PRIMEIRA EDIÇÃO DE 08-9-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO ESTADÃO

Polícia Federal prende o ex-ministro Geddel Vieira Lima
Pedido de prisão ocorre após a PF ter encontrado na última terça-feira R$ 51 milhões em espécie escondidos em malas em apartamento utilizado por ele

Por Renato Onofre de Souza, O Estado de S.Paulo
Sexta-feira, 08 Setembro 2017 | 07h31
BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) por decisão da 10ª Vara de Brasília, na manhã desta sexta-feira, 8.
A PF chegou ao prédio de Geddel, em Salvador, no bairro Jardim Apipema, por volta de 5h40, em dois carros, com um pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal. O ex-ministro deixou o prédio, por volta das 7 horas da manhã.
Não há informações se o ex-ministro seguirá para Brasília ou ficará em Salvador.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sexta-feira, 08 de Setembro de 2017
Plano de Joesley era delatar e ‘nunca mais voltar’
“Tem que ser ‘tchau’ e não voltar aqui mais nunca”. Com esta frase, durante a conversa gravada com o empregado Ricardo Saud, Joesley Batista confessou seu plano: desestabilizar os Três Poderes, vender tudo, deixar o Brasil e “não voltar aqui mais nunca”. A estratégia era garantir blindagem em cinco operações policiais, nas quais era alvo, e passar a viver no Estados Unidos, onde o grupo controla 57 empresas.
Plano era ‘vazar’
Saud diz na gravação: “Isso (delatar e ir embora ileso) é a única coisa que a gente tem acertar, Joesley, pra poder ir embora com a família”.
Ovo ou galinha?
Investigadores da Lava Jato também suspeitam que Joesley gravou Ricardo Saud como “garantia”, em caso de traição do cúmplice.
Grampo para vazar
Joesley achava que era só grampear autoridades, entregar os áudios, e nunca mais voltar ao Brasil: “não vai precisar de nós (sic)”.
Não foi acidente
O áudio não foi enviado “por acidente”. A Polícia Federal pediu o gravador para periciar o grampo de Joesley contra Michel Temer.
Venezuela dá calote de R$12 bilhões no Brasil
O Brasil já dá como certo um gigantesco calote do governo do ditador venezuelano Nicolas Maduro junto a empresas brasileiras. Da dívida total de US$5 bilhões (R$15,6 bilhões), cerca de US$3,8 bilhões (R$12 bilhões) vencem em outubro e novembro próximos. O Brasil aposta em “beiço” da Venezuela. “A expectativa é de default (calote)”, informou à Comissão de Relações Exteriores da Câmara o embaixador Tarcísio Fernandes Costa, do Departamento de América do Sul do Itamaraty.
Credor
A dívida do desastroso governo Maduro junto a empresas brasileiras representa mais da metade do total de reservas internacionais.
Falência clara
As reservas internacionais da Venezuela totalizam, hoje, US$9,8 bilhões. As reservas do Brasil somam R$ 350 bilhões.
Default seletivo
Com a penúria, a Venezuela entrou no chamado “default seletivo”, deixando de pagar credores variados e investidores dos seus papéis.
Pacto diabólico
O devastador depoimento de Antonio Palocci deu a certeza nos meios jurídicos de que o Lula vai passar longo período na cadeia. Ele revelou o “pacto de sangue” entre Lula e a Odebrecht: em troca de propina de R$300 milhões, a empreiteira ganharia os contratos que quisesse.
Temer ‘levitou’
Ao receber na China as notícias sobre a reviravolta na delação de Joesley & cúmplices, o presidente Michel Temer “levitou”, na definição de um membro da comitiva, “mas foi discreto e comedido”.
Chegada estilosa
Antes de sair do PSB, o senador Fernando Coelho (PE) pediu a bênção aos governadores do partido, ligando para se justificar. “Ele já chegou ao partido traindo”, diz um peemedebista histórico de Pernambuco.
Acionistas excitados
A turma do BNDES tem dado pulos de alegria, com a iminente derrocada de Joesley Batista e seus cúmplices. Como sócio, o banco poderá assumir o controle das operações do grupo J&F/JBS.
Bomba redirecionada
Deputado brasileiro que foi a Pequim brinca com a reviravolta na caso JBS: “O presidente Xi Jinping gosta tanto de Temer que fez o gordinho maluco da Coreia do Norte desviar a bomba atômica para o Janot”.
Geddel em todas
Tem gente que só lembra de Geddel Vieira Lima, homem das mil e uma malas, como ministro de Michel Temer. Não é falta de memória, é falta de vergonha: o baiano foi também ministro do governo Lula.
Melaram a reforma
Não há muito o que celebrar com a PEC da reforma política. O PPS tenta adiar o fim de coligações para 2020; PCdoB e PR tentam manter tudo como está. E o “fim das coligações” é história para boi dormir: criaram uma coligação de 4 anos com a tal “federação partidária”.
Passagens caras
Sobre os gastos de R$342 mil apenas este ano, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) diz que tudo “é feito exclusivamente na atividade parlamentar”. E que são caras as passagens entre Macapá e Brasília.
Pergunta na imobiliária
Quantos apartamentos em Salvador seriam necessários para a cúpula do PT guardar os R$6,5 bilhões que Janot exige que sejam devolvidos?

NO DIÁRIO DO PODER
Funaro diz que nunca tratou de propina com Temer, mas jura que ele a recebeu
Doleiro cita dos pagamentos feitos ao atual presidente

Publicado: quinta-feira, 07 de setembro de 2017 às 23:04 - Atualizado às 00:20
Redação
Doleiro e “operador” de transações que resultavam em lavagem de dinheiro para sua clientela no mundo politico, Lúcio Funaro prometeu em depoimento de delação premiada o que o Ministério Público Federal (MPF) queria: sustentar que foram feitos dois pagamentos ao atual presidente Michel Temer. Um deles, de 1,5 milhão de reais, veio do grupo Bertin. O segundo, em 2014, saiu de um acerto com a JBS. Funaro conta ter intermediado um pagamento de 7 milhões de reais da JBS que tinha como destinatários Temer, Cunha e o ministro da Agricultura na ocasião, Antônio Andrade.
O doleiro não parece dispor de provas e diz que nunca conversou sobre dinheiro diretamente com Temer, e sim por meio do ex-deputado Eduardo Cunha. Ele afirma também que Temer “sempre soube” dos esquemas de corrupção de Cunha.
O presidente ainda teria intermediado um pagamento de 5 milhões de reais de Henrique Constantino, do Grupo Constantino, à campanha do então deputado Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012. A informação é da revista Veja que circula neste fim de semana.
O Supremo Tribunal Federal homologou o acordo de delação premiada após vários meses de negociação. No acordo, Funaro se comprometeu a contar histórias de suborno a parlamentares, venda de legislação e grandes esquemas de corrupção. Mas a delação mais caprichada envolve Temer, dando munição ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, para apresentar uma segunda denúncia contra o presidente, na Câmara dos Deputados.

A CADA DIA UMA AGONIA
Por Paulo Castelo Branco
Sexta-feira, 08-9-2017
O carro, com vidros escuros, entrou pela garagem para garantir o sigilo do procedimento. Foram recebidos por uma policial gentil e armada até os dentes. Na sala, em uma mesa oval já estavam os procuradores, e policiais federais com os rostos encobertos. Eram dois os delatores presos após serem flagrados conversando à frente de um gravador sofisticado suficiente para colher a mais estranha prova já feita por algum marginal contra si mesmo.
Em seguida, chegou à sala um terceiro preso acompanhado do seu advogado. O procurador indagou dos que chegaram antes quem eram os seus advogados. Um deles respondeu que haviam renunciado por não terem recebido os vultosos honorários contratados. Afirmou que dispensava a companhia de advogados com o que concordou o outro preso.
O terceiro preso usava um suéter amarelo-ovo sobre os ombros e parecia assustado; diferentemente dos outros dois que apresentavam ar de deboche.
O delegado determinou que fossem usadas algemas nos debochados por considerá-los de alta periculosidade. O advogado do assustado requereu que constasse do depoimento o seu protesto, apesar de o seu cliente estar com as mãos livres. O procurador concordou determinando a inclusão do protesto.
­Após as anotações de praxe, disse o procurador: - Passo a palavra para o delegado que possui experiência e habilidade em oitivas de criminosos contumazes.
- Como foi que os senhores gravaram as conversas hoje divulgadas pela imprensa e confirmadas pela Corte Suprema?
- Doutor, estas gravações foram feitas de sacanagem para complicar ainda mais as investigações, sem fim e sem cabo, que os senhores decidiram apurar sobre os tantos crimes praticados por nós e grande parte dos políticos. Nós somos o braço desarmado de uma estrutura empresarial construída para recolher recursos para a grande revolução bolivariana em andamento na América Latina e África. Nestes poucos anos conseguimos bilhões de dólares usando os mesmos métodos da direita corrupta e, até bomba de hidrogênio já encomendamos ao tal do Kim, disse rindo.
- Com licença, doutor, falou o outro debochado: - Este negócio de complicar é a nossa atividade principal, aos outros resta ficar dizendo que são inocentes e que não possuem contas secretas no exterior. Ora, os bancos das ditaduras estão abarrotados de dinheiro público, tanto em nome do nosso complexo empresarial como no nome pessoal de cada um dos outros acusados ou investigados. Se os senhores forem a fundo no seu trabalho, o fundo do poço aparecerá no Japão. E soltou uma gargalhada. Foi repreendido pelo procurador.
- E o senhor, disse o delegado dirigindo-se ao preso de suéter amarelo-ovo. – O que tem a dizer sobre os fatos aqui investigados.
O homem, assustado, ficou lívido e, gaguejando, respondeu: - Eu não sei de nada.
– Como não sabe de nada. O senhor foi flagrado com uma mala cheia de dinheiro proveniente de corrupção.
– Não senhor, há um engano. Eu traí o meu bom amigo por uma causa justa. Nosso grupo tomou conhecimento da organização de extrema-esquerda que se formava para tomar o poder. Meu amigo de nada sabia, igual ao líder do outro lado, que também nada sabe e nada possui. Decidimos, então, recolher recursos para enfrentar a revolução em andamento. Nossos recursos não estão no exterior e nem em nome pessoal de cada colaborador. Estão guardados em apartamentos, debaixo de piscinas, contêineres, forros de casas, entre outros lugares difíceis de serem localizados, Por exemplo, os dólares entregues à Justiça pelo diretor da estatal, lá no início, eram para garantir a sobrevivência dos nossos em caso de insucesso do plano.
Por outro lado, nos dias em que fiquei preso, ouvi de um colega de cela que este negócio de traição é muito constrangedor e contou-me o seu caso pessoal: - Dia desses recebi um 'zap' da minha esposa que dizia: Bem, hoje aconteceu um imprevisto comigo. Encontrei com o Genival, aquele colega de faculdade. Deprimida, chorei muito e fui consolada numa suíte daquele motel onde passamos a nossa primeira noite. Tantos anos! Que saudade!
O colega continuou:
- Eu respondi: comigo também aconteceu um imprevisto. Enquanto eu estava aqui confiando em sua fidelidade, recebo para minha companhia uns babacas que choram, resmungam e pedem para ficar em prisão domiciliar. Quando eu sair daqui, depois de cumprir os meus primeiros 150 anos de cadeia, espero não encontrar você na portaria!
O procurador pediu a prisão imediata dos três, e suspendeu a audiência para ouvir o “Italiano” que chegava cheio de informações sobre o chefe da quadrilha.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

As primeiras pancadas de Palocci anunciam o nocaute de Lula
Se também Palocci está mentindo, o ex-presidente corrupto é vítima da mais feroz conspiração forjada por velhos companheiros

Por Augusto Nunes
Quinta-feira, 07 set 2017, 19h54 - Publicado em 07 set 2017, 18h02 


