SEGUNDA EDIÇÃO DE 11-7-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA VEJA.COM
Por que os cubanos não podem abater bois e vacas?
Quando um animal morre, um médico examina suas vísceras para determinar a causa
Segunda-feira, 10 jul 2017, 15h38 - Publicado em 10 jul 2017, 15h16
Qualquer um que mate um boi ou uma vaca em Cuba pode pegar até dez anos de prisão. O delito, tipificado no Código Penal, é um mais severos na visão do Partido Comunista. Para um homicida, a pena costuma ser de sete anos de cárcere.
Antes da Revolução Cubana de 1959, liderada por Fidel Castro, a ilha possuía vários pequenos e médios pecuaristas. Eles cuidavam de cerca de 6000 cabeças de gado. O negócio atraía algumas empresas americanas, principalmente texanas, que exportavam a carne para os Estados Unidos. Não havia problema algum em matar uma vaca.
Com o avanço do comunismo na ilha, essa classe média de proprietários rurais foi um dos grupos que se revoltaram contra o novo sistema. Por isso, a província de Camaguey, onde se concentravam esses pecuaristas, foi uma das que mais sofreu a repressão do governo revolucionário. Foi lá onde criaram-se as Unidades Militares de Ajuda à Produção (Umaps), os campos de trabalho forçado para onde eram enviados todos os que eram considerados contrarrevolucionários. A lista incluía gays, alcoólatras, testemunhas de Jeová, sacerdotes cristãos, artistas, intelectuais, usuários de maconha e, claro, camponeses e pecuaristas insatisfeitos. As Umaps funcionaram entre 1965 e 1968.
Além do controle político, houve uma estrangulação econômica. Após a Segunda Lei de Reforma Agrária, de 1963, o governo confiscou animais e vários meios de produção, como tratores e colheitadeiras.
Descontentes com os rumos do país e famintos, muitos camponeses começaram a matar os bichos para consumo próprio.
Sob o risco de os bois e vacas sumirem do pasto, o que afetaria a oferta de carne e de leite, várias leis foram criadas para coibir o abate ao longo do tempo. Em 1962, Fidel anunciou que o gado deveria ser poupado para “salvar nossa riqueza pecuária” e produzir no futuro “o dobro ou o triplo de carne”. Em 1979, o delito foi tipificado no primeiro Código Penal. Em 1997, um decreto foi publicado para conter a tentação de abater um animal para encher a barriga durante a escassez do período especial, quando a União Soviética retirou o apoio para a ditadura caribenha.
A burocracia imposta aos produtores tem contornos kafkanianos, como mostra o relato da jornalista Inalkis Rodriguez Lora, para o jornal La Hora de Cuba.
Logo que nasce, o bezerro ganha um certificado, como se fosse um RG. Seu dono deve levá-lo em até 30 dias para uma agência estatal para declará-lo. A visita deve ser repetida quando o animal completa 1 ano e 2 anos.
Se a vaca morre no pasto, o sufoco é enorme. Para provar que não a matou por sua própria vontade, o pequeno produtor deve chamar um veterinário, que retira as vísceras do animal e leva tudo para um laboratório para que a causa da morte possa ser diagnosticada. O processo deve ser concluído em até dez dias. “Este trâmite é pouco provável que se cumpra, porque os resultados do exame quase nunca chegam antes do prazo. O que faz o veterinário do município? Ele simplesmente diz o que ele acha que foi a causa do falecimento”, escreveu Inalkis Rodriguez, de Camaguey.
A carne do animal morto é obrigatoriamente vendida ao governo, que paga por ela um valor irrisório. Nas lojas estatais, o preço dos pedaços de carne custa de dez a 25 vezes o valor que é pago aos produtores.
Nestas lojas, um quilo de carne custa cerca de 18 pesos conversíveis (cuc), cerca de 20 dólares. É o equivalente ao salário médio mensal de um cubano.
Os proprietários que ainda restaram em Cuba são obrigados a vender leite para o Estado. Hoje, o litro adquirido dos produtores é revendido nas lojas administradas pelo governo por um preço sessenta vezes maior. Caso o camponês seja flagrado fazendo queijo com seu leite, ele pode perder o seu sítio.
Com todas essas dificuldades, o rebanho cubano nunca voltou aos níveis de antes da Revolução. Atualmente, está calculado em 4000 cabeças, 2000 a menos do que havia há seis décadas.

NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
A Favor da Sociedade
POR MERVAL PEREIRA
Terça-feira,11/07/2017 08:38
Até agora, o governo já substituiu nove deputados para tentar derrubar a denúncia contra Michel Temer. Com as alterações, é provável que o resultado seja revertido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas de qualquer maneira é uma confissão de fragilidade do Governo. Mudando os membros da Comissão até a última hora, demonstra o receio de perder.
Mas não muda a tendência do plenário, que não é favorável a Temer. Esses deputados que foram substituídos agora estarão no plenário para votar contra ele. No relatório, o deputado Sérgio Zveiter foi muito hábil ao jogar a questão da aceitação do processo como uma defesa da sociedade. Colocou os deputados diante deste dilema: na dúvida, você fica com o presidente da República ou com a sociedade?
O advogado Antonio Claudio Mariz bateu muito nessa tecla de que o presidente Temer é um ser humano que precisa ter seus direitos protegidos. Essa tese, que pode ser eficiente em um processo criminal qualquer, não parece ter o mesmo efeito num julgamento político. Ora, Temer não é um ser humano qualquer, é o presidente da República.
Proteger o presidente da República contra a sociedade é um dilema e tanto para os deputados, representantes da sociedade. O Deputado Sergio Zveiter afirmou no seu relatório que, "por ora, temos indícios, que são sérios o suficiente" para justificar o recebimento da denúncia. Ele ressaltou que a acusação "é grave" e, diante dela, "não podemos silenciar".
"Não é fantasiosa a acusação", nem “inepta” disse, rebatendo a defesa de Temer, o que muito irritou o Palácio do Planalto, que viu nesse comentário político um avanço do relator na análise do mérito da denúncia. "É preciso que se faça a investigação. São várias as pessoas envolvidas e a verdade precisa ser esclarecida", acrescentou.
Mais uma vez ele facilitou a vida dos deputados que querem votar contra o presidente salientando que esse primeiro momento não é de condenação de Temer, mas apenas de aceitar que as investigações sejam feitas. O advogado de defesa se apegou a uma afirmação do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot, de que o presidente “recebeu” R$ 500 mil, e pediu que fosse provado quando, onde e como o presidente Temer recebeu esse dinheiro, alegando que falta “materialidade” na denúncia.
Evidentemente o Ministério Público partiu do princípio de que, tendo o assessor indicado por Temer como de sua “inteira confiança”, através de quem Joesley poderia “encaminhar” a ele, Temer, qualquer coisa, recebido uma mala cheia de dinheiro, o destinatário final seria o próprio presidente.
No entanto, há outros elementos que indicam isso, além da delação premiada do Joesley Batista que detalha a operação. O dinheiro recebido por Rocha Loures era parte de um pagamento semanal de propina combinado entre ele e Joesley Batista, conversa que também foi gravada.
No diálogo, Joesley explica que o grupo J&F controla a termoelétrica Empresa Produtora de Energia (EPE), em Cuiabá, e que estava tendo prejuízo em razão de prática que considerava anticompetitiva da Petrobras na compra de gás natural na Bolívia. Joesley, que já havia se queixado com Temer sobre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pediu a interferência de Loures.
Durante o encontro com Joesley, Rocha Loures ligou para o presidente interino do conselho, Gilvandro Vasconcelos Coelho de Araújo, e pediu que ele intercedesse em favor da J&F, numa demonstração de poder. Rocha Loures encontrou-se em seguida com o principal executivo da JBS, Ricardo Saud, que também gravou o diálogo.
Na conversa, Saud explicou como seria o pagamento mensal que Joesley prometera ao pedir a interferência de Loures no CADE. O pagamento poderia variar conforme a cotação do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), valor fixado em reais por Megawatt-hora (R$/MWh). Se o PLD ficasse abaixo de 300 reais, não haveria pagamento. Se ficasse entre 300 e 400 reais, seria de R$ 500 mil, e se passasse de 400 reais, a propina seria de R$ 1 milhão por semana.
O acordo valeria por um ano, mas Loures disse que a razão do pagamento continuaria existindo enquanto durasse o contrato com a Petrobras. Saud, então, dá a opção de fazer um contrato por 25 ou 30 anos que continuaria a gerar rendimentos, sugerindo que poderia ser “uma aposentadoria”. Quatro dias depois dessa conversa, a Polícia Federal filmou Rocha Loures correndo pelas ruas de São Paulo com uma mala cheia de dinheiro.

