TERCEIRA EDIÇÃO DE 23-6-2017 DO DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA VEJA.COM
PF conclui perícia de áudio da conversa entre Joesley e Temer
Polícia Federal deve mandar ainda hoje o laudo para o ministro do STF Edson Fachin. Temer contesta autenticidade das gravações
Por Da Redação
Sexta-feira, 23 jun 2017, 14h16 - Publicado em 23 jun 2017, 12h09
A Polícia Federal concluiu nesta sexta-feira o laudo da perícia das conversas gravadas secretamente pelo dono da JBS, Joesley Batista, em um encontro não oficial que ele teve com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. O resultado da análise deve ser encaminhada ainda hoje ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte.
O laudo era a parte que faltava ao inquérito parcial enviado na última segunda-feira. Apesar de o relatório não estar completo, a PF entendeu que já há indícios de materialidade da prática de corrupção passiva pelo presidente e seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que está preso em Brasília. “Resultam incólumes as evidências que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor, a prática de corrupção passiva”, escreveu a PF. 
O controverso diálogo foi entregue por Joesley como prova do que ele relatou na delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República e homologada pelo STF. O acordo gerou a investigação contra Temer por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, e garantiu ao empresário o perdão por todos os crimes confessados até aquele momento.
No áudio, Joesley fala sobre iniciativas que estaria tomando em relação ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba desde outubro de 2016 e já foi condenado a 15 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro. O executivo diz que havia “zerado as pendências” e que estava “de bem” com Cunha. Temer, então, responde: “É, tem que manter isso, viu?”.
Em declaração à PGR, o delator interpretou a frase como um sinal verde do presidente para que ele continuasse pagando o ex-parlamentar com o objetivo de evitar que ele colaborasse com a Justiça em uma eventual delação premiada. Temer negou essas acusações e contestou a integridade do áudio, que tem diversos trechos inaudíveis. Cunha afirmou que o seu silêncio nunca esteve à venda.
A perícia no áudio foi pedida a Fachin pela defesa de Temer e aceita pela procuradoria. Os advogados do peemedebista também contrataram o perito Ricardo Molina, que avaliou a gravação e concluiu não ser possível assegurar a sua autenticidade. “Não dá para dizer que é edição. Tem alguma falha sistêmica neste gravador. A questão é: dá pra garantir que é autêntica? Não”.
O inquérito irá basear a denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentará contra Temer. Se ela de fato ocorrer, o processo só seguirá adiante no STF se for aprovado por 342 dos 513 deputados. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que está disposto a suspender o recesso parlamentar de julho para analisar a acusação. A expectativa hoje é que Temer tem forças para barrá-la no Legislativo.
Clique aqui para ouvir o áudio na íntegra.

NO JORNAL DA CIDADE ON LINE
O homem que colocou Joesley Batista no mundo do crime
Por Lívia Martins
livia@jornaldacidadeonline.com.br
Sexta-feira, 23/06/2017 às 07:16
Até o ano de 1990, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, era apenas um caixa do Banco do Brasil. Levava uma vida humilde, sem qualquer esbanjamento, com ideais socialistas e ativa participação no movimento sindical dos bancários e no Partido dos Trabalhadores. Foi quando se elegeu deputado estadual por Mato Grosso do Sul.
Na Assembleia Legislativa sua vida deu um enorme salto. Deixou a pequena vila Sargento Amaral, onde morava, e passou a residir na Rua Clóvis, no elegante bairro Giocondo Orsi, em Campo Grande (MS) e, sem qualquer cerimônia, entrou no forte esquema financeiro que fazia crescer os rendimentos dos deputados estaduais de Mato Grosso do Sul, que mais tarde viria a ser revelado por um membro do ‘clube’, numa noitada regada a Whisky, em Maracaju (MS) e gravada por um esperto e atrevido jornalista.
Zeca conseguiu ser reeleito em 1994 e em 1996 tentou uma grande cartada como candidato a prefeito de Campo Grande (MS). Foi roubado.
Num esquema abominável de compra de votos, André Puccinelli (PMDB) foi o vitorioso, vencendo Zeca por uma renhida diferença de apenas 411 votos. Puccinelli certamente pensou que teria ‘cem anos de perdão’, mas isto é outra história.
No ano de 1998, Zeca do PT surpreendeu a todos e foi eleito governador de Mato Grosso do Sul. Nascia um dos governos mais corruptos da História. Em todos os setores da administração pública, Zeca impunha uma maneira de fazer o mal feito.
Inúmeros escândalos foram registrados em seus dois mandatos. Desviou-se dinheiro do Fundo de Apoio aos Trabalhadores (FAT), promoveu-se uma farra sem precedentes com as verbas da publicidade e, entre outras picaretagens, montou-se o esquema de faturar sobre o ICMS da carne, debutando o ‘açougueiro’ Joesley Padilha no mundo da criminalidade, conforme ele próprio declarou em recente entrevista a Revista Época. 
Zeca do PT hoje está protegido pelo ‘foro privilegiado’ que o mandato de deputado federal lhe confere.
Suas ações deploráveis incluem ainda a responsabilidade pela primeira eleição de Delcídio do Amaral, quando este era um ilustre desconhecido e a união entre Lula e o empresário José Carlos Bumlai. Ambos se ‘apaixonaram’ graças a atuação do ‘cupido’ Zeca.
É, sem dúvida, uma figura nociva, que exerceu por suas ações papel preponderante para a efetivação da Organização Criminosa comandada pelo ex-presidente Lula.
Um detalhe interessante, na quadrilha de Zeca: Paulo Bernardo era o secretário de Fazenda e Gleisi Hoffmann, a secretária de administração.

O ‘duro’ expediente do STF
Por Helder Caldeira
Sexta-feira, 23/06/2017 às 02:19
Não consigo observar responsabilidade com o estado democrático de direito toda vez que o Pleno do Supremo Tribunal Federal começa a sessão de quinta-feira às 14h20 e a suspende às 17h40, devido ‘ao adiantado da hora’, deixando o caso em julgamento adiado até a quarta-feira da próxima semana.
Tenho convicção de que o povo brasileiro, aquele que acorda às 05h00 da manhã para trabalhar de segunda a sábado e só volta para casa à noite, não consegue engolir esse ‘modelo de trabalho’ dos funcionários públicos com o teto salarial da República e ‘poder papal’ na vida da sociedade.
A morosidade do Poder Judiciário não é um acaso, uma excepcionalidade... É fruto desse ‘modelo’ falido.

NO O GLOBO
Temer comete gafe e chama rei da Noruega de 'rei da Suécia'
Presidente ainda confundiu parlamento brasileiro com o norueguês
POR FERNANDO EICHENBERG, ESPECIAL PARA O GLOBO
Sexta-feira, 23/06/2017 9:15 / atualizado 23/06/2017 12:47
Em Oslo, na Noruega, a premier Erna Solberg com o presidente Michel Temer - NTB SCANPIX / Reuters

ÚLTIMAS DE BRASIL
OSLO - Depois do staff presidencial cometer gafe e dizer que Michel Temer faria viagem à República Socialista Federativa Soviética da Rússia, que já não se chama assim desde o fim da Guerra Fria — hoje o nome oficial da Rússia é apenas Federação Russa — foi a vez do próprio Temer se equivocar. No encerramento do encontro com a primeira-ministra da Noruega, o presidente disse que ainda iria visitar o "Parlamento Brasileiro", quando se referia ao norueguês; depois, afirmou que iria almoçar com o “rei da Suécia”, referindo-se ao monarca local, o rei da Noruega, Harald V.
Na última segunda-feira, o Palácio do Planalto colocou Temer numa espécie de "viagem no tempo". Na agenda oficial do presidente, dizia: "Partida de Brasília para República Socialista Federativa Soviética da Rússia", com previsão para 14h30. Temer teria, portanto, que voltar pelo menos 16 anos, já que a União Soviética acabou em 1991. Foi a mais extensa das repúblicas da URSS e, durante 69 anos, comandou o grupo.
A viagem de Temer ainda teve outros constrangimentos. Antes dos deslizes do presidente, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, mostrou sua preocupação com os escândalos de corrupção no Brasil. Ao lado de Temer, disse esperar uma "limpeza" com a Lava-Jato.
— Estamos preocupados com o processo da Lava-Jato. Esperamos uma limpeza e que sejam encontradas boas soluções — afirmou em declaração à imprensa, na sua residência oficial.
O presidente também voltará para casa com uma redução da contribuição da Noruega ao Fundo da Amazônia, por causa do aumento do desmatamento na região no ano passado. Erna Solberg elogiou as mudanças da legislação na área de energia no Brasil, mas se disse preocupada com movimentos no Brasil para “reduzir a força favorável ao meio ambiente” no país.
— Haverá menos recursos (da Noruega para o Fundo) em 2017, por isso nossa preocupação com o desmatamento. Esperemos que volte a tendência de preservação, pois o clima é o maior desafio para o mundo — disse ela.
Também não se pode dizer que Temer tenha atraído o interesse da imprensa local. No encontro com empresários noruegueses na Associação dos Armadores na última quinta-feira, por exemplo, havia apenas um jovem jornalista norueguês, do diário econômico Norwegian Financial Daily.
E, ainda assim, o repórter disse que escreveria um texto com destaque para os escândalos de corrupção e as atuais turbulências políticas no Brasil. O mesmo tom foi adotado pela rede pública de mídia NRK, que não compareceu ao evento de quinta-feira, mas publicou uma reportagem em sua página na internet sobre o emaranhado da crise política em torno do presidente brasileiro.
Tampouco o encontro entre os ministros do Meio Ambiente dos dois países, Sarney Filho e Vidar Helgesen, que tratava da preservação das florestas e do Fundo da Amazônia — que tem como um dos maiores contribuidores a Noruega —, seduziu a mídia local. O tema normalmente interessa ambientalistas de países escandinavos, mas não teve a cobertura de nenhum jornalista do país.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA