PRIMEIRA EDIÇAO DE 17-9-2017 DO DA 'MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Domingo, 17 de Setembro de 2017
Opção de Lula pode ser asilar-se em embaixada
Com o agravamento da situação penal de Lula, que tem grande chance de cumprir pena de prisão em regime fechado, parlamentares voltaram a discutir a hipótese de fuga do País. Fontes do PT confirmam que essa opção tem sido considerada pelo próprio Lula. O problema é que ele seria preso sem demora, mediante mandado internacional de captura. Por isso a opção seria asilar-se em embaixada “amiga”, tipo Equador, Bolívia ou Venezuela. Mas, pelas regras internacionais, um condenado em ação penal não recebe status “asilado político” e sim de fugitivo da Justiça.
Lula Assange
Os defensores do asilo em embaixada lembram a Lula o caso de Julian Assange, do WikiLeaks, que fez isso em Londres para fugir da Justiça.
Sem salvo conduto
Há 5 anos na embaixada do Equador, Assange não tem direito a salvo conduto para sair do país: como Lula o seria, ele é fugitivo da Justiça.
Ele merece
As embaixadas da Bolívia de Evo Morales e da Venezuela do ditador Nicolás Maduro seriam os mais prováveis destinos de Lula.
Diferença
A diferença é que Lula foi condenado por corrupção. Assange é acusado de violência sexual por não usar camisinha, na Suécia.
Malas de Geddel poderiam ter rendido R$26 milhões
Os rendimentos da montanha de dinheiro encontrado no apartamento atribuído a Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente da Caixa no governo Dilma e ex-ministro de Lula e Michel Temer, reforçam a tese da origem ilícita da grana. Se os R$ 51 milhões fossem investidos e atualizados pela taxa básica de juros (taxa Selic), desde que foi deflagrada Lava Jato, em março de 2014, o rendimento seria de 50,8% (R$25,9 milhões).
Bolsa em alta
Se fosse dinheiro limpo aplicado na Bolsa, que bate recordes desde a queda de Dilma, os R$51 milhões teriam rendido R$23,3 milhões.
Até a poupança
Até na poupança, que sequer é considerada “investimento” por economistas, a montanha de grana teria crescido em R$12,7 milhões.
Doido não é
Para investigadores da força-tarefa, não há dúvida: quem deixa tanto dinheiro guardado em caixas, perdendo valor, “é doido ou ladrão”.
Cash só por Palocci
Antonio Palocci é o primeiro a relatar entrega de dinheiro sujo a Lula: diz que levava pessoalmente maços de dinheiro para o ex-presidente bancar suas despesas pessoais. Maços de R$30 mil a R$50 mil.
Não deve passar
Nas discussões internas, a oposição avalia que as chances de Michel Temer, na Câmara, são melhores hoje: para escapar da primeira denúncia, ele consolidou o tal “presidencialismo de coalização”.
A era PT
Na denúncia contra o PMDB da Câmara, a PGR diz que após a eleição de Lula a “organização criminosa passou a ganhar corpo”. Faz sentido. Mas o “quadrilhão” já encontrou estruturado o “modus operandi” de arrecadar propina em órgãos que controlava, em governos anteriores.
Devagar, mas andou
A variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do primeiro trimestre de 2015 para o primeiro trimestre de 2016 foi de -5,4%. O mesmo período em 2017 apresentou crescimento de 0,3% no PIB.
Campanhas na nossa conta
Só há um item na pauta da Câmara na próxima terça (19): a PEC 77, a reforma política do PT, que prevê a criação do fundão bilionário para o contribuinte otário bancar as campanhas políticas.
Manobra por bilhões
De olho no fundão eleitoral, deputados realizam segunda sessão na própria terça para tentar adiantar o andamento regimental do prazo da PEC para que as novas regras eleitorais já valham na eleição de 2018.
Quadrilhão na gringa
Segundo a PGR, a acusada organização criminosa o [quadrilhão do PMDB] “adquiriu caráter transnacional”, com o pagamento de propinas no exterior, através de empresas de fachada.
Bilionários na cadeia
Curioso país, o Brasil. Chamado de “Belíndia” (mistura de Bélgica com Índia) nos anos 1990, o país da desigualdade condenou o bilionário Marcelo Odebrecht e agora prende os irmãos Batista, ainda mais ricos.
Pensando bem...
... a quinze meses do fim do governo, a oposição ainda sonha com o impeachment de Michel Temer.
 
