TERCEIRA EDIÇÃO DE 24-8-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO DIÁRIO DO PODER
“BRASIL TRADE”
PF INVESTIGA ESQUEMA DE DESVIOS PARA PT E PMDB
ESQUEMA DE UMA CERTA ‘BRASIL TRADE’ RENDERIA 40% AOS PARTIDOS
Publicado: quinta-feira, 24 de agosto de 2017 às 10:30 - Atualizado às 12:10
Redação
A Operação Lava Jato encontrou documento com “diretrizes” para criação de uma empresa, denominada “Brasil Trade”, que pode ser a formatação de uma sociedade entre corruptos, corruptores e operadores de propinas, responsáveis por desvios em contratos com a Petrobras, que beneficiaria PT e PMDB: 40% para os partidos.
O achado faz parte da 45ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira, 23. Batizada de Operação Abate II, a Polícia Federal fez buscas e apreensões em endereços dos advogados Tiago Cedraz Leite de Oliveira – filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz –  Sérgio Tourinho Dantas e da ex-assessora de Cândido Vaccarezza (ex-PT), Ana Cláudia de Paula Albuquerque.
Os dois advogados, que são sócios, fariam parte da sociedade capitaneada pelos lobistas Jorge Luz e Bruno Luz – pai e filho -, presos desde fevereiro, pela Lava Jato.
Além deles, a firma tinha participação de um executivo da empresa norte-americana Sargeant Marine, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de outro ex-gerente da estatal e de um operador do ex-ministro Edson Lobão, entre outros.
“Referência a ambos (Cedraz e Dantas) foram encontradas no próprio documento que estabelecia as diretrizes iniciais do grupo denominado de ‘BRASIL TRADE’, assim como em outro que estabelecia aparente participação nos lucros a cada um dos envolvidos em oportunidade negocial ainda não identificada”, informa o delegado da PF Filipe Hille Pace, em seu pedido de buscas na Abate II.
“Em decorrência do nível de cognição investigativa que havia se alcançado até aquele momento, julgou-se provável que dirigentes da empresa norte-americana Sargeant Marine tivessem se beneficiado indevidamente com recursos gerados mediante a contratação, mediante corrupção, da empresa pela Petrobras com o auxílio do grupo criminoso então denominado ‘Brasil Trade'”, informa a PF.
O documento tem 12 itens sobre a formação da firma. “Formação da TRADE BRASIL – Como explanado por CH e BO, o custo para implementação de uma Trading no Brasil é alto, razão pela qual a Trade Brasil deverá ser constituída inicialmente de forma OFF SHORE para as operações iniciais”, informa o item 6, da lista de “diretrizes” apreendida pela PF. “E logo que se tenha sustentação própria viabilizaria-se uma empresa no Brasil visto ser intenção de que a Fundação venha entrar de sócia ou mesmo operar com a Trade Brasil.”
Há referência a local de funcionamento, que seria no Rio, menção a uma reunião inicial em 2010, com aporte inicial de R$ 100 milhões previstos, negócios com “BR Distribuidora”, Petrobras, fornecimento de asfalto para Salvador (BA) e Fortaleza (CE) e menções a Argentina e Tampa.
“40% do comissionamento era destinado ao pagamento de propina a Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza e outro agente político e 20% a Paulo Roberto Costa”, informa o pedido enviado ao juiz federal Sérgio Moro.
Em outro registro encontrado pela PF referente a Trade Brasil, há uma divisão: “CONVERSADO/40% POL (PT/PMDB) / 40% COORDENAÇÃO / 20%: CASA”.
Os registros estão todos em siglas, que a Polícia tenta confirmar. Casa seria a propina para os agentes da Petrobras, entre eles Paulo Roberto Costa, Márcio Aché, José Raimundo Pereira Brandão e Murilo Barbosa Sobrinho.
A formação da Brasil Trade tem relação com o negócio alvo da Operação Abate, 44ª fase da Lava Jato, fechado com a empresa Sargeant Marine, que levou para a cadeia Vaccarezza, no dia 18.
A atuação do grupo em favor da empresa norte-americana com a Petrobras culminou na celebração de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milhões. A empresa fornecia asfalto para a estatal e foi citada na primeira delação do escândalo, feita pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, em agosto de 2014.
Segundo Jorge Luz, Edison Lobão teria sido, ao lado do ex-deputado Cândido Vaccarezza, padrinhos políticos do contrato. Vaccarezza não desfruta mais de foro especial. Na sexta-feira, 18, ele foi preso por ordem do juiz federal Sérgio Moro. Na noite desta terça, 22, o ex-líder dos Governos Lula e Dilma na Câmara foi solto.
No âmbito do termo para fornecimento de asfalto, Vaccarezza é investigado por propinas de US$ 500 mil; já Lobão e seu suposto representante, Murilo Barbosa Sobrinho, são atrelados a repasses de US$ 450 mil em planilhas de pagamentos via offshore entregues pelos operadores de propinas.
“Em virtude da proximidade do então agente da Petrobras Márcio Aché com o Murilo, que seria o representante dos interesses de Lobão, foi acomodado uma parte dos valores que eram recebidos da comissão pelos contratos da Sargeant Marine para o senador. Isso foi dito pelos operadores, já está em sigilo e contra isso não foram tomadas medidas nenhuma aqui na primeira instância”, afirmou o delegado da PF.
Desdobramento
A segunda etapa da Abate alcança o filho do ministro do TCU e seu sócio na Trade Brasil. O suposto envolvimento de Cedraz, e também do advogado Sérgio Tourinho – igualmente, alvo de buscas na Abate II -, foi revelado pelos operadores de propinas do PMDB, Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho.
“Os operadores informaram que participaram das tratativas iniciais da contratação da Sargeant Marine”, disse o delegado Fillipe Pace, da Polícia Federal.
Jorge Luz e Bruno Luz aparecem nos documentos com as siglas “JL” e BL”, segundo a PF. Cedraz e Dantas seriam “ST” e “TC”. Outras siglas são: de “MA” e “RA”, referência ao ex-executivo da Petrobras, Márcio Aché e seu filho, Rafael Aché; “LD” seria Luiz Eduardo Loureiro Andrade, representante da Sargeant Marine no Brasil, conhecido como Ledu; “BO” e “CH”, seriam Carlos Henrique Nogueira Herz e Bo Hans Vilhelm Ljungberg.
Para a PF, Cedraz e Tourinho “também tinham funções específicas dentro do ‘Brasil Trade’ para acompanhamento de outros assuntos negociais de interesse do grupo”. (AE)

NO RADAR ON LINE
Moro aceita denúncia e Aldemir Bendine torna-se réu
O ex-presidente da Petrobras teria recebido 3 milhões de reais em propina da Odebrecht
Por Pedro Carvalho na Veja.com
Quinta-feira, 24 ago 2017, 15h17 - Publicado em 24 ago 2017, 15h
O juiz Sérgio Moro aceitou a denúncia contra Aldemir Bendine oferecida pelo MPF no começo da semana. De acordo com os procuradores, o ex-presidente da Petrobras teria recebido 3 milhões de reais em propina da Odebrecht.
Preso na 42ª fase da Lava-Jato, ele vai responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e embaraço às investigações.

NO O ANTAGONISTA
Jacob Barata tentou fugir às pressas
Brasil Quinta-feira, 24.08.17 15:08
Reportagem do jornal Hoje, da Rede Globo, mostra que Jacob Barata Filho teve acesso a documentos sigilosos que precipitaram sua viagem a Portugal.
O empresário, alvo da Operação Ponto Final e dono de uma das maiores frotas de ônibus do Rio, foi preso em julho, antes de viajar.
Sócio do Banco Guanabara, Barata teve acesso à ordem judicial da quebra do seu sigilo bancário e do de outros dez investigados na operação.
Assim que recebeu o documento, ele comprou a passagem só de ida para Portugal. Na semana passada, foi solto por habeas corpus concedido por Gilmar Mendes.
Barata sem data para voltar
Brasil 24.08.17 15:15
Em diálogo com a secretária, reproduzido pelo jornal Hoje, Jacob Barata Filho deixa claro que não pensava em voltar ao Brasil.
Secretária – E a sua viagem pra Portugal?
Barata – Não, eu resolvi ir hoje à noite. Eu vou junto com a Bia.
Secretária – O senhor já comprou ida e volta?
Barata – Não. Comprei ida. A volta deixa.
“Bia” é Beatriz Barata, filha do empresário. Ela teve Gilmar Mendes como um de seu padrinhos de casamento.
Reclamação contra Dallagnol é arquivada
Brasil 24.08.17 15:32
As Corregedorias do Ministério Público Federal e do Conselho Nacional do Ministério Público, em decisões separadas, arquivaram reclamações contra Deltan Dallagnol.
Elas consideraram “inexistente” qualquer violação de dever funcional nas palestras dadas pelo procurador e integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
As reclamações haviam sido protocoladas por dois petistas incomodados, Wadih Damous e Paulo Pimenta.
O despacho de Moro contra Bendine
Brasil 24.08.17 15:30
Ao tornar Aldemir Bendine réu na Lava Jato, Sérgio Moro destaca que a partir das denúncias do MPF, há elementos probatórios suficientes de autoria e de materialidade dos crimes atribuídos ao ex-presidente da Petrobras.
Confira AQUI a íntegra do despacho.
O jatinho para Dias Toffoli
Brasil 24.08.17 13:58
Dias Toffoli, em 2011, recebeu 350 mil reais para dar aulas no grupo Galileo, investigado por seus negócios com o fundo de pensão Postalis.
De acordo com o Buzzfeed, o grupo Galileo chegou a fretar um jatinho para levar o ministro à Universidade Gama Filho.
Valor total combinado com Dias Toffoli: 615 mil reais.
Senado rejeita anistia a Bolsonaro
Brasil 24.08.17 13:47

A Comissão de Direitos Humanos do Senado rejeitou sugestão de anistia ao deputado Jair Bolsonaro, informa o site Congresso em Foco.
O deputado é réu em ação penal no STF pelo crime de incitação ao estupro. Em 2014, ele afirmou que “não estupraria” a petista Maria do Rosário “porque ela não merece”.
Uma sugestão legislativa apresentada pelo portal “e-cidadania” do Senado, com apoio de 20 mil pessoas, pedia anistia a Bolsonaro e classificava como “perseguição” o processo no STF.

O ex-presidente do Detro está solto
Brasil 24.08.17 13:14
Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro) está solto, informa a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado.
Ele é o sujeito que, segundo o Ministério Público, ameaçou de morte seus comparsas: “Vocês ainda não morreram porque eu quero receber”
Ainda assim, ganhou habeas corpus de Gilmar Mendes e está na rua.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, recebeu o pedido do MPF para que Onofre não fosse solto.
Disse que, apesar de considerar os fatos gravíssimos, não pode analisar a questão, uma vez que Gilmar já se posicionou.

Irrigado por Itaipu
Brasil 24.08.17 12:59
Itaipu deu 900 mil reais para o IDP, de Gilmar Mendes.
Diz a Piaui:
“Desde 2016, todos os eventos jurídicos que Itaipu patrocinou receberam 4,9 milhões de reais. O IDP ficou com 13,6% do total, perdendo apenas para a Associação de Juízes Federais, campeã de patrocínios recebidos.
Em maio, o jornal Folha de S. Paulo publicou que os patrocínios federais à empresa de Mendes somavam, no total, 2,64 milhões de reais desde 2009 – o que dá ideia do volume do dinheiro que irriga o IDP desde Itaipu”.



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