PRIMEIRA EDIÇAO DE 30-9-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sábado, 30 de Setembro de 2017
Joesley falou com Cardozo e Renan durante delação
O empresário Joesley Batista relatava ao então presidente do Senado, Renan Calheiros, e ao ex-ministro Justiça e advogado de Dilma José Eduardo Cardozo os seus depoimentos a procuradores, segundo ele próprio conta nos áudios divulgados nesta sexta-feira (29). Em uma das conversas gravadas, ele reclama haver prestado depoimento “a um garoto de 34 anos”, um procurador a quem chama de “Dr. Ancelmo”.
Desde o primeiro dia
Joesley diz na gravação que marcou jantar com Renan Calheiros logo depois da primeira reunião para tratar da delação premiada.
Renan sabia
Ele disse estar “preocupado” e Renan teria se interessado no motivo. Sua resposta: “Eu tive agora depondo para um menino de 34 anos”.
Relação com Cardozo
O delator revela ter discutido com o ex-ministro Cardozo sobre a lei de combate às organizações criminosas, após a deflagração da Lava Jato.
Áudio inédito
Ainda não foram divulgadas as gravações que Joesley fez de suas conversas com Cardozo, para “trabalhar” ministros do STF.
Marina e até Dória herdariam os votos de Lula
Levantamento realizado pelo Paraná Pesquisa confirma que o ex-presidente Lula seria o mais votado em primeiro turno, se a eleição fosse hoje, mas caso o petista fique impedido de se candidatar, 21,5% dos seus eleitores votariam em Marina Silva (Rede), 11,4% em Ciro Gomes (PDT) e 10,3% em Fernando Haddad (PT). Até o tucano João Doria levaria um pedaço: 7,5% dos votos que seriam destinados a Lula.
‘Trumpetistas’
Mesmo o deputado Jair Bolsonaro herdaria votos de Lula, caso o ex-presidente não se candidate: 4,5% do total.
Distantes do lulismo
Quem menos herdaria votos dos eleitores de Lula seriam Álvaro Dias (PV), com 2,7%, e Henrique Meirelles, com 2,8%.
Cenário eleitoral
No total, a pesquisa – a pedido da revista IstoÉ – põe Lula na frente com 26,6%, seguido de Bolsonaro (18,5%) e João Doria (11,5%).
A lei ‘problema’
Joesley diz nas gravações que esteve com o ex-ministro Cardozo para reclamar da lei de combate a organizações criminosas, que chama de “fonte de todos os problemas”. “Uma p*** cagada”, teria dito Cardozo.
Incompetência
Ao contrário de 2016, quando sumiram 448 mil vagas, em 2017 o desemprego parou de crescer e já em agosto o saldo era positivo: 103 mil novos empregos. Mas o governo não consegue comunicar isso.
Três possibilidades
Há na CPI da JBS três pedidos de convocação da jornalista Ticiana Villas Boas, mulher de Joesley, que soube das traquinagens do marido nas gravações das baixarias da conversa dele com o seu lobista.
Abraço de afogados
O fisiologismo fará o PDT-AL desistir de eleger um senador, Ronaldo Lessa, líder na pesquisa, pressionando-o a apoiar Renan Calheiros. No xadrez político, Lessa pode até perder a reeleição para deputado.
Oposição na relatoria
Provocou reação a escolha do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) como relator da 2ª denúncia, por ser governista. Como se a oposição minoritária pretendesse relatar uma denúncia que se destina a derrubar o chefe de um governo majoritário no parlamento.
Palanque
O governador de Alagoas, Renan Filho, já não esconde que o prefeito tucano de Maceió, Rui Palmeira, é mesmo seu maior adversário: não o convida nem para assentar escultura em praia de jurisdição municipal.
Decisão é judicial
Para Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o Senado deve acatar a decisão do STF sobre Aécio Neves. “O Senado só pode deliberar sobre prisão em flagrante de crime inafiançável, e não em ‘medidas cautelares’”, diz.
Deputado isentado
Jerônimo Goergen (PP-RS) reagiu emocionado à mensagem de um amigo que o felicitou pelo o arquivamento do processo na Lava Jato. “Você confiou em mim e eu disse que não ia te envergonhar”, disse.
Pensando bem...
...áudios de Joesley & cia. confirmam antiga teoria: inconscientemente, os criminosos deixam rastros porque querem ser pegos.

NO DIÁRIO DO PODER
Joesley Batista falou com Cardozo e Renan durante delação
Joesley revela que falou com Cardozo e Renan durante delação

Publicado sábado,  30 de setembro de 2017 às 00:25
Redação
O empresário Joesley Batista relatava ao então presidente do Senado, Renan Calheiros, e ao ex-ministro Justiça e advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo os seus depoimentos a procuradores, segundo ele próprio conta nos áudios divulgados nesta sexta-feira (29). Em uma das conversas gravadas, ele reclama haver prestado depoimento “a um garoto de 34 anos”, um procurador a quem chama de “Dr. Ancelmo”. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Joesley diz na gravação que marcou jantar com Renan Calheiros logo depois da primeira reunião para tratar da delação premiada.
Ele disse estar “preocupado” e Renan teria se interessado no motivo. Sua resposta: “Eu tive agora depondo para um menino de 34 anos”.
O delator revela ter discutido com o ex-ministro Cardozo sobre a lei de combate às organizações criminosas, após a deflagração da Lava Jato.
Ainda não foram divulgadas as gravações que Joesley fez de suas conversas com Cardozo, para “trabalhar” ministros do STF.

'Ainda vou pra Nova York', comemora Joesley após negociar delação
Joesley comemora em áudio sua saída do Brasil após delação

Publicado sexta-feira, 29 de setembro de 2017 às 10:39 - Atualizado às 11:26
Redação
Em novas gravações recuperadas e obtidas pela Revista Veja, o empresário Joesley Batista, da JBS, garante que vai para Nova York. A conversa ocorreu dentro do carro com o diretor de relações institucionais da empresa, Ricardo Saud, com o diretor jurídico, Francisco Assis e Silva, e com a advogada da empresa, Fernanda Tórtima.
O bate-papo aconteceu após reunião na Procuradoria-Geral da República (PGR), onde trataram sobre a delação premiada que fechariam.
Em um momento da conversa, Francisco pergunta a Joesley se pode marcar a ‘decolagem’. A advogada questiona Joesley se eles iriam viajar naquele mesmo dia. “Ainda vou pra Nova York, vou amanhecer em Nova York, se Deus quiser. Eu vou ficar aqui, Fernanda? Cê tá louca? Soltar uma bomba dessa aí e ficar aqui fazendo o que?”, disse Joesley.
A advogada concordou com a resposta de Joesley e disse que seria mesmo a melhor opção para os dois lados da mesa de negociações, já que não havia garantia de que os procuradores aceitariam a imunidade penal proposta pela empresa. “Pra eles [procuradores] é bom que você se pirulite do Brasil também. Se for pra dar imunidade, que seja fora pra ninguém ver tua cara, ninguém lembrar que você existe. Você longe daqui, sumido, as pessoas esquecem que você ganhou imunidade”

Herdeira de apartamento vizinho ao de Lula diz que foi avisada que venda era para ele
Tatiana Campos diz que foi avisada por sua advogada que o bem estava sendo alienado para Lula

Publicado: sexta-feira, 29 de setembro de 2017 às 20:33 - Atualizado às 20:36
Redação
A herdeira do apartamento 121 do Edifício Hill House – que a força-tarefa da Lava Jato acusa ser um presente dado a Lula, registrado em nome de um “laranja” -, Tatiana de Almeida Campos informou a Receita Federal que em 2010, quando foi feita a escritura de cessão de direitos do imóvel foi informada por sua advogada de que o bem estava sendo alienado para o ex-presidente.
O apartamento é o vizinho ao que Lula mora, na cobertura do Hill House, em São Bernardo do Campo, e é usado pelo petista desde 2003, pelo menos. Até 2007 era alugado pelo PT, do falecido pai de Tatiana, Augusto Moreira Campos. De 2007 a 2011 foi a Presidência da República que locou o imóvel, que era usado durante os dois mandatos do petista para abrigar as equipes de segurança.
Em 2010, com a morte do proprietário em fevereiro de 2009, o apartamento 121 foi comprado por Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, por R$ 504 mil, em negócio conduzido pelo advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente. Lula é réu na Lava Jato em Curitiba acusado de ter recebido esse apartamento e um terreno de R$ 12 milhões da Odebrecht, no esquema de corrupção descoberto na Petrobras.
Filha do antigo dono do apartamento 121, Tatiana informou à Receita, em 2016, em documento anexado ao processo, que em 20 de setembro de 2010 sua advogada Lacier Pereira de Almeida Souza, que é sua prima, a buscou para “assinar a venda da cobertura, apto 121, para o Lula. “Foi isso que ela me falou no taxi, na ida ao cartório.”
“Como eu confiava muito nela, somente perguntei se estava tudo correto, ela fez um sinal positivo e me disse onde assinar. Eu não li nada, simplesmente assinei acreditando estar vendendo a cobertura para o Lula. O valor era R$ 504 mil (hoje desconfio ter sido muito mais, mas não posso dizer com certeza”, escreveu Tatiana.
Tatiana afirma que só em 2016 tomou conhecimento que o verdadeiro comprador era Glaucos Costamarques, após ter sido revelado pela Lava Jato. “Pra mim ele (Lula) era o dono, de modo que se perguntarem à minha família, todos vão dize que eu ‘vendi’ a cobertura do meu pai para o Lula.”
No documento de 12 maio de 2016 enviado para a Receita, a herdeira diz que só em 2016 buscou o cartório e descobriu que não se tratava de uma venda e sim de uma cessão de direito hereditário e que o bem ainda estava em nome do falecido pai, não tendo sido oficialmente transmitido a Costamarques.
Na acusação contra Lula, o Ministério Público Federal destaca que depois de efetivada a aquisição do apartamento, Roberto Teixeira peticionou como representante de Costamarques a ação de inventário da família do antigo dono, que correu na 2ª Vara da Família e Sucessões da Comarca de São Bernardo do Campo, “apenas em 17 de março de 2011”. “Naquela petição, nada constou sobre a transação que já havia sido realizada” em agosto de 2010.
Um mês antes, em 1º de fevereiro de 2011, Costamarques assinou um contrato feito por Teixeira de locação do apartamento em nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia (que morreu em fevereiro), na condição de cessionário, tendo como cedentes a viúva Elenice Silva Campos e a filha Tatiana.
Na ação de inventário do imóvel, Teixeira, como representante de Costamarques, noticiou a cessão de direitos hereditários e de meação assinada em setembro de 2010 e requereu a adjudicação do apartamento 121 em favor do primo de Bumlai em 1º de julho de 2016 – quase seis anos depois, quando Lula já era alvo dos processos da Lava Jato.
A herdeira relata no documento que antes da venda do apartamento 121 para Costamarques, houve um tentativa de a excluírem da propriedade, em 2009, em uma partilha amigável que ela diz nunca ter assinado. “Em 2013 comecei a estudar Direito, para poder entender melhor tudo que estava acontecendo, e também porque sempre que eu falava isso tudo para um advogado ele dizia: ‘deixa isso, você vai mexer com a máfia do PT? Pode correr risco de morte’.”
Inquilino 
Lula afirma que é inquilino do imóvel, que foi alugado em 2011 por Dona Marisa para receber os filhos e ser usado para reuniões políticas. Na semana passada, o defensor do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, que é genro e sócio de Teixeira, apresentou 26 recibos, que vão de 2011 a 2015, para comprovar que os aluguéis eram pagos normalmente.
A Lava Jato quebrou os sigilos bancários de Lula, de Dona Marisa e de Glaucos Costamarques e “não foram encontrados registros de pagamentos” feitos para o suposto “laranja” – nem mesmo via contas bancárias de L.I.L.S.Palestras e Eeventos e do Instituto Lula.
Só a partir de novembro de 2015, quando Glaucos afirmou ter sido informado por Teixeira que passaria a receber aluguel, é que a Lava Jato identificou nos extratos bancários do laranja “depósitos em dinheiro em seu favor em valores compatíveis com o suposto aluguel”.
Após a entrega dos recibos pela defesa de Lula, Glaucos disse por meio de seus advogados que os documentos foram assinados por ele no mesmo dia, em novembro de 2015, quando Teixeira o teria informado que passaria a pagar os aluguéis.
A acusação do MPF nesse processo diz que Lula, dona Marisa (que deixou de figurar no processo após a morte), Costamarques e Teixiera agiram “em conluio” e “dissimularam a origem, disposição, movimentação e propriedade de R$ 504 mil, provenientes, direta e indiretamente, dos crimes de organização criminosa, cartel, fraude à licitação e corrupção praticados pelos executivos do Grupo Odebrecht”, na Petrobras.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO CRISTIANO ZANIN MARTINS, QUE DEFENDE LULA
Após a falsa polêmica sobre os recibos, cujas assinaturas foram reconhecidas como autênticas pelo proprietário do imóvel locado à D. Marisa em petição protocolada na data de ontem, a imprensa tenta criar mais um factoide.
Desta vez colocou em destaque informações prestadas em 12/05/2016 à Receita Federal por Tatiana de Almeida Campos, filha de Augusto Moreira Campos, que era o proprietário do apartamento 121 do Edifício Hill House – atualmente de propriedade de Glaucos da Costamarques e objeto de um contrato de locação para D. Marisa Letícia Lula da Silva.
A imprensa desconsiderou que a Sra. Tatiana prestou depoimento em 23/05/2017 ao juiz Sérgio Moro (Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000/PR) e esclareceu que a referência a Lula decorre apenas uma afirmação feita pelos seus advogados à época para que ela assinasse os documentos de venda.
Quando indagada pela defesa sobre os fatos Tatiana respondeu: “Eu não li nada, eu não vi nada, eu não tive contato com ninguém”:
“Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva: Certo, então a senhora não viu nada em relação a essa venda que tivesse o nome do ex-presidente Lula?
Tatiana de Almeida Campos: Eu não li nada, eu não vi nada, eu não tive contato com ninguém, eu só tive contato com a minha advogada e com o Dr. Sergio Barela, que já estava lá no local. Eu não encontrei nem com a minha madrasta nesse dia”.(AE)

Deputado Waldir Maranhão é alvo de novo inquérito na Lava Jato
O ministros Edson Fachin aceitou o pedido de investigação da PGR

Publicado: sexta-feira, 29 de setembro de 2017 às 18:00 - Atualizado às 18:22
Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin autorizou nesta sexta-feira (29) abertura de um novo inquérito contra o deputado federal Waldir Maranhão (Avante-MA). A informação é do site Atual7.
O relator da Operação Lava Jato aceitou o pedido do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Maranhão é acusado de “possível crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, isto por supostos pedidos e recebimentos indevidos de dinheiro do grupo Queiroz Galvão, no total de R$ 2.740.000,00.
De acordo com a PGR o dinheiro da Queiroz Galvão foi distribuído por meio do Diretório Nacional do Partido Progressista (PP), durante o período de 29/07/2010, 27/08/2010, 02/09/2010, 08/09/2010,17/09/2010 e 28/09/2010.

NO BLOG DO JOSIAS
Lula virou uma virtude com os glúteos na vitrine
Por Josias de Souza
Sábado, 30/09/2017 06:07
Até agora, sem uma defesa técnica convincente, Lula vinha enfrentando seu calvário criminal acorrentado ao enredo-procissão. Nele, a divindade percorre sua via-crúcis, cabendo aos devotos gritar “amém” e denunciar os ímpios que tentam crucificar o político mais honesto que o espelho já conheceu. Mas a conversão do discípulo Antonio Palocci à Lava Jato fez de Lula uma espécie de virtude com os glúteos expostos na vitrine.
A decomposição da imagem de Lula atingiu um estágio inédito. O imaculado do PT conseguira atravessar o Mensalão sem amarrotar o terno. Na Era do Petrolão, depois que a soma das denúncias acomodadas sobre seus ombros chegou à marca de nove, Lula perdeu o paletó e a camisa. Quando sete dessas denúncias foram convertidas em ações penais, ele ficou sem as calças.
A pena de nove anos e meio de cadeia imposta por Sergio Moro deixou Lula sem cuecas. Mas ele ainda aguardava no fundo da loja pelo julgamento do recurso no TRF-4. Os glúteos da virtude foram à vitrine por duas razões. Uma é a devastadora carta em que Antonio Palocci se desfiliou do PT com a seguinte pergunta: “Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade.” A outra razão é a incapacidade de Lula de demonstrar a honestidade que até o ex-discípulo é incapaz de reconhecer.
Medida por seus autocritérios, a virtude de Lula é tão exagerada que, em vez de favorecer, pode aniquilar. Há tantos “mentirosos” contestando Lula que o beato do PT vai se transformando num personagem inacreditável. Os delatores da Odebrecht confirmam a propina. O “laranja” que assumiu o apartamento de São Bernardo desmente a fábula do aluguel. A herdeira do imóvel informa ao fisco que o vendeu imaginando que Lula era o comprador.
Foi contra esse pano de fundo que Palocci disparou suas interrogações mortais. Como essa: “Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do País’ enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto são atribuídos   a dona Marisa?”
O contrário do antilulismo que o PT supõe existir é o pró-lulismo que o PT gostaria que existisse. Tal sentimento, para sobreviver, exigiria a aceitação de todas as presunções de Lula a seu próprio respeito. Algo que só seria possível com a aceitação da tese segundo a qual Lula de fato tem uma missão especial no mundo, de inspiração divina e, portanto, inquestionável.
Se Lula reconhecer que também está sujeito à condição humana, pode sair da vitrine. Se seus advogados pararem de atacar investigadores e magistrados para levar meio quilo de explicações à balança, Lula pode recuperar o paletó. Se a defesa parar de utilizar Marisa Letícia como álibi de todas as culpas, o marido talvez consiga reaver a cueca.
Quanto às calças, não será fácil tê-las de volta. A coisa seria simples se os ataques de Palocci tivessem transformado Lula num político igual a todos os outros. Mas foi pior do que isso. A descompostura companheira fez de Lula um personagem completamente diferente de si mesmo — ou da divindade que ele imaginava ser.

Em vez de salvar o Aécio, deveriam matar o foro
Por Josias de Souza
Sábado, 30/09/2017 00:49
Há no Brasil mais de 220 mil presos provisórios. São brasileiros pobres que mofam esquecidos nas cadeias à espera de um julgamento. Mas Brasília vive um curto-circuito desde que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal proibiu Aécio Neves de sair de casa à noite. Num esforço para desligar a crise da tomada, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, prometeu ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, que levará a julgamento em 11 de outubro uma ação que sustenta que as sanções contra parlamentares têm de ser aprovadas pela Câmara e pelo Senado. Numa palavra: deseja-se a restauração da impunidade.
Aécio e sua irmã foram gravados pedindo R$ 2 milhões ao corruptor Joesley Batista. Um primo de Aécio foi filmado recebendo mochilas com dinheiro. Um amigo de Aécio foi pilhado ocultando parte da verba. Diante de tudo isso, ministros que chegaram ao Supremo com o aval do Senado aplicaram uma lei aprovada pelos senadores para afastar Aécio do mandato e proibi-lo de sair de casa à noite. E os senadores agora informam que a lei que eles aprovaram para criar punições diferentes da prisão clássica vale para qualquer brasileiro, menos para eles.
Enquanto o plenário do Supremo se equipa para decidir que as punições impostas a Aécio pela Segunda Turma do mesmo Supremo não valem, permanece na gaveta há 115 dias o processo que impõe restrições ao foro privilegiado. Esse processo, se fosse julgado pelo Supremo, atenuaria o problema, pois investigações como a de Aécio desceriam para a primeira instância do Judiciário, onde mofam os 220 mil brasileiros presos sem uma sentença.
O Brasil será outro país no dia em que matar excrecências como o foro privilegiado for mais importante do que salvar da extinção a tribo dos aécios. (...)

Planalto pede ‘ampla investigação’! Inclui Temer?
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 29/09/2017 20:02
Vieram à luz novos grampos que Joesley Batista e seus subordinados fizeram de si mesmos. A Presidência da República apressou-se em divulgar uma nota. Nela, informou que os áudios reforçam a convicção de que “um grupo de meliantes” se juntou para arquitetar uma “grande armação”. Tudo com o propósito de atacar “a honra e a dignidade pessoal” de Temer.
O texto da Presidência volta a insinuar que os delatores da JBS agiram em conluio com membros da Procuradoria, para armar a cilada na qual Temer caiu ao receber Joesley à noite no Jaburu. “O País não pode ficar nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e paralisam o País”, diz o texto. “É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de emprego.”
Em timbre encrespado, a nota cobrou apuração: “Não se pode mais tolerar que investigadores atuem como integrantes da santa inquisição, acusando sem provas e permitindo a delatores usarem mecanismos da lei para fugir de seus crimes. Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em todas as esferas.”
De duas, uma: ou Temer autorizará seus aliados na Câmara a aprovarem a continuidade das investigações contra ele próprio e os ministros palacianos Eliseu Padilha e Moreira Franco ou o presidente da República imagina que preside uma nação de bobos.
Ninguém desconhece que os detratores de Temer são meliantes. Não se encontra delator em convento. O espantoso é que meliantes tivessem acesso às dependências do palácio residencial. Mais estarrecedora foi a descoberta de que o presidente da República entabulava diálogos vadios com gente tão desqualificada. Restou evidente também que os delatores fizeram uma seleção dos segredos que dividiram com a Procuradoria. É por essas e muitas outras que o acordo de colaboração judicial foi revogado e os ex-colaboradores receberam voz de prisão.
De resto, há fundadas suspeitas de que procuradores mantiveram relações impróprias com os bandidos. Há uma investigação em curso. A doutora Raquel Dodge, sucessora do procurador-geral Rodrigo Janot, vai dando demonstrações de que saberá o que fazer para limpar o seu quintal. Nada disso, por enquanto, foi suficiente para invalidar as provas obtidas até aqui.
Fica faltando apenas a investigação de Temer e de seus assemelhados. Sem uma apuração decente, “a honra e a dignidade” de Temer são asteriscos válidos apenas até certo ponto. O ponto de interrogação.
(...)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
A releitura da carta sugere que Palocci tem flechas de sobra
Sem emprego regular desde 1978, Lula tornou-se dono de imobiliária clandestina e se especializou na falsificação de escrituras

Por Augusto Nunes
Sábado, 30 set 2017, 07h02
Que Rodrigo Janot, que nada: quem tem flechas de sobra é Antonio Palocci, sugere a releitura mais atenta da carta em que o ex-ministro formalizou o seu adeus ao PT. A primeira flechada mira na destinatária para fulminar o alvo real ─ a arrogância de Dilma Rousseff. Ao dirigir-se à “senhora presidente”, Palocci negou a Gleisi Hoffmann o ridículo tratamento que teve de usar enquanto chefiou a Casa Civil da “presidenta” que o impeachment transferiu do Planalto para a lata de lixo da História.
A chuva inaugural de setas sangra o partido que celebra delinquentes juramentados, atira ao purgatório quem ousa admitir o próprio envolvimento em patifarias devassadas pela Lava Jato e condena ao fogo do inferno quem ousa dizer a verdade sobre o dono do time que logo estará disputando com o PCC a liderança do campeonato nacional dos presidiários. Depois de reiterar que está disposto a pagar pelos pecados que cometeu, o arqueiro mais perigoso do Planalto convida os meliantes companheiros a buscar o caminho da salvação. Como se houvesse salvação para quem canoniza corruptos irremissíveis.
O relator do texto esbanja familiaridade com os pontos fracos de cada alvo. A dose de veneno aumenta consideravelmente no lote de flechas reservado a Lula. As mais letais atingem a farsa do menino retirante que passou fome em São Paulo, venceu todos os infortúnios e virou presidente para salvar os pobres da morte por inanição. A carta desloca essa figura fictícia para o terreno pantanoso da corrupção. É nesse terreno malcheiroso que chapinha a divindade acanalhada que, em sermões de missa negra, culpa a mulher pelas obscenidades que protagonizou.
Os estragos já visíveis incluem os sintomas de desequilíbrio emocional exibidos por Lula. O heptaréu da Lava Jato, por exemplo, já não sabe quantos dias tem novembro ou quando agosto termina. As flechadas que vêm aí vão tornar inevitável o confisco da liberdade de um farsante que, sem emprego regular desde 1978, virou dono de imobiliária clandestina ─ e um dos maiores falsificadores de escrituras desde o primeiro caso de estelionato registrado no Brasil

NO O ANTAGONISTA
A história por trás da reunião de Lula, Cunha e Joesley
Brasil Sábado, 30.09.17 11:00
Em junho, Joesley Batista disse à Época:
“Estive uma vez com o presidente Lula quando assumi o comando da empresa [JBS], em 2006. (…) Nunca mais vi o Lula até o fim de 2013.”
Não ficou claro se Joesley teria encontrado Lula depois disso, mas Eduardo Cunha, em carta redigida da cadeia onde está preso em Curitiba, partiu para o ataque:
“Ele fala que só encontrou o ex-presidente Lula por duas vezes em 2006 e em 2013. Mentira! Ele apenas se esqueceu que promoveu um encontro que durou horas no dia 26 de março de 2016, Sábado de Aleluia na sua residência, entre eu, ele e Lula, a pedido de Lula, para discutir o processo de impeachment (de Dilma Rousseff).”
Cunha afirmou que, no encontro, pôde “constatar a relação entre eles e os constantes encontros que mantinham”.
Em reação à carta de Cunha, o advogado da JBS deu uma confirmação genérica:
“O empresário (…) não apenas esteve em outras ocasiões com o ex-presidente Lula como também intermediou encontros de dirigentes do PT com Eduardo Cunha”.
Em 21 de julho, O Antagonista destacou que Joesley era a ponte entre Lula, Dilma e Cunha:
“Ao financiar a campanha de Eduardo Cunha à presidência da Câmara, Joesley Batista passou a ser visto pela cúpula do PT como interlocutor privilegiado do peemedebista.
A pedido de Dilma e Lula, Joesley foi procurado por Jaques Wagner e Edinho Silva para que marcasse encontros com Cunha. Foram pelo menos quatro encontros com o objetivo de evitar que o então presidente da Câmara tocasse pra frente o impeachment.”

O Antagonista também destacou que, na casa de Joesley, Lula pediu a Cunha para segurar o impeachment:
“Foi numa reunião intermediada por Joesley Batista que Jaques Wagner prometeu a Eduardo Cunha o apoio do PT para arquivar processo contra o peemedebista no Conselho de Ética da Câmara.
O problema é que o PT acabou traindo Cunha, que, por vingança, resolveu abrir o processo do impeachment.
Uns 30 dias antes da votação no plenário da Câmara, o então ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff pediu a Joesley um novo encontro com Cunha. A conversa ocorreu na casa do empresário em Brasília, em clima bastante tenso.
Como não deu em nada, Wagner apelou então para Lula, que se reuniu com Eduardo Cunha na residência do dono da JBS em São Paulo (…)
Apesar do apelo do ex-presidente para tentar reverter a tendência de cassação de Dilma na Câmara, o peemedebista mostrou-se irredutível.”

Na entrevista à Época publicada neste sábado, Cunha afirma que o dono da JBS “escondeu que nos reunimos, eu e Joesley, quatro horas com o Lula, na véspera do impeachment”.
Trata-se, decerto, da mesma reunião.
O Antagonista insiste: se a acusação é de que o delator a “escondeu”, a indicação é de que tenha havido crime no encontro.
Lula pediu a Joesley para pagar Cunha e salvar Dilma?
Brasil 30.09.17 10:05
Eduardo Cunha reuniu-se durante quatro horas com Lula e Joesley Batista, às vésperas do impeachment de Dilma Rousseff.
O objetivo de Lula era convencê-lo a parar o impeachment, segundo disse Cunha à Época.
Por que Joesley estaria presente numa reunião dessas?
Única conclusão possível: para pagar Cunha e a bancada do PMDB, a pedido de Lula.
Se Cunha não está mentindo, Joesley precisa entregar Lula.
PT sai de fininho
Brasil 30.09.17 10:01
O PT criticou o STF por afastar Aécio Neves, mas, segundo o Painel da Folha, vai endossar o discurso de que o Senado deve esperar a Corte deliberar a respeito da prerrogativa de o Congresso avalizar medidas contra parlamentares, para definir o destino do tucano.
“Se houver pressão para que Casa se manifeste na próxima semana, os senadores do PT não devem comparecer.”
Em outras palavras: os petistas tentam evitar o duplo desgaste de salvar Aécio e confrontar seus próprios juízes.
Nas asas de Temer
Brasil 30.09.17 10:01
Rodrigo Maia, Moreira Franco e outros 18 deputados foram para o Rio de Janeiro num avião de uso exclusivo do presidente, um Embraer 190.
O voo foi autorizado por Nara de Deus, chefe de gabinete de Michel Temer, embora a assessora do GSI tenha tentado impedi-la.
O Brasil é deles.
O foro em discussão no STF
Brasil 30.09.17 09:38
O Painel da Folha informa que o ministro Alexandre de Moraes devolveu na sexta-feira, 29, à pauta do STF a ação que discute o alcance do foro privilegiado, liberando assim o plenário para retomar o julgamento.
“Em junho, o relator do caso, Luís Roberto Barroso, votou para que autoridades só tenham acesso ao foro quando cometerem crimes relacionados ao exercício do cargo e durante o mandato. Três integrantes da corte acompanharam seu entendimento.”
Lula é o mais rejeitado
Não categorizado 30.09.17 09:14
Eis o placar da rejeição (alguém em quem o eleitor “não votaria de jeito nenhum”), segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas encomendado pela IstoÉ:
Lula: 54%;
Geraldo Alckmin: 47,2%;
Jair Bolsonaro: 45,9%;
João Doria: 36,8%.
O prefeito ainda conseguiria atrair para ele 48,3% dos votos hoje direcionados a Alckmin, caso o governador não venha a ser candidato a presidente.
Já se Doria não for candidato, “Alckmin conquistaria 34,9% dos votos do prefeito. Segundo a pesquisa, um número expressivo dos eleitores de Doria migraria para Bolsonaro: 16%”.
“O senhor votaria em um candidato mencionado na Lava Jato?”
Brasil 30.09.17 09:02
Ao instituto Paraná Pesquisas:
– 73,4% disseram que não;
– Apenas 14%, sim.
Dá para entender a liderança de Jair Bolsonaro.
“O Joesley poupou muito o PT”
Brasil 30.09.17 07:36
Eduardo Cunha disse à Época que “traria muitos fatos que tornariam inviável a delação da JBS” e que tem “conhecimento de omissões graves”.
“O Joesley fez uma delação seletiva, para atender aos interesses dele e do Janot. Há omissões graves na delação dele. O Joesley poupou muito o PT. Escondeu que nos reunimos, eu e Joesley, quatro horas com o Lula, na véspera do impeachment. O Lula estava tentando me convencer a parar o impeachment. Isso é só um pequeno exemplo.”
Se Joesley “escondeu” a reunião com Cunha e Lula, e uma delação deve focar em episódios que envolvam crimes, Cunha sugere que Lula cometeu crimes naquela reunião?
A fé de Cunha na delação
Brasil 30.09.17 07:13
Eduardo Cunha disse à Época:
“Estou disposto a conversar com a nova procuradora-geral. Tenho histórias quilométricas para contar, desde que haja boa-fé na negociação.”
Depois, o ex-presidente da Câmara se ofereceu a Michel Temer e à PGR para tentar anular as provas da JBS e a delação de Lúcio Funaro, que embasam a segunda denúncia contra o presidente.
Cunha quer “boa-fé” em troca de “boa-fé”.
Defesa de Lula: nada de documentos
Brasil sexta-feira, 29.09.17 19:23
A defesa de Lula não apresentou até agora documentos pedidos por Sergio Moro em 11 de setembro, com prazo de 15 dias.
Os documentos de comprovação de origem de recursos são exigidos para liberar metade dos valores bloqueados pela Justiça em contas e aplicações do ex-presidente.
No total, Moro bloqueou R$ 606 mil em contas e pouco mais de R$ 9 milhões em planos de previdência. Os advogados de Lula alegam que 50% do valor bloqueado é de Marisa Letícia.
‘Aí você chega com uma mochila cheia de dinheiro?’
Brasil 29.09.17 19:00
Um dos novos áudios da delação da JBS publicados pela Veja mostra uma conversa de Ricardo Saud com João Magalhães, ex-deputado do PMDB mineiro.
Os dois falam, segundo a revista, de propina de R$ 4 milhões que teria sido prometida a Magalhães, a Antonio Andrade, hoje vice-governador de Minas e a outros deputados.
Como Magalhães, de acordo com a gravação, se recusou a carregar o dinheiro, ele teria ficado todo com Andrade.
“[Como] vou descer em Governador Valadares? A Polícia Federal em Valadares é em frente ao aeroporto. Aí você chega com uma mochila cheia de dinheiro?”, pergunta o deputado.
“Nós resolvemos tudo. Aquilo tá resolvido. Você tomou um chapéu”, responde Saud.

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