NO BLOG DO JOSIAS
Marun: ‘Vamos investigar quem nos investigou’
Por Josias de Souza 
Domingo, 17/09/2017 03:31
Na certidão de nascimento, a mais recente comissão parlamentar de inquérito criada no Congresso recebeu o nome de CPI da JBS. Foi instalada há cinco dias. Nem começou a trabalhar e já merece um apelido: CPI da Desforra a Jato.
Ao farejar o cheiro de queimado, dois senadores pediram para sair: Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Otto Alencar (PSD-BA). “Estão saindo por medo”, atacou o relator da CPI, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), em entrevista ao Globo.
Ao justificar sua opinião, Marun arrancou, por assim dizer, o manto diáfano que encobre os reais objetivos da CPI: “Nós vamos investigar quem nos investigou. Vamos interrogar quem sempre nos interrogou. Esse é um paradigma que será quebrado.”
Ex-comandante da milícia parlamentar de Eduardo Cunha, Marun tornou-se o cabeça da infantaria congressual de Michel Temer. Ferraço e Alencar bateram em retirada logo que o personagem foi alçado ao posto de relator da CPI.
Marun atribui a debandada não à sua reputação, mas à covardia dos senadores, que estariam com “medo desse embate que nós vamos ter.” Medo de, “dali a pouco ter que se posicionar em relação a um procurador. E também, em alguns, pode acontecer a vontade de que a JBS não seja investigada.”
O relator soou enfático nos seus ataques aos que deixam a CPI. “Essa saída é pirotécnica e, para mim, fruto do medo. Não renuncio de jeito nenhum. Esta CPI é uma CPI para corajosos. Eu tenho meus defeitos, mas não sou uma pessoa desleal.”
Sem medo de exagerar na perda do recato, Marun insistiu: “Vejo, sinceramente, nesses que saem, falta de coragem para enfrentar uma situação dessa, de romper o paradigma, de investigar quem sempre nos investigou. Eu vejo aí o temor.”
No papel, o principal propósito da CPI é investigar os financiamentos do BNDES para a casa de carnes dos irmãos Joesley e Wesley Batista. É como se os parlamentares forçassem a maçaneta de uma porta já arrombada pela Operação Bullish. Nela, a PF e a Procuradoria da República já cercaram os negócios da JBS com o banco.
Perguntou-se a Marun se o acordo de delação da JBS, revogado na semana passada, seria o alvo principal da CPI. E ele, sem titubeios: “Isso é o que provocou a CPI, para dizer a verdade — as circunstâncias controversas desse acordo.”
Recém-incorporado ao grupo dos políticos que têm acesso às cozinhas do Planalto e do Jaburu, Marun defende Michel Temer atacando Rodrigo Janot, o procurador-geral que deixa o cargo depois de protocolar no Supremo Tribunal Federal a segunda denúncia contra o presidente — dessa vez por formação de organização criminosa e obstrução da Justiça.
“Não é que ele [Janot] seja um bandido, mas um vilão do crescimento do Brasil acho que ele é. O doutor Janot é hoje a pessoa que mais atrapalha o Brasil. Vilão do PMDB, não. O PMDB tem pessoas que têm contas a acertar. Que acertem.”
O problema é que as pessoas do PMDB que têm contas a ajustar dispõem do escudo do foro privilegiado. Uma delas é o presidente da República. No caso de Temer, as contas só seriam cobradas se a Câmara concedesse autorização ao Supremo Tribunal Federal para investigar o inquilino do Planalto.
Entretanto, Temer foge da investigação como vampiro da luz do Sol. E a tropa liderada por Marun transforma o plenário da Câmara em cemitério para a desova de denúncias contra o presidente. É em meio a esse ambiente que a CPI da Desforra a Jato chega para “investigar quem nos investigou.”
Noutros tempos, os parlamentares ainda tentavam disfarçar suas manobras. Hoje, fazem barulho em CPIs como se quisessem acordar Darwin no túmulo, para mostrar que sua teoria evolucionária estava correta. No Congresso brasileiro já é possível inclusive observar pessoas que trabalham pela involução do ser humano. 
  