Para manter-se no emprego depois da descoberta do Mensalão, Lula começou a trucidar os fatos em 2005. Nunca mais parou. Essas sessões de tortura se intensificaram com a entrada em cena da Operação Lava Jato, e se tornaram mais frequentes e muito mais selvagens desde que o juiz Sergio Moro o condenou a nove anos e meio de prisão. Estuprar a verdade para safar-se da gaiola é o que o ex-presidente corrupto faz o tempo todo. Claro que diria que também Antonio Palocci resolveu mentir para livrar-se da cadeia.  Ele sempre recita a mesma lengalenga de 171 quando um ex-comparsa aceita colaborar com a Justiça e contar o que efetivamente aconteceu.
Faz de conta que só Lula esteja certo. Faz de conta que todos os outros ─ o juiz, os procuradores, os delegados e agentes da Polícia Federal, os homens honestos, as mulheres sensatas e, naturalmente, os delatores ─ estejam mentindo. Se a hipótese correta for a segunda, Lula não é um perseguido político: por motivos misteriosos, é vítima de uma feroz e harmoniosa ópera dos traidores, encenada pelo elenco que inclui velhos amigos e antigos parceiros do maior dos governantes desde Tomé de Souza.
Quem quiser engolir esse conversa fiada precisa explicar a afinação do diversificado grupo de atores que inclui Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht, Delcídio do Amaral, Paulo Roberto Costa, João Santana, Mônica Moura, Emílio Odebrecht, Nestor Cerveró, Joesley Batista e, desde 6 de setembro de 2017, o protagonista Antonio Palocci. Fora o resto e sem contar os figurantes. Ninguém erra a letra. No ato que evoca as maracutaias envolvendo a Odebrecht, por exemplo, todos cantam em coro que Lula é o Amigo, que Palocci é o Italiano, que Guido Manega é o Pós-Itália ou que Gleisi Hoffmann é a Amante.
Lula anda mesmo sem sorte. Ele estava pronto para celebrar o sucesso da caravana que foi um fiasco quando soube que seu açougueiro predileto conseguiu anular a meia delação premiadíssima e terá de revelar o que fizeram juntos. Levado às cordas, ficou grogue com as novas denúncias da Procuradoria-Geral. Os socos no queixo aplicados por Palocci precipitaram o nocaute iminente.
A abertura da caixa-preta que mais apavorava o partido que virou bando deixou Lula mais perto do que nunca de uma cela em Curitiba. É o fim da linha para o chefão do maior esquema corrupto de todos os tempos.
NA VEJA.COM
Delação de Funaro: Moreira recebeu R$ 6 mi em propina na Caixa
Além do chefe da Secretária-geral da Presidência, doleiro citou ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Alves como beneficiários de propina no banco

Por Robson Bonin
Quinta-Feira, 07 set 2017, 23h04 - Publicado em 7 set 2017, 21h39
Em sua delação premiada, Lúcio Funaro entregou aos investigadores documentos contra três dos mais importantes aliados do presidente Michel Temer: Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo, Moreira Franco, o atual chefe da Secretaria-geral da Presidência e hoje o ministro mais poderoso do Palácio do Planalto, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo íntimo do presidente, em cujo apartamento a polícia apreendeu 51 milhões de reais, em Salvador. Funaro citou os três em fraudes milionárias que envolviam os cofres da Caixa Econômica Federal. O delator conta que, em apenas uma operação, realizada com o grupo Bertin em 2009, o ministro Moreira Franco ficou com 6 milhões de reais.
O conteúdo da delação de Funaro:
Temer recebeu e intermediou propinas
Joesley Batista prometeu R$ 100 mi por silêncio
Geddel recebeu R$ 1 mi da Odebrecht
A nova conta secreta de Cunha
‘Bancada do Cunha’ era comprada com propina
Cunha pediu compra de votos por impeachment
Medida provisória rendeu R$ 1,5 mi a Eunício
Propinas ao PMDB por projetos no Congresso
(Leia esta reportagem na íntegra assinando o site de VEJA ou compre a edição desta semana para iOS e Android. Aproveite também: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read).

Delação de Funaro: medida provisória rendeu R$ 1,5 mi a Eunício
Delator relata que dinheiro teria sido repassado por meio de notas fiscais de uma empresa do próprio presidente do Senado

Por Robson Bonin
Quinta-feira, 07 set 2017, 23h04 - Publicado em 7 set 2017, 22h51
Conforme a delação premiada de Lúcio Funaro, Eduardo Cunha também costumava informar o doleiro sobre o andamento dos projetos e das negociatas que renderiam propina ao grupo no Congresso. Um dos relatos feitos por Cunha a Funaro envolve a aprovação de uma medida provisória que beneficiava a empresa Hypermarcas. Segundo o delator, o presidente do Congresso, Eunício Oliveira, recebeu 1,5 milhão de reais em propina. O doleiro disse que notas fiscais da Confederal, empresa pertencente a Eunício, foram usadas para mascarar o recebimento do dinheiro.

NO BLOG DO JOSIAS
Joesley: áudio-pastelão é ‘conversa de bêbado’
Josias de Souza
Sexta-feira, 08/09/2017 05:44
Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o empresário Joesley Batista chamou de “conversa de bêbado” o teor do autogrampo-pastelão que pode enviá-lo para a cadeia. Com a imunidade penal por um fio, o dono da JBS revelou-se durante o depoimento um personagem em apuros. Submeteu a procuradora da República encarregada de interrogá-lo a quase três horas de explicações que serviram apenas para deixar claro que não tinha nada a dizer.
Joesley admitiu ter conversado com o ex-procurador Marcelo Miller num período em que ele ainda era membro da força-tarefa da Lava Jato em Brasília. Mas jurou que o doutor não fez jogo duplo, ensinando-lhe os caminhos que levavam a Rodrigo Janot e à delação dos sonhos.
Impossível ouvir as pseudo-explicações de Joesley sem ficar com sensação de que, sob o seu exterior meio idiota, se esconde um espertalhão que supõe estar falando para uns débeis mentais completos. A impressão de que o depoente tenta fazer todo mundo de idiota aumenta quando se recorda um trecho da conversa que ele manteve com seu executivo Ricardo Saud. Vai reproduzido abaixo:
- Joesley: “Por isso é que eu quero que nós dois temos que estar 100% alinhado. Nós dois e o Marcelo [Miller], entendeu? É, mas nós dois temos que operar o Marcelo direitinho para chegar no Janot e pá. Porque nós temos que… eu acho, é o que eu falei pra Fernanda [Tortima, advogada da JBS], é o que eu falei pro… Nós nunca podemos ser o primeiro. Nós temos que ser o último. Nós não podemos ser.”
- Saud: “A tampa do caixão.”
- Joesley: “Nós temos que ser a tampa do caixão. Falei pra Fernanda: ‘Fernanda, nós não vamos ser nunca quem vai dar o primeiro tiro. Nós vai ser quem vai dar o último tiro. Vai ser quem vai bater o prego da tampa’.”
Noutro trecho da conversa que, por inexplicável, tornou-se auto-explicável, Joesley se refere a Rodrigo Janot como se o procurador-geral da República fosse, por assim dizer, um boneco de ventríloquo.
Joesley: O Janot sabe tudo! Janot… A turma já falou pro Janot.
Saud: Você acha que o Marcelo [Miller] tá levando tudo pra ele?
Joesley: Não, não é o Marcelo. Nós falamos pro…

Saud: Anselmo.
Joesley: Pro Anselmo, o Anselmo que falou pro [Eduardo] Pelella [chefe de gabinete de Janot], que falou pro não sei que lá, que falou pro Janot, o Janot tá sabendo. Aí o Janot, espertão, o que o Janot falou: “Bota pra foder, bota pra foder. Põe pressão neles pra eles entregar tudo”. Mas não mexe com eles. “Pra foder, dá pânico neles!”, mas não mexe com ele.

Inquirido na Procuradoria sobre o trecho do áudio em que manifesta a intenção de usar o ex-ministro petista José Eduardo Cardozo como portal de acesso a segredos capazes de enlamear ministros do Supremo Tribunal Federal, Joesley disse algo assim: dar crédito a tais sandices seria o mesmo que acreditar em dois bêbados falando sobre a capacidade bélica da Coreia do Norte para invadir os Estados Unidos.
Suprema ironia: ao se auto-desmoralizar no depoimento desta quinta-feira, Joesley acabou levando água para o moinho de Michel Temer. Numa das entrevistas que concedeu para tentar explicar o diálogo desqualificado que mantivera com Joesley no subsolo do Jaburu, o presidente da República disse meia dúzia de palavras sobre o trecho em que Joesley diz que estava comprando autoridades:
“Não dei a menor atenção a isso”, declarou Temer. “Ele falou que tinha [comprado] dois juízes e um procurador. Conheço o Joesley de antes desse episódio. Sei que ele é um falastrão, uma pessoa que se jacta de eventuais influências. E logo depois ele diz que estava mentindo.”
Por sorte, Rodrigo Janot sinaliza a intenção de cancelar a imunidade que concedeu a Joesley e Cia, além de requerer um par de mandados de prisão. A essa altura, se o procurador-geral se animasse a dar crédito ao lero-lero da “conversa de bêbado”, se arriscaria a transformar a denúncia que formulou contra Temer em obra de um ébrio. Nessa hipótese, Janot já teria o que fazer depois que deixasse o cargo. Preencheria o tempo ocioso frequentando as reuniões de um grupo dos Alcoólicos Anônimos.

NO O ANTAGONISTA
Os agrados e presentes de Lula
Brasil 08.09.17 08:30
Segundo a Folha de S. Paulo, Lula se queixou dos termos usados por Antonio Palocci em seu depoimento, como “pacto de sangue” e “propina”.
Lula só aceita os termos usados pela própria Folha de S. Paulo, como “agrado” e “presente”.
Gustavo Ferraz é secretário de ACM Neto
Brasil 08.09.17 08:33
O advogado Gustavo Ferraz, preso hoje por auxiliar Geddel Vieira Lima a esconder 51 milhões de reais, comandava a Secretaria de Defesa Civil de ACM Neto.
Antes, Ferraz ocupou a função de diretor de Habitação da antiga Secretaria Municipal de Infraestrutura. Filiado ao PMDB e apadrinhado de Geddel, também foi superintendente da Agência de Desenvolvimento Econômico da Bahia e chefe da Superintendência de Indústria e Comércio de Lauro de Freitas,BA, além de diretor da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia (Sudic).
O outro esconderijo de Geddel
Brasil 08.09.17 08:17
A PF suspeita que Geddel Vieira Lima tenha escondido documentos e provas na casa de sua mãe, Marluce Quadros Vieira Lima.
EXCLUSIVO: DIGITAIS DO OPERADOR DE GEDDEL NA PROPINA
Brasil 08.09.17 08:02
As digitais de Gustavo Ferraz, preso hoje pela PF, também foram encontradas no dinheiro de propina de Geddel Vieira Lima.
PF PEDIU PRISÃO DE GEDDEL
Brasil 08.09.17 07:47
Corrigindo: a prisão de Geddel Vieira Lima foi pedida pela PF.
O MPF apenas concordou com o pedido, que foi assinado pelo juiz Vallisney de Souza
Delação mantida
Brasil 08.09.17 07:39
A PGR vai revogar a imunidade de Joesley Batista e Ricardo Saud, mas “uma eventual revisão dos termos da delação não foi discutida no depoimento dos delatores”, diz a Folha de S. Paulo.
É melhor assim: os criminosos podem ir para a cadeia, mas as provas fornecidas por ele serão mantidas.
Geddel não é nojento
Brasil 08.09.17 07:31
Michel Temer, em encontro com aliados, chamou de “nojenta” a conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud.
Quando o assunto passou para Geddel Vieira Lima, porém, Michel Temer preferiu “se calar”, segundo a Folha de S. Paulo.
Michel Temer nunca teve nojo de Geddel Vieira Lima.
Joesley preso hoje ou na semana que vem?
Brasil 08.09.17 06:42
Rodrigo Janot deve pedir ao STF a prisão
A senha da propina
Brasil 08.09.17 06:34
Geddel Vieira Lima, segundo a Folha de S. Paulo, passou a senha errada de seu iPhone à PF.
Em seguida, ele se recusou a destravar o telefone celular com sua digital.
Ele só topa usar sua digital para destravar malas de propina. de Joesley Batista e Ricardo Saud.
A expectativa, segundo O Globo, é que Edson Fachin “não tome qualquer decisão antes de segunda-feira.
Outros ministros do STF têm procurado o relator para convencê-lo da necessidade de prender logo os dois delatores”.
Geddel preocupa Temer
Brasil 08.09.17 00:44
Michel Temer e seus principais auxiliares estão preocupados com a iminente volta de Geddel Vieira Lima para a cadeia.
Geddelzinho, Geddelzinho…
Brasil Quinta-feira, 07.09.17 22:43
A PF encontrou digitais de Geddel em notas dos 51 milhões de reais achados no seu esconderijo em Salvador.
Geddelzinho, Geddelzinho, menino mentiroso…
Mensagens sugerem compra de decisões pela JBS, diz revista
Brasil 07.09.17 20:59
A Veja informa ter tido acesso a áudios, e-mails e mensagens de WhatsApp que sugerem que a JBS teria tentado comprar decisões em tribunais superiores em Brasília.
Nas conversas entre o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, e uma advogada do grupo, Renata Gerusa Prado de Araújo, os dois traçam estratégias para obter decisões favoráveis.
As conversas citam processos sob a relatoria da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, mãe de Renata, e de três ministros do STJ: Napoleão Maia, Mauro Campbell e João Otávio Noronha.
O material foi entregue à PGR pelo empresário Pedro Jacobi, ex-marido de Renata Araújo. Os dois, registra a revista, estão “num processo litigioso de separação”.







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