PRIMEIRA EDIÇÃO DE 02-8-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 02 DE AGOSTO DE 2017
Nem 342, nem 51: é de 257 deputados o quórum necessário para simplesmente arquivar a denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer. Esta é a mais forte opção do governo para liquidar o caso da PGR. O regimento prevê que, em matéria com quórum qualificado, presentes no plenário metade mais um dos 513 deputados, o presidente da Câmara pode abrir votação para arquivá-la, por ser impossível reunir os 342 votos exigidos pela Constituição.
Deputados governistas apostam que, como aliado, Rodrigo Maia deverá mesmo abrir votação para arquivar a denúncia da PGR.
Maia tem dito que o País já não suporta a indefinição sobre o futuro de Temer, por isso não deve criar obstáculos ao desfecho do caso hoje.
As últimas estimativas do governo e da oposição indicam que nenhum dos lados consegue reunir 342 votos, na Câmara.
Os mais otimistas governistas contam 282 deputados favoráveis a Temer, no voto ou pela ausência. A oposição não chega a 200.
A equipe econômica de Michel Temer conseguiu um feito sem precedentes: elevou as reservas internacionais brasileiras ao maior nível da História, atingindo US$380,8 bilhões, em julho. As reservas são espécie de “poupança cambial”, utilizada em medidas anticíclicas para amenizar os efeitos de crises externas, como a de 2008. Apesar da economia frágil, as reservas cresceram 1,4% no governo Temer.
Quando Michel Temer assumiu, em 13 de maio, as reservas cambiais totalizavam US$375,6 bilhões.
Apesar do maior nível da História, as reservas brasileiras são pequenas em relação a China: mais de US$3 trilhões (maior que o PIB do Brasil).
Se as reservas cambiais são boa notícia, há indicadores preocupantes, como a queda na arrecadação e consequente aumento do rombo fiscal.
O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), afirmou que ninguém na Câmara tem 342 votos para aprovar uma matéria como a denúncia da PGR contra Temer. Sua aposta é no arquivamento da denúncia.
Desde abril aumenta o índice de apoio ao governo Temer na Câmara. Os partidos mais fiéis ao Planalto no 1º semestre foram PSDB (69,65% de votos favoráveis ao governo), PPS (66,97%) e PMDB (66,75%).
Líderes governistas estão sempre lembrando que Michel Temer liberou R$1,8 bilhão em emendas, inclusive para deputados de oposição, mas Dilma pagou R$3,2 bilhões para tentar barrar o impeachment.
É tão ruim a relação do governador com deputados e senadores do DF que, ao recebê-los, o líder do governo, senador Romero Jucá, indagou quem ali era ligado a Rodrigo Rollemberg. Ninguém se apresentou.
O site “Ranking dos Políticos” avalia parlamentares em quesitos como participação, ações na Justiça e atuação legislativa: entre os 71 do PT, apenas sete têm resultado positivo no quesito “qualidade legislativa”.
O Supremo e os três tribunais superiores têm no total 86 membros, mas só o Superior Tribunal Militar (STM) tem ministro de Brasília. Trata-se do ministro Artur Vidigal de Oliveira, que nasceu em outubro de 1960, cinco meses após JK inaugurar oficialmente a atual capital.
A criminosa Susane Von Richthofen vai se aproveitar mais uma vez este ano com o “saídão” do Dia dos Pais para tirar umas férias da prisão. Ela já havia recebido o benefício no Dia das Mães. Logo ela.
Confiante na rejeição da denúncia contra Michel Temer, já tem deputado do PMDB pedindo sua candidatura à reeleição, em 2018, “só para causar confusão”. Ele não quer ouvir isso nem de brincadeira.
...réu pela terceira vez na Lava Jato, Lula já pode pedir música na TV.

