PRIMEIRA EDIÇÃO DE 03-8-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 03 DE AGOSTO DE 2017
Após saltar a enorme fogueira da denúncia da Procuradoria Geral da República, o presidente Michel Temer vai se dedicar a cumprir acordos que negociou para garantir a vitória na Câmara, o que deverá implicar em uma minirreforma ministerial. Políticos que se beneficiaram do governo Temer e ontem votaram contra ele perderão espaço, e os respectivos partidos, como PSDB, podem até perder ministérios.
Atento e meticuloso, Temer agora sabe nome e sobrenome de todos os que o ajudaram a escapar da degola. E todos serão prestigiados.
O PMDB, partido de Michel Temer, é o mais determinado a não deixar baratas as traições. Seus afilhados perderão os cargos no governo.
Após cumprir a promessa de ficar no governo até ontem, Aloysio Nunes, de discreta atuação no Itamaraty, poderá ser o primeiro a cair.
Além de mudar a cara do governo, o presidente Temer já avisou aos mais próximos que vai retomar com força a reforma da Previdência.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusou a Procuradoria Geral da República de não investigar o ex-procurador Marcelo Miller, ex-braço direito de Rodrigo Janot, que deixou a carreira para atuar em escritório de advocacia contratado pelo grupo J&F/JBS. Joesley Batista fez um acordo de delação muito vantajoso, que de uma só vez o blindou de cinco investigações do Ministério Público Federal.
Apesar da afirmação do ministro, a Procuradoria da República no DF já confirmou que investiga o ex-procurador Marcelo Miller.
“Estamos dando poder à PGR, que nenhum soberano jamais teve”, disse Gilmar sobre os superpoderes de Janot nos acordos de delação.
Ao votar por soltar Ângelo Goulart, Gilmar disse que até o Superior Tribunal de Justiça está amedrontado com as ameaças de vazamentos.
Incansável, no dia em que os deputados votavam sua denúncia contra Temer, Rodrigo Janot requeria ao Supremo Tribunal Federal a inclusão do presidente na lista de denunciados do “quadrilhão do PMDB”.
Conhecido pelo fino trato, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) perdeu a linha: arrebatou um Pixuleco das mãos de um colega e o atacou a mordidas, tentando esvaziar e rasgar o coitado do boneco.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, segredou por que se esforçava para agilizar a votação da denúncia da PGR: não queria perder na TV a estreia do craque chileno Valencia pelo Botafogo, contra o Palmeiras.
Rodrigo Maia conhece bem a casa que preside. Na semana passada, ele garantiu que haveria quórum para votar a denúncia da PGR, e cravou que 480 deputados estariam presentes. Apareceram 488.
Pegou fogo a campanha pela presidência da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, após o vazamento de áudio em que Niveo Steffen, candidato da situação, chama os adversários de “f.d.p.”.
O prefeito da Barra de São Miguel, Zezeco (PP), deu um presente ao paradisíaco balneário alagoano que celebra 54 anos: emprestou um imóvel dele que fará a prefeitura economizar R$110 mil em aluguéis.
O quórum da reeleição de Rodrigo Maia a presidente da Câmara contou com 499 deputados. Ele teve 293 votos. Ontem, o governo Michel Temer registrou a presença de 488 dos 513 na Câmara.
Afonso Motta (PDT-RS) foi vencido pelo cansaço, após participar do início da discussão da denúncia contra Temer, e caiu no sono no plenário. Acordou apenas para votar contra o presidente.
Se a ditadura venezuelana pode reescrever a Constituição, como defende o PT, o constitucionalista Michel Temer pode fazer uma Carta Magna para chamar de sua?

NO DIÁRIO DO PODER
PRESSÃO DO PGR
JANOT INCLUI TEMER E DOIS MINISTROS NO INQUÉRITO DO ‘QUADRILHÃO’ DO PMDB
PROCURADOR 'READEQUA' DENÚNCIA PARA ACUSAR MOREIRA E PADILHA
Publicado: quarta-feira, 02 de agosto de 2017 às 20:45 - Atualizado às 22:17
Redação
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Michel Temer seja incluído na lista de investigados do inquérito instaurado contra membros do PMDB na Câmara dos Deputados. Além de Temer, Janot também pediu a entrada dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
A organização criminosa, investigada pela Operação Lava Jato, partiu da delação da JBS e se trata de mais um “desdobramento” daquela já investigada no inquérito que engloba outros 15 parlamentares, ex-parlamentares e assessores do PMDB.
O procurador informou que “não se trata de uma nova investigação contra o presidente da República, mas de uma readequação daquela já autorizada no que concerne ao crime de organização criminosa”.
Entre os investigados do “quadrilhão” do PMDB estão nomes como ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, o doleiro Lúcio Funaro, o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE) e Fernando Baiano, um dos delatores da Lava Jato.

CORRUPÇÃO
MINISTRO DO STF DIZ QUE DELAÇÃO DE EX-GOVERNADOR DE MT É MONSTRUOSA
SILVAL BARBOSA CONFESSOU UMA SÉRIE DE CRIMES NA OPERAÇÃO SODOMA
Publicado: quarta-feira, 02 de agosto de 2017 às 16:27
Redação
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse na tarde desta quarta-feira, 2, que ainda não homologou a delação premiada do ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), mas adiantou que ela é “monstruosa”.
“Essa é monstruosa, depois da Lava Jato é a maior operação. Silval trouxe material, mas não foi homologada ainda”, disse o ministro a jornalistas, ao chegar para a sessão plenária do STF desta quarta-feira.
Procurada pela reportagem, a defesa do ex-governador informou que não iria comentar.
Silval Barbosa foi governador de Mato Grosso entre 2010 e 2014. Foi preso sob a acusação de liderar esquema de recebimento de propina em troca da concessão de incentivos fiscais.
Em junho deste ano, a juíza Selma Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, autorizou a transferência do ex-governador do regime fechado para a prisão domiciliar. 
A decisão foi proferida no âmbito da Operação Sodoma e levou em conta o fato de Barbosa ter confessado uma série de crimes e disponibilizado para a Justiça mais de R$ 40 milhões em bens. (AE)

MANDADO DE SEGURANÇA
OPOSIÇÃO QUER QUE STF OBRIGUE CÂMARA A VOTAR DENÚNCIA E NÃO PARECER DA CCJ
CINCO DEPUTADOS PEDEM QUE SEJA VOTADA A DENÚNCIA DA PGR E NÃO O PARECER DA CCJ
Publicado: quarta-feira, 02 de agosto de 2017 às 15:21 - Atualizado às 17:20
Redação
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), é a relatora do mandado de segurança impetrado nesta quarta-feira (2) por cinco deputados federais que pedem que o plenário da Câmara dos Deputados vote a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer - e não o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Os parlamentares Alessandro Molon (Rede-RJ), Alice Portugal (PC do B-BA), Carlos Zarattini (PT-SP), Glauber Braga (PSOL-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG) também pedem que seja incluída a possibilidade de manifestação oral do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos procedimentos de apuração pelo plenário da denúncia contra Temer.
Segundo os deputados, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), alegou que, ao contrário do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), não há um autor da peça acusatória no caso de Temer.
"A afirmação gera espanto por confrontar a lógica e o texto da Constituição Federal. Ora, mas é claro que há um autor da peça acusatória contra o Presidente da República da qual se cuida aqui: o procurador-geral da República", alegam os deputados.
"Nos termos do art. 86 da Constituição Federal, é a acusação oferecida pelo Ministério Público que deve ser admitida ou rejeitada pelo Plenário da Câmara, e não simplesmente o parecer a ela apresentado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Portanto, claramente, há um autor da acusação a ser examinada pelos parlamentares, e ele pode - e deve, como demonstrar-se-á - perfeitamente ser convidado a apresentar os fundamentos da denúncia que apresentou", sustentam os parlamentares.

NO RADAR ON-LINE 
Tribunal Regional Federal aumenta pena de Jorge Zelada
Ex-diretor da Petrobras ficará 15 anos na cadeia
Por Ernesto Neves
Quarta-feira, 02 ago 2017, 18h51 - Publicado em 2 ago 2017, 18h02
Responsável por julgar os recursos da Primeira Instância da Lava-Jato, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) acaba de decidir por aumentar a pena do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada.
Zelada foi condenado a 12 anos e 2 meses de reclusão pelo juiz Sergio Moro em 2016. Com a nova decisão, ele terá de passar 15 anos e 3 meses preso.
O aumento da pena foi deferido por maioria, porém prevaleceu o voto do revisor, desembargador federal Leandro Paulsen.
Ele considerou os crimes de lavagem de dinheiro e manutenção de divisas não declaradas no exterior como crimes autônomos, o que resulta numa penalidade maior. 
Os outros réus da apelação criminal, o ex-gerente da Petrobras, Eduardo Costa Vaz Musa e os operadores financeiros, João Augusto Rezende Henriques e Hamylton Pinheiro Padilha Júnior tiveram as penas mantidas.
Zelada, Musa e Padilha foram condenados por corrupção e lavagem de dinheiro. Rezende Henrique foi condenado por corrupção passiva.
Os réus foram denunciados por recebimento de propina para garantir o contrato do navio Titanium Explorer pela Petrobras ao custo de 1,8 bilhão de dólares.

NO BLOG DO NOBLAT
Os bacharéis de Lula são doutores em insolência e invencionice
A discurseira da tropa de bacharéis comprova a falta de álibis capazes de livrar da cadeia um criminoso juramentado
Por Augusto Nunes
Quarta-feira, 02 ago 2017, 18h55 - Publicado em 02 ago 2017, 18h09
Cada palavrório recitado por algum advogado de Lula consolida a certeza de que a tropa de bacharéis não dispõe de um único e escasso álibi capaz de afastar o cliente famoso da trilha que termina na cadeia. Tal constatação foi reafirmada nesta terça-feira, 1º, pela reação dos doutores ao enquadramento do ex-presidente no sexto processo resultante das descobertas da Operação Lava Jato. Ao aceitar a denúncia do Ministério Público Federal segundo a qual a reforma do sítio em Atibaia foi uma retribuição de empresários amigos aos bons serviços prestados pelo camelô de empreiteira, Sergio Moro deu a senha para o recomeço da lengalenga interminável.
Se Lula fosse inocente, os responsáveis pela defesa estariam festejando neste momento a chance de desmoralizar invencionices tramadas por perseguidores movidos por motivos políticos. Como tentam absolver um culpado de carteirinha, os advogados recomeçaram a encenação da Ópera dos Farsantes. Heráclito Fontoura Sobral Pinto ensinou que o primeiro juiz da causa é o advogado. Se o cliente for culpado, exemplificou o grande jurista, seu defensor não tem o direito de assassinar a verdade: deve limitar-se à procura de argumentos e atenuantes que reduzam a gravidade do delito e abrandem a pena. Ainda bem que o grande jurista não viveu para ver em ação um Cristiano Zanin Martins, o sargentão da tropa de bacharéis do Instituto Lula.
Nos processos que envolvem o ex-presidente, Zanin desempenha simultaneamente três papéis. Além do advogado que tortura os fatos, ele também interpreta o promotor decidido a encarcerar Sergio Moro e o magistrado decidido a condenar um juiz de verdade por sucessivos “atentados ao Estado de Direito”. Inimigo do Estado de Direito é quem tenta travestir de inocente um criminoso juramentado. “Foi a decisão de um magistrado manifestamente suspeito”, delirou Zanin. Suspeito de quê? De acreditar que todos são iguais perante a lei? De ler corretamente os artigos do Código Penal?
Numa nação civilizada, essa espécie de chicana seria execrada pelos colegas de profissão. Num Brasil envilecido por 13 anos de lulopetismo, Zanin pode virar um exemplo a ser seguido por caçadores de fregueses que pagam com dinheiro de origem suspeitíssima os gordos honorários calculados em dólares por minuto.

NO BLOG DO JOSIAS
PSDB esconde seus líderes e enaltece parlamentarismo em propaganda na TV
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 03/08/2017 04:12
Às voltas com a maior crise de sua história, o PSDB levará ao ar no próximo dia 17, em rede nacional de rádio e TV, uma propaganda partidária inusual. Nela, não haverá o tradicional desfile de lideranças. A vitrine eletrônica — dez minutos no horário nobre — será usada para enaltecer o parlamentarismo como sistema de governo ideal para o Brasil, um país em eterna ebulição política.
O parlamentarismo é uma velha bandeira do tucanato. A hipótese de ser implementado é remota. Ainda assim, o PSDB decidiu bater bumbo. Foi o pretexto que a legenda encontrou para esconder as aves do ninho, sobretudo Aécio Neves, cuja plumagem foi tisnada por nove inquéritos criminais abertos no Supremo Tribunal Federal.
Em condições normais, a um ano da corrida ao Planalto, o partido não hesitaria em aproveitar o tempo de propaganda que a lei lhe assegura para colocar um presidenciável no pedestal. Mas o PSDB não dispõem de um candidato consensual. Seria Aécio, pois ele bateu na trave na disputa de 2014. Mas o senador mineiro, com a biografia na lama, talvez tenha dificuldades para se eleger deputado federal.
O governador paulista Geraldo Alckmin tenta emplacar a própria candidatura. Mas seu nome também soou em delações premiadas da Lava Jato. De resto, sua posição nas pesquisas de intenção de voto provoca nos correligionários um entusiasmo de velório. A atmosfera fúnebre leva o prefeito paulistano João Doria, uma cria política de Alckmin, a sonhar com a hipótese de furar a fila dos presidenciáveis do PSDB.
Na propaganda partidária anterior, exibida em maio passado, o PSDB intercalou o falatório de jovens líderes municipais com o lero-lero dos seus bicos mais tradicionais — Aécio, Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, por exemplo. Embora a propaganda contivesse uma crítica à forma tradicional de fazer política, João Doria, que se autoproclama um não-político, foi excluído da peça.
Decorridos pouco mais de quatro meses, o futuro do tucanato está acorrentado a Michel Temer, um presidente que acaba de renovar sua aliança com a banda ladra da Câmara para enterrar a denúncia em que a Procuradoria o qualifica de corrupto. Rachada ao meio, a bancada de deputados tucanos deu sua cota de contribuiçãopara salvar a Presidência de Temer (veja aqui como votaram os tucanos).
Nos subterrâneos, Aécio pegou em lanças por Temer. Os dois foram alvejados pelo mesmo delator: Joesley Batista, da JBS. O infortúnio alterou a natureza do relacionamento da dupla. Antes, mantinham uma aliança política. Agora, cultivam um vínculo de solidariedade penal do tipo em que u'a mão suja a outra.
O PSDB não consegue se livrar de Aécio, hoje um filiado tóxico. Licenciado da presidência da legenda, o senador se move nos porões de Brasília como se pretendesse retomar o trono partidário. Incomodado com a desenvoltura de Aécio, o grão-tucano Tasso Jereissati, que preside interinamente a legenda, ameaça devolver o cetro a Aécio nesta quinta-feira. Ensaia o gesto desde o início da semana.
É contra esse pano de fundo conflagrado que a marquetagem do PSDB concebeu a propaganda que esconde as mazelas do tucanato atrás da bandeira do parlamentarismo — uma iniciativa da presidência interina de Tasso. Planeja-se exibir na próxima segunda-feira (7) um comercial de 30 segundos convidando a plateia para assistir à propaganda do dia 17. No convite, sem mencionar nomes, o PSDB admite que cometeu erros. Receia-se que Aécio vista a carapuça e implique com a peça, vetando-a.

Mesmo vitorioso, Temer virou presidente menor
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 02/08/2017 23:44
Na votação da denúncia contra o presidente da República, o placar eletrônico da Câmara estampou um resultado paradoxal. Os vitoriosos saíram da sessão menores do que entraram. Michel Temer encolheu porque teve de comprar votos. Os deputados que o salvaram se apequenaram porque, submetidos a uma aberração histórica — um presidente denunciado por corrupção — preferiram se fingir de cegos a tomar a única providência moralmente aceitável, que seria autorizar o Supremo Tribunal Federal a julgar o acusado.
Eufórico com o resultado, a primeira reação de Temer, ainda em privado, foi dizer que o sepultamento da denúncia contra ele representa uma virada de página. De fato, a página foi virada. Só que para trás. Aliviado, o presidente diz que retomará sua agenda de reformas. Mas a única reforma que avançará nos próximos dias é constrangedora. Será reformada a meta fiscal do governo: o rombo nas contas públicas, que deveria fechar 2017 em R$ 139 bilhões, será ainda maior.
Quando foi às ruas para gritar “Fora, Dilma”, o brasileiro queria se livrar de uma presidente incapaz de todo. Ganhou Temer, um substituto que se revela capaz de tudo — inclusive de renovar seu compromisso com os maus hábitos em plena era da Lava Jato. Rendido a organizações partidárias com fins lucrativos, todas financiadas pelo déficit público, Temer parece perseguir a popularidade zero. No momento, seu principal trunfo é a falta de opção. As pesquisas informam que o brasileiro está de saco cheio. Mas não há quem se anime a sair às ruas para gritar “queremos Rodrigo Maia!”

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 02 de agosto de 2017
Cuidado! O Brasil ainda pode piorar muito!
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Michel Temer venceu por 263 votos de aliados fiéis, comprados ou coniventes. Só não dá para saber como chegará ao fim de um governo que sequer começou. O Presidente sangra, e seus aliados mamam nas tetas do dinheiro público. O desgaste política é imenso, e o desempenho sofredor da economia só anima quem tem dinheiro para viver em outra dimensão. As contas públicas seguem arrombadas. A equipe econômica vai nos impor mais impostos.
A violência sai de controle. As pessoas sofrem com a insegurança. A jurídica, nem se fala. Lula vira réu pela terceira vez na Lava Jato. A segunda turma do Supremo Tribunal Federal segue a rotina de soltar condenados por crimes de corrupção. A blindagem que será dada a Michel Temer consagrará a impunidade e a falta de vergonha na cara da desqualificada classe política. A impressão real é que o Brasil, que está ruim, pode ficar ainda pior. Todo cuidado é pouco! 
Toda sociedade “doente pela falta de democracia” é marcada pela completa falta de representatividade do Estado/ Governo com a sociedade. Esta doença que aflige os regimes democráticos às vezes gera DITADURAS na prática e em diferentes formatos. Elas podem ser explicitamente sustentadas pelo uso da força, ou seja, das Forças Armadas, sejam as regulares ou nos moldes milicianos lá da Venezuela. Agora em pleno século 21, o século das comunicações instantâneas, das redes sociais, das fibras óticas e da tecnologia da informação o que assistimos é a falta de democracia através do Populismo de Estado.
Os Governos Populistas se apresentam com verniz ora de esquerda, ora de direita. A ideologia é mero instrumento de enganação e dominação. O traço comum é a existência de uma casta que vive “incrustada” na máquina pública. Existe e “prospera” em condições financeiras suntuosas, enquanto o restante da população “paga indefinidamente” a fatura de políticas públicas que prometem melhorar a vida de todos, um dia. Triste 'Zelite'...
Não importa o tamanho do PIB do País. O principal traço do subdesenvolvimento é o baixo nível de renda da esmagadora maioria da população, enquanto uma burocracia estatal/pública se esbalda em altos salários, corrupção generalizada e ausência de mecanismos sociais, políticos e econômicos que permitam a esta sociedade deixar de ser refém desta máquina pública.
As cleptocracias (estado governado por ladrões) da Venezuela e da Coreia do Norte não são tão diferentes como podem parecer no estilo. Baixa qualidade de vida da grande maioria da população, grandes bolsões de miséria, repressão contra a sociedade que tenta se organizar para alterar as políticas públicas, inexistência total ou aparelhamento do Poder Judiciário e por aí vai. As melhores práticas de gestão do aparato público não são aplicadas. São reprimidas.
Vimos nas últimas décadas as oligarquias latino americanas adotarem todas as formas de práticas medievais para permanecerem no poder político e econômico. Oligarquia não tem cor política. A esquerda festiva e infantil da América Latina, firmemente reprimida pelos regimes militares implantados nos anos 60 e 70, se deixou encantar pelos lindos sorrisos das velhas raposas oligarcas. Através de alianças espúrias, chegaram ao poder no início do século XXI.
Pensavam poder controlar a máquina pública e promover políticas públicas historicamente associadas às bandeiras da esquerda socialista internacional.
Para tanto, os fins justificavam os meios. Ficaram parecidas com o regime do oligarca e ditador nicaraguense Anastásio Somoza, que culminou com uma guerrilha que dizimou a economia do país.
No Brasil, a 'zelite' oligarca faz e desfaz alianças políticas e econômicas para se manter a qualquer custo no controle da máquina pública. Fabricam “nomes novos” para disputar as eleições, mas as práticas de corrupção e enriquecimento ilícito às custas do dinheiro público se perpetuam - independentemente do Partido Político que tenha obtido maioria no processo eleitoral, em todas as esferas do poder público.
A população total da Venezuela é menor que a população do Estado de São Paulo. A população da Argentina também. Sorte nossa que é bem diferente manter o controle político sobre uma população de aproximadamente 230 milhões de pessoas, em um país de extensão continental como o Brasil. A turma do Foro de São Paulo deve ter descoberto isso, depois da queda do PT, com a continuidade da Nova República implantada pelo PMDB, em acordo de conivência com os partidos que eram situação no tempo dos militares.
Ficou evidente a existência de uma esquerda fraca intelectualmente e inexperiente em termos de controle de uma máquina pública corrompida e tradicionalmente controlada por uma oligarquia medieval. Foi isto que “salvou” o Brasil de passar por experiências como as da Venezuela (de Chaves) e da Argentina (do clã dos Kirchner).
Associado a isso, temos uma grande parcela da população que tem menos de 40 anos e utilizam intensamente as redes sociais. Assim, “velhos” mecanismos de controle da mídia, tão usados pela oligarquia medieval brasileira, passaram a falhar e escancarar o distanciamento entre o padrão de vida das famílias oligarcas e do restante da população.
Nos anos 80 assistíamos horrorizados às guerras na África e víamos depois os ditadores sanguinários mudarem com suas famílias para mansões suntuosas na Europa ou nos Estados Unidos. Enquanto as populações de seus países eram massacradas pelas forças militares ligadas a seus Governos, esses diretores e suas famílias depositavam bilhões e mais bilhões de dólares em bancos no Exterior.
Não, caros leitores. Não estamos falando do Brasil de 2017 revelado a nós pela Lava Jato. Estávamos falando de miseráveis países africanos dos anos 80. Poderíamos dizer que só nos falta mesmo a guerra civil para estarmos iguais a estes países africanos. Acontece que em 2016 ocorreram pelo menos 60 mil assassinatos no Brasil. No ano anterior os números foram parecidos. Só falta anunciarmos que se trata de uma guerra civil, pois os mortos estão aí, lotando hospitais, necrotérios e nas ruas das nossas pacíficas cidades.
Parceiro do Crime Institucionalizado, o chamado “crime organizado” controla nossos presídios e aterrorizam toda a população. Eles não podem ser combatidos apenas pela mera via repressiva armada. Só uma mudança estrutural no Brasil pode conter o crime. É preciso que a sociedade assuma definitivamente o controle do Estado no Brasil. Só assim vamos tirar o Crime do Poder.
A máquina pública deve ser totalmente reestruturada para que deixe de ser ferramenta da oligarquia medieval ou deixe de ser laboratório social de uma esquerda festiva e demagógica. Todos usando o Crime Institucionalizado, e servindo a interesses de controladores externos, para manter o Brasil subdesenvolvido - como a mais importante colônia de exploração do mundo globalitário.
Mudar a estrutura estatal brasileira, com a sociedade controlando o Estado e não sendo meramente controlada por ele, é o maior desafio dos brasileiros honestos, de bem e do bem, que só sobrevivem para pagar impostos para sustentar o modelo Capimunista Rentista e Corrupto.
A “ficadinha” de Temer, o desespero da falsa oposição, o agravamento da crise econômica e o descontrole da violência vão acelerar o desejo por mudança. Até o melhor acontecer, o Brasil pode piorar, e muito. Estamos em Guerra Híbrida, de 5ª Geração...
(...)

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