 
NO O ANTAGONISTA
Enquanto você dormia, a Orcrim fazia planos
Enquanto você dormia, a Orcrim discutia como:
a) Inviabilizar as delações premiadas;
b) Manietar juízes e procuradores com o tal abuso de autoridade;
c) Evitar que Geddel abra a boca e entregue de uma vez a Orcrim peemedebista;
d) Convencer os renitentes do Supremo a aderir ao fim da prisão para condenados em segunda instância;
e) Criar foro privilegiado para ex-presidentes, para livrar Lula e Temer.
É a política criminalizando a Justiça.

Governo quer usar CPI da JBS para mudar regra de delação

Aliados de Michel Temer pretendem usar a CPI mista recém-instalada no Congresso para criar um ambiente político que possibilite a absolvição de investigados e o desencorajamento de futuras delações premiadas, confirma a Folha.
“Além de minar a credibilidade da delação da JBS e, por tabela, de todas as outras conduzidas por [Rodrigo] Janot, busca-se aprovar no final a redação de um projeto de lei que altere as atuais regras de delação.
Ainda não há definição clara sobre esse texto, mas uma medida que conta com amplo apoio é o estabelecimento de penas pesadas a delatores que não apresentarem provas de suas acusações.”
A base de Temer controla 76% das cadeiras da comissão.

Não deve demorar para Moro sentenciar Lula

Se mantiver o seu ritmo habitual, Sérgio Moro deverá sentenciar Lula até novembro, no caso da propina da Odebrecht para o imóvel do Instituto Lula e do apartamento em São Bernardo.
Moro ainda tem o processo do sítio de Atibaia para julgar. As provas contra Lula, nesse caso, são ainda mais ululantes.

Os 50 anexos temáticos de Palocci

A defesa do ex-ministro Antonio Palocci apresentou à força-tarefa da Lava Jato 50 anexos temáticos de delação premiada, segundo o Estadão.
Além de incriminar Lula, “as revelações aumentam o número de empresas investigadas por corrupção nos governos do PT e avança sobre o setor financeiro, além de ajudar a decifrar velhos escândalos do governo, como o mensalão”.
“As tratativas de delação começaram há três meses, mas encontram resistência entre membros da força-tarefa. Investigadores consultados admitem esperar mais provas de corroboração de Palocci, para que o acordo tenha validade.”
Se tudo correr bem, as negociações serão fechadas na gestão da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

A “Quadrilha” do PMDB

Rodrigo Janot contabilizou 22.971 mensagens e telefonemas trocados entre os integrantes da Orcrim do PMDB entre 2012 e 2014, destaca Marco Grillo, no Globo, após parafrasear o poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade:
“Geddel [Vieira Lima] ligava para Henrique [Eduardo Alves], que trocava mensagens com Eduardo [Cunha], que procurava Eliseu [Padilha], velho conhecido de Moreira [Franco] e ex-colega de Rodrigo [Rocha Loures] — o mais novo da turma e que já não fala mais com ninguém.
Geddel foi preso na Bahia; Henrique, no Rio Grande do Norte; e Eduardo, em Brasília. Rodrigo precisa se recolher à noite, mas Eliseu e Moreira ainda estão no Palácio — apesar de terem sido citados por Lúcio [Bolonha Funaro], que ainda não tinha entrado na história.”
Orcrim também é cultura.

Cadê os recibos, Lula?

Merval Pereira também comentou no Globo a incapacidade de Lula de apresentar ao juiz Sérgio Moro recibos de pagamento de aluguel do apartamento em São Bernardo do Campo, comprado pelo primo de José Carlos Bumlai com dinheiro do departamento de propinas da Odebrecht:
Lula “disse que não se lembra do homem que comprou o apartamento vizinho ao seu e o ‘alugou’ sem receber pagamentos durante mais de três anos.
Tanta generosidade assim causa estranheza, ainda mais de um desconhecido. Mas esse desconhecido, Glauco da Costa Marques, era primo de José Carlos Bumlai, um dos melhores amigos do ex-presidente, e foi atendendo a seu pedido que ele comprou o apartamento, para que Lula não tivesse um vizinho inconveniente. E não gastou um tostão de seu, conforme admitiu para o juiz Sérgio Moro. Serviu como laranja, na linguagem popular.”
Lula passa recibo ao não dar recibo.

 

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