NO DIÁRIO DO PODER
SANTA BÁRBARA
LULA VIRÁ RÉU PELA TERCEIRA VEZ NA LAVA JATO, AGORA PELO CASO DO SÍTIO EM ATIBAIA
CASO DO SÍTIO É 3ª DENÚNCIA ACEITA, ALÉM DA CONDENAÇÃO NO TRÍPLEX
Publicado: terça-feira, 01 de agosto de 2017 às 18:07 - Atualizado às 20:22
Redação
Nesta terça-feira (1) o juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do sítio Santa Bárbara, em Atibaia. A acusação é de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Sendo assim, Lula é réu pela terceira vez no âmbito da Operação Lava Jato. Além dele, outros 12 denunciados, entre eles Emílio Odebrecht, também viraram réus.
Para o MPF o petista recebeu propina, por contratos da Petrobras com as empreiteiras Odebrecht e OAS, por meio de reformas feitas no sítio Santa Bárbara. As melhorias somaram R$ 1,02 milhão. "Luiz Inácio Lula da Silva, de modo consciente e voluntário, no contexto das atividades de organização criminosa, em concurso e unidade de desígnios com Emílio Odebrecht, Alexandrino Alencar, Carlos Armando Paschoal, Emyr Diniz Costa Júnior, Rogério Aurélio Pimentel, Roberto Teixeira e Fernando Bittar, no período compreendido entre 27 de outubro de 2010 e junho de 2011, dissimularam e ocultaram a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de aproximadamente R$ 700 mil provenientes dos crimes de cartel, fraude a licitação e corrupção praticados pela Odebrecht em detrimento da Petrobras, por meio da realização de reformas estruturais e de acabamento no sítio de Atibaia".
Segundo a denúncia, Lula também ajudou as empreiteiras ao manter nos cargos os ex-executivos da Petrobras, Pedro Barusco, Renato Duque, Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Jorge Zelada.

BLOQUEIOS ORDENADOS
JUIZ SERGIO MORO APONTA EXISTÊNCIA DE ‘LUCROS EXPRESSIVOS’ DE LULA
LULA QUERIA DESBLOQUEIO DOS R$ 9,6 MILHÕES, MAS JUSTIÇA NEGOU
Publicado: terça-feira, 01 de agosto de 2017 às 14:50 - Atualizado às 16:07
Redação
O juiz federal Sérgio Moro informou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que o ex-presidente Lula possui ‘rendimentos provenientes de aposentadoria e ainda lucros e dividendos expressivos recebidos de pessoas jurídicas’ na última declaração de rendimentos.
A informação foi entregue no âmbito de mandado de segurança ajuizado pela defesa do ex-presidente contra o bloqueio de bens que inclui R$ 660,7 mil distribuídos em quatro contas bancárias e R$ 9 milhões de fundo previdenciário na BrasilPrev.
O confisco de bens ordenado pelo juiz foi realizado em ação de sequestro e arresto sobre o patrimônio de Lula, movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em outubro de 2016.
O bloqueio de bens, decretado no dia 14 de julho, foi estipulado dois dias após o recebimento da condenação de 9 anos e 6 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento triplex. A defesa ajuizou mandado de segurança contra o bloqueio no TRF4, Corte Federal responsável pela analise de recursos contra as decisões de Moro.
A defesa alegou, no mandado, a ‘ameaça à subsistência’ do ex-presidente e Moro justificou, por meio de ofício ao desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF4, que ‘os bloqueios ordenados não impedem a percepção de rendimentos supervenientes pelo acusado’. O valor do sequestro atingiu ‘não só o produto identificado dos crimes, como o apartamento triplex, mas também bens de valor equivalente ao total de propina paga, cerca de R$ 16 milhões’.
O bloqueio do Banco Central congelou R$ 660,7 mil das contas de Lula, e Moro já ordenou a transferência do valor para as contas judiciais. “A medida não prejudica a livre movimentação das contas após a efetivação do bloqueio sobre o saldo do dia. Os valores bloqueados permanecerão em contas judiciais aguardando o trânsito em julgado”, informou. (Com informações AE)

ARSENAL MILIONÁRIO
PF PRENDE GRUPO ACUSADO PELO TRÁFICO DE 60 FUZIS NO AEROPORTO DO GALEÃO
PF PRENDEU SUSPEITOS DE TRÁFICO DE ARMAS NO AEROPORTO DO RIO
Publicado: terça-feira, 01 de agosto de 2017 às 15:41 - Atualizado às 16:02
Redação
Policiais federais cumpriram entre sábado, 29, e esta segunda-feira, 31, nove mandados de prisão preventiva de acusados de tráfico de armas. De acordo com a Polícia Federal, os presos são acusados de participar, em junho, da remessa de 60 fuzis no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.
