TERCEIRA EDIÇÃO DE 03-7-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Deonísio da Silva: Pensando na morte da bezerra
Muitos séculos se passaram, já estamos no segundo milênio, mas ainda usamos a expressão para designar uma tristeza que foi originalmente inconfessável
Domingo 02 jul 2017, 11h23
(Reprodução)
No Brasil atual, há muita gente pensando na morte da bezerra. Mas a bezerra agora é outra e pode ser a prosperidade, substituída pela crise e pelo desemprego.
Está pensando na morte da bezerra a pessoa triste, desanimada ou às vezes carrancuda. Alguma coisa lhe aconteceu para estar assim, num estado bem diferente da outra expressão “que bicho foi que te mordeu?”, uma vez que esta última descreve a pessoa agindo de uma forma bem diferente da habitual, quando o bicho ainda não tinha mordido.
Faz tempo que a escola brasileira abandonou, em todos os níveis, o estudo destas expressões, o que é uma pena. Houve tempo em que os professores de Português e de suas literaturas explicavam estas frases feitas, como as definiu João Ribeiro, mestre em pesquisar suas origens.
Tais frases e expressões, à semelhança dos provérbios e dos ditos populares, compõem uma lição de sabedoria. E muitas delas revelam as profundezas de nossa alma, de nosso modo de sentir e pensar, da identidade que faz do brasileiro aquilo que ele é: uma das nacionalidades mais ricas do mundo, a começar pela herança e modificação destes saberes.
Quem as pesquisou de maneira magistral foi o escritor e filólogo carioca João Ribeiro, também jornalista, pintor, tradutor e historiador, falecido em 1934, aos 74 anos.
Ele diz que a expressão “morte da bezerra” foi tirada dos autos de fé. A bezerra não era o bezerro de ouro, cujo culto levou Moisés a quebrar as tábuas da lei quando descia do Monte Sinai, mas a Torá, do Hebraico Torah, como os judeus chamam o Pentateuco, do Grego penta, cinco, e têukhos, livro, os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.
Duramente perseguidos, torturados e mortos em Portugal, ou convertidos ao Cristianismo à força (daí o substantivo cristão-novo), os judeus eram acusados e levados à fogueira, como foi o caso de Violante Mendes e seu marido, queimados vivos em 1591 por denúncia de que um filho do casal, uma criança ainda, tinha sido visto brincando com uma bezerrinha de marfim. O caminho para bezerra pode ter sido este: de torá para tourinha, ensejando a mudança de significado para bezerra.
Muitos séculos se passaram, já estamos no segundo milênio, mas ainda usamos a expressão para designar uma tristeza que foi originalmente inconfessável.
Há, contudo, uma grande diferença: todos que estão pensando na morte da bezerra já podem confidenciar o que está se passando com eles para estarem tristes e acabrunhados.

NO BLOG DO NOBLAT
Para Estancar a Sangria
Segunda-feira, 03/07/2017 - 03h00
Por Ricardo Noblat
À luz dos fatos recentes, combinemos assim: senador pedir R$2 milhões a empresário para pagar despesas com advogados não é nada demais. Só interessa a eles.
Não importa que o dinheiro tenha sido entregue dentro de uma mala, sem registro da transação. E que a irmã do senador tenha tentado, mais tarde, vender ao empresário um imóvel da família a preço exorbitante. Assunto particular, ora essa...
Combinemos também que deputado filmado pela Polícia Federal correndo com R$500 mil dentro de uma mala só revela o quanto é inseguro circular livremente em locais públicos de qualquer grande cidade.
É verdade que o dinheiro lhe fora dado como pagamento de propina. Mas acabou devolvido. Em troca, o agora ex-deputado está proibido de sair de casa à noite e nos fins de semana. Não está de bom tamanho?
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que devolveu o mandato ao senador escreveu que a trajetória política dele é elogiável, que ele tem fortes ligações com o Brasil e que só ao Senado cabe punir os seus, preservando-se o equilíbrio entre os Poderes da República.
É irrelevante, de certo, que o mesmo ministro, há alguns meses, tenha afastado do cargo o presidente do Senado. Acabou desautorizado por seus pares.
Não é vedado a um juiz pensar, hoje, de uma forma e amanhã de outra. O ministro que mandou prender o ex-deputado da mala, por exemplo, disse que o fez porque ele “prosseguiria aprofundando métodos nefastos de autofinanciamento em troca de algo que não lhe pertence”.
Certamente a prisão foi relaxada porque o ex-deputado desistiu de aprofundar seus “métodos nefastos de autofinanciamento”. Passou o perigo, pois.
O senador agora reconciliado com o mandato funcionou como âncora para impedir que seu partido abandonasse o governo. Se tal ocorresse, o governo retaliaria liberando votos para cassar seu mandato.
De volta às funções, e por coerência, o senador atuará com mais desenvoltura ainda para que o presidente da República denunciado por corrupção passiva continue firme e forte como deve ser. 
Infelizmente para o governo, o ex-deputado da mala não poderá ajudá-lo a sobreviver mesmo que débil. Pegaria mal vê-lo arrastar-se por aí com uma incômoda tornozeleira eletrônica.
Sua maior contribuição à estabilidade das instituições será manter-se calado. Por coincidência, nada mais do que coincidência, foi libertado poucos dias depois de avisar que estava disposto a delatar. Era o que faltava... 
Celebremos o que há de mais positivo. Por folgada maioria de votos, o STF validou a delação dos executivos do Grupo JBS que ameaça a sorte do atual e dos ex-presidentes Dilma e Lula. Quer dizer: segue valendo a lei das delações assinada por Dilma e depois amaldiçoada por ela.
A decisão do Tribunal deixou entreaberta a porta para revisão de delações contaminadas por ilegalidades. Quais? Qualquer uma. Não lhe parece justo?
O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, cujo mandato termina em setembro, já teve seu substituto escolhido – a procuradora Raquel Dodge, de notável biografia e desafeta dele.
Foi o segundo nome mais votado por seus colegas. O primeiro, irmão do governador do Maranhão, adversário de José Sarney, era a favor da cassação de Temer. Foi o ministro Gilmar Mendes que sabiamente aconselhou Temer a escolher Raquel.
Espera-se que o juiz Sérgio Moro condene Lula, esta semana. Então, o País poderá respirar aliviado. Não é?

NO BLOG ALERTA TOTAL
Segunda-feira, 3 de julho de 2017
Descolar da corrupção não é fácil
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Sabe quem era a advogada/consultora do cartel que pagou pelo menos R$ 260 milhões em propina a políticos e funcionários públicos para impedir que empresas de ônibus fossem alvos de fiscalização? O nome dela é Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama do Estado do Rio de Janeiro, que tem chance de deixar sua confortável prisão domiciliar de luxo. A versão carioca da Operação Lava Jato aperta o cerco ao esquema em que o ex-governador Sérgio Cabral Filho (alvo de 12 processos) desponta como “poderoso chefão”.
A operação “Ponto Final” mira na cúpula do setor de transportes intermunicipais no Rio de Janeiro. Atinge em cheio a “empresa” que reúne os principais sindicatos patronais de empresas de ônibus: a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranpor). Também mexe com a autarquia estadual que sempre facilitou, por ação ou omissão, a corrupção milionária no setor: o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro).
O esquema foi dedurado pelo ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Jonas Lopes, e pelo doleiro Álvaro Novis. O esquema de empresários de ônibus é investigado pela Polícia Federal por ter pago centenas de milhões em propinas ao grupo liderado pelo ex-governador Cabral. A contrapartida de propinas eram vantagens ilícitas, como reajustes injustificados de tarifas, retenção irregular de créditos do Riocard e prevaricação dos agentes encarregados de fiscalizar o setor que fingiam não ver nada de errado nas empresas e suas operações.
A conta da corrupção era indiretamente paga pelos cidadãos - quase 2 milhões de passageiros, em média, transportados diariamente por uma frota de 9,5 mil veículos, distribuída por 1.212 linhas e operada por 90 empresas. Os empresários de ônibus recebem mensalmente R$ 28,3 milhões em subsídios do falido governo fluminense. As empresas operavam em regime precário, na condição de permissionários de serviço, porque nunca se fazia licitação porque o cartel impedia, distribuindo propinas a rodo.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro determinou a prisão dos empresários Jacob Barata Filho, José Carlos Reis Lavouras, Amaury Andrade, Marcelo Traça Gonçalves, Lélis Marcos Teixeira (presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro - Fetranspor), e Rogério Onofre (presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro - Detro).
Nos bastidores da politicagem do Rio de Janeiro, já se dá como certo que a operação Ponto Final também pode render problemas para os ex-governadores Antony Garotinho e Rosinha Garotinho – que também seriam alvos de investigações pela versão carioca da Lava Jato. Outro alvo é o presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani, apontado como organizador dos pagamentos de propinas pelo ex-conselheiro Jonas Lopes.
Embora o alvo seja o setor intermunicipal, o cartel do ônibus também controla as empresas de ônibus da cidade do Rio de Janeiro e de outros municípios, o que pode dar dor de cabeça para muitos prefeitos ou ex-prefeitos e seus filhos ilustres. Agora presos, os empresários (conhecidos como “os portugueses”) terão muito a revelar.
Meu avô, Nilton Machado - que sempre tentou, sem sucesso, denunciar falcatruas no setor de transportes do Rio de Janeiro – deve estar lavando a alma lá no céu, com esta operação “Ponto final”...
É por isso que quem está próximo de corruptos deve tentar se distanciar... O problema é se a Polícia Federal vai deixar...
Retrato Fatal
Lula e a falecida Marisa, donos do sítio que não era deles, posam para uma foto com os empregados, que não eram deles. Cozinheira, copeira, motorista usam uniformes, seguindo normas de casas das "Elites opressoras" que ambos diziam combater
(...)

NO O ANTAGONISTA
Exclusivo: Antonio Palocci abre o jogo
Brasil Segunda-feira, 03.07.17 09:55
O acordo de Antonio Palocci com a Lava Jato entrou numa fase decisiva.
Ele confessou que mais da metade dos contratos de sua empresa de consultoria eram fraudados para embutir o pagamento de propinas.
A Lava Jato sempre disse que Antonio Palocci não apresentava provas documentais de seus crimes.
O envolvimento de sua empresa de consultoria resolve essa questão, porque os pagamentos das empresas e os contratos fraudados estão todos registrados.
EXCLUSIVO: O VERDADEIRO PROJETO DE LULA
Brasil 03.07.17 10:06
Antonio Palocci contou para a Lava Jato que usava a Projeto, sua empresa de consultoria, para receber pagamentos de propina das empresas.
Ele contou também que, nos principais contratos, Lula era seu sócio.
O relato é explosivo, porque a partir dele a Lava Jato poderá provar o papel do comandante máximo da ORCRIM e rastrear a partilha de propina.
Cuidado com o que vai dizer, Aécio
Brasil 03.07.17 09:41
Aécio Neves pode ocupar a tribuna do Senado para fazer um discurso ainda nesta semana.
Cuidado com o que vai dizer, Aécio: vai que os outros ministros do Supremo derrubam a decisão de Marco Aurélio Mello que permitiu a sua volta...
A maconha como prioridade
Brasil 03.07.17 09:38
Lauro Jardim noticia que "Rosa Weber, relatora no STF da ação de inconstitucionalidade que questiona a proibição da cannabis para fins medicinais e de bem-estar terapêutico no Brasil, resolveu dar mais celeridade à discussão".
A maconha é, de fato, uma prioridade.
Só não pode ressuscitar o lulopetismo
Economia 03.07.17 08:21
Estadão:
"O teto dos gastos enfrenta a sua primeira prova de fogo no ano que vem. Pela regra, a despesa da União poderá crescer pouco mais de 3%. No entanto, a previsão é de que as despesas obrigatórias com INSS, aposentadorias de servidores federais e benefícios a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda crescerão mais que o dobro desse valor permitido: 8%."
O País está encalacrado: as reformas são vitais, mas cortar no Bolsa Família e adjacências é a melhor forma de ressuscitar o lulopetismo.

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