NO O ANTAGONISTA
Operação Ostrich nas ruas
Brasil Terça-feira,11.07.17 08:58
A PF deflagrou a Operação Ostrich, para investigar fraudes no INSS.
O prejuízo identificado chega a R$ 14 milhões, mas os investigadores calculam que o desvio pode ser dez vezes maior.
O governo alternativo
Brasil 11.07.17 08:34
Michel Temer, depois de trocar nove deputados da CCJ, deve derrotar o relatório de Sergio Zveiter.
Um relatório alternativo, que engaveta o inquérito da PGR, foi protocolado ontem à noite por Baleia Rossi.
O problema, como disse Josias de Souza, "é que a Procuradoria prepara uma segunda denúncia. E uma terceira….".
Prisioneiros de Dilma, prisioneiros de Temer
Brasil 11.07.17 08:31
Miriam Leitão traça, em O Globo, um paralelo entre a agonia dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer e fala também sobre o efeito disso para a sociedade brasileira, feita prisioneira das respectivas estratégias de sobrevivência:
"A sensação que se tinha ontem é de um País prisioneiro de um roteiro que se repete, mas desta vez com sinais trocados e algumas diferenças. Não era mais a presidente Dilma recebendo relatório favorável à admissibilidade do impeachment, mas sim o presidente Temer com relatório pelo recebimento da denúncia por crime comum. Os governistas de antes falavam em golpe, os de hoje falam em conspiração.
Dilma foi acusada de crime de responsabilidade por ter atentado contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. E foi exatamente o que ela fez. Não houve golpe, mas sim o julgamento dos seus atos de governo que feriram a lei, desorganizaram as contas públicas e arruinaram a economia. O preço está sendo pago até hoje pelo País.
Temer é acusado de corrupção passiva. Não há conspiração contra ele, mas sim a dúvida razoável sobre um encontro cercado de brumas. Ele recebeu um empresário investigado em várias operações no palácio residencial, em horário tardio, sem identificação na portaria, e a conversa, gravada, foi sobre presos, potenciais delatores e como estavam sendo controlados, e sobre interesses do empresário em alguns órgãos públicos. Temer nomeou seu representante um deputado depois flagrado recebendo mala de dinheiro.
A defesa pede provas quando este é o momento em que bastam os indícios."

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Cabral simula indignação, mas não convence
Por Amanda Acosta
amanda@jornaldacidadeonline.com.br
Terça-feira, 11/07/2017 às 07:06
Pateticamente o ex-governador Sérgio Cabral, em audiência realizada nesta segunda-feira (10), perante o juiz Marcelo Bretas, simulou indignação sobre as acusações de distribuição de propina, lavagem de dinheiro e corrupção durante o seu governo. Não convenceu ninguém.
Não há como enveredar por este caminho, tamanho a contundência das provas colhidas contra Cabral, sua mulher Adriana Ancelmo e ex-secretários de sua infame gestão.
Sérgio Cabral governou o Rio em sua melhor fase nos últimos tempos, quando jorravam os royaties do pré-sal. Poderia ter marcado sua passagem com um grande governo, mas preferiu se chafurdar na lama da corrupção e da propina.
Contra si já se enfileiram 11 processos, pela prática dos mais diversos delitos contra o erário e contra o povo do Rio de Janeiro.
Não fosse a atuação do ex-governador no submundo da crime, por certo que a crise pela qual passa o Estado não estaria acontecendo.
O que a quadrilha comandada por Cabral fez é certamente uma ‘maluquice’, incompreensível e sem precedentes.

Joesley limpou as contas
Da Redação
Terça-feira, 11/07/2017 às 00:23
Pela grandeza de seus negócios e de suas movimentações financeiras, parece óbvio que o empresário Joesley Batista planejou milimetricamente todos os seus passos.
Fez um ‘limpa’ em todas as suas contas e, certamente, mandou todo o dinheiro para o exterior, ou quase todo.
Numa ação popular, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 800 milhões das contas pessoais do empresário. Só logrou encontrar R$ 300 mil.
Joesley é sem limites, absolutamente sem escrúpulos e beneficiário de um mal fadado esquema que lhe concedeu a impunidade.
A sociedade não digeriu e não aceita.

Sem mandato, filho de Lula assina procuração na condição de vereador (veja o documento)
Por Jaqueline Lombardi
jaqueline@jornaldacidadeonline.com.br
Segunda-feira, 10/07/2017 às 10:19
Em 2012, Marcos Cláudio Lula da Silva, o filho mais velho do ex-presidente Lula, elegeu-se vereador em São Bernardo do Campo. Na oportunidade recebeu uma boa votação, 3.882 votos.
Em 2016, o rapaz tentou a reeleição. Lula pediu votos e não obstante a decadência do PT, do petismo e do lulopetismo, todos acreditavam que sua eleição era favas contadas, afinal São Bernardo é considerada um dos berços do PT e é a cidade onde o ex-presidente reside.
Surpreendentemente, no mesmo tom da campanha petista em todo o Brasil, o ‘filho de Lula’, como ele se apresentava, sofreu fragorosa derrota.
Assim, no final de 2016, com o término de seu mandato, Marcos Cláudio Lula da Silva despediu-se da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo.
Entretanto, ainda hoje, o cidadão se apresenta como vereador, inclusive assina documentos nesta condição.
Abaixo, veja o documento assinado por Marcos Cláudio em março de 2017, três meses após o término de seu mandato.

 
Sem dúvida é flagrante a falsidade ideológica.


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