As prisões foram feitas na capital fluminense, em Rio das Ostras, no interior do Estado, e São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.
Entre os acusados, cinco já estavam presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. Três dos acusados que estavam soltos antes da operação foram detidos no Rio, enquanto o outro, em Rio Preto.
Há ainda dois mandados de prisão contra um casal que já foi identificado e que mora nos Estados Unidos.
Apreensão
Cada arma apreendida no Galeão vale R$ 70 mil - a carga total chegou a R$ 4,2 milhões e representa a maior apreensão em pelo menos dez anos. Novas, mas com numeração raspada para dificultar o rastreamento, as armas chegaram de Miami, em dois voos, e estavam escondidas no interior falso de aquecedores para piscinas, dentro de um contêiner. (AE)

OPERAÇÃO PATMOS
SUPREMO SOLTA PROCURADOR INFILTRADO DE JOESLEY BATISTA E ADVOGADO
ÂNGELO GOULART É ACUSADO DE RECEBER MESADA DE R$ 50 MIL
Publicado: terça-feira, 01 de agosto de 2017 às 18:07 - Atualizado às 18:08
Redação
O Supremo Tribunal Federal (STF) mandou soltar o procurador da República Ângelo Goulart, acusado de receber mesada de R$ 50 mil do empresário Joesley Batista, da JBS, em troca de informações sigilosas da Operação Greenfield. O resultado deu empate na votação da Segunda Turma da Corte máxima. Empate beneficia réu.
A decisão da Corte é extensiva ao advogado Willer Tomaz, que também foi preso em maio sob acusação de fazer os repasses de R$ 50 mil ao procurador. O procurador e o advogado não podem sair à rua durante o período noturno e não podem manter contato com outros investigados.
A Operação Greenfield investiga rombo bilionário nos maiores fundos de pensão do País.
Presos no dia 18 de maio, na Operação Patmos, Goulart e o advogado estão no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Votaram pela manutenção da prisão do procurador e do advogado, os ministros Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo, e Celso de Mello, o decano. Votaram pela soltura dos acusados os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.

AÇÃO NO SUPREMO
DEPUTADO QUE TATUOU NOME DE TEMER É RÉU POR PECULATO DESDE 2010
EM ALEGAÇÕES FINAIS AO STF, PGR REITEROU QUE COSTA É CULPADO
Publicado: terça-feira, 01 de agosto de 2017 às 15:17
Redação
Em evidência no noticiário político nos últimos dias devido à tatuagem que fez com o nome do presidente Michel Temer, o deputado federal Wladimir Costa(SD-PA) afirmou que irá "sepultar a carreira política" caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de peculato. 
O deputado é réu no STF desde 2010, junto com Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, irmão dele, sob a acusação de ter ficado com dinheiro que teria como destino inicial servidores fantasmas.
Na sexta-feira passada, 28, a Procuradoria-Geral da República enviou ao STF as alegações finais na ação penal e reiterou o entendimento de que Costa cometeu o crime. O relator atual do caso é o ministro Edson Fachin, que deverá agora abrir prazo para a última manifestação da defesa antes do julgamento.
"O que eu tenho de falar é que eu renuncio o meu mandato, sepulto a minha carreira política, se o MPF, se a PGR, os peritos da PF provarem que realmente houve depósitos de origem delituosa ou escusa", afirmou o deputado. 
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os elementos colhidos no curso da instrução da ação penal "formam um consistente mosaico probatório que revela o esquema criminoso capitaneado por Wladimir Costa, com o auxílio de seu irmão, Wlaudecir Antonio da Costa Rabelo, para desviar, em proveito próprio, recursos públicos da Câmara dos Deputados no período de 25/02/2003 a 30/03/2005".
"Na execução dos delitos, Wladimir Costa contou com a ajuda de seu irmão Wlaudecir Costa, que, embora não ocupasse cargo ou função na Câmara dos Deputados, exercia papel de fundamental importância na engrenagem criminosa, incumbindo-lhe arrecadar os salários indevidamente recebidos pelos servidores fantasmas arregimentados na equipe da Banda Wlad e TV RBA", disse Janot.
Janot relembrou que a denúncia tem relação com uma reclamação trabalhista de autoria de Fábio Lopes Maria contra o deputado. Fábio Lopes Maria dissera que, em janeiro de 2003, "assumiu" como "laranja" a atividade de assessor parlamentar de Wladimir Costa. Ele disse que nunca pisou em Brasília e que repassava o dinheiro ao deputado por meio do irmão, Wlaudecir.
O deputado Wladimir Costa, em defesa própria, salienta que Fábio Lopes Maria mudou de versão. "Foi um único assessor que já declarou lá no Pará que foi orientado pelo advogado para falar aquilo junto à Justiça do Trabalho somente para eles ganharem uma causa trabalhista. Eu entrei na Justiça, e ele pediu para se retratar na Justiça. E, no depoimento, ele falou que foi induzido pelo advogado", disse o deputado
Sobre a mudança da versão pelo assessor parlamentar, Janot afirma que "a decisão de recebimento da denúncia bem anotou que não se pode descartar a hipótese de ter o declarante ficado intimidado diante da ameaça de sofrer uma sanção penal, em razão da queixa crime que o Deputado denunciado moveu contra ele". O procurador-geral também diz que não se pode descartar que "a proposta de acordo apresentado pelo parlamentar ao ex-assessor na esfera trabalhista exigia também a desistência da queixa crime ajuizada pelo deputado Wladimir Costa".
Depósitos
Janot destaca que, nas investigações, verificou-se que "o deputado Wladimir Costa recebeu reiterados depósitos em espécie que totalizaram a quantia de R$ 265 mil, entre abril/2003 a março/2005, enquanto que, nesse mesmo período, o total de rendas líquidas auferidas por seus três assessores atingiram o montante de R$ 210 mil". 
Ele cita um laudo da perícia criminal, que apontou que "nesses casos, além da coincidência de datas, chama atenção também a coincidência entre os valores sacados em espécie pelos assessores no período investigado (R$ 213,5 mil) e os valores depositados em espécie na conta do deputado federal Wladimir Rabelo (R$ 216 mil)".
O deputado afirma que não recebeu depósitos de pessoas físicas, mas da própria Câmara. "Tudo aquilo que peritos da PF teriam visto eram apenas indícios e não objetos de prova, e já foi contestado pela Caixa Econômica Federal. A Caixa prova que o que eles apontaram é oriundo de depósitos da Câmara de Deputados, 100% dos depósitos foram feitos pela Câmara, não tem de pessoa física nem de nada, é apenas depósito da Câmara, ressarcimento de combustível, hospedagem e transporte", disse. 
"Respeito a posição da PGR, até porque eu não esperava o contrário, porque a gente não vê a PGR mesmo com indícios de inocência pedir a inocência de ninguém. Você pode ter 99,9% de provas que lhe absolvem, mas a PGR ainda pede condenação. Eu desafio qualquer autoridade que prove que houve um único centavo escuso. Estou pronto para ser julgado como qualquer cidadão, acreditando na idoneidade e na decência por parte dos ministros do Supremo", finalizou o deputado. (AE)

'ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA'
RODRIGO JANOT REVELA O ‘PLANO DE AÇÃO TÁTICA’ DE AÉCIO CONTRA INVESTIGAÇÕES
PGR FEZ ONTEM AO SUPREMO TERCEIRO PEDIDO DE PRISÃO DO TUCANO
Publicado: terça-feira, 01 de agosto de 2017 às 15:04
Redação
No mais recente pedido de prisão – o terceiro – de Aécio Neves, em recurso protocolado no Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira, 31, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, destaca que o tucano já é alvo de oito inquéritos na Corte. Janot atribui a Aécio um ‘plano de ação tática’. Segundo o procurador, a estratégia do senador ‘era o direcionamento da escolha de delegados de Polícia Federal supostamente ‘cooptados’ para salvar autoridades’.
