem ficar para a próxima semana. Os sucessivos adiamentos têm como pano de fundo o compartilhamento da delação de Funaro, que ainda não chegou à Justiça Federal. O acordo de delação do corretor foi celebrado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que as defesas devem ter aceso formal à íntegra da delação para a realização das sessões. O pedido foi feito pelos advogados do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também alvo do processo. Os advogados alegaram risco de “cerceamento do direito de defesa”. Henrique Alves também prestaria depoimento na ação nesta semana.
Até a tarde desta segunda-feira, os documentos da delação de Funaro não haviam chegado à 10ª Vara. Quando o material chegar, a Justiça Federal ainda precisará abrir prazo para a defesa ter acesso aos documentos.
Em seus depoimentos, o corretor trouxe novas informações sobre os desvios no banco público, investigados na Operação Sépsis – conduzida pela 10ª Vara da Justiça Federal.
Cunha foi transferido de Curitiba para Brasília para seu interrogatório, mas diante do novo adiamento o juiz deve decidir o que fazer com a situação do ex-deputado. Ele pode ter o prazo de permanência prorrogado ou voltar a Curitiba, onde está preso, e prestar o depoimento por videoconferência.

Moro exige de Lula originais de 'recibos' para mandar fazer perícia
Procuradores acreditam que documentos que comprovariam aluguel sejam falsos

Publicado segunda-feira,  09 de outubro de 2017 às 16:40 - Atualizado às 17:07
Da Redação
O juiz federal Sérgio Moro mandou a defesa do ex-presidente Lula ‘esclarecer expressamente’ se tem os originais dos recibos do suposto aluguel do apartamento 121, do edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP). O imóvel é vizinho ao que mora o petista e um dos pivôs de ação penal na qual Lula é réu por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.
Delatores da Odebrecht já revelaram que o apartamento foi comprado para Lula, a titulo de propina, em nome do engenheiro Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. Na mesma ação, Lula responde por também ter supostamente recebido da empreiteira terreno onde seria sediado o Instituto Lula, no valor de R$ 12,5 milhões. A Lava Jato afirma que não houve pagamento de aluguel entre fevereiro de 2011 e pelo menos novembro de 2015, do imóvel vizinho ao do petista, em São Bernardo.
No dia 25 de setembro de 2017, a defesa do ex-presidente apresentou documentos que contestam a versão dos procuradores. Os advogados do ex-presidente anexaram um contrato da ex-primeira dama Marisa Letícia com Glaucos da Costamarques, dono do imóvel no cartório, e recibos de pagamento. Dois dos comprovantes apresentam datas que não existem no calendário. Parte dos documentos ainda apresenta os mesmos erros de ortografia.
O Ministério Público Federal, no Paraná, entrou com um incidente de falsidade, em 4 de outubro último, para apurar a autenticidade dos documentos apresentados pela defesa do ex-presidente e cobra os recibos originais. Os procuradores afirmam que os comprovantes são ‘ideologicamente falsos’ e pediram perícia.
Na decisão, Moro afirma que ‘há dúvida, tratando-se de suposto falso ideológico, quanto à adequação de perícia técnica para a solução da controvérsia’.
“Intime-se a defesa de Luiz Inácio Lula do presente incidente, para manifestação em cinco dias e igualmente para esclarecer se tem provas a requerer quanto ao incidente”, ordenou o magistrado. “Deverá esclarecer expressamente se dispõe dos originais dos recibos e, se positivo, depositá-los em secretaria.”
Na ação penal 5063130-17.2016.4.04.7000, a Defesa do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou recibos do pagamento da locação do apartamento 121 em São Bernardo do Campo (evento 1.080)
O subscritor dos recibos, Glaucos da Costamarques, por meio de seu defensor e em petição do evento 1.118, afirma que o acusado somente passou a receber os aluguéis ao final de 2015 e que teria assinado os recibos, todos ou em parte, ao final de 2015 quando estava hospitalizado.


NO BLOG DO JOSIAS
AGU, Câmara e Senado se desdizem em processo que pode favorecer Aécio Neves

Por Josias de Souza
Terça-feira, 10/10/2017 04:22
O processo sobre medidas cautelares a que estão sujeitos os congressistas que respondem a inquéritos criminais tornou-se um manancial de contradições. Foram anexados aos autos pareceres antagônicos da Advocacia-Geral da União e das assessorias jurídicas da Câmara e do Senado. A encrenca será julgada nesta quarta-feira, 11, pelo Supremo Tribunal Federal. O resultado terá influência direta sobre o caso do tucano Aécio Neves, afastado do mandato e proibido de sair de casa à noite.
Em textos encaminhados ao Supremo no ano passado, AGU, Câmara e Senado reconheceram que congressistas sob investigação criminal poderiam, sim, sofrer sanções cautelares. Em novos pareceres, anexados aos autos na semana passada, os três órgãos dão um cavalo de pau jurídico. Sustentam agora que punições cautelares alternativas à prisão, previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, simplesmente não podem ser aplicadas contra deputados e senadores.
Determinada por Michel Temer, a meia-volta é mais radical no caso da AGU. No primeiro parecer, de junho de 2016, a Advocacia-Geral da União não só reconhecia os poderes do Supremo para punir cautelarmente congressistas, como dizia que tais punições não dependiam do aval do Congresso. As assessorias jurídicas da Câmara e do Senado sustentavam naquela ocasião que as sanções previstas no Código Penal, quando aplicadas contra deputados e senadores, teriam de ser submetidas em 24 horas ao plenário da respectiva Casa legislativa, que poderia manter ou rever a punição.
O processo em que a AGU, a Câmara e o Senado se desdizem escancaradamente nasceu de uma ação direta de inconstitucionalidade movida por três partidos: PP, PSC e SD. A ação foi ajuizada em maio de 2016, dias depois de o plenário do Supremo ter aprovado, por unanimidade, a suspensão do mandato do então deputado Eduardo Cunha e o consequente afastamento dele da Presidência da Câmara. Aliados de Cunha, os partidos pediam que o Supremo reconhecesse que as punições cautelares contra parlamentares precisam ser obrigatoriamente submetidas à Câmara ou ao Senado.
Relator do processo, o ministro Edson Fachin o mantinha na gaveta até a semana passada. Ali permaneceu por um ano e quatro meses. Foi içado à pauta de julgamento a pedido da presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia. Ressurgiu em meio a uma pressão do Senado, que ameaça descumprir a decisão da Primeira Turma do Supremo que determinou, por 3 votos a 2, a suspensão do mandato de Aécio Neves, a entrega do seu passaporte, a proibição de falar com outros investigados e o recolhimento domiciliar noturno.
A ação que o Supremo julgará nesta quarta-feira não trata especificamente do caso de Aécio. O grão-tucano ainda não havia sido alvejado pelas delações da JBS. Mas o processo só saiu da gaveta por causa de Aécio. Punido, o senador tucano ganhou a solidariedade instantânea de outros clientes de caderneta da Lava Jato — entre eles Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho e Fernando Collor. Dependendo do resultado do julgamento desta quarta, o plenário do Supremo pode desautorizar a punição imposta a Aécio pela Primeira Turma da Corte.
Para salvar Aécio, o Supremo terá de fazer uma ginástica interpretativa semelhante à que foi feita pela AGU, pela Câmara pelo Senado. De saída, os ministros teriam de explicar por que abrirão mão agora de um poder que exerceram em sua plenitude em maio do ano passado, ao afastar Eduardo Cunha do mandato num julgamento unânime. Há quatro meses, o próprio Aécio já tivera o mandato suspenso por meio de decisão monocrática (individual) do ministro Edson Fachin.
O processo contra Aécio foi redistribuído para outro ministro: Marco Aurélio Mello. Em decisão liminar (provisória), Marco Aurélio cancelara as punições a Aécio, restituindo-lhe o mandato. Submetida ao colegiado da Primeira Turma, composto de cinco ministros, a liminar foi revista. Por 3 votos a 2, os magistrados ressuscitaram as punições contra Aécio, adicionando a elas o recolhimento noturno, também previsto no rol de sanções alternativas à prisão anotadas no artigo 319 do Código Penal.
Apinhado de investigados, o Senado tomou as dores de Aécio. E ameaçou derrubar as punições sofridas pelo colega tucano. Sob atmosfera de curto-circuito institucional, Cármen Lúcia, a presidente do Supremo, levou a ação dos partidos aliados de Cunha à pauta. Fez isso para oferecer aos seus colegas de tribunal um pretexto para se reposicionar em cena. É contra esse pano tisnado pelo oba-oba pró-investigados que AGU, Câmara e Senado anexaram ao processo pareceres em que subvertem até o brocardo: em vez de ‘Dura Lex, sed lex’ (a lei é dura, mas é lei), agarram-se ao ‘Dura Lex, sed latex’ (a lei é dura, mas estica).

Lula admite estar ‘lascado’. Ficha começa a cair!
Por Josias de Souza
Segunda-feira, 09/10/2017 23:39
Demorou, mas a ficha de Lula começa a cair. Nesta segunda-feira, ao discursar em seminário sobre educação, em Brasília, ele reconheceu: “Eu sei que estou lascado, todo dia tem um processo contra mim”. Desobrigando-se de fazer nexo, acrescentou: “Eu não quero nem que o Moro me absolva, só quero que ele me peça desculpas.”
Numa rara admissão de que está mais próximo de um xadrez do que de uma urna, Lula ensaiou uma troca de papel: ''Eles acham que me tirando da disputa, está resolvido o problema. Façam e vamos ver o que acontece nesse País. Eles dizem: se ele não for candidato não vai ter força como cabo eleitoral. Pois testem!”
Lula tinha do seu lado o ex-prefeito paulistano e ex-ministro Fernando Haddad, seu ‘Plano B’ preferido. Mas a caída em si não trouxe a companhia da autocrítica. “Eu tenho respeito por quem me respeita e pelas leis que ajudamos a criar, mas não tenho respeito por quem não me respeita e eles não me respeitaram”, disse o pajé do petismo sobre seus algozes.
Natural que Lula desrespeite quem o arranca do pedestal. As três coisas mais perigosas do momento são investigadores que investigam, procuradores que procuram e juízes que julgam. Juntos, eles podem levar ao fim da impunidade.

NA VEJA.COM
Juiz decreta prisão preventiva de Carlos Nuzman
Com decisão de Marcelo Bretas, presidente afastado do Comitê Olímpico do Brasil (COB) não tem prazo para deixar a cadeia

Por João Pedroso de Campos
Segunda-feira, 09 out 2017, 20h07 - Publicado em 9 out 2017, 19h11
O juiz federal Marcelo Bretas atendeu ao pedido do Ministério Público Federal e converteu a prisão temporária do presidente afastado do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, em prisão preventiva. Com a decisão do magistrado, Nuzman não tem mais prazo para deixar a cadeia. No mesmo despacho, Bretas também determinou a prorrogação da prisão temporária de Leonardo Gryner, ex-executivo do Comitê Rio-2016, por mais cinco dias.
Carlos Nuzman e Gryner são investigados pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro por supostamente terem intermediado um pagamento de 2 milhões de reais a Lamine Diack, presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que, em troca do dinheiro, votaria pela candidatura do Rio a sede da Olimpíada de 2016 e influenciaria outros membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) a fazer o mesmo.
Conforme as apurações, o pagamento foi feito a Papa Massata Diack, filho do dirigente, pelo empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, o “Rei Arthur”, cujas empresas chegaram a ter 3 bilhões de reais em contratos com o governo do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Alvo da primeira fase da Unfair Play, assim como Nuzman, Soares vive em Miami e é considerado foragido pelas autoridades brasileiras.
Na decisão, em que afirma que a prisão preventiva do dirigente é “indispensável”, Marcelo Bretas concordou com a argumentação dos procuradores de que, em liberdade, Nuzman poderia atuar para embaraçar as investigações.
Além da possível obstrução de Justiça apontada pelo juiz, Bretas ainda entende que o presidente do COB teria, por meio de uma declaração retificadora à Receita Federal, tentado dar aparência legal a bens adquiridos ilegalmente. Na nova declaração ao fisco, após ser alvo da primeira fase da Operação Unfair Play, Carlos Nuzman informou a posse de 16 barras de ouro de um quilo cada, mantidas em um cofre em Genebra, Suíça. O MPF afirma que ele poderia manter no país europeu valores ainda maiores do que o estimado em ouro.
Marcelo Bretas cita na decisão e-mails que, conforme os investigadores, mostram uma tentativa de Carlos Nuzman de usar dinheiro do Comitê Organizador das Olimpíadas do Rio para pagar 5,5 milhões de reais ao escritório do advogado criminalista Nélio Machado, que defende o cartola criminalmente. “Ao que parece, Carlos Nuzman estaria utilizando recursos do Comitê Olímpico Brasileiro – COB para fazer face a despesas pessoais, já que o advogado Nélio Machado o representa pessoalmente nos processos criminais em curso neste Juízo”, pontua o juiz federal.
Ao concluir as determinações sobre Nuzman, Bretas diz que, em se confirmando as suspeitas do MPF sobre Nuzman, “estaremos diante de graves delitos de organização criminosa e de lavagem ou ocultação de ativos”.
No despacho, o magistrado também impõe ao COB e ao comitê Rio-2016 que forneçam, em um prazo de 24 horas, a íntegra do conteúdo da caixa de e-mails de Maria Celeste de Lourdes Campos Pedroso. Ex-funcionária do COB, ela recebeu mensagens de Papa Diack com cobranças pelos pagamentos combinados com Carlos Nuzman e Leonardo Gryner.



NO O ANTAGONISTA
Até preso Lula é candidato
Brasil Terça-feira, 10.10.17 06:49
Um dos donos da Vox Populi disse para o Valor:
“Lula é candidato a presidente em qualquer circunstância. Até preso ele é candidato.”
O Vox Populi faz pesquisas eleitorais para a CUT e foi acusado de ter lavado propina para o PT.
Ele entende do assunto, portanto.
O plano de Lula
Brasil 10.10.17 06:00
O plano de Lula é sabotar a economia.
Nenhum investidor vai aplicar seu dinheiro numa republiqueta que, em 2018, pode ter um condenado nas urnas, desencadeando uma crise institucional.
É por esse motivo que Lula vai manter sua candidatura até o fim.
Quanto pior estiver a economia, melhor para ele, porque sua popularidade está diretamente vinculada à impopularidade de Michel Temer.
De novo na Rocinha
Brasil 10.10.17 06:18
O exército, nesta madrugada, voltou à Rocinha.
O Rio de Janeiro está sem governo e a União deveria intervir.
Dodge é contra pedido da defesa de Lula
Brasil Segunda-feira, 09.10.17 20:55
Raquel Dodge se manifestou, em parecer ao Supremo, contra pedido feito pela defesa de Lula.
Os advogados do petista querem que a investigação sobre obstrução da Justiça – na qual Rodrigo Janot denunciou Lula, Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante – continue no STF. É aquele caso da nomeação do ex-presidente para a Casa Civil de Dilma.
Edson Fachin havia determinado o envio do caso para a primeira instância. No caso, não Sérgio Moro em Curitiba, mas a Justiça Federal do Distrito Federal.
“Esta Suprema Corte (…) tem decidido que a sua competência para processar e julgar organização criminosa investigada no contexto da denominada Operação Lava Jato não acarreta, necessariamente, a sua competência para apurar crimes específicos praticados por integrantes da organização que não tenham prerrogativa de foro”, escreveu Dodge.
US$ 68 milhões para o laranja de Guido Mantega
Brasil 09.10.17 20:43
Francisco de Assis e Silva, o diretor jurídico da J&F, também detalhou os repasses que o grupo fez a Victor Sandri no exterior.
Em anexo complementar, obtido por O Antagonista, ele disse que Joesley lhe mostrou uma relação de pagamentos a empresas de Sandri e queria ‘formalizá-los”.
Os repasses totalizavam US$ 68 milhões e foram feitos em contas offshore, por meio da Lunsville, do próprio Joesley.
Sandri chegou a mostrar ao Francisco um contrato de “assessoramento em processo de internacionalização” da JBS. Na prática, propina para azeitar a engrenagem bilionária do BNDES.
Apesar das acusações diretas e lastreadas em provas, Sandri até agora não foi chamado pelo MPF e nem está entre os convocados da CPMI da JBS.
TRF-3 nega habeas corpus a Joesley e Wesley
Brasil 09.10.17 19:40
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região manteve as prisões de Joesley e Wesley Batista no inquérito que apura o uso indevido de informação privilegiada.
A 5ª Turma do tribunal acolheu as manifestações do Ministério Público Federal, contrário à soltura dos irmãos donos da JBS.
Para os procuradores, continuam presentes os riscos que autorizam a prisão – garantia da ordem pública e da instrução penal, que correria risco caso Joesley e Wesley fossem libertados.
‘Estou protegido no Brasil’, diz Battisti
Brasil 09.10.17 19:05
O terrorista Cesare Battisti deu entrevista a uma afiliada da TV Globo em Cananéia, cidade do litoral sul de São Paulo, onde está morando.
Capturado em Corumbá na semana passada e solto por decisão do TRF-3, Battisti negou que tivesse a intenção de fugir para a Bolívia. “Ia estar fugindo de quê? O país onde estou protegido é aqui.”
O assassino condenado pela morte de quatro pessoas na Itália acrescentou: “Eu sou um imigrante, com visto permanente no país. Eu posso sair desse país quando e como quero. Não tenho nenhuma restrição.”
Agradeçam a Lula também por isso.
STF nega recurso por impeachment de Gilmar
Brasil 09.10.17 18:43
O Supremo negou recurso de um grupo de advogados que queria dar prosseguimento no Senado a um pedido de impeachment contra Gilmar Mendes.
Nove ministros do STF foram contra o pedido. Gilmar não votou e Marco Aurélio Mello declarou sua suspeição.
O pedido de impeachment foi feito ao Senado, em 2016, por um grupo que incluía Celso Bandeira de Mello e Fábio Konder Comparato. A Casa negou continuidade.
Os autores recorreram ao Supremo e o pedido foi negado por Edson Fachin. Houve recurso, que agora o tribunal também rejeitou.

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