Em 64 páginas, Janot sustenta que no caso JBS, em que pediu R$ 2 milhões, em maio, ao empresário Joesley Batista, o senador integrou organização criminosa.
“Quanto ao crime de obstrução de investigação relacionada à organização criminosa, vale lembrar que Aécio Neves encontrava-se em estado de ilicitude permanente em 17 de maio de 2017, motivo pelo qual configurou-se flagrante próprio".
O procurador se baseia em grampos, inclusive, para reforçar a necessidade do decreto de prisão de Aécio. “Como se vê, conforme gravações ambientais e interceptações telefônicas, o senador Aécio Neves vem adotando, constante e reiteradamente, estratégias de obstrução de investigações da Operação Lava Jato, seja por meio de alterações legislativas para anistiar ilícitos ou restringir apurações, seja mediante interferência indevida nos trabalhos da Policia Federal, seja através da criação de obstáculos à celebração de acordos de colaboração premiada relacionados ao caso.”
No capítulo em que revela o ‘plano de ação tática’ do senador contra o avanço das investigações, o procurador transcreveu diálogo de Aécio e Joesley. Eles falam sobre o então ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB/PR), o presidente Michel Temer, Polícia Federal e das operações Lava Jato e Carne Fraca. (AE)
Leia trechos da conversa gravada por Joesley.
AÉCIO — Tá na cadeira (…) O Ministro é um bosta de um caralho, que não dá um alô, peba, está passando mal de saúde pede para sair MICHEL tá doido. Veio só eu e ele ontem de São Paulo, mandou um cara lá no OSMAR SERRAGLIO, porque ele errou de novo de nomear essa porra desse (…). Porque ai mexia na PF. O que que vai acontecer agora? Vai vim inquérito de uma porrada de gente, caralho, eles são tão bunda mole que eles não (têm) o cara vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá, dois mil delegados da Policia Federal. Você tem que escolher dez caras, né? do MOREIRA, que interessa a ele vai pro JOÃO.
JOESLEY — Pro JOÃO.
AÉCIO — É. O AÉCIO vai pro ZÉ, o filho da puta vai pro foda-se solta.
JOESLEY — Tem que trocar, tem que estar alinhado lá.
AÉCIO — Tem que tirar esse cara.
JOESLEY — É, pô. Esse cara já era. Tá doido.
AÉCIO — E o motivo igual a esse?
JOESLEY — Claro. Criou o clima.
AÉCIO — É ele próprio já estava até preparado para sair.
JOESLEY — Claro. Criou o clima. Se não trocar agora com ele, fudeu. (…)
AÉCIO — Pressionaram. A Polícia tem que fazer um gesto. Errou. Não adianta os caras ficarem falando que não, a Policia Federal tem que falar: ó, realmente, foi um erro do delegado, que, enfim, não dimensionou a porra. Era um negócio pontual. Em três lugares. Já está contido e tal. O lado (pãpãpã) e zarpar com esse cara.
JOESLEY — E ó, se perder essa chance…
AÉCIO — Não vai ter outra.
JOESLEY — Não vai ter outra. Porque nós nunca tivemos uma chance onde a PF ficou por baixo, né?
JOESLEY — Toda vez ….Dessa vez.
AÉCIO — Ai vai ter quem vai fala; é por causa da Lava Jato. Não, é por causa da carne fraca.
JOESLEY — E. Está bom. [vozes intercaladas]
AÉCIO — Né. Deixa né [vozes intercaladas]
JOESLEY — Ficou bom. [vozes intercaladas]

NO BLOG DO JOSIAS
Tucanos dissidentes ajudarão Temer no quorum
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 02/08/2017 04:29
Estimada em mais da metade da bancada de 46 deputados do PSDB, a banda rebelde do tucanato distanciou-se da oposição. Votará contra Michel Temer, mas se nega a aderir à tática de esvaziar o plenário para impedir que os aliados do governo enterrem a denúncia em que a Procuradoria acusa o presidente de corrupção.
Sem os 342 votos de que precisa para autorizar o Supremo Tribunal Federal a transformar Temer em réu, afastando-o do Planalto, os oposicionistas tentarão esvaziar o plenário da Câmara. Partidos como PSOL, Rede, PDT e PCdoB avaliam que, retardando a votação, esticam o suplício de Temer.
Os rivais do presidente esperavam contar com a ajuda da dissidência governista. Não conseguiram, porém, seduzir a ala sublevada do ninho. Até o líder do PSDB, Ricardo Trípoli (SP), votará contra Temer. Mas os tucanos alegam que não há sentido em permanecer à beira do gramado apenas para retardar um resultado que todos já conhecem.
Um pedaço da bancada do PT, que prega o ‘Fora, Temer’ só da boca pra fora, também avalia que o partido deveria entrar em campo, permitindo que o jogo seja jogado. Na segunda-feira, o PT havia deliberado que compareceria ao plenário. Bombardeados nas redes sociais, passou a flertar com a ideia do boicote ao quorum. O Planalto aposta que os petistas darão as caras no plenário.

Salvamento de Temer complica vida de Loures
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 02/08/2017 03:18
A provável rejeição da denúncia contra Michel Temer pela Câmara deve complicar a situação penal de Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala. Ele foi acusado de corrupção junto com o presidente. Por isso, embora não disponha de foro privilegiado, foi processado no Supremo Tribunal Federal. Se os deputados sustarem a ação contra Temer, o caso de Loures deve ser remetido para a primeira instância do Judiciário.
Caberá à Procuradoria-Geral da República requerer o desmembramento do processo de Rocha Loures. Destinatário do pedido, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, decidirá para onde migrará a ação. Há três hipóteses: o caso pode descer para uma Vara criminal de Brasília, de São Paulo ou para a mesa do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Indicado por Temer como seu intermediário nas tratativas com Joesley Batista, da JBS, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com propina de R$ 500 mil. Segundo a Procuradoria, o destinatário do dinheiro era o presidente da República. Na hipótese de condenação, ficará boiando na atmosfera uma interrogação incômoda: por que diabos o delator Joesley daria tanto dinheiro a um mero preposto?
A falta de curiosidade dos deputados retardará a elucidação do mistério, pois a ação judicial contra o sucessor de Dilma Rousseff só poderá ser retomada depois que ele deixar a Presidência. Fora do Planalto, Temer poderá, finalmente, ser processado. A exemplo de Rocha Loures, também será enviado para a grelha da Primeira Instância do Judiciário.

Sob o silêncio das ruas, Câmara salvará Temer
Por Josias de Souza
Quarta-feira, 02/08/2017 00:12
Um ano e três meses depois de aprovar o impeachment de Dilma Rousseff, a Câmara se reúne nesta quarta-feira para decidir o futuro de Michel Temer. E os mesmos deputados que se enrolaram na bandeira da moralidade para justificar a deposição de Dilma revelam-se agora dispostos a mandar a ética às favas para livrar Temer de um processo por corrupção que poderia conduzi-lo do Planalto para a cadeia. As ruas vazias indicam que o cinismo prevaleceu sobre a revolta popular.
Manejando as mesmas armas usadas por Dilma — cargos, verbas e um apelo ao instinto de autoproteção contra a Lava Jato — Temer conseguirá sepultar esta primeira denúncia da Procuradoria contra ele. A oposição manobra para protelar a votação. Mas não dispõe dos 342 votos necessários para manter a investigação viva. Temer sobreviverá. A dúvida é quanto ao tamanho da fragilidade da sua Presidência. Isso será revelado pelo placar da votação.
O brasileiro continua de saco cheio. A taxa de aprovação de Temer oscila entre 5% e 7%, dependendo da pesquisa. Mas a insatisfação se trancou em casa. O silêncio das ruas virou parte do escândalo. Diante da perspectiva de ser presidido por Rodrigo Maia, o eleitor optou pela inércia. Conhecido como país do jeito pra tudo, o Brasil vai se revelando um país que não tem jeito. É como se existisse uma falha estrutural — uma urucubaca congênita que frustra todas as tentativas de reformar